sábado, 24 de maio de 2025

Que caminho é esse?


     Imagem: Bing  dreamstime.com



Por: Pedro Paulo Costa 


Gostaria de dar como resposta a pergunta que titula esse POST de "O caminho cristão." Vamos a uma breve reflexão sobre esse tema tendo como referência o versículo que se encontra no livro de Provérbios cap. 14: 12-13.
"Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte. Até no riso terá dor o coração, e o fim da alegria é tristeza."

Na busca pela felicidade o homem quase sempre tem escolhido um caminho, que a seguir nunca o leva a um bom termo. Repousa na cultura do consumo, uma ideia de que se luta com unhas e dentes para ter prazer.

Portanto, o rumo que rumo que o cristão decide tomar se torna fundamental para alcançar os seus objetivos. Só haverá uma alternativa quando a escolha terá que ser feita por nós. Por isso mesmo, temos que fazer a escolha certa para tomar o rumo certo. E este é a melhor opção e o que nós denominamos ser o caminho cristão.

Jesus não ocultou que a decisão em seguí-lo trazia a possibilidade do sacrifício, e o sofrimento portanto seria algo inevitável. Vejamos o que nos revela o versículo de Mateus 16:24. "Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me". Nesta convocação temos quatro implicações em seu contexto e desejamos analisar cada uma delas.

A primeira implicação era: Se alguém quiser vir após mim... Essas palavras de Jesus foram precisas do Se e, como sabemos, o "se" forma uma oração condicional. Esse chamado era voluntário, era somente para quem desejasse, dependeria apenas da disposição de quem iria fazer essa escolha.

A segunda implicação era essa: "Renuncie-se a si mesmo..." Essas palavras indicam que essa escolha teria como consequência uma completa renuncia, pois isso indicava abdicar-se de si mesmo. Quem faz essa escolha tem como única opção, viver na dimensão do discipulado. Talvez seja esta a maior marca que o cristão carrega na sua vida e em suas relações na sua comunidade.

A terceira implicação: "Tome sobre si a sua cruz..." Essas são as palavras que demonstram que o sofrimento seria uma presença constante na vida de quem tomou tal decisão. Essa escolha deve ser bem compreendida na vida de quem serve a Jesus e se dispõe a segui-lo. Tomar sobre si a cruz significa, como diz uma música, (ser livre de tudo, pra ser servo de todos...).

A quarta e última implicação é: "Siga-me..." Essa palavra ou verbo é uma convocação (um chamado). Para ter uma melhor compreensão geral do texto da nossa reflexão, vamos recorrer aos originais pra ter uma melhor compreensão. O termo grego "akoloutheo", empregado aqui se refere quase sempre àqueles que seguiam a Jesus. Esse termo foi empregado pelo menos (oitenta e nove vezes) 89, em todo o Novo Testamento. 

Pois bem, o termo akoloutheo pode ser entendido por acompanhar, e a função do discípulo é de seguir o mestre. Temos a dizer ainda, que esse termo grego é precedido do prefixo "a" de (alfa) e keleuthos (uma estrada, um caminho). Porém, a sua definição é mesmo: "a seguir". Esse verbo está no imperativo indicando ordem ou uma convocação, isso é maravilhoso! "Nós somos chamados a seguir Jesus".

Finalizando, o caminho cristão é um desafio fascinante que nos remete a tentar compreender que essa decisão, é: "para a vida inteira e por toda vida..."




,Obs: Esse texto que estou reeditando agora com algumas correções, foi publicado por mim nesse Blog na data de 20/12/2010.

quinta-feira, 15 de maio de 2025

TODOS SOMOS MÁRTIRES


     Imagem: Google 

Por: Pedro João Costa

        Deus é amor 
    Deus em seu amor nos
CONVIDA À GUERRA.
À linha de frente postos em combate prontos a morrer.

"Ninguém que milita se embaraça com negócio desta vida, a fim de agradar àquele que o ALISTOU PARA A GUERRA."

Milita, do original grego, stratouomenos, significa: ir para a guerra, implicando servir como soldado; atividade de guerrear. ÀS CUSTAS DO COMANDANTE ".

Embaraça, do original grego é emplacaketai e significa: tecer dentro, para que se entrelaçam; envolver em vínculo. NO CHAMADO E SOB-ORDENS DO REI SUPREMO.

