sábado, 30 de abril de 2016
Os Campeões de Deus
Por Leonel Elizeu Valer Dos Santos
“Então, também eu a ti confessarei que a tua mão direita te poderá salvar.” Jó
40;14
O advérbio, “então” refere-se a determinado caso, ou, momento. As palavras acima são de Deus, que, após propor a Jó algumas tarefas Divinas, disse que, se ele as executasse, O Próprio Criador reconheceria que o desafiado poderia salvar a si mesmo.
E, olha que Jó era um homem justo, tanto que, o Mesmo Senhor dissera que era reto, temente, e se desviava do mal.
Acontece que o mais alto padrão de justiça humana ainda fica mui aquém do parâmetro Divino. Isaías chutou o pau da barraca: “Todos nós somos como o imundo, nossas justiças como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, as nossas iniquidades como um vento nos arrebatam.” Is 64;6
Mesmo que sejamos justos em nossas relações interpessoais, e devemos ser, ainda estaremos distantes das aspirações do Santíssimo. O salmista expressou nossa impossibilidade redentora: “Aqueles que confiam na sua fazenda, se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles, de modo algum pode remir seu irmão, ou dar a Deus o resgate dele, pois, a redenção da sua alma é caríssima...” Sal 49;6 a 8
Esse valor, entretanto, não se mensura em bens, riquezas materiais, mesmo, justiça horizontal; pois, nesse caso, um justo como Jó serviria para desfazer o mal feito por Adão.
A demanda celeste era “um pouco” mais alta. Buscou para o Sumo Sacerdócio um, “Que não foi feito segundo a lei do mandamento carnal, mas, segundo a virtude da vida incorruptível. Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, feito mais sublime do que os céus; que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, depois, pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez, oferecendo a si mesmo.” Heb 7;16, 26 e 27
Gostemos da assertiva ou não, os melhores de nós, humanos, não passam de layouts, esboços grosseiros da arte final almejada por Deus. “Os melhores homens que conheci, - disse Spurgeon - estavam sempre descontentes consigo mesmo, em busca de algo que os tornasse ainda melhores.” Eis uma virtude que Deus preza: Humildade, reconhecimento de nossas imperfeições, falhas, e, anseio por aperfeiçoamento.
Afinal, nosso parâmetro proposto não é Jó, malgrado sua justiça, mas, Cristo, Sua Justiça e Santidade. “Querendo o aperfeiçoamento dos santos para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” Ef 4;12 e 13
Um dos traços mais marcantes da Estatura Espiritual de Cristo era sua capacidade de manter-se Íntegro, Santo, em meio às adversidades. Nós, por nossa natureza frágil e comodista tendemos a querer facilidades, mesmo em ambientes adversos.
Os vencedores da Terra ganham coroas, faixas, troféus, medalhas... os do Céu, chagas, perseguições, calúnias, ódio... Nossa vitória, enquanto na Terra, não consiste numa chegada, antes, numa travessia perseverante.
Quantas vezes contemplamos alguém sofrendo por causa da justiça e “ajudamos”: “Confie, vai dar tudo certo”. Ora, quem sofre injustiças, perseguições, danos, e não abdica de seu temor a Deus, da prática das melhores obras, não carece que “dê tudo certo”, para tal, já deu. Cristo vence nele!
Uma canção, cujo autor, ignoro, traz: “Um campeão se mostra na derrota”. Não sei qual a luz espiritual tem quem escreveu, mas, se refere-se aos campeões de Deus, com certeza, disse muito bem. Aquilo que soa derrota aos olhos naturais é o triunfo dos de visão espiritual. Foi no auge da “derrota” que o Campeão do Campeões disse: “Está consumado”. Eu venci, acabou.
Paulo, na iminência de sua execução, invés de portar-se como perdedor, sua despedida foi de um grande campeão: “Porque já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual, o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; não somente a mim, mas, a todos os que amarem sua vinda.” II Tim 4;6 a 8
Em momento algum rogou pela sua vida, antes, descansou seguro na Justiça de Deus, mesmo em face à morte. Vencedores assim são os mais eloquentes. Nenhum deles carece sair apregoando que venceu, pois, a própria vitória se encarrega de esculpir isso em alto relevo na rocha do testemunho.
Em suma, a justiça própria é incapaz, como Deus dissera a Jó, mas, a de Cristo imputada ao Seus, satisfaz ao pleito dos Céus. Nossa justiça é necessária, como servos de Deus; porém, redentora é apenas a Dele, a do “Senhor, Justiça Nossa.”
