domingo, 29 de janeiro de 2017

A pessoa mais importante do mundo


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Apesar do fato de que o evangelho de Jesus tem sido anunciado há dois milênios, tenho a incômoda impressão de que a pessoa mais importante do mundo ainda é pouco conhecida e levada a sério.


(Jesus e os discípulos de Emaús, Rembrandt, 1655)
Nasci e cresci num ambiente doméstico e religioso que tratava Jesus como a pessoa mais importante do mundo. Esses valores me foram passados desde o berço. Não me lembro de um dia sequer em que eu tenha duvidado da majestade de Jesus.

No alvorecer de minha mocidade, essa bagagem herdada no lar e na igreja recebeu um tratamento individualizado. Continuei a crer não só por causa da formação que me foi passada e por causa da cultura que me rodeava, mas também por causa do meu assentimento deliberado e consciente.

Antes mesmo de ir para o seminário, eu já falava de Jesus aos meus amigos e colegas.

Lembro-me perfeitamente bem de uma pesquisa bíblica que fiz sobre os acontecimentos envolvendo a pessoa de Jesus no período compreendido entre o Domingo de Ramos e o Domingo da Ressurreição.

Foi na Semana Santa de 1951. Eu fazia então meu primeiro ano de seminário. Não era um trabalho acadêmico, exigido por algum professor. Eu estava satisfazendo minha curiosidade sobre o assunto.

Até hoje guardo a Bíblia que meu pai me deu em 1939, por ocasião do meu nono aniversário. Na dedicatória, ele escreveu: “O meu desejo é que, a vida toda, pregues as doutrinas de Jesus, contidas nas Santas Escrituras”.

É o Jesus da Bíblia que eu conheço e prego. Nele tenho posto minha fé, minha confiança e minha esperança. Sem qualquer medo ou receio de desapontamento próximo ou futuro.

A cabeça está cheia de Jesus. O coração está cheio de Jesus. O entusiasmo por Jesus é enorme. Nada é forçado, inventado ou fingido.

Em meados de 2001, um professor universitário aposentado me levou para pregar numa roça distante uns 60 quilômetros da minha cidade. Preguei na cozinha de chão batido de uma viúva pobre. Havia umas doze pessoas no recinto. Contei a história da ressurreição do filho da viúva de Naim. Eu mesmo me reanimei com aquela amorosa intervenção de Jesus. Pois, apesar do fato de que o evangelho de Jesus tem sido anunciado há dois milênios, tenho a incômoda impressão de que a pessoa mais importante do mundo ainda é pouco conhecida e levada a sério.

Trecho publicado no livro A Pessoa Mais Importante do Mundo , de Elben César


Fonte: http://ultimato.com.br/sites/elbencesar/2017/01/27/a-pessoa-mais-importante-do-mundo/

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Importa o que os outros pensam de mim?



Por: Trillia J. Newbell


O medo do homem e o julgamento

O medo do homem quase sempre termina com o julgamento sobre os outros, porque nós começamos a supor que conhecemos as motivações, pensamentos, caráter e intenções da outra pessoa. Alguém esquece de responder um e-mail, então você presume que não é uma prioridade e que a pessoa é egoísta. Acontece que ela estava de férias. Você passa por alguém no corredor, e a pessoa não acena, então você deduz que ela não gosta de você ou é mal-educada. Acontece que a pessoa não a viu. Você convida alguém para fazer alguma coisa, e ela gentilmente recusa, então você presume que ela está decepcionada com você. Ocorre que ela apenas não quer participar ou está doente ou ocupada. Não importa, na verdade, o que a outra pessoa pensa ou faz, porém a nossa obsessão com a preocupação relacionada ao que as outras pessoas pensam sobre nós nos leva a julgar de maneira pecaminosa.

O medo do homem e o autoesquecimento

Os falsos pensamentos que nos levam a julgar os outros são uma forma de orgulho capaz de ser remediado somente pelo que Tim Keller chama de “a humildade que brota do evangelho”. Conforme ele explica em seu valioso livro Ego Transformado :

A humildade do evangelho mata a necessidade que tenho de pensar em mim. Não preciso mais ligar as coisas à minha pessoa. Essa humildade dá fim a pensamentos como: “Estou nesta sala com essas pessoas. Isso faz com que eu seja bem visto por elas? Estar aqui me faz bem?”. A humildade baseada no evangelho significa que não relaciono mais cada experiência e cada conversa à minha pessoa. Na verdade, deixo de pensar em mim mesmo. É a liberdade que vem do autoesquecimento. É o descanso bendito que somente o autoesquecimento nos oferece. [Timothy Keller, Ego Transformado: A humildade que brota do evangelho e traz a verdadeira alegria (São Paulo: Vida Nova, 2014), 34].

A preocupação com o que os outros pensam é orgulho. Talvez, você anseie ser respeitada. Talvez, você odeie a ideia de ser mal-entendida (Ah! Como penso nisso!). Seja o que for, trata-se de orgulho, e nós sabemos que Deus se opõe aos soberbos (Tg 4.6).

Todo cristão verdadeiro almeja a humildade que brota do evangelho. Nenhuma de nós deseja permanecer onde está – queremos ser transformadas à semelhança de Cristo. Os cristãos não desejam desobedecer a Deus e entristecer o Espírito Santo. Além disso, não é divertido ser consumida por aquilo que você acha que a outra pessoa pensa. Keller compartilha o segredo para o doce esquecimento que encontramos no evangelho:

Você já notou que é somente no evangelho de Jesus Cristo que o veredito é dado antes de desempenharmos nossas ações? [… ] No cristianismo, o veredito leva ao desempenho. Não é o desempenho que leva ao veredito. No cristianismo, no momento em que cremos, Deus afirma: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”. Vejamos também Romanos 8.1 que diz: “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus”. No cristianismo, assim que cremos, Deus nos imputa as ações perfeitas de Cristo, seu desempenho, como se fossem nossas e nos adota como filhos. Ou seja, Deus pode nos dizer exatamente o que disse a Cristo: “Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo” [Estou retratando Keller, Ego Trasnformado: A humildade que brota do evangelho e traz a verdadeira alegria (São Paulo: Vida Nova, 2014), 42].

O veredito do “muito bem” está dado, e, como resultado, você e eu damos início à corrida da fé, despojando-nos do julgamento e do medo do homem. Mesmo, lamentavelmente, fracassando no futuro, esforçamo-nos ainda assim. Afinal, o “muito bem” de Deus motiva e inspira uma vida consagrada para a sua glória.

Eu gostaria de poder dizer que a luta contra o medo do homem e contra a tentação de julgar as outras pessoas é fácil, mas não é. No entanto, podemos estar certas de que Deus realmente completará a boa obra que começou em nós (Fp 1.6). Trata-se de uma caminhada de fé, uma corrida em direção à linha de chegada, a qual nos fará passar da luta contra o pecado e contra a tentação para a glória. Um dia, nós estaremos com o nosso Salvador, adorando a ele por toda a eternidade. Nunca mais adoraremos o ídolo do homem.


Por: Trillia J. Newbell. © 2016 Editora Fiel. Original:  Importa o que os outros pensam de mim? Usado com permissão.


Trillia J. Newbell é diretora de alcance comunitário da Comissão de Liberdade Ética e Religiosa (ERLC) da Convenção Batista do Sul, EUA, conferencista e autor de Fear and Faith and United.



quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Uma revolução não violenta

Por Shane Claiborne [Tradução: Mozart Archilla]


Dr. Martin Luther King Jr. disse: a “revolta é a linguagem dos que não são ouvidos”.

O que acontece quando as pessoas acham que suas vozes não estão sendo ouvidas?

Eles falam mais alto.

Revolta é o que quase aconteceu na cidade de Ferguson no EUA, e todos nós, que vivemos em
bairros frágeis e com uma profunda injustiça racial como pano de fundo, precisamos prestar atenção.