Negócio, do original grego é pragmateais, significa: aplicação cuidadosa, trabalho duro; dedicação exaustiva. NA CAUSA DO ETERNO NOME.

Você acha, pensa que escolheu??? No máximo, você aceitou o convite. Aliás e tudo que se possa fazer, VEM DELE !!! O que me consta, e ELE nos pede: DÁ-ME O TEU CORAÇÃO. Nosso ser, nossa existência, nosso sentido. Operando o milagre harmonioso do querer e do efetuar em nós a SUA GLÓRIA. O único motivo de nossa criação: O LOUVOR DA SUA GLÓRIA.

AH!!! um "certo tempo" o que palavras bulbiciam, mentes cogitam, espíritos deliram, corações anelam e no âmago desfaleçemos em expectativa. ELE, O SENHOR DA GLÓRIA MANIFESTARÁ.

Deixemos todo EMBARAÇO e corramos ao que NOS ESTÁ PROPOSTO.

Estamos em guerra. ESTAMOS??? A carne MILITA contra o espírito, e opõem-se um ao outro: para que não façais o que quereis.

Estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, ...e o pecado que tão de perto nos rodeia. Eu não vim trazer paz, mas a espada. Quem não é POR MIM, está contra mim.

Na parábola do semeador a terceira semente cresceu entre espinhos e se tornou uma árvore, mas, NÃO PRODUZIU FRUTOS. Os religiosos devem considerar o motivo: OS NEGÓCIOS DESTE MUNDO. Existem negócios do Pai Celeste e negócios do mundo. Escolhemos a quem vamos servir. Certamente agradaremos a um e aborreceremos ao outro.

Finalmente, recebereis VIRTUDE DO ESPÍRITO SANTO e ser-me-eis TESTEMUNHAS. Atos 1:8. Testemunha no original grego, nós dá a palavra em português MARTÍRIO, que significa: uma testemunha em registro.

O que nos é registrado, e portanto, nos ensina DEUS é: o conhecimento do qual nos apropriamos pela fé. O mártir é entendido como aquele que é morto ou sacrificado por uma causa. Mas, em princípio, é apenas uma testemunha como já foi dito no texto, Atos 1:8. TODOS SOMOS MÁRTIRES.

"TODOS NÓS SOMOS CHAMADOS OU CONVOCADOS PARA SER MÁRTIRES. E ALGUNS, POR ESCOLHA DO PAI, PODERÃO SER EXECUTADOS POR SUA CONVICÇÃO. NO CASO, POR SUA FÉ E SEU AMOR AO PAI. OS MÁRTIRES ESTÃO TOTALMENTE DISPONÍVEIS."




OBS: PEDRO JOÃO COSTA, é um primo, irmão e colaborador desse blog desde o ano de 2010. Reside em Caratinga-MG.

domingo, 11 de maio de 2025

Crê Simplesmente



     Imagem: Google 


Autoria: Alessandra Dantas



Quando somos crianças tudo parece fácil, não apenas porque habitualmente temos alguém ao nosso lado que cuida e se encarrega de suprir aquilo que nos falta. A criança tem o dom da ingenuidade, não apenas têm a capacidade de sonhar como avde crer firmemente de que tudo é possível. Em seu universo infantil, criam histórias fantásticas, brincam com seus caminhões de bombeiros e suas bonecas, são capazes de aceitar que não há regras, apenas o trabalho dos pais de corrigi-lhes e mostrar-lhes todos os limites possíveis.

Logo crescemos e deixamos de ser ingênuos, já não temos ilusões e necessitamos de normas e regras para tudo. Já não aceitamos que há situações em que não há regras estabelecidas, tampouco lutamos para mudar as regras de nossa própria vida e de nossos sonhos. A vontade de crescer torna-os independentes e deixamos de crê... Bem, lá onde ficou a criança, ficaram nossos sonhos...

Alguma vez, já parou para pensar que na vida não existe antecipação nem adiantamento, somente o tempo propício de cada um? Que tudo está certo e justo e em que não há nada a fazer a não ser melhorar o nosso próprio modo de ver e entender as coisas? As respostas a essas perguntas se alicerçam nas palavras de Jesus: "Até os fios de cabelo da nossa cabeça estão contados" (Lucas 12:7). É a convicção ajustada a uma compreensão ilimitada dos desígnios corretos e infalíveis da Providência de Deus.

