Por Josemar Bessa
“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo” - Romanos 5:1 – Mas ainda estamos em guerra, e por isso experimentamos a vida como uma batalha. Na verdade, muitas vezes experimentamos mais tumultos e lutas agora, porque não estamos mais em sintonia com o mundo em que vivemos, não estamos em sintonia com as exigências e desejos da carne e não estamos em sintonia com o príncipe deste mundo.
É assim que devemos enxergar as promessas de paz do Novo Testamento. Não nos foi prometido tranquilidade, portanto, não há nenhuma razão para estar decepcionado com o calor da batalha e as dores que dela vem.
Na verdade, em João 16:33, Jesus diz que nesta vida teremos problemas aflitivos. Mas nós temos a alegria de saber que através da cruz agora estamos em paz com Deus. Ele era o nosso inimigo, estava contra nós, que vinha a nós em juízo. Mas agora ele é nosso amigo e nosso Pai. E isso significa que nós podemos descansar de nossa luta por justiça e o medo do julgamento.
Tome-se, por exemplo, Filipenses 4:6-7: " Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e pela súplica, com ações de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus. " Paulo não está prometendo uma vida fácil ou até mesmo sensação de serenidade.
Ele está dizendo que sabemos que estamos reconciliados com Deus - e, portanto, Deus agora é por nós – e guardará os nossos corações de ansiedade.
Então você lida com a ansiedade lutando contra a incredulidade. E você batalha contra a incredulidade ao meditar na Palavra de Deus e orando por ajuda do Espírito Santo.
Ambos são necessários, o Espírito e a Palavra. Nós lemos as promessas de Deus e oramos pela ajuda de seu Espírito. Que limpa nossos olhos da poluição do mundo para que possamos vem o “bem-estar” que Deus planeja para nós: “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz, e não de mal...” - Jeremias 29:11. Quando nosso crer cresce forte, expele toda a ansiedade.
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Quando estamos ansiosos sobre algo novo e ameaçador, enfrentamos a batalha da ansiedade com a promessa: “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça.” - Isaías 41:10
Quando em meio a batalha o medo de nossa vida ser inútil na proclamação do evangelho a batalha contra a incredulidade que gera ansiedade... é atacado com a promessa de Isaías 55.11: “Assim será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei.” - Isaías 55:11
Quando a fraqueza física... me enchem de ansiedade por nos tornar incapazes de realizar o que é necessário batalhamos contra ela com a promessa de Cristo: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.” - 2 Coríntios 12:9 – “Sua força será como o seu dia” (Deuteronômio 33.25)
Quando na batalha estivermos diante de decisões difíceis, lutamos contra a ansiedade produzida com a certeza da promessa: “Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os meus olhos.” - Salmos 32:8
Quando o inimigo na batalha se mostra grandemente poderoso, oponentes se multiplicam, a batalha contra a ansiedade que isso produz é vivida abraçando a promessa clara: “"Se Deus é por nós, quem será contra nós!" ( Romanos 8:31 ).
Quando sinto que não há força física suficiente, quando a doença invade o lar, quando a saúde se esvai... lutamos firmes com a promessa de que “sabendo que a tribulação produz a paciência, E a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.” - Romanos 5:3-5
Quando a idade chega, e em nossa velhice o velho coração do soldado começa a temer em meio a batalha, combatemos com a promessa segura: “E até à velhice eu serei o mesmo, e ainda até às cãs eu vos carregarei; eu vos fiz, e eu vos levarei, e eu vos trarei, e vos livrarei.” - Isaías 46:4
Quando a morte se aproxima, quando o velho soldado tende a ficar ansioso diante de tão grande inimigo, combatemos com a verdade querida que nos diz: “Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor.” - Romanos 14:7-8
Em nenhum momento até o final, a guerra tem fim aqui. Nossa paz está simplesmente em que mudamos de lado na batalha, estando ao lado de Deus, outrora inimigo, agora esse Deus infinito em poder e glória, é por nós – aí reside todo o poder de nossa paz.
Fonte: http://www.josemarbessa.com/2015/02/nao-ha-razao-para-estar-decepcionado.html
sábado, 14 de março de 2015
domingo, 8 de março de 2015
Diamantes em fundas
Por Leonel Elizeu Valer Dos Santos
“E tomarás duas pedras de ônix e gravarás nelas os nomes dos filhos de Israel... porás as duas nas ombreiras do éfode, por pedras de memória para os filhos de Israel; Arão levará os seus nomes sobre ambos os seus ombros, para memória diante do Senhor.” Êx 28; 9 e 12
Embora memória seja abstrata, em dado momento carece de um “HD”. Algo palpável. Então, o Senhor ordenou que o manto sacerdotal contivesse doze pedras preciosas simbolizando as tribos de Israel. Assim, uma faculdade da mente seria estimulada também pelo auxílio das vistas.
