terça-feira, 19 de abril de 2011

O sangue dos mártires - 64 d.C. O Incêndio de Roma


"O sangue dos mártires é a semente da igreja".
(Tertuliano)

Talvez o cristianismo não se expandisse de maneira tão bem-sucedida, caso o Império Romano não tivesse existido. Podemos dizer que o império era um tambor de gasolina à espera da faísca da fé cristã.
Os elementos unificadores do império ajudaram na expansão do evangelho. Com as estradas romanas, as viagens ficaram mais fáceis do que nunca. As pessoas falavam grego por todo o império e o forte exército romano mantinha a paz. O resultado da facilidade de locomoção foi a migração de centenas de artesãos, por algum tempo, para cidades maiores — Roma, Corinto, Atenas ou Alexandria — e depois se mudavam para outro lugar. O cristianismo encontrou um clima aberto à religiosidade. Em um movimento do tipo Nova Era, muitas pessoas começaram a abraçar as religiões orientais — a adoração a Isis, Dionisio, Mitra, Cibele e outros. Os adoradores buscavam novas crenças, mas algumas dessas religiões foram declaradas ilegais por serem suspeitas de praticar rituais ofensivos. Outras crenças foram oficialmente reconhecidas, como aconteceu com o judaísmo, que já desfrutava proteção especial desde os dias de Júlio César, embora seu monoteísmo e a revelação bíblica o colocassem à parte das outras formas de adoração.
Tirando plena vantagem da situação, os missionários cristãos viajaram por todo o império. Ao compartilhar sua mensagem, as pessoas nas sinagogas judaicas, nos assentamentos dos artesãos e nos cortiços se convertiam. Em pouco tempo, todas as cidades principais tinham igrejas, incluindo a capital imperial.
Roma, o centro do império, atraía pessoas como um ímã. Paulo quis visitar Roma (Rm 1.10-12), e, na época em que escreveu sua carta à igreja romana, vemos que ele já saudava diversos cristãos romanos pelo nome (Rm 16.3-15), talvez porque já os tivesse encontrado em suas viagens.
Paulo chegou a Roma acorrentado. O livro de Atos dos Apóstolos termina narrando que Paulo recebia convidados e os ensinava em sua casa, onde cumpria pena de prisão domiciliar, ainda que, de certa forma, não vigiada.
A tradição também diz que Pedro passou algum tempo na igreja romana. Embora não tenhamos números precisos, podemos dizer que, sob a liderança desses dois homens, a igreja se fortaleceu, recebendo tanto nobres e soldados quanto artesãos e servos.
Durante três décadas, os oficiais romanos achavam que o cristianismo era apenas uma ramificação do judaísmo — uma religião legal — e tiveram pouco interesse em perseguir a nova "seita" judaica. Muitos judeus, porém, escandalizados pela nova fé, partiram para o ataque, tentando inclusive envolver Roma no conflito.
O descaso de Roma pela situação pode ser visto no relato do historiador romano Tácito. Ele relata uma confusão entre os judeus, instigada por um certo "Chrestus", ocorrida em um dos cortiços de Roma. Tácito pode ter ouvido errado, mas parece que as pessoas estavam discutindo sobre Christos, ou seja, Cristo.
Por volta de 64 d.C, alguns oficiais romanos começaram a perceber que o cristianismo era substancialmente diferente do judaísmo. Os judeus rejeitavam o cristianismo, e cada vez mais pessoas viam o cristianismo como uma religião ilegal. A opinião pública pode ter começado a mudar em relação à fé nascente até mesmo antes do incêndio de Roma. Embora os romanos aceitassem facilmente novos deuses, o cristianismo não estava disposto a partilhar a honra com outras crenças. Quando o cristianismo desafiou o politeísmo tão profundamente arraigado de Roma, o império contra-atacou.
Em 19 de julho, ocorreu um incêndio em uma região de trabalhadores de Roma. O incêndio se prolongou por sete dias, consumindo um quarteirão após o outro dos cortiços populosos. De um total de catorze quarteirões, dez foram destruídos, e morreram muitas pessoas.
A lenda diz que o imperador romano Nero "dedilhava" um instrumento musical, enquanto Roma era destruída pelas chamas. Muitos de seus contemporâneos achavam que Nero fora o responsável pelo incêndio. Quando a cidade foi reconstruída, mediante o uso de altas somas do dinheiro público, Nero se apoderou de grande uma extensão de terra e construiu ali os Palácios Dourados. O incêndio pode ter sido a maneira rápida de renovar a paisagem urbana.
Objetivando desviar a culpa que recaíra sobre si, o imperador criou um conveniente bode expiatório: os cristãos. Eles tinham dado início ao incêndio, acusou o imperador. Como resultado, Nero jurou perseguir e matar os cristãos.
A primeira onda da perseguição romana se estendeu de um período pouco posterior ao incêndio de Roma até a morte de Nero, em 68 d.C. Sua enorme sede por sangue o levou a crucificar e queimar vários cristãos cujos corpos foram colocados ao longo das estradas romanas, iluminando-as, pois eram usados como tochas. Outros vestidos com peles de animais, eram destroçados por cães nas arenas. De acordo com a tradição, tanto Pedro quanto Paulo foram martirizados na perseguição de Nero: Paulo foi decapitado, e Pedro foi crucificado de cabeça para baixo.
Entretanto, a perseguição ocorria de maneira esporádica e localizada. Um imperador podia intensificar a perseguição por dez anos ou mais; mas um período de paz sempre se seguia, o qual era interrompido abruptamente quando um governador local resolvia castigar novamente os cristãos de sua área, sempre com o aval de Roma. Esse padrão se prolongou por 250 anos.
Tertuliano, escritor cristão do século II, disse: "O sangue dos mártires é a semente da igreja". Para surpresa geral, sempre que surgia perseguição, o número de cristãos a ser perseguido aumentava. Em sua primeira carta, Pedro encorajou os cristãos a suportar o sofrimento, confiantes na vitória derradeira e no governo divino que seria estabelecido em Cristo (lPe 5.8-11). O crescimento da igreja sob esse tipo de pressão provou, em parte, a veracidade dessas palavras.