Isso não é uma fuga da realidade, a busca por um "nirvana" desconhecido, é apenas ter confiança. Fugimos constantemente de nossos sentimentos interiores por não confiarmos em nosso poder pessoal e dessa forma, forjamos um disfarce para sermos apresentados diante dos outros. Vestimos, gesticulamos, escrevemos e damos as nossas opiniões como se fossemos o outro, realmente representando, porém, uma farsa psicológica,"



Obs: O texto Crê Simplesmente, foi publicado pela Alessandra Dantas, na Revista Ultimato no dia: 07/05/2013. Ela já publicou outros dezenas de textos com conteúdo verdadeiramente cristão.

Link: https://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/cre-simplesmente

terça-feira, 6 de maio de 2025

O que tenho confessado?



     Imagem:  Google 


Por: Daniel Nogueira 


Vivemos num mundo no qual a palavra de um homem tem cada vez menos valor. Cada vez mais acreditamos menos no que um homem diz. Porque? Por causa da mentira que está cada vez mais presente na boca dos homens. Sim, a mentira virou algo normal, algo totalmente aceito pela sociedade, principalmente se a intenção por trás dela (pelo menos é o que dizem). 

Mas o que o Senhor Jesus nos ensina é que o diabo é o pai da mentira (Ev. João,8:44). Por isso a boca do cristão só tem lugar para a verdade. Mas ao contrário do que está ocorrendo na sociedade, Deus sempre deu muito valor às nossas palavras, afinal o que sai da nossa boca é um reflexo do que está em nosso coração. Esaú vendeu a benção da primogenitura através de um acordo verbal (Gênesis cap. 25:33) firmado com seu irmão e homologado por Deus. 

Deus dá muito valor às nossas palavras, afinal o que sai da nossa boca é um reflexo do que está em nosso coração: No Ev. Lucas cap 6:45, lemos: "O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração tira o mau, porque da abundância do seu coração fala a boca. E se nós lermos os Provérbios, aprenderemos muitas lições importantes sobre o que devemos falar. Entre essas lições, aprendemos como a vida e a morte estão no poder da nossa língua. Ou seja, com a nossa língua podemos a vida ou a morte, e nós colhemos o fruto daquilo que falamos.

Em Provérbios 18:21 lemos: "A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto." Por isso a palavra nos ensina a usar a boca com sabedoria (Prov. 21:23, e Prov. 31:26). E devemos guardar a palavra de Deus no nosso coração (Salmos 119:11). Dessa forma, evitamos de pecar contra o Senhor e, como conseguência, nossa boca estará cheia do que agrada a Ele, a sua própria palavra.

"Mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos, a saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto que com o coração de crê para a justiça, e com a boca se faz a confissão para a salvação. Porque a Escritura diz: Todo aquele que n'Ele crer não será confundido." Romanos 10:8-11.

O desejo de Deus é que a Sua palavra esteja junto de nós, na nossa boca e no nosso coração. E que a nossa boca confesse ao Senhor Jesus, crendo em nossos corações, para que sejamos salvos (pois não é suficiente confessar apenas "da boca para fora", sem crer realmente em nossos corações). Jesus disse que quem o confessar diante dos homens, Ele mesmo o confessará diante de Deus (Mateus 10:32).

A palavra confessar (do original grego, homplogéõ) tem o sentido de dizer a mesma conclusão; concordar, professar uma mesma concordância, estar alinhado com. 

Quando nós confessamos a palavra de Deus, nós estamos concordando com Deus. Nós estamos nos alinhando a Deus e à Sua vontade. Nós estamos dizendo o mesmo que Ele, estamos falando a Sua língua. Observe também que a palavra grega homplogéõ também é traduzida para o português como homologar. Quando nós confessamos a palavra de Deus, Ele homologa (aprova, confirma) nos céus o que nós dizemos. 

