terça-feira, 30 de agosto de 2016

O significado bíblico de “mundo” em João 3.16



Por John Tweeddale

Uma das guinadas mais surpreendentes de João 3.16 é que somos informados que Deus ama o mundo. Podemos ser tentados a pensar que há muitas coisas no mundo para Deus amar. Afinal de contas, como não admirar as paisagens urbanas e rurais, alta gastronomia e churrascos de quintal, sinfonias clássicas e música popular, pinturas renascentistas e rabiscos de jardim de infância? O mundo que conhecemos está repleto de texturas, desafios, oportunidades e alegrias. O problema é que tudo o que é bom, interessante e bonito no mundo está saturado de pecadores. Desde que Adão e Eva se rebelaram contra Deus no jardim, o mundo se tornou uma terra desolada. Não obstante quão maravilhoso o mundo pareça, ele não é digno do amor redentor de Deus.

Entender como o mundo é indigno do amor de Deus é a chave para João 3.16. Só assim apreciaremos o presente inesperado que Deus dá. Este ponto foi bem estabelecido há muitos anos pelo estimado teólogo Benjamin Breckinridge Warfield. Em seu sermão “O incomensurável amor de Deus”, Warfield investiga o significado do termo “mundo” (em grego kosmos) em João 3.16, a fim de sondar as profundezas do amor de Deus.

Qual é o significado de “mundo” nesta passagem? A partir das ideias de Warfield, encontramos quatro respostas possíveis.

Em primeiro lugar, muitas pessoas acreditam que “mundo” significa todas as pessoas, sem exceção. Em outras palavras, quando João 3.16 diz que Deus ama o mundo, isso significa que ele ama todas as pessoas, uma por uma, de forma igual. A lógica é algo deste tipo: Deus ama todas as pessoas; Cristo morreu por todas as pessoas; portanto, a salvação é possível para todas as pessoas. No entanto, essa visão parece sugerir que o amor de Deus é impotente, e que a morte de Cristo é ineficaz. Caso contrário, a conclusão natural desta posição seria a de que todas as pessoas são efetivamente salvas, em vez de apenas potencialmente salvas. Se Deus ama todas as pessoas, e Cristo morreu por todas as pessoas; se o amor de Deus não é impotente, e morte de Cristo não é ineficaz, então a única conclusão a que se pode chegar é que a salvação é assegurada para todas as pessoas. No entanto, este ponto de vista contradiz o ensino da Bíblia sobre o julgamento de Deus, tal como é evidenciado pelo contexto imediato em João 3.17-21.

Em segundo lugar, outros argumentam que “mundo” significa todas as pessoas, sem distinção. Esta opção enfatiza que Deus ama mais de um tipo de pessoa ou grupo étnico. A morte de Cristo na cruz não foi apenas por judeus, mas também por gentios. O amor de Deus não se restringe a fronteiras nacionais, mas se estende a todos os tipos de nações, tribos, culturas, línguas e povos. A isso, todo o povo de Deus (tanto arminianos quanto calvinistas) diz um caloroso “Amém”. Apesar de este ponto de vista ter a vantagem de estar, sem dúvida, certo e de se encaixar dentro do contexto maior do evangelho de João sobre a identidade global dos “filhos de Deus” (por exemplo, João 1.9-13; 4.42), ele não chega a capturar o forte contraste entre “Deus amou” e “o mundo” que João 3.16 deliberadamente evoca.

Em terceiro lugar, uma nuance popular da opção anterior entre os teólogos reformados é argumentar que “mundo” em João 3.16 se refere aos eleitos. Ao longo de todo o Evangelho de João, Jesus enfatiza a particularidade de sua graça. “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim” (6.37). “Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim […] e dou a minha vida pelas ovelhas” (10.14-15). ”Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia” (15.19). “É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus” (17.9). E assim por diante. O ponto é que o povo de Deus é escolhido de um mundo descrente. Novamente, este ponto de vista possui um tom importante ao destacar a doutrina bíblica da eleição, mas o foco do termo “mundo” em João 3.16 não é tanto sobre a identidade do povo de Deus, mas sobre a natureza do amor de Deus.

