sábado, 29 de junho de 2013

Tenha cuidado com o que você acha que quer


C. S. Lewis

Você provavelmente está bastante certo em pensar que jamais verá um milagre acontecer.
Você provavelmente também estará certo em pensar que devia haver uma explicação natural para qualquer coisa em sua vida pregressa que parecia, à primeira vista, ter sido “singular” ou “estranha”. Deus não joga milagres sobre a natureza de forma aleatória, como se usasse um saleiro ou frasco de pimenta. Eles surgem em ocasiões especiais; são encontrados nos grandes acontecimentos da história — não da história política ou social, mas da espiritual, que não pode ser totalmente conhecida pelos homens. Se a sua própria história não estiver perto de um desses acontecimentos, como você espera ver algum milagre? Se fôssemos missionários, apóstolos ou mártires heroicos, a questão seria outra.
Mas, por que você ou eu? Se você não mora perto de um trilho, será difícil ver trens passando na sua janela. Qual a probabilidade de eu ou você estarmos presentes no momento em que um tratado de paz é assinado, ou no momento da concepção de uma grande invenção, ou quando um grande ditador comete suicídio? Ver um milagre acontecendo é menos provável ainda. E quando entendemos isso, também não devemos mais estar ansiosos por vê-lo. “Quase ninguém vê o milagre, a não ser a miséria.” Milagres e martírios tendem a convergir nos mesmos momentos da história — momentos esses que não temos o desejo natural de presenciar. Não exija, eu o previno honestamente, uma prova ocular, a menos que você já esteja perfeitamente certo de que isso não acontecerá.
— de Miracles [Milagres]
>> Retirado de Um Ano com C. S. Lewis, Editora Ultimato.
Fonte:http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/categoria/autor/c-s-lewis/

terça-feira, 25 de junho de 2013

O Sofrimento e a Glória de Deus


R. C. Sproul



R. C. Sproul nasceu em 1939, no estado da Pensilvânia. É ministro presbiteriano, pastor da Igreja St. Andrews Chapel, na Florida; fundador e presidente do ministério Ligonier, professor e palestrante em seminários e conferências; autor de dezenas de livros, vários deles publicados em português; possui um programa de rádio chamado: Renove sua Mente, o qual é transmitido para uma grande audiência nos EUA e para mais de 60 outros países; Suas graduações incluem passagem pelas seguintes universidades e centros de estudos teológicos: Westminster College, Pennsylvania, Pittsburgh Theological Seminary, Universidade livre de Amsterdã e Whitefield Theological Seminary. É casado com Vesta Ann e o casal tem dois filhos, já adultos.


Certa vez visitei uma mulher que estava morrendo de câncer uterino. Ela estava em grande angústia, mas não apenas por seu incômodo físico. Ela me explicou que ela havia feito um aborto quando moça e estava convencida de que sua doença era uma direta consequência daquilo. Resumindo, ela acredita que o câncer era o julgamento de Deus sobre ela.

A resposta pastoral comum a tal questão agonizante de alguém em seu leito de morte é dizer que a aflição não é um julgamento de Deus pelo pecado. Mas eu tive de ser honesto, então eu disse a ela que não sabia. Talvez fosse julgamento de Deus, mas talvez não fosse. Eu não posso sondar o conselho secreto de Deus ou ler a mão invisível de sua providência, então eu não sabia o motivo de seu sofrimento. Eu sabia, contudo, que qualquer que fosse a razão para aquilo, havia uma resposta para a culpa dela. Nós falamos sobre a misericórdia de Cristo e da cruz e ela morreu na fé.

A pergunta que aquela mulher levantou é feita todos os dias por pessoas que estão sofrendo aflições. Ela é abordada em uma das passagens mais difíceis do Novo Testamento. Em João 9, nós lemos: "Caminhando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos perguntaram: 'Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?' Respondeu Jesus: 'Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus'" (vv. 1-3).