terça-feira, 12 de abril de 2011

O Poder de um Novo Coração - Josemar Bessa














Paulo escrevendo a um povo que era pagão até serem chamados soberanamente por Deus diz: E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente”. Efésios 4:17

Ao entrar no Reino de Deus, se foi de fato regenerado, o homem simplesmente não acrescenta novas coisas ao que ele era naturalmente. Aquela vida anterior era fruto de estar com o entendimento entenebrecido – nada nela é melhorada na regeneração, mas deve morrer:não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente. Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração; Os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para com avidez cometerem toda a impureza”. (v.18) – Paulo não está carregando na tinta, ele simplesmente está descrevendo de forma precisa o que é a vida ímpia – Vida essa (da sociedade a nossa volta ) incompatível ser amada pelo novo coração criado por Deus na regeneração. A idéia do cristão mundano – ou que continue amando esta espécie de vida, é incompatível com o ensino bíblico. A não ser na mudança superficial produzida por um evangelismo superficial e que usa os apetites do homem natural como uma espécie de isca – o que jamais produzirá filhos de Deus.

Paulo está mostrando o que é o mundo – Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração; Os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para com avidez cometerem toda a impureza – a sociedade – algo que o ‘cristianismo’ moderno, ou pós-moderno – diz que pode ser agregado ao evangelho e consagrado a Deus – Ou seja, venha com todas as suas paixões e simplesmente acrescente a elas Cristo e consagre tudo isso a Deus – Isso é Infame.
Paulo está falando com pagãos que foram regenerados – não conquistados em uma campanha de convencimento.  Homens regenerados – e então ele está dizendo: “Não vivam mais daquela maneira se de fato você foi regenerado” – Será impossível viver como você vivia antes.

Haverá uma completa diferença entre você e o mundo. Entre aquilo que eles acham bom, agradável, divertido... e o que você acha. Mentes diferentes vêem as mesmas coisas de modo diferentes. Corações diferentes sentem coisas diferentes diante da mesma visão – Na regeneração se recebe o poder de um novo coração.

Paulo não deseja que vejamos a vida do mundo como algo apenas um pouco fora do alvo e do foco, ele deseja que vejamos o horror da vida do homem natural - Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração; Os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para com avidez cometerem toda a impureza- Vocês não devem ser um pouco diferentes – vocês devem fugir com horror desse tipo de vida que expressa a separação do mundo de Deus, estando eles entenebrecidos e separados da vida de Deus.

Devemos estar o extremo oposto daquilo que o mundo está – “separados da vida de Deus” – A vida de Deus está em nós! “Pela ignorância que há neles” – Agora nos temos a mente de Cristo – a glória do evangelho da glória de Deus brilhou em nós na face de Cristo. Devemos nos espantar – é o que Paulo está dizendo, com o tipo de vida  que homens que “havendo perdido TODO o sentimento, se entregaram à dissolução, para com AVIDEZ cometerem todo tipo de impureza” - estão vivendo.  O que há nesse tipo de vida que atrairia um homem que recebeu um novo coração para amar os mandamentos de Deus? É por isso que Paulo diz: ““E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente”.

Vocês foram libertos dessa separação de Deus, dessa mente entenebrecida – NÃO ANDEM MAIS... Vocês foram introduzidos em algo essencialmente diferente. Paulo deseja tecer para aqueles homens as diferenças essenciais daquilo que o mundo é do que seja um filho de Deus. São diferenças profundas – que se estabeleceram no profundo da mente e do coração.