Isso nos leva à opção final. Uma defesa consistente pode ser feita para crermos que “mundo” se refere à qualidade do amor de Deus. Warfield declara de forma convincente:

[Mundo] não é aqui tanto um termo de extensão; antes, é um termo de intensidade. Sua conotação primária é ética, e o objetivo de seu emprego não é sugerir que o mundo é tão grande que é preciso uma grande dose de amor para abarcá-lo completamente, mas que o mundo é tão ruim que é preciso um grande tipo de amor para poder amá-lo, e sobretudo para amá-lo como Deus o amou quando deu o seu Filho por ele.

O mundo representa a humanidade pecadora, e não é digno do amor salvífico de Deus. Fora do amor de Deus, o mundo está sob a sua condenação. Mas em Cristo, os crentes experimentam o amor surpreendente, redentivo e infinito de Deus. João 3.16 não diz respeito à grandeza do mundo, mas à grandeza de Deus.


Rev. John W. Tweeddale é reitor acadêmico e professor de teologia na Reformation Bible College em Sanford, Fl.

Tradução: João Paulo Aragão da Guia Oliveira. Revisão: Yago Martins. © 2016 Ministério Fiel. Todos os direitos reservados. MinisterioFiel.com.br. Original: O significado bíblico de “mundo” em João 3.16


domingo, 21 de agosto de 2016

Quando a alma sabota a fé

Por William Lacy Lane


Leio alguns salmos de lamento ou súplica e fico com a impressão de que muitas vezes nossa ‘alma’, isto é, nossas emoções, não respeita nossa fé. Nos salmos 42 e 43 há um refrão que diz, “Por que estás abatida, ó minha alma, por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, minha salvação e meu Deus” (42.5,11; 43.5). Retrata alguém tentando convencer a sua alma (a si mesmo) a confiar em Deus.

É interessante o contraste entre as descrições de Deus e de si mesmo. Deus é minha salvação, meu Deus (42.5,11), Deus vivo (42.2) concede a sua bondade (42.8), é o meu cântico (42.8), minha rocha (42.9), minha fortaleza (43.2), minha grande alegria (43.4). Por outro lado, o salmista diz, derramo a minha alma (42.4), minhas lágrimas têm sido meu alimento (42.3), minha alma tem sede de Deus (42.2). Ele pergunta, quando irei e verei a face de Deus? (42.2), por que te esqueceste de mim? (42.9), por que ando lamentando por causa da opressão do inimigo? (42.9; 43.2), por que me rejeitaste? (43.2).

Como alguém que crê em Deus como rocha, salvação e grande alegria pode lamentar dizendo por que me rejeitas? Por que ando lamentando? Por que te esqueceste de mim?

As figuras que o salmista usa para descrever Deus denotam solidez, confiança, proteção. Deus é rocha, fortaleza, meu auxílio, minha salvação. Mas as perguntas e a descrição de sua própria situação denotam fragilidade, necessidade, perturbação, fraqueza. A alma tem sede, está longe de Deus, o salmista foi esquecido e rejeitado por Deus e está sob opressão.

Vejo nesses salmos e em outros salmos de lamento aquilo que chamo de a alma não respeitar nossa fé. Pela fé afirmamos e queremos confiar que Deus é rocha, é fortaleza, é minha grande alegria. Queremos esperar nele que é nosso auxílio e nosso Deus. Porém os conflitos, aflições e sofrimento nos abalam e perturbam a ponto de nós estranharmos nossas emoções. É como se intensos sentimentos, emoções e pensamentos estivessem sabotando nossa confiança em Deus. O salmista estranha a sua alma e tenta convencer a si mesmo a esperar em Deus a quem ele ainda haveria de louvar.