Desse viés natural em seres imanentes e transcendentes como nós, deriva o insano culto da idolatria. Confeccionar coisas visíveis para chegar às invisíveis. A questão não é o método, dado que o próprio Deus preceituou; antes, o mérito, uma vez que os ídolos cultuados são de gestação humana e concorrem usurpando o lugar que pertence ao Eterno.
A própria celebração da páscoa dos judeus e da ceia dos cristãos, são “ídolos” do bem; ritos que trazem à memória a salvação do Egito àqueles, e do pecado a esses.
Vivemos dias difíceis no que tange aos domínios da memória; quanto maior a gama de dados assimilados, menor a chance de se evocar seletivamente. A velocidade da vida moderna, as amplas possibilidades de “relacionamento” virtual prendem nossas mentes num desfile linear ininterrupto, tolhendo os “breaks” cíclicos necessários ao exercício saudável da memória. Simplificando: Não paramos mais para pensar.
Isso nos veta o rebuscar de coisas boas que são antídotos ao desânimo e estímulos à fé. Certa letra de um hino capta bem, pois, diz: “Conta as bênçãos, dize-as quantas são; recebidas da Divina mão; uma a uma; dize-as de uma vez, e verás surpreso quanto Deus já fez.”
Às vezes, contudo, mesmo que “o mar vermelho” tenha sido aberto ante nossos pés, esquecemos; à menor contrariedade tendemos a duvidar dos cuidados do Santo.
O Seu “HD” que nos humilha não O deixaria fazer isso. “Porventura pode uma mulher esquecer-se tanto de seu filho que cria que não se compadeça dele? Mas ainda que esta se esquecesse dele, contudo eu não me esquecerei de ti. Eis que nas palmas das minhas mãos eu te gravei;...” Is 49; 15 e 16
Se alguém poderia duvidar, deprimir-se, dado o contexto, era o profeta das lágrimas, Jeremias; que profetizou e contemplou a derrocada de Jerusalém. Todavia, em meio aos seus muitos lamentos ainda fez bom uso da memória. “Disto me recordarei na minha mente; por isso esperarei. As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; novas são cada manhã; grande é tua fidelidade.” Lam 3; 21 a 23
Tiago, por sua vez denunciou aos de memória fugaz; ouvem a Palavra eventualmente, mas, não assimilam a ponto de praticarem; escoa entre os dedos da dispersão. “sede cumpridores da palavra, não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra, não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla no espelho o seu rosto natural; porque contempla a si mesmo, vai-se, e logo esquece de como era.” Tg 1; 22 a 24
Acontece que expomos nosso “si mesmo” em fotos cuidadosas, nos melhores ângulos, para serem “curtidas”. E O Espírito Santo não entende nada de fotografia, quase sempre nos deixa mal quando nos revela. Na verdade possui outro conceito de beleza; santidade.
Assim, “publica” nossas fotos para nossas próprias consciências, para quê, advertidos devidamente e por Ele ajudados, possamos ficar bem na foto que será apresentada ao Pai, para que Ele curta.
Então, enquanto o mundão não para sua célere produção de novidades, Ele segue buscando as mesmas coisas.
Fico triste quando leio açodos de gente que não pensa e “filosofa” rumo ao hiper-ativismo dado que a vida é curta. Como se, o fim da mesma fosse fazer muitas coisas, invés das coisas certas. É fácil bravatear: “Só me arrependo do que não fiz.” Difícil é convencer a si mesmo sobre o travesseiro quando se fez uma besteira das grandes.
Aliás, outro efeito colateral das facilidades virtuais é que todo mundo virou mestre. Basta um control c control v no que gosta para sair vendendo “suas” verdades, que, na maioria das vezes desconhece.
Nem se trata de memória fraca, mas, consciência cauterizada daquele que consegue praticar barbaridades morais, e vender “santidades” virtuais.
Afinal, embora a fé seja o “firme fundamento das coisas que não se vê,” sua prática traz resultados visíveis. “Não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte.”
A pedra que evoca o que Cristo fez é o testemunho de uma vida transformada. Sentenças sábias em vidas dissolutas não passam de pedras preciosas usadas em fundas.
domingo, 1 de março de 2015
O que significa abandonar o primeiro amor? (Série: Igrejas de Apocalipse – Éfeso)
Por: Dennis Johnson
Éfeso era o lugar de situação da primeira congregação que Jesus abordou no Apocalipse e o Novo Testamento nos diz mais acerca da história dessa igreja do que acerca de qualquer das demais. Plantada por Paulo durante uma breve visita, essa congregação foi alimentada por Priscila e Áquila, cooperadores de Paulo, e depois pelo eloquente expositor Apolo (Atos 18.19-28). Em seguida, Paulo retornou a Éfeso para um extenso período de ministério (três anos), marcado pela vitória do evangelho e do Espírito de Cristo sobre os poderes demoníacos e os aguerridos interesses comerciais em torno do mundialmente famoso templo de Ártemis que havia na cidade (19.1-41). Depois, despedindo-se dos presbíteros efésios, Paulo os convocou a serem vigilantes em proteger as ovelhas de Deus dos “lobos vorazes” e falsos pastores (20.29-30). Escrevendo da prisão ainda mais tarde, Paulo convocou essa igreja à “unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus”, uma maturidade que os capacitaria a permanecer firmes contra a “artimanha dos homens” e a “astúcia com que induzem ao erro” (Efésios 4.13-14). O apóstolo insistiu para que a igreja exercesse o discernimento teológico: “Ninguém vos engane com palavras vãs” (5.6).
Agora, em sua revelação a João, o Senhor da igreja se identifica como aquele que “conserva na mão direita as sete estrelas e que anda no meio dos sete candeeiros de ouro” (Apocalipse 2.1), governando as suas igrejas e habitando nelas por meio do seu Espírito, à medida que elas mantêm acesa a luz do evangelho em um mundo espiritualmente anoitecido.
Ao andar por entre as suas igrejas, muito do que Jesus vê em Éfeso atrai a sua aprovação. A igreja guardou no coração as advertências de Paulo quanto aos predadores de fora e os enganadores de dentro; por isso, Jesus elogia a igreja por seu discernimento teológico em expor apóstolos fraudulentos (v. 2) e recusar-se a tolerar os nicolaítas, cujo comportamento o próprio Cristo odeia (v. 6). A perspectiva dos nicolaítas, sem dúvida, era bem conhecida das igrejas do primeiro século, mas nós hoje devemos ser cautelosos em descrever o seu erro. A partir da reprovação de Jesus à igreja em Pérgamo (a qual, diferente da igreja efésia, tolerava o seu ensino), nós inferimos que os nicolaítas, assim como Balaão muito tempo antes, seduziam o povo de Deus à prática da imoralidade sexual e aos banquetes idólatras (vv. 14-15).
A recusa dos efésios em tolerar as práticas nicolaítas pode estar relacionada a outra qualidade pela qual Cristo os elogia: por causa do nome de Jesus, eles suportaram o sofrimento, sendo marginalizados em uma cidade na qual a vida econômica era governada pelo crescente turismo religioso e pelo setor bancário, ambos associados ao Templo de Ártemis, assim como pela fama de Éfeso como um centro de artes ocultas (ver Atos 19.19-41). Recusar-se a participar das celebrações pagãs das corporações de ofício de Éfeso e de seu celebrado marco era arriscar-se à ruína financeira, mas esses cristãos estavam “[suportando] provas por causa do [seu] nome” (Apocalipse 2.3).
Contudo, Jesus também encontrou uma falha em sua congregação “valente pela verdade”: “abandonaste o teu primeiro amor” (v. 4). Alguns pensam que o “primeiro amor” do qual Éfeso havia caído era a sua devoção ao próprio Cristo. Todavia, diferentemente das problemáticas igrejas em Pérgamo, Tiatira, Sardes e Laodiceia, a igreja efésia não era culpada de flertar com os inimigos de Cristo nem de esfriar em seu zelo por seu Rei. Faz mais sentido concluir que o “teu primeiro amor”, que havia esmorecido, era o seu amor uns pelos outros. Paulo havia ensinado àquela igreja que a sua saúde enquanto corpos de Cristo dependia de “falar a verdade em amor” (Efésios 4.15). Mas parece que aquele importante qualificador – “em amor” – havia sido menosprezado em sua zelosa defesa da verdade. As suas palavras eram fiéis à Palavra, mas eles estavam falhando em “[voltar] à prática das primeiras obras” (Apocalipse 2.5).
Manter-se firmemente agarrado a ambos os pilares – verdade e amor – é um desafio constante para pecadores redimidos, que oscilam como pêndulos de um extremo a outro. Com muita frequência, igrejas e seus líderes ou permanecem firmes em favor da verdade bíblica de um modo vigoroso, mas sem amor, ou então preservam uma aparente unidade e amor, porém à custa da verdade. Certamente, quando a verdade do evangelho verdadeiramente alcança nosso coração, isso resulta em amor pelos outros; e, do mesmo modo, o amor que agrada a Jesus cresce apenas no solo fértil da fidelidade à verdade divina. A solene ameaça de Jesus de remover o candeeiro efésio – de apagar o testemunho de amor pela verdade daquela congregação em meio à sua comunidade pagã – nos mostra quão seriamente ele considera a sua ordem de unirmos a fidelidade doutrinária à Bíblia ao amor sacrificial pelos santos.
Contudo, a sua palavra final não é de ameaça, mas de promessa. Falando não apenas a uma igreja, mas a todas, ele faz uma promessa “ao vencedor”. Assim, “vencer” o maligno é combinar o compromisso com a verdade de Cristo a um ardente amor por sua família. A esses vencedores, o descendente da mulher, que foi ferido mas venceu, há de abrir o paraíso, dando do fruto da árvore da vida àqueles que falam a verdade em amor (2.7).
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