Fonte: http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/os-campeoes-de-deus-1
quinta-feira, 21 de abril de 2016
O pior tipo de mal é o tipo errado de amor!
"O pior tipo de mal é o tipo errado de amor, o amor que agarra e possui, em vez de afrouxar e ser libertador. . . .
Isso é declaração final de C. S. Lewis sobre o mal. Essencialmente, é o tipo errado de amor. . . . O que o homem mau chama de amor é apenas uma espécie de fome que visa o consumo total das vidas emocionais dos que o rodeiam.
O que ele chama de justiça é a concessão egoísta do seu próprio bem-estar e prazer, seja na vida pessoal ou em uma escala universal. E o que ele chama de bem é somente o que irá beneficiar seus próprios objetivos em detrimento ou apesar das necessidades das pessoas ao seu redor. Ele não é mau porque ele deseja ser um homem mau, mas "porque ele não pode fazer mais nada, a não ser viver focado em seus próprios desejos estreitos e autocentrados.
Janice Witherspoon Neulieb, reviewing Till We Have Faces by C. S. Lewis, 28 March 1975, page 16.
Fonte: http://www.josemarbessa.com/2016/04/o-pior-tipo-de-mal-e-o-tipo-errado-de.html
sábado, 16 de abril de 2016
Haja Luz!
Por Leonel Elizeu Valer Dos Santos
“Orou Eliseu: Senhor, peço-te que lhe abras os olhos, para que veja. O Senhor abriu os olhos do moço, e viu; o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu.” II Rs 6;16 e 17
Uma situação inusitada; um exército numeroso em busca de um homem, apenas, Eliseu. O rei da Síria, ao saber que suas escaramuças militares eram previstas pelo profeta, por isso, frustradas, decidiu acabar com a festa. Mandou seu exército cercar a cidade de Dotã, e prender o desafeto. O moço que acompanhava Eliseu, ao deparar com o cerco assustou-se. Mas, o profeta orou para que O Senhor lhe abrisse os olhos, e, feito isso, viu um exército ainda mais numeroso, de hostes celestiais a protegê-los.
Quando intentaram o ataque, Eliseu orou uma vez mais; foram feridos de cegueira, conduzidos a Samaria e entregues ao rei, como prisioneiros.
Entre outras coisas, esse incidente realça duas visões distintas; a natural, e a espiritual. O Jovem, com seus olhos naturais, tudo o que pode ver foi o perigo, a ameaça; o profeta, com sua relação estreita com Deus, via além; a providência, o livramento.
Ah, a juventude! A dita primavera da vida, onde floresce o vigor do corpo e turba a visão do espírito! Se tais soubessem a importância de se aconselharem com os de, mais visão, os mais experimentados antes de suas decisões vitais. Mas, geralmente, “O sangue novo não obedece a um velho mandamento”, como dizia Voltaire.
Em muitos momentos de Seu Ministério O Salvador curou cegos. Entretanto, a cegueira espiritual, raramente é admitida, de modo que, sequer, os doentes buscam a cura.
Interessante que essa foi a “arma” que deu livramento ao profeta. Orara par que seu moço visse mais; depois, para que o exército inimigo visse menos.
Isso coaduna-se com algo que O Salvador falou na parábola dos talentos: Ao que tem, se lhe dará, terá em abundância; ao que não tem, até o pouco que tem ser-lhe-á tirado.
Muitas dores nem seriam dolorosas se, lográssemos ver as coisas além do aspecto natural. Oro e as coisas ficam piores, reclama alguém. “Pedis e não recebeis porque pedis mal”, ensina Tiago. Imaginemos dois filhos ante um Pai sábio: Um pede dinheiro para material escolar; outro, para comprar drogas; qual seria atendido?
Muitas coisas que devaneamos como bênçãos no prisma espiritual não passam de drogas letais, que podem tolher nossa salvação. Natural que um Pai Amoroso como Deus, não nos “abençoe” como queremos. Nesse caso, convém a oração de um Eliseu por nós: “Senhor, abre seus olhos para que veja!”
A miopia espiritual, ou mesmo, cegueira, não combinam com um filho de Deus. Naquele evento foram cegados os inimigos do profeta; no nosso tempo, o são, os que se fazem inimigos de Deus abraçando a incredulidade em vez da fé. “Mas, se ainda nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor 4;3 e 4
Ora, alguns, instados por falsos mestres devaneiam com facilidades na vida espiritual. Ignoram voluntariamente que somos peregrinos em terra inóspita, adversa, e, tanto quanto mais próximos de Deus estivermos, maiores adversidades enfrentaremos. Como Eliseu, íntimo do Senhor, foi caçado pelo exército inimigo. Falsos mestres induzem incautos a pensarem que o Evangelho é para que as pessoas vivam melhor, quando, na verdade, admoesta a que morram melhor.