Quando cremos no nosso coração e confessamos a Jesus Cristo como nosso único e suficiente salvador, Deus homologa a nossa salvação em Cristo, pois nossa justificação não vem de nós mesmos, mas unicamente de Cristo. E o mesmo se aplica às demais bençãos que o Senhor nos prometeu pela Sua palavra. Quando nós cremos na palavra de Deus em nosso coração, e confessamos com a nossa boca a Sua palavra e e nossa fé que está firmada em Deus, Ele homologa, ou aprova, confirma, as suas promessas em nossa vida. 

Para finalizar, gostaria de deixar algumas perguntas para refletirmos sobre o que temos confessado com a nossa boca. Será que as minhas palavras estão sempre em conformidade com a palavra de Deus? Minhas palavras tem sido de murmuração, lamento, e reclamação, ou louvor a Deus? Dando a Ele glória, honra e louvor mesmo em meio às lutas?

Minhas palavras tem sido de mentira ou de verdade? Minhas palavras tem sido de desconfiança, ou medo em relação à minha sorte, ou tenho tenho confessado a minha inteira confiança em Deus e no que Ele tem reservado para eu. "Pois todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus". Romanos cap. 8:28.

Minhas palavras tem sido de ódio ou de amor ao próximo como Jesus nos ensinou? Minhas palavras tem confessado as minhas fraquezas, ou a força que eu tenho em Jesus? Minhas palavras tem confessado a minha incapacidade diante das lutas, ou a força que nós temos no nosso Deus Todo-Poderoso? 

Minhas palavras tem confessado que eu sou pecador, ou que sou justificado pelo sangue do Cordeiro de Deus, e sou uma nova criatura em Cristo Jesus? Hebreus cap, 13"Portanto, ofereçamos sempre por Ele a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o Seu Nome". 


Obs: Daniel Nogueira, é um colaborador muito especial deste Blog desde a sua criação. Tem contribuído com algumas idéias e alguns textos de bom conteúdo. Reside em Curitiba e tem uma família maravilhosa.

sábado, 3 de maio de 2025

REFLEXÃO...


  Imagem do divã de um psicanalista.
  Crédito: Bing  www.decorfacil.com


Por: Pedro Paulo Costa


Vou iniciar esse texto com uma das mais famosas frases de Carl Jung.

"Até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir a sua vida e você vai chamá-lo destino". 

Estava fazendo a um tempo atrás, a leitura de um livreto da Ediouro, uma revista da Coquetel, com o resumo de: "O pensamento vivo de Carl Jung". Na capa do livreto tinha o pensamento de John Donne.

"A morte de qualquer homem diminuiu-me porque estou englobado com a humanidade".

Vamos então a nossa reflexão! Carl Jung, além de ter sido um excelente médico, psicológo e um grande psicanalista, ele era um ser humano, preocupado com as pessoas necessitadas de ajuda no âmbito das doenças psíquicas.

Lendo as primeiras páginas descobri que ele foi médico-chefe de um hospital psiquiátrico em Zurique na Suiça. Fez várias conferências na área da psicologia, participou de vários congressos internacionais de psicanálise, além de ser conferencista, foi pensador, escritor, etc. Nas informações que obtive a respeito da sua fé e crença, encontrei através do Google, que o seu avô foi um importante reverendo e o seu pai também teve essa mesma formação teológica. Ele não seguiu o mesmo destino, mas teve a oportunidade de ajudar muitas pessoas. 

Digo com esse relato que faço, que o carácter de um homem não pode ser mensurado pelo dogma ou a crença que professa, porque acredito que o dogma só serve pra escravizar o ser humano...

Lembrei-me de início, do Ev. de Lucas 10: 25-37, onde lemos que Jesus ao ser interrogado por um certo doutor da lei, indagando sobre quem deve ser o nosso próximo. Então Ele contou-lhe uma
parábola, a do bom samaritano.

A parábola dizia, que tinha um homem caído à beira de um caminho; e este havia sido emboscado por ladrões que lhe despojaram. Passaram por este homem caído três pessoas, um era sacerdote, o outro um levita (que cuidava templo) o terceiro um samaritano. Somente o samaritano acudiu aquele homem ferido e necessitado de socorro.