Em Ferguson, uma comunidade bastante unida foi devastada por algo novamente entendido como injustiça. Eles queriam ser ouvidos. Porém, marchas pacíficas foram respondidas com brutalidade sem precedentes.

Lágrimas foram recebidas com gás lacrimogêneo.

É como se as autoridades estivessem tapando suas orelhas. Então as pessoas gritaram ainda mais alto – e o mundo começou a prestar atenção.

Num momento delicado de emoções à flor da pele, o povo de Ferguson teve que escolher entre a revolta e a ação direta não violenta nas ruas. Um grupo muito pequeno (muitos deles discutivelmente ativistas vindos de fora) apelaram para algumas formas de dano à propriedade alheia. Isso chamou a atenção da imprensa.

Alguns podem dizer que isso capturou as manchetes.

Mas não é assim que eu vou me lembrar de Ferguson.

O que chamou mais atenção do que o breve momento de depredação de bens, foi o cuidado disciplinado com o qual o povo de Ferguson começou a se organizar e treinar. Eles não combateram fogo com fogo. Eles fizeram seminários em não-violência e organização da comunidade. Eles montaram postos de inscrição de eleitores e de oração. Redes completamente novas de líderes cristãos foram formadas.

Essa rebelião não violenta tem sido incrível de se ver. Um movimento devagar, firme, disciplinado em Ferguson chamou a atenção do mundo. Outro dia, em uma teleconferência com líderes da igreja, alguém disse muito eloquentemente:

“Eles estão transformando um momento num movimento.”

O Dr. King estava certo. Revolta é uma maneira de fazer as pessoas prestarem atenção. Contudo, não é a única maneira.


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Nota: Traduzido de A Nonviolent Uprising

• Shane Claiborne é o autor de best-sellers, reconhecido ativista e preletor, além de um auto-declarado “pecador em recuperação”. Shane publica e palestra em vários países sobre promoção da paz, justiça social, e Jesus, e é autor de inúmeros livros como A Revolução Irresistível, Jesus for President, e o mais recente, Executing Grace (sobre a pena de morte). Ele é o líder visionário da comunidade The Simple Way, na Filadélfia, e co-diretor dos Cristãos da Letra Vermelha. Seu trabalho já foi citado e reconhecido pela Fox News, Esquire, SPIN, The Wall Street Journal, NPR e CNN.

Foto: Reuters/J. Miczek


Fonte: http://www.ultimato.com.br/conteudo/uma-revolucao-nao-violenta

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Alfred Bernhard Nobel - E se Deus escrevesse teu epitáfio?



Por Josemar Bessa


A Bíblia falando de Abel diz: “Pela fé Abel ofereceu a Deus um sacrifício superior ao de Caim. Pela fé ele foi reconhecido como justo, quando Deus aprovou as suas ofertas. Embora esteja morto, por meio da fé ainda fala.” - Hebreus 11:4


Embora esteja morto, por meio da fé ainda fala!! Não é incrível?


O químico sueco Alfred Bernhard Nobel é muito famoso, primeiro como criador e inventor de explosivos. Em 1866, Nobel inventou a dinamite, o que lhe rendeu fama e uma grande fortuna. Ele registrou mais de 350 patentes, com laboratórios em 20 países e mais de 90 fábricas de explosivos e munições.

Mas hoje ele é mais conhecido e lembrado como o nome por trás do Prêmio Nobel, o mais conceituado dos prêmios internacionais para esforços na paz, química, física, biologia, literatura, economia...

Em 1888 ocorreu um incidente bizarro que parece ter levado Alfred Nobel a uma improvável reflexão. Muitos acreditam que daí veio, deste evento, o motivo dele estabelecer o Prêmio Nobel e as alterações posteriores em sua vida e reputação. Ludvig, irmão de Alfred morreu durante uma estada em Cannes, na França, mas os jornais franceses erradamente confundiram os dois irmãos, noticiando a morte do inventor de explosivos. A grande manchete foi: “Le marchand de La mort est mort” – O mercador da morte está morto.