Esse salmo tem uma boa notícia e uma má notícia. A má notícia é que parece que as circunstâncias não mudaram. Pelo menos não há nenhuma indicação nesses salmos (42, 43) de que a situação do salmista tenha mudado, isto é, que a opressão do inimigo tenha cessado. Pelo contrário, ele suplica que Deus defenda a sua causa diante da nação ímpia (43.1), que envie a sua luz e verdade par ao guiar (43.3), e se compromete a no futuro ir louvar a Deus em seu altar (43.4).

A boa notícia é que embora as circunstâncias não tenham mudado, a sua confiança está sendo restabelecida. Enquanto suas lágrimas tomavam conta dele noite e dia (42.3), as lágrimas são substituídas pela bondade durante o dia e pelo canto à noite (42.8). A oração não levou a uma mudança imediata das circunstâncias, mas revigorou sua confiança.

O lamento, o luto, a queixa diante de Deus têm essa capacidade – transformar nosso choro em sorriso ainda que as circunstâncias não tenham mudado.


William Lacy Lane (billy) - Pastor presbiteriano, doutor em Antigo Testamento e diretor acadêmico da Faculdade Teológica Sul-Americana, em Londrina (PR).

Foto: Geralt / Pixabay.com


Fonte: http://www.ultimato.com.br/conteudo/quando-a-alma-sabota-a-fe

sábado, 13 de agosto de 2016

SEMELHANÇA COM CRISTO

Por João Marcos Bezerra


Já assisti várias vezes o vídeo “Como o mundo ti vê, Cristão?”, onde algumas pessoas respondem “Quem é Jesus”, “O que é a igreja” e “Quem são os cristãos”. É interessante ver as respostas porque refletem, em muitos casos, o quanto a igreja e, consequentemente, os cristãos fizeram, bem ou mal, aos entrevistados. Você já parou para pensar sobre quem é Jesus, os cristãos e a igreja para você? Se você já viu esse vídeo, concorda com que as pessoas dizem?
Infelizmente muito do que elas dizem reflete simplesmente o quanto os cristãos foram ou são semelhantes a Cristo no trato com os outros. Se as pessoas se relacionam com bons cristãos, tem uma boa imagem da igreja, de Cristo e dos seguidores deste. Se elas já sofreram algum mal destes, a impressão que ficou não foi boa. No caso de boa parte dos entrevistados no vídeo a resposta não foi amigável. Por isso, vamos conversar sobre Semelhança com Cristo agora.
John Stot diz o seguinte: “Deus quer que o seu povo se torne como Cristo, pois semelhança com Cristo é a vontade de Deus para o povo de Deus”. Isto foi a conclusão que ele chegou após anos se questionando qual é o propósito de Deus para o seu povo. Ele não achava suficiente simplesmente dizer que era para glorificar a Deus ou amar ao Senhor e ao próximo. Precisava de mais e encontrou descanso nesta conclusão.

Em Rm 8.29 está escrito que Deus predestinou aqueles que o amam para serem conformes a imagem Dele. A palavra grega traduzida por predestinou (proorizo) também significa “decidir de antemão, preordenar” (Bíblia Strong). Com isso e com o conhecimento de que Deus criou o homem a própria imagem e semelhança (Gn 1.26,27), podemos entender que o Senhor ainda deseja que sejamos semelhantes a Ele. Como isso é possível?
O texto de 2Co 3.18 mostra que estamos sendo transformados a Sua imagem por meio do Espírito Santo. No estudo “Eu Prefiro Ser Essa Metamorfose Ambulante” explica o termo transformado. Neste contexto podemos dizer que o Espírito Santo, por meio de uma mudança que flui de dentro para fora, transforma-nos na imagem de Cristo. Só que somos falhos e pecadores e Jesus era perfeito e imaculado. Como seremos semelhantes em Sua perfeição?
Mais um texto nos ajudará a entender. Em 1João 3.2 está escrito que só se tornará visível quem seremos quando virmos a Cristo glorificado. Embora ainda não conheçamos a Jesus plenamente para poder ser a imagem perfeita Dele, conhecemos partes importantes da vida do Senhor que podemos imitar. Se conseguirmos refletir o que conhecemos Dele, será o suficiente para sermos seus imitadores.
O que conhecemos de Cristo?
1)  Sabemos que, mesmo sendo Deus, Ele não usou sua divindade em sua encarnação, mas obedeceu ao Pai até a morte (Fp 2.5-8). Então, devemos ser obedientes a Deus em tudo o que fazemos.
2) Também conhecemos que Ele viveu como servo e não como Senhor (Jo 13.14-15, Mc 10.45). Por isso, devemos servir a todos.
3) Em Ef 5.2 diz que “Cristo nos amou e se entregou a sim mesmo por nós”. Assim, devemos amar ao próximo (Mc 12.31), amar aos nossos inimigos (Mt 5.44) e amar a nossas esposas e nos entregar por estes (Ef 5.25).
4) É conhecido que Cristo sofreu como ovelha muda por causa dos nossos pecados e nos substituiu na cruz, deixando o exemplo de paciência diante do sofrimento. Com isso, devemos ser pacientes diante do sofrimento que passamos, ainda mais quando o sofremos ao fazer o bem (1Pe 2.18-21).
5) Outra característica conhecida de Jesus é a sua missão de tornar conhecido as Boas Novas de Salvação a toda a humanidade. Assim também devemos fazer o mesmo porque foi para isso que Deus nos enviou (Mt 28.19-20; Jo 20.21).
Diante de tudo isto, podemos entender: que Deus nos criou para sermos a imagem de Cristo; que é o Espírito Santo que habita em nós que nos torna semelhantes a Ele; que só seremos plenamente iguais a Jesus na Glória, mas que é possível sermos parecidos com Ele quando o imitarmos em tudo o que nos deixou como exemplo.
Quando realmente começarmos a imitar a Cristo as pessoas entenderão de fato quem é Jesus, quem são os cristãos e o que é a Igreja. Os verdadeiros seguidores do Senhor são seus imitadores. Você pelo menos já começou a tentar imitá-lo? Se não, está na hora de começar. Faça isso já! Deus abençoe nesta caminhada!

2º Estudo da Série - Texto base:  Rm 8.29; 2Co 3.18; 1Jo 3.2


Fonte: http://jmarcosbezerra.blogspot.com.br/2016/07/discipulo-radical-ii.html

domingo, 7 de agosto de 2016

Deus se revela nas obras da criação e providência



Por W. Robert Godfrey


Nada é mais importante do que conhecer a Deus como ele verdadeiramente é. Por essa razão, a igreja tem confessado muitas verdades sobre o nosso Deus através da história. Deus é a eterna Trindade, o Criador todo-poderoso, o sábio Sustentador, o Redentor eficaz e o Juiz que está vindo. Uma verdade não muito claramente enunciada em nossos credos é que Deus é o Revelador fidedigno. Para conhecer a Deus como ele é, ele precisa se revelar para nós.

Porque Deus é infinito, ele não pode ser totalmente compreendido por criaturas finitas. Nós estamos cegos à verdade de Deus por causa do nosso pecado. Mas antes mesmo que o pecado entrasse no mundo, nós precisávamos que Deus nos falasse sobre si mesmo. Deus sempre foi um revelador de si mesmo em suas palavras e obras. Ele falou a Adão no jardim do Éden para revelar a si mesmo e exibiu aspectos do caráter dele nas obras da criação que cercaram Adão. Os teólogos chamaram as obras de Deus – primeiramente faladas e depois escritas – de sua revelação especial, enquanto chamaram as obras de criação e providência de sua revelação geral.  A revelação geral é, como o próprio nome sugere, geral (aqueles teólogos sabiam do que estavam falando), enquanto que a revelação especial é muito mais específica, detalhada e extensa. Hoje, a revelação geral nos cerca na natureza, enquanto possuímos revelação especial na Bíblia. A revelação especial fala ao povo de Deus tudo que é revelado a respeito do caráter dele na revelação geral e muito mais.

