domingo, 17 de março de 2013

Agostinho, Deus, a eternidade e o tédio!


POR JOSEMAR BESSA


O que Deus estava fazendo antes de criar todas as coisas? Essa pergunta foi feita a Agostinho  (Tagaste, 13 de novembro de 354 - Hipona, 28 de agosto de 430). Agostinho deu duas respostas, uma bem-humorada e outra bem séria.

A primeira resposta foi que Deus estava preparando o inferno para pessoas que fazem esse tipo de pergunta. A séria foi que Deus não estava no tempo, já que este não existia. O tempo começou com a criação e afeta apenas a criação. Antes da criação o tempo sequer existia. O mundo não começou como uma criação no tempo, mas com a criação do tempo.

A pergunta que surge então é: Se não existia o tempo, o que existia? A resposta é a eternidade. Deus é eterno, e a única coisa que existia era a eternidade.

Toda questão da pergunta sobre o que Deus estava fazendo – implica na verdade se um ser infinitamente perfeito pode se cansar. Na verdade a pergunta vem da idéia de tédio. Mas o que chamamos de tédio, é um sinal de imperfeição e insatisfação... mas Deus sendo perfeito é eternamente satisfeito. Então, mesmo imaginando – como seres finitos como nós fazem – um tempo sem fim... uma mente infinitamente criativa ( eterna ) pode sempre encontrar algo totalmente satisfatório para fazer, pensar... Somente mentes finitas esgotam e chegam ao fim de seus recursos e então ficam entediadas.

Finalmente o Deus eterno é Trino – Pai, Filho e Espírito Santo – Um Deus, três pessoas, perfeita comunhão! Entediado e solitário não se encaixam de forma alguma ao Deus eterno. Deus não tem necessidades, é completo em si mesmo. Criou porque quis e não por qualquer necessidade. O tédio é impossível a tal ser.

“Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer. E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse.” - João 17:4-5

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