Como os outros, não amigos e parentes... o mundo descreveria sua morte? Se você mesmo tivesse que escrever teu obituário, que título daria a ele? O que você poderia colocar que fosse realmente importante além de tudo o que o mundo pode construir? Agora imagine se o Deus que tudo vê, que não pode ser enganado, fosse escrever seu obituário, ou epitáfio, o que Deus escreveria. O que seria um resumo correto de como você tem vivido cada dia? Nós vimos o de Abel: “...Embora esteja morto, por meio da fé ainda fala.” - Hebreus 11:4.  Ele viveu pouco, ele teve uma morte violenta ( foi assassinado ). Ele foi traído e assassinado por seu irmão. Ele foi assassinado simplesmente porque honrou a Deus... pelo padrão como muitos “cristãos” veem a vida hoje, não achariam que ele foi uma benção, um homem que honrou a Deus. Talvez diriam que ele não tinha fé e por isso morreu cedo, e por isso foi assassinado... o problema que a visão, mesmo dos “cristãos” hoje são muito diferentes das de Deus. Certamente muitos cristãos escreveriam um epitáfio de derrota para Abel. Mas Deus colocou: “Embora esteja morto, por meio da fé ainda fala.” - Hebreus 11:4

Hoje eu percebo que uma vida bem vivida não é sobre o tempo. Os escritores da Bíblia não estão preocupados com a reputação que deixamos para trás, aos olhos do mundo.

"Tenha cuidado para não faze seus "atos de justiça" diante das pessoas, para serem vistos por eles. Se fizer isso, você não terá nenhuma recompensa do vosso Pai que está nos céus "(Mateus 6:1).

Há a sensação de que nossos corações devem se apegar a palavras de um obituário que ninguém aqui vai ver completamente. "Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam.  Mas acumulem para vocês tesouros nos céus, onde a traça e a ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam e roubar. Pois onde estiver o seu tesouro, aí estará o seu coração também "(Mateus 6:19-21).

As manchetes que escrevemos sobre a terra são impressos em páginas que acabará por desaparecer e desmoronar. E é a isso que o “evangelho” de nossos dias tem levado as pessoas a investirem, e não num epitáfio como o de Abel, escrito por Deus.

Depois de mortos nossas vidas devem deixar palavras impressas, gravadas com ponteiro de aço sobre o granito do tempo, que todo o tempo nós gastamos armazenando um tesouro em um reino maior que não pode ser visto.

Quando Cristo foi levado ao alto de uma montanha para ver todos os reinos do mundo em seu esplendor... quando tudo foi oferecido a ele sem a cruz... Ele considerou a reputação e glória de Deus Pai e não a sua.

Quando Ele estava pendurado na cruz, desprezando a afronta, ele teve aqui morte em vez de glória, ele suportou a desgraça e maldade do homem em vem do esplendor de Deus. Para o mundo o seu obituário foi insignificante. Mas ele se levantou da sepultura para reescrever a manchete de toda a eternidade:

“Então vi um Cordeiro, que parecia ter estado morto, de pé, no centro do trono, cercado pelos quatro seres viventes e pelos anciãos. Ele tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus enviados a toda a terra. Ele se aproximou e recebeu o livro da mão direita daquele que estava assentado no trono. Ao recebê-lo, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro. Cada um deles tinha uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos; e eles cantavam um cântico novo: "Tu és digno de receber o livro e de abrir os seus selos, pois foste morto, e com teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, língua, povo e nação.” - Apocalipse 5:6-9

Nele e só nele podemos viver uma vida que fala depois da morte. Estamos vivendo a vida digna de um obituário ou epitáfio como o de Abel? . “Embora esteja morto, por meio da fé ainda fala.” - Hebreus 11:4 – Ou apenas uma vida que recebe o salário digno dela – Morte! Viver no pecado é ser um mercador da morte que acaba morto. “Le marchand de La mort est mort” – O mercador da morte está morto. Escolha o epitáfio de Abel.


Fonte: http://www.josemarbessa.com/2016/12/alfred-bernhard-nobel-e-se-deus.html