É isso que de fato a regeneração faz. Se tão somente compreendêssemos isso, grande parte dos problemas que ainda povoam aqueles que dizem ser filhos de Deus, estariam resolvidos. Não percebemos apenas o tipo de vida que o mundo leva – mas o que os leva a isso – “Separados da vida de Deus... entenebrecidos... se entregaram a toda espécie de impureza” – e então recuamos aterrorizados.

Eis o poder de um novo coração. 

                                          Soli Deo Gloria!!

Fonte: http://www.josemarbessa.com/2011/04/o-poder-de-um-novo-coracao-josemar.html

quarta-feira, 6 de abril de 2011

SABER













A palavra grega gnose é um substantivo do verbo ginosko, que significa conhecer e experimentalmente saber. A definição sucinta de (gnosis), de acordo com o dicionário do grego, é a doutrina do conhecimento, da sabedoria. Para os gnósticos quando se descobre (por conta própria) a diferença entre o certo e o errado, cria-se então com esta descoberta uma forma de agir independente, autônoma e é nisso que eles se baseiam.

Os gnósticos se gabavam de seu conhecimento aplicado adquirido pela sua própria experiência espiritual pessoal. Bem sabemos que a doutrina gnóstica foi desastrosa, pois o gnosticismo é, "literalmente", o culto baseado em que se tenha um conhecimento pessoal (gnose).

Mas acreditamos, no entanto, que o homem realmente tem um conhecimento muito limitado de tudo aquilo que busca conhecer ou saber. A palavra saber de acordo com os dicionários da língua portuguesa, de uma maneira geral, significa conhecer ou ter conhecimento de alguma coisa. Entretanto, existem hoje variados conceitos para a palavra conhecimento.

Vejamos resumidamente o que disseram alguns eruditos das mais diversas partes do conhecimento humano, "sobre o que não se sabe ainda". Vamos narrar aqui apenas três depoimentos que foram prestados a revista francesa L'Express, que lançou a questão: O que não sabemos?

Jacques Testart, bióloga da reprodução, começa suas palavras dizendo que há um monte de coisas ignoradas na sua ciência. "Na verdade, nós não compreendemos nada de nada... Não se sabe, absolutamente, porque o ovo se divide em dois, no caso de gêmeos."

O paleontólogo Yves Cooper diz que: "A origem do homem é uma verdadeira confusão (quão diferente das revistas tipo: Galileu, Superinteressante, e afins, que dão a evolução como certa), quanto mais fósseis são encontrados, mais nos confrontamos com primatas diferentes. Hoje estamos diante de uma multidão de personagens e não sabemos como estabelecer a relação entre eles... Nossa filiação torna-se um verdadeiro quebra-cabeça". E conclui irônico: "O acaso é responsável por transformações oportunas demais para se acreditar". (1)

Também para Xavier Le Pichon, que estuda Geofísica e Geodinâmica, no college de France, sua disciplina é um mar de ignorância. Como por exemplo, lutam, lutam e não conseguem prever terremotos.

(1) Todos os depoimentos, ao todo 16 de vários eruditos, foram publicados no Caderno 2, no jornal de O Estado de São Paulo, em 10/09/1995.

Diante de todos os fatos e expectativas que vivemos hoje em nossa atualidade, fomos levados a essa interrogação: O que realmente sabemos de Deus?

Quando Deus se manifestou a Moisés em Horebe, Ele disse de Si: "EU SOU O QUE SOU". (Êxodo 3:14). Depois, mais adiante Davi declarou no Salmo 19:1: "Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos". O que as Escrituras demonstram aqui é que na medida em que o homem busca o conhecimento divino, pode começar a sua descoberta contemplando a natureza. Desta forma, o homem parte do que lhe é visível (os céus) para tentar entender o invisível (a fé) que está dentro dele. Então é pela fé que o conhecimento de Deus deve iniciar no entendimento do ser humano.

No Evangelho de João cap.17:6 Jesus orando ao Pai, disse: "Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra". O que podemos saber de Deus não é um privilégio pessoal, pois Ele se manifesta em nós para nos alcançar unicamente pela sua misericórdia e isto ocorre em Cristo no Calvário. Manifestar significa revelar.

"E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste". João17:3. Não há como dizer que se conhece a Deus e não evidenciar isso na vida. Certamente esse conhecimento deve estar ligado a uma mudança marcante de atitude na vida, nos pensamentos e sobretudo no comportamento. Podemos dizer também que o conhecimento de Deus nunca existiu para satisfação de nenhum grupo religioso.

Essencial se faz compreender o que as Escrituras revelam e como podemos ler em Jeremias 9:23-24 "Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força, nem o rico, nas suas riquezas; mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR."