O paralelo que fiz do título com a imagem foi na intenção de traçar o momento absurdo que vivemos hoje. Nossa época já vem sendo denominada a "Idade da Mídia". Entretanto, infelizmente parece que estamos vivendo um retrocesso no consciente das pessoas, pois foi exatamente na época da Idade Média que as pessoas eram condenadas à morte na fogueira por uma simples acusação ou suspeita de heresia ou bruxaria.
O linchamento de uma mulher inocente ocorrido no início deste mês em Guarujá no litoral de São Paulo, foi uma demonstração de que a violência perpassa o limite da razão. Foi apenas uma notícia que se espalhou como um rastilho de pólvora nas redes sociais que provocou essa injustiça gravada e divulgada.
Vivemos um momento ímpar por todo o nosso país, quando vemos em diversas manifestações o povo clamando por direitos e por justiça social. É legítimo o clamor popular pelo fim da corrupção que se arraigou no meio político e por uma melhor gestão da coisa pública. Porém, sabemos que o governo tem sido bastante omisso no atendimento à demanda da população.
Mas nada justifica que possa existir uma justiça praticada pelas próprias mãos. É assustador saber que a concentração urbana desordenada, a criminalidade e o envolvimento com as drogas por uma população cada vez mais jovem, acabou por deixar o estigma da violência marcar a mente de muitas pessoas.
As Escrituras Sagradas relatam que uma mulher foi levada até Jesus, pois foi apanhada em adultério e de acordo com a lei dos judeus naquela época, ela deveria ser apedrejada. Jesus porém, alem de não condená-la, disse aos seus carrascos: "Aquele que não tem pecado que atire a primeira pedra". Ocorre que todos se retiraram e a seguir Jesus disse para ela não cometer mais aquele ato.
A busca pelo fim da impunidade, tão esperado por todos nós, não pode ser o motivo pelos quais se violarão os direitos individuais. Precisamos hoje que o clamor por justiça seja coberto pela misericórdia e pelo amor.
Fonte: http://razaodaindignacao.blogspot.com.br/