Nossas motivações mesquinhas, egoístas, naturais, têm que ser pregadas na cruz; se, queremos pertencer ao Santo. Quando oramos pelo suprimento das mesmas estamos rogando por drogas, não contemos com Santo Favor, nesses casos.
Nem podemos ignorar que, não! Também é resposta. Os nãos à vontade natural são sins do amor Divino. Muitas vezes nossos próprios desejos insanos são as ameaças que nos cercam. Ampliar a visão, nesses casos, é entendermos a Vontade Divina, e a ela, nos amoldarmos invés de, como Paulo, darmos murros em pontas de facas.
Lembrei da história de dois missionários que serviram no exterior por meio século; ao retornarem jubilados, esperavam ser recebidos com honras. Foram ignorados. O homem furioso saiu remoer mágoas; desafiou a esposa que orasse perguntando se era assim que o Senhor honrava quem lhe serviu uma vida toda, ao chegarem em casa.
Quando voltou perguntou se ela orara. Disse que sim. E qual foi a resposta? “Ele disse que ainda não chegamos em casa”. Que O Senhor nos abra os olhos para que melhor nos situemos na batalha!
Paremos de tentar influenciar O Eterno com nossas lamúrias, e deixemos que Ele nos aperfeiçoe pela Sua Palavra.
Fonte: http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/haja-luz
sábado, 9 de abril de 2016
Como viver com Integridade em um Mundo de Corrupção?
Por Hermisten Maia
“A prática do suborno confere ao homem a sensação de ser senhor da história. Na pressuposição de que todo homem tem seu preço, posso reger o meu destino. Deste modo, meus recursos se constituem em meu Deus, por meio do qual manipulo quaisquer situações adversas. O meu poder de persuasão, sedução, barganha e compra é a minha lei. A soberania de Deus é banida, o seu trono e cetro me pertencem. Desta forma, pensa poder dizer: “As minhas mãos dirigem meu destino”. Fútil e perigosa ilusão. Deus continua no controle. Vê todas as coisas, e não se agrada dessa prática.”
Somos tentados a buscar uma teologia que se enquadre às nossas próprias expectativas. Por isso, o que um povo crê diz muito acerca de seus valores éticos. Corações justificadas buscarão conhecer ao Deus da justiça, enquanto corações corruptos buscarão adorar a um deus corrupto. No seu lançamento, “Vivendo com Integridade: Um estudo do Salmo 15“, o Rev. Hermisten Maia destaca:
O fato é que os princípios éticos de um povo nunca estarão em um nível superior ao da sua religião. A religião como produto cultural expressará sempre os limites subjetivos do real e, consequentemente, os anseios de um povo. Neste caso, a descrição de Feuerbach (1804-1872) é correta: “A religião é uma revelação solene das preciosidades ocultas do homem, a confissão dos seus mais íntimos pensamentos, a manifestação pública dos seus segredos de amor”.
As bem conhecidas críticas de Xenófanes (c. 570-c.460 a.C.), Heráclito (c. 540-480 a.C.) e Empédocles (c. 495-455 a.C.) à religiosidade grega são ilustrativas. Cito aqui apenas Xenófanes:
Homero e Hesíodo atribuíram aos deuses tudo o que para os homens é opróbrio e vergonha: roubo, adultério e fraudes recíprocas. Como contavam dos deuses muitíssimas ações contrárias às leis: roubo, adultério, e fraudes recíprocas. Mas os mortais imaginam que os deuses são engendrados, têm vestimentas, voz e forma semelhantes a eles. Tivessem os bois, os cavalos e os leões mãos, e pudessem, com elas, pintar e produzir obras como os homens, os cavalos pintariam figuras de deuses semelhantes a cavalos, e os bois semelhantes a bois, cada (espécie animal) reproduzindo a sua própria forma. Os etíopes dizem que os seus deuses são negros e de nariz chato, os trácios dizem que têm olhos azuis e cabelos vermelhos.
A fé cristã, no entanto, parte de um Deus transcendente, pessoal e que se revela. O Deus que fala e age, sendo o seu agir uma forma do seu falar. Este Deus é santo. Por meio de sua Palavra, ele exige de seu povo santidade. A justiça é uma das expressões da santidade. Por isso, Deus instruiu aos juízes a fim de que não fossem passionais e interesseiros na formulação de seus juízos, o que os impediriam de enxergar com clareza a causa proposta.