Por que os discípulos de Jesus supuseram que a causa raiz da cegueira daquele homem era seu pecado ou o pecado de seus pais? Eles certamente tinham alguma base para essa hipótese, pois as Escrituras, dos registros da queda em diante, deixam claro que a razão pela qual o sofrimento, a doença e a morte existem neste mundo é o pecado. Os discípulos estavam corretos de que de alguma maneira o pecado estava envolvido na aflição daquele homem. Também, há exemplos na Bíblia de Deus causando aflição por causa de pecados específicos. No Israel antigo, Deus afligiu a irmã de Moisés, Miriã, com lepra porque ela questionou o papel de Moisés como porta-voz de Deus (Números 12:1-10). Igualmente, Deus tomou a vida do filho nascido a Bate-Seba como resultado do pecado de Davi (2 Samuel 12:14-18). A criança foi punida, não por causa de algo que a criança fez, mas como resultado direto do julgamento de Deus sobre Davi.

Contudo, os discípulos cometeram o erro de particularizar o relacionamento geral entre o pecado e o sofrimento. Eles assumiram que havia uma correspondência direta entre o pecado do homem cego e sua aflição. Eles não leram o livro de Jó, que trata de um homem que era inocente, e ainda assim foi severamente afligido por Deus? Os discípulos erraram em reduzir as opções a duas quando havia outra alternativa. Eles fizeram sua pergunta a Jesus de uma maneira "ou isso, ou aquilo", cometendo a falácia lógica do falso dilema, assumindo que o pecado do homem ou o pecado dos pais do homem eram a causa de sua cegueira.

Os discípulos também parecem ter assumido que qualquer um que tem uma aflição sofre em direta proporção ao pecado que foi cometido. Novamente, o livro de Jó risca essa conclusão, pois o grau de sofrimento que Jó foi chamado a suportar era astronômico comparado com o sofrimento e aflições de outros muito mais culpados do que ele era.

Nunca devemos pular para a conclusão de que uma incidência específica de sofrimento é uma resposta direta ou está em direta correspondência ao pecado específico de uma pessoa. A história do homem que nasceu cego deixa isso claro.

Nosso Senhor respondeu a pergunta dos discípulos corrigindo sua falsa suposição de que a cegueira do homem era uma direta consequência do pecado dele mesmo ou de seus pais. Ele lhes assegurou que o homem nasceu cego não porque Deus estava punindo ao homem ou a seus pais. Havia outra razão. E por haver outra razão neste caso, pode sempre haver outra razão para as aflições que Deus nos chama a suportar.

Jesus respondeu a seus discípulos dizendo: "Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus" (v. 3). O que ele quis dizer? De uma maneira mais simples, Jesus disse que o homem nasceu cego para que Jesus o pudesse curar no tempo designado, como testemunho do poder e da divindade de Jesus. Nosso Senhor demonstrou sua identidade como o Salvador e o Filho de Deus nessa cura.

Quando sofremos, devemos confiar que Deus sabe o que está fazendo, e que ele trabalha em e através da dor e das aflições de seu povo para sua própria glória e a santificação de seu povo. É difícil suportar sofrimento prolongado, mas a dificuldade é grandemente aliviada quando ouvimos nosso Senhor explicando o mistério no caso do homem nascido cego, que Deus chamou para muitos anos de dor para a glória de Jesus.

www.editorafiel.com.br
www.ligonier.org




Fonte:http://www.ministeriofiel.com.br/artigos_detalhes.php?id=492

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Deus não está mais aqui...


Do jeito que vão as coisas, em breve veremos placas honestas nas portas das igrejas: “Deus partiu sem previsão para voltar”. E começo a pensar em Nietsche, quando escreveu “Zaratustra”. O cenário da igreja é lúgubre, ambiente de corvos em árvores secas e vermes emergindo da terra, seguindo o costume da Europa Nórdica de construir cemitérios junto às igrejas. Como se estas tivessem as respostas finais sobre angústia da vida e da morte. As roupas litúrgicas negras vestem ministros seguidores da reta doutrina enquanto enterram fieis com orações solenes, liturgias e réquiens infindáveis para poderosos aristocratas. Crítica ácida do filósofo aos representantes das igrejas cristãs, e à religião dominante.

Nietsche pronuncia: “Deus (na igreja) está morto!”, (Gott ist tot). Deus permanece morto. E quem o matou fomos nós! Como haveremos de nos consolar, nós, os algozes dos algozes? O que o mundo possuiu de mais sagrado e poderoso até agora sucumbiu exangue aos golpes das nossas lâminas. Quem nos limpará desse sangue? Qual a água que nos lavará? Que solenidades de desagravo, que jogos sagrados haveremos de inventar? Refiro-me ao enterro de Deus nos cemitérios das igrejas cristãs que perderam a força transformadora do mundo e se acomodaram em suas doutrinas petrificadas. Nem Lutero escapou de sua crítica.

O protestantismo histórico vem aceitando passivamente a insignificância do papel estatístico e funcional que lhe cabe para mostrar o que se compreende como “Igreja de Deus”. Os valores que circulam sobre o Deus ético da fé bíblica são fluidos e dispersivos.

A tradição mais antiga da igreja cristã remonta a Abraão. A assembleia do povo ainda nômade já buscava o lugar de Deus no mundo (ba-makon). O acesso a Deus começa com um reconhecimento, por mais assombroso e incompreensível que pareça, de que Deus não está nem no passado, nem no presente e nem no futuro. A tenda do encontro, no entanto, é o mundo (Ex 33,21): “Eis que há um lugar em mim” (hine makon iti). Isto é, a tenda é o lugar genérico. “Deus está no mundo, embora não seja do mundo” (Nilton Bonder). Voltemos ao Gênesis (28,10). Jacó foge de seu irmão. Deslocando-se de Bersheba para Haran, cansado, no fim da tarde, ao por do sol, deita-se para repousar e é capturado pela importância do lugar (va-ifga ba-makon). Esse é o lugar (ba makon há-há).

Pois bem, o sonho da igreja de Deus começa aqui. Jacó sonha e vê uma escada onde sobem e descem anjos. Ele acorda empolgado: “Certamente há Deus neste lugar e eu não o penetrava” (André Chouraqui, diz que o uso do verbo yaddah também tem o sentido de “saber”, além do comum “penetrar”). Um ambiente extraordinário, sabores e sensações fantásticas, memórias da natureza que não podem ser sentidas pela percepção bruta, emocional ou carismática.

Quando se percebe que para produzir algo relevante para a coletividade precisamos obter autorização de quem não produz nada, que o dinheiro da igreja deve fluir em diaconias e isso não acontece, que atos de compaixão e misericórdia nos tornam apóstatas de uma fé abstrata ou extremamente materialista, que muitos ficam ricos pelo suborno e influência das consciências de fieis, que se abandona a evangelização e discipulado bíblico em favor de espetáculos divertidos para o povo hipnotizado pela ganância, que as leis do país protegem igrejas materialistas já protegidas pelo corporativismo religioso (quando é que teremos uma CPI para evangélicos corruptos?), que o roubo no altar é aprovado e recompensado com o voto político e que a honestidade se converte em sacrifício da ética, então podemos afirmar, sem temor de errar, que esta igreja está condenada a ser abandonada permanente por Deus. Sem data para voltar.

Pensando como G. Brakemaier, “quando os interesses eclesiásticos começam a misturar-se com a mesquinhez e o egoísmo narcisista da coletividade, para legitimar privilégios religiosos a um determinado grupo, quando se transmuda a igreja em curral midiático, temos, de novo, o reino das trevas impondo-se ao Reino de Deus”. Exatamente como Lutero e os reformadores protestantes denunciaram.  Isso implica no que falta às comunidades cristãs, que é o aprendizado da fé no evangelho pregado por Jesus. Amor, tradução de compