segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Deus em amor nos predestinou para Ele – John Stott (1921-2011)



Deus em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos. Esta expressão parece ser a chave para a compreensão das conseqüências presentes da nossa eleição. A eleição tem como objetivo a adoção. Realmente, quando as pessoas nos fazem a pergunta especulativa de por que Deus continuou com a criação quando sabia que seria seguida pela Queda, uma resposta que podemos dar é que ele nos destinou para uma dignidade mais alta do que a própria criação poderia nos outorgar. Pretendia "adotar-nos", fazer-nos filhos e filhas da sua família. E na lei romana (que faz parte do contexto dos escritos de Paulo) os filhos adotivos desfrutavam dos mesmos direitos dos filhos legítimos. O Novo Testamento tem muito a dizer acerca dessa posição de "filiação", dos seus ricos privilégios e das responsabilidades inerentes. Estas duas verdades são mencionadas nestes versículos.

Consideraremos inicialmente o nosso privilégio. Somente aqueles que foram adotados na família de Deus podem dizer: no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, que Deus derramou abundantemente sobre nós (vs. 7-8). Os filhos de Deus, pois, desfrutam do livre acesso ao Pai celestial, e sua confiança diante dele é devida ao conhecimento de que foram redimidos e perdoados. Redenção (apolutrõsis) significava "livramento mediante o pagamento de um preço", e era aplicada especialmente no resgate de escravos. Aqui, é o equivalente a remissão, pois o livramento em questão refere-se a escapar do justo julgamento de Deus pronunciado contra os nossos pecados, e cujo preço foi o derramamento do sangue de Cristo quando de sua morte por nossos pecados na cruz. Desta maneira, a redenção, a re-missão e a adoção caminham juntas; l9a redenção ou a remissão é um privilégio presente que temos e desfrutamos agora. Torna possível um relacionamento filial com Deus. Vem do derramamento abundante da sua graça sobre nós.

Mas a filiação também subentende responsabilidade. O Pai celestial não estraga os seus filhos. Pelo contrário, "nos disciplina para o nosso bem, a fim de sermos participantes da sua santidade". Destarte, as duas declarações de Paulo são paralelas, que "nos predestinou... para a adoção de filhos" (v. 5) e "nos escolheu... para sermos santos". O apóstolo voltará para este tema vital mais tarde: Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados (5:1). É inconcebível desfrutarmos de um relaciona¬mento com Deus como seus filhos sem aceitarmos a obrigação de imitar o nosso Pai e termos as características da sua família.

Assim, pois, a adoção como filhos e filhas de Deus traz consigo um "mais" e um "menos", um ganho imenso e uma perda necessária. Ganhamos o acesso a ele como nosso Pai mediante a redenção ou a remissão. Mas perdemos nossas máculas, a partir da obra santificadora do Espírito Santo, até finalmente sermos perfeitos no céu. A palavra que parece unir o privilégio e a responsabilidade da nossa adoção é a expressão perante ele (v. 4), que significa "à vista dele" ou "na presença dele". Viver a nossa vida conscientes de estarmos na presença de nosso Pai é tanto um privilégio enorme como um desafio constante para agradá-lo.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Espetáculo vazio de conteúdo - João Calvino (1509-1564).


“Se alguém ensina uma doutrina diferente...” – (1Tm 6.3) – 


A palavra no grego é um verbo composto e pode ser traduzido: “ensinar outras coisas”. Mas não há dúvida sobre o seu significado; o apóstolo está condenando todos os que não aceitam esse tipo de ensino, mesmo que não se oponham aberta e irrestritamente à sã doutrina.

É possível não professar um erro ímpio e público, e no entanto corromper a doutrina da piedade através de sofismas ostentosos. Porque, quando não há progresso ou edificação procedente de algum ensino, o afastamento da instituição de Cristo já está concretizado. Mas ainda que Paulo não esteja falando dos confessos originadores de doutrinas ímpias, e , sim, acerca de mestres fúteis e destituídos de verdadeira espiritualidade, que do egoísmo ou avareza deformam a simples e genuína doutrina da piedade, não obstante percebemos quão aguda e veementemente ele os ATACA. E não é de estranhar, pois é quase impossível exagerar o volume de prejuízo causado pela pregação hipócrita, cujo único alvo é a ostentação e o espetáculo vazio de conteúdo. Torna-se, porém, ainda mais evidente, à luz do que segue, a quem precisamente ele está responsabilizando aqui. Pois a próxima cláusula – e não consente com as sãs palavras – é tencionada como uma descrição de homens desse tipo, desviados por tola curiosidade, comumente desprezam tudo o que é benéfico e sólido e se entregam a excentricidades extravagantes, à semelhança de cavalos obstinados. E o que é isso senão a rejeição das sãs palavras de Cristo? São chamadas sãs em virtude de seu efeito de conferir-nos solidez, ou porque são qualificadas para promover a solidez.

“E com a doutrina da piedade... tem o mesmo sentido. Pois ela só será consistente com a piedade se nos estabelecer no temor e no culto divino, se edificar nossa fé, se nos exercitar na paciência e na humildade e em todos os deveres do amor. Portanto, aquele que não tenta ensinar com o intuito de beneficiar, não pode ensinar corretamente; por mais que faça boa apresentação, a doutrinação não será sã, a menos que cuide para que seja proveitosa a seus ouvintes.

“...é enfatuado (soberbo), nada sabe” – Paulo acusa a esses infrutíferos mestres, primeiro de insensatez e de fútil orgulho. Em segundo lugar, visto que o melhor castigo para os interesseiros é condenar todas as coisas nas quais, em sua ignorância, se deleitam, o apóstolo diz que eles nada sabem, embora estejam inchados com argumentos inúmeros e sutis. Não tem nada sólido senão vácuo. Ao mesmo tempo, o apóstolo adverte a todos os piedosos a não se permitirem que se desviam por esse gênero de exibição fútil, mas que, ao contrário, permaneçam firmes na simplicidade do evangelho.

Fonte: http://www.josemarbessa.com/2012/01/espetaculo-vazio-de-conteudo-joao.html

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

[DEVOCIONAL] Dez Razões Para Amar a Verdade - John Piper

Dez Razões Para Amar a Verdade

O perigo do relativismo vulgar 
Com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos. 2 Tessalonicenses 2.10 
Em 5 de maio de 1994, Michael Novak recebeu o 24º Prêmio Templeton para o Progresso da Religião e se dirigiu à assembléia, na Abadia de Westminster, com uma mensagem intitulada “Despertando do Niilismo” (impressa na revista First Things,no 45, agosto/setembro de 1994). Foi um severo ataque aos efeitos terríveis do relativismo no século XX. De todas as lições que podem ser aprendidas dos últimos cem anos a principal é esta: “A verdade é importante”. Eis a sua avaliação do problema fundamental de nossos dias:
Um dos princípios que os intelectuais contemporâneos disseminam com mais intensa paixão é o relativismo vulgar, “niilismo com uma face agradável”. Para eles, é certo que não existe verdade alguma, mas somente a opinião: a minha opinião, a sua opinião. Eles abandonam a proteção do intelecto… Aqueles que se rendem ao domínio do intelecto facilitam o caminho para o facismo. O totalitarismo… é o desejo de poder não impedido por qualquer consideração pela verdade. Sujeitar aos homens as afirmações da verdade é entregar a Terra aos criminosos… O relativismo vulgar é um gás invisível, inodoro e mortal que está poluindo, agora, cada sociedade livre na Terra. É um gás que ataca o sistema nervoso central do esforço moral… “Não existe tal coisa como a verdade”, eles ensinam até às crianças. “A verdade é uma algema. Creia no que parece correto para você. Há tantas verdades quanto há pessoas neste mundo. Siga os seus sentimentos. Faça o que lhe agrada. Viva em harmonia consigo mesmo…” Aqueles que falam deste modo preparam as cadeias do século XXI. Fazem a obra dos tiranos (p. 20-21).
Quando nos aproximamos da Bíblia com essas palavras retinindo em nossos ouvidos, não é surpreendente nem opressivo, e sim emocionante e solene descobrir que a verdade é central. Por quê? Pela simples razão de que Deus é central, e Ele é o fundamento de toda verdade. Eis o que a Bíblia diz. Aprecie isto.
1. A verdade bíblica salva.
“Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes” (1 Timóteo 4.16; ver também Atos 20.26-27, 2 Tessalonicenses 2.10).
2. A verdade bíblica liberta de Satanás.
“Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8.32; ver também 2 Timóteo 2.24-26).
3. A verdade bíblica transmite graça e paz.
“Graça e paz vos sejam multiplicadas, no pleno conhecimento de Deus e de Jesus, nosso Senhor” (2 Pedro 1.2).
4. A verdade bíblica santifica.
“Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (João 17.17; ver também 2 Pedro 1.3,5,12; 2 Timóteo 3.16-17).
5. A verdade bíblica serve ao amor.
“E também faço esta oração: que o vosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção” (Filipenses 1.9).
6. A verdade bíblica protege do erro.
“Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro” (Efésios 4.13-14).
7. A verdade bíblica é a esperança do céu.
“Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido” (1 Coríntios 13.12).
8. A verdade bíblica sofrerá resistência da parte de alguns.
“Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos” (2 Timóteo 4.3).
9. A verdade bíblica, manejada corretamente, é aprovada por Deus.
“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2 Timóteo 2.15).
10. A verdade bíblica: continue crescendo nela!
“Crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pedro 3.18).
Oro para que os efeitos destas palavras bíblicas sejam uma forte convicção de que existe algo chamado verdade em meio a este mundo de “relativismo vulgar”, e que a Bíblia é a Palavra decisiva dAquele que é a Verdade. Se esta convicção criar raízes e se espalhar, não deveríamos estar entre aqueles que “preparam as cadeias do século XXI”. Deveríamos, de fato, ser o verdadeiros libertadores: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8.32). 
Devocional extraído do livro Provai e Vede, de John Piper.
Copyright: © Editora FIEL




 Fonte: http://voltemosaoevangelho.com/blog/2012/01/devocional-dez-razoes-para-amar-a-verdade/

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Deus não tem necessidades! - Josemar Bessa (Fragmentos 6.39 Min)



Fragmentos de sermões pregados por Josemar Bessa – Uma série que semanalmente trará sermões novos para sua meditação.

A oração que nossa geração necessita fazer é esta: “Ensina-nos ó Deus que Tu não tens necessidade... que o homem não pode negociar contigo... 






 Fonte: http://www.josemarbessa.com/2012/01/deus-nao-tem-necessidades-josemar-bessa.html