O suborno corrompe o que o homem tem de mais íntimo, sendo a sede de sua razão, emoção e vontade do seu coração: “Verdadeiramente, a opressão faz endoidecer até o sábio, e o suborno (mattanah – dádiva, presente) corrompe o coração” (Ec 7.7).
Hermisten Maia: É Ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil, integrando a Equipe de Pastores da IPB de São Bernardo do Campo, SP. Bacharel em Teologia, Licenciatura Plena em Filosofia e Pedagogia. É Mestre e Doutor em Ciências da Religião pela UMESP. Autor de vários livros publicados pelas principais editoras evangélicas do Brasil. Membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil e Academia Paulista Evangélica de Letras. Coordenador do Departamento de Teologia Sistemática e professor de Teologia Sistemática, Teologia do Culto e Teologia Contemporânea no Seminário Presbiteriano (JMC); Diretor da Escola Superior de Teologia, Professor e Pesquisador do Programa e Pós-Graduação em Ciências da Religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP). É Casado e tem dois filhos.
Fonte: http://voltemosaoevangelho.com/blog/2016/04/como-viver-com-integridade-em-um-mundo-de-corrupcao/
terça-feira, 5 de abril de 2016
Estrelas incompreendidas
Por Leonel Elizeu Valer Dos Santos
“Os que forem sábios resplandecerão como o fulgor do firmamento; os que a muitos ensinam a justiça, como as estrelas, sempre, eternamente.” Dn 12;3
Temos um exemplo de paralelismo sinonímico, comum na poesia hebraica, onde, a mesma coisa é dita duas vezes, porém, de modo diferente; assim: a) “Os que forem sábios resplandecerão como o fulgor do firmamento; b) “Os que a muitos ensinam a justiça, (resplandecerão) como as estrelas, eternamente. Então, temos o ser sábio, equacionado a ensinar justiça; resplandecer como o firmamento, a resplandecer como estrelas.
Mais do que a essência dos sábios em si, a meu ver, o texto onde Daniel vaticina os últimos dias, aponta para as circunstâncias adversas à sabedoria que reinariam então. Como as estrelas só podem ser vistas no escuro, assim, num cenário de total inversão de valores, trevas morais, eventual justo seria notado em destaque, como uma estrela à noite.
Isaías, vaticinando o ressurgimento de Jerusalém, para Deus, também o fez num cenário de contraste. “Levanta-te, resplandece, porque vem a tua luz, a glória do Senhor vai nascendo sobre ti; porque as trevas cobriram a terra, a escuridão os povos; mas, sobre ti o Senhor virá surgindo, sua glória se verá sobre ti.” Is 60;1 e 2
Diverso do devaneio ufanista de alguns, que nos últimos dias a Igreja viverá um avivamento, o contexto sugere apostasia; as trevas cobrem a Terra, junto subsome uma igreja apóstata, mundanizada; Deus, volta Sua Graça para o povo da Promessa, os Judeus, tipificados profeticamente por sua Capital espiritual, Jerusalém.
Ao escopo de tais profecias, diria que o cenário não poderia ser mais “adequado” que o atual; digo, as trevas cobrem a Terra, eventuais justos, hão de ser perseguidos, caluniados, pois, a Luz de Deus, que os faz assim, incomoda seres de hábitos noturnos afeitos ao escuro.
A Palavra de ordem no Reino de Deus é santificação; na Terra, tolerância; O Eterno desafia à separação espiritual, o mundo prepara o Ecumenismo; o amor que, “folga com a verdade”, é relido de modo a folgar com as múltiplas paixões carnais, mesmo, as degeneradas. Com efeito, falta luz na Terra.
Na verdade, usamos essa expressão: “Faltou luz” quando ocorre uma queda de energia elétrica, mesmo que estejamos à luz do dia. É múltipla a utilidade da energia, mas, a luz é a mais visível, a mais abrangente. A energia não é a luz, porém, possibilita essa geração, conduzida às lâmpadas equipadas com engenhos que facultam a luminescência.
Em nossas casas usamos interruptores que permitem-nos, decidir quando queremos luz, quando, não. De semelhante modo, a Luz Espiritual deriva de uma Fonte de Energia que a Bíblia nomina, Espírito Santo, sem Ele não se vê na dimensão espiritual. “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus... O que é nascido da carne é carne, o que é nascido do Espírito é espírito.” Jo 3;3 e 6
A “rede” que o conduz ao encontro das pessoas, são os milhares de mensageiros que anunciam Seu Produto, A Palavra de Deus. “Lâmpada para meus pés é a Tua Palavra; Luz para o meu caminho.” Sal 119;105 “O Senhor deu a palavra; grande era o exército dos que anunciavam as boas novas.” Sal 68;11
Nossas almas em particular, também são dotadas de “interruptores” que permitem escolhas quanto à incidência, ou não, da Luz; esses, chamamos, livre arbítrio.