Em Lucas (10: 36-37) temos que após o relato dessa parábola e vendo a hipocrisia daquele homem, Jesus faz a seguinte pergunta ao seu interrogador:

 - Qual desses três homens te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores? Então, respondeu-lhe o intérprete da lei:
   - E ele lhe disse: O que usou de misericórdia! Então Jesus lhe disse:
  - Vai e procede tu de igual modo.

Nós temos aqui nesse diálogo que a misericórdia daquele samaritano para aquele homem caído, se revelou na dimensão do amor; e amar, é cumprir o mandamento de Deus. Essa parábola nos aponta para o carácter humano que transcende no amor.

Eu gosto de poetas e filósofos e de qualquer pessoa que procede com humanidade para com o próximo, porque neles, encontro as verdadeiras características que um bom samaritano possui.

Há um bom tempo atrás, quando ainda residia no interior de Minas Gerais, um pastor me disse que a Igreja Evangélica não está na obrigação de fazer caridade e que isso é uma coisa da Igreja Católica. Disse-me ele que a grande comissão que Jesus outorgou aos seus discípulos foi o da grande comissão, isso está em (Mateus 28:19).
  - "Ide portanto, fazei discipulos de todas as nações, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo."
  
Interessante, ao relatar a parábola do bom samaritano, Jesus não teceu nenhum comentário à respeito dos religiosos que passaram de largo pelo homem caído pelo meio do caminho. Jesus não atirou pedra neles. Para Jesus, a religião é uma coisa desprezível e obsoleta e por vezes, travestida de uma hipocrisia que deve ser denunciada, desmascarada. Jesus disse e está em Mateus cap 25:15:
  - "Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, porque rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais que vós."

Não quero com esse texto dar glória a homem algum, mas desejo que o nome de Deus seja louvado, sempre que ver a bondade e a solidariedade na vida pessoas que ajudam quem precisa. Quero dizer que eu não temo em ser julgado pelos textos que publico. Eu temo é pela máscara da religião hipócrita que Deus abomina. 

Existem muitos religiosos que se escondem atrás da Bíblia para cometer erros, não só os erros de doutrina, mas do desamor contra o próximo. Nós devemos ter sempre a oportunidade de viver e demonstrar o amor de Cristo. Encerro dizendo:
 
 - "A religião é o único exército que deixa para trás os feridos."
  - "Eu não preciso vestir a farda de uma denominação pra confessar a minha fé."


Obs: Esta é uma reflexão que fiz em Agosto do ano de 2010 e estou reeditando agora...

quinta-feira, 1 de maio de 2025

Deus não está mais aqui...


  Imagem:  iStok


Por: Derval Dasilio


Do jeito que vão as coisas, em breve veremos placas honestas nas portas das igrejas:
  "DEUS PARTIU PARA NÃO MAIS VOLTAR".

Continuando, começo a pensar em Nietzsche, quando escreveu "Zaratustra". O cenário da igreja é lúgubre, ambiente de corvos em árvores secas e vermes emergindo da terra, seguindo o costume da Europa Nórdica de construir cemitérios juntos às igrejas. Como se estas tivessem as respostas finais sobre angústia da vida e da morte.

As roupas litúrgicas negras vestem ministros seguidores da reta doutrina enquanto enterram fiéis com orações solenes, liturgias e réquiens infindáveis para poderosos aristocratas. Critica ácida do filósofo aos representantes das igrejas cristãs, e à religião dominante.

Nietzsche pronuncia: "DEUS ESTÁ MORTO". (na igreja Deus está morto!). (Gott isto). Deus permanece morto. E quem O matou fomos nós! Como haveremos de nós consolar, nós, os algozes dos algozes? O que o mundo possui de mais sagrado e poderoso até agora sucumbiu exange aos golpes das nossas lâminas.

Quem nos limpará desse sangue? Qual a água que nos lavará? Que solenidades de desagravo, que jogos sagrados haveremos de inventar? Refiro-me ao enterro de Deus nos cemitérios das igrejas cristãs que perderam a força transformadora do mundo e se acomodaram em suas doutrinas petrificadas nem Lutero escapou da sua crítica.

O protestantismo histórico vem aceitando passivamente a insignificância do papel estatístico e funcional que lhe cabe para mostrar o que se compreende como "igreja de Deus". Os valores que circulam sobre o Deus ético da fé bíblica são fuidos e dispersivos.

A tradição mais antiga da igreja cristã remonta a Abraão. A assembleia do povo ainda nômade já buscava o lugar de Deus no mundo (ba-makon). O acesso a Deus começa com um reconhecimento, por mais assombroso e incompreensível que pareça, de que Deus não está nem no passado, nem no presente e nem no futuro.

A tenda do encontro, no entanto, é o mundo (Êxodo 33:21): "Eis que há um lugar em mim" (hine makon Iti). Isto é, a tenda é o lugar genérico. "Deus está no mundo, embora não seja do mundo" (Nilton Bonder). Voltemos ao Gênesis (28:10). Jacó foge do seu irmão. Deslocando-se de Berseheba para Haran, cansado, no fim da tarde, ao por do sol, deita-se para repousar e é capturado pela importância do lugar (va-ifga ba-makon). Esse é o lugar (na makon há-há).

Pois bem, o sonho da igreja de Deus começa aqui. Jacó sonha e vê uma escada onde sobem e descem anjos. Ele acorda empolgado: 
"Certamente que há Deus neste lugar e eu não o penetrava". (André Chouraqui, diz que o uso do verbo yaddah também tem o sentido de "saber", além de comum "penetrar"). Um ambiente extraordinário, sabores e sensações fantásticas, memórias da natureza que não podem ser sentidas pela percepção bruta, emocional ou carismática.

Quando se percebe que para produzir algo relevante para a coletividade precisamos obter autorização de quem não produz nada, que o dinheiro da igreja deve fluir em diaconisa e isso não acontece, que atos de compaixão e misericórdia nos tornam apóstatas de uma fé abstrata ou extremamente materialista, que muitos ficam ricos pelo suborno e influência das consciências de fiéis, que se abandona a evangelização e discípulado bíblico em favor de espetáculos divertidos para o povo hipnotizado pela ganância, que as leis do país protegem igrejas materialistas já protegidas pelo corporativismo religioso (quando é que teremos uma CPI para evangélicos corruptos?) que o roubo no altar é aprovado e recompensado com o voto político e que a ética, então podemos afirmar, sem temor de errar, que esta igreja está condenada a ser abandonada permanente por Deus. "SEM DATA PARA VOLTAR".

Pensando como G. Brakemaier, "quando os interesses eclesiástico começam a misturar-se com a mesquinhez e o egoísmo narcisista da coletividade, para legítimar privilégios religiosos a um determinado grupo, quando se transmuta a igreja em curral midiático, temos, de novo, o reino das trevas impondo-se ao Reino de Deus ". Exatamente como Lutero e os reformadores protestantes denunciam.

Isso implica no que falta às comunidades cristãs, que é o aprendizado da fé no evangelho pregado por Jesus. Amor, tradução de compaixão, de ternura para com o sofredor; de misericórdia, na identificação e vivência com o oprimido e suas lutas, de solidariedade na busca e exigência de justiça para todos. E Jesus diz para essa igreja autêntica: "Estou convosco!".

Ultimamente, a igreja gananciosa, soft, divertida, carismática, pretende ocupar o lugar da igreja que se retirou de onde deveria estar (cf. o sonho de Jacó, acima citado), é símbolo da desordedom na linguagem e também do desinteresse quanto à Bíblia e os seus conteúdos (Comunhão: Preferências evangélicas, set. 2012), símbolo do desespero da própria igreja dos nossos dias, que quer visibilidade imagética enquanto se entrega a projetos egoístas e individualistas, símbolo dos privilegiados que desejam subir a "escada de Jacó" deixando para trás o povo que procura Deus para curar suas feridas. Enquanto se afastam da vida vivida, se veem enredados em escândalos infindàveis de corrupção e não enxergam nada de trágico em tudo que expressa a igreja dos nossos dias. Mas o pior está por vir...


Observação: Esse texto, TÃO ATUAL, foi editado no Blog da Editora Ultimato, no dia 07/11/2012. 
Site da Ultimato.

 https://editoraultimato.com.br/conteudo/deus-nao-esta-mais-aqui

Site do Derval Dasilio: https://www.derv.wordpress.com

Obs: O pastor Derval Dasilio é autor dos livros: "Pedagogia da Ganância", "O dragão que habita em nós". Já publicou mais de 100 textos.