O que exatamente, então, é a revelação geral, e por que ela é significativa? Alguns sugerem que as ciências naturais são o estudo da revelação geral e por isso vão além da revelação especial. Mas desde o Iluminismo, as ciências naturais tipicamente estudaram a criação, não para conhecer a Deus, mas para conhecer a criação, e por isso não estão focadas na revelação geral através da criação. Revelação geral, falando apropriadamente, é a clara exibição que Deus faz de sua glória e poder nas obras da criação e da providência. Como as Escrituras explicam: “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite” (Salmos 19.1-2); “porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas” (Romanos 1.19-20).

Muitos anos atrás, Joan Baez, a célebre cantora folk, apresentou uma nova canção em um dos seus concertos. Ela estava prestes a cantar “The Dangling Conversation” [A Conversa Oscilante], uma canção cujo refrão é: “Be not too hard, for life is short and nothing is given to man” [“Não seja tão duro, porque a vida é curta e nada é dado ao homem”]. Ela disse como ela estava assistindo um maravilhoso pôr-do-sol com o escritor da música e perguntou: “Como você pode olhar para uma beleza dessas e dizer que nada é dado ao homem?”. O escritor pensou por um momento e replicou: “Bem, a beleza é emprestada, e não realmente dada”. O salmista teria sorrido e entrado na conversa dizendo: “Se a beleza do pôr-do-sol é dada ou somente emprestada, isso aponta indubitável e inescapavelmente ao Ser Divino que dá ou empresta. Este é o caráter indispensável da revelação geral”.

Os pecadores podem resistir e negar essa revelação geral, mas não podem escapar dela. Toda a natureza, em todo tempo, grita a existência, o poder e o esplendor de Deus. Os pecadores podem fechar os olhos e tapar as orelhas, mas a revelação geral continua evidente ao redor de todos eles. Somente quando o injusto ativamente suprimir esta verdade evidente o testemunho da revelação geral pode ser negado. Tal supressão é ímpia e tola. Por isso, as Escrituras declaram justamente: “Diz o insensato no seu coração: Não há Deus. Corrompem-se e praticam abominação; já não há quem faça o bem” (Salmos 14.1).

Essa revelação geral é um resultado inevitável das obras da criação e providência feitas por Deus. Mas para qual propósito ela serve? Em primeiro lugar, a revelação geral é um ótimo encorajamento e apoio aos crentes ao longo da vida deles: “Grandes são as obras do SENHOR, consideradas por todos os que nela se comprazem. Em suas obras há glória e majestade, e a sua justiça permanece para sempre” (Salmos 111.2-3). Mas há outra função vital na revelação geral neste mundo caído também. Paulo expressa poderosamente essa função: “Tais homens são, por isso, indesculpáveis” (Romanos 1.20). Os pecadores são cheios de desculpas: “Eu creria somente se eu pudesse ver ou ouvir a Deus”. Paulo disse que os pecadores não têm desculpas legítimas. Aqueles que rejeitaram a revelação geral de Deus não seriam beneficiados pela revelação especial dele. De fato, todos nós, pecadores, rejeitaríamos ambas as formas da revelação de Deus sem a obra dele de especial e misericordiosa regeneração nos corações do seu povo. Certamente, seria presunçoso da nossa parte adicionar algo ao Credo Apostólico. Mas poderia muito bem ser uma melhora o dizer: “Creio em Deus Pai Todo-Poderoso, o revelador, e Criador do céu e da terra”. Louvado seja Deus, o Revelador.


Dr. W. Robert Godfrey é presidente e professor de História da Igreja no Westminster Seminary California, e professor colaborador do Ministério Ligonier. Ele é autor de vários livros, incluindo John Calvin: Pilgrim and Pastor.


Tradução: João Pedro Cavani. Revisão: Yago Martins. © 2016 Ministério Fiel. Todos os direitos reservados. Website: MinisterioFiel.com.brOriginal: Deus se revela nas obras da criação e providência


Fonte: http://voltemosaoevangelho.com/blog/2016/08/deus-se-revela-nas-obras-da-criacao-e-providencia/