A luz espiritual, o conhecimento traz certa dor; “...o que aumenta em conhecimento, aumenta em dor.” Ecl 1;18 E, a dor que nos desnuda ao conhecermos nossa própria maldade é que tem feito muitos “desligarem a luz” para se esconderem temendo o processo de cura. “A condenação é esta: A luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20
A forma preferida desse mundo “apagar a luz” tem sido relativizar O Absoluto, redefinir valores eternos, ao gosto do paladar viciado dos pecadores. A maldição das trevas acaba sendo consequência inevitável. “Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos, quebrado a aliança eterna. Por isso a maldição consome a terra;...” Is 24;5 e 6
Ainda que os reflexos de evitar a luz sejam morais, no fundo, a crise é pela falta de amor, pelo egoísmo. Olavo Bilac versou, noutro contexto, algo que encaixa aqui, disse: “E eu vos direi: amai para entende-las! Pois, só quem ama pode ter ouvido capaz de ouvir e de entender estrelas.”
Fonte: http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/estrelas-incompreendidas
sábado, 2 de abril de 2016
O Sermão da Montanha – Aqueles que choram
Por Alexandre Milhoranza
No Sermão da Montanha, após Jesus tratar sobre os pobres de espírito, ele continua a inverter a ordem natural do pensamento do mundo, pois este tenta evitar a todo o custo o choro e as lágrimas. Somos sempre aconselhados a esquecer os nossos problemas e as nossas preocupações, pois a proposta é sempre a mesma: “seja o mais feliz possível esquecendo-se seus problemas”.
Mas Jesus afirma que aqueles que choram são felizes. Em um primeiro momento isso nos parece um paradoxo. Mas qual é a razão das Lágrimas ?
Desde a primeira bem-aventurança Jesus trata das questões espirituais. Jesus fala da condição humana quando o homem está diante de Deus. Portanto, Jesus trata a respeito do nosso estado interior.
É interessante notar que, neste contexto, a expressão que Mateus usou para “aqueles que choram” quer dizer chorar a morte de alguém ou mesmo se sentir culpado. Quando estudamos as bem-aventuranças em geral, vemos que elas incluem o exame constante de si mesmo.
Esta bem-aventurança está ligada à primeira. Ou seja, quando nos reconhecemos pobres em espírito, isto é, nosso afastamento de Deus, nós nos lamentamos, pois o afastamento de Deus representa a nossa própria morte. E nós choramos por isso.
A vida cristã nos obriga a uma sondagem profunda dos nossos corações. Em nossos corações há apenas o vazio do pecado. E nós não sabemos mais o que é o pecado. O pecado trata-se do nosso afastamento de Deus. Assim, é necessário mudarmos o sentido que nós damos ao pecado, pois ele ultrapassa a classificação de “fazer” e “não fazer”.
Pode ser que não choremos mais, pois no fundo cremos que estamos fazendo todas as coisas da maneira correta. Porém, antes de fazer qualquer coisa nós somos. E o que nós somos realmente? Esta é a questão ! Quando nós compreendemos aquilo que nós somos, nós choramos por causa da nossa situação de vida em relação ao nosso Criador.
Nós seremos felizes somente quando nós compreendermos a nossa pobreza espiritual. E esta pobreza nos levará a chorar. E quando nós reconhecemos nosso estado de miséria, aí está a nossa salvação.
O ponto chave no Sermão da Montanha é a consciência de estar diante de Deus, olhar a sua santidade, depois olhar-se a si mesmo e reconhecer a sua pobreza e Miséria em relação a Deus. Esta atitude nos levará a chorar. Neste momento nós choramos, mas somos felizes, pois somos consolados pelo Espírito Santo.
O termo utilizado no Sermão da Montanha para “ser consolado” é um termo também utilizado para se referir ao Espírito Santo. Assim, quando nós reconhecemos o nosso estado de pobreza somos consolados pelo Senhor, pois ele nos enche com o seu espírito santo. Esta é a verdadeira felicidade do discípulo de Jesus.
Fonte: http://www.milhoranza.com/2016/03/28/sermao-da-montanha-aqueles-choram/#axzz44iH5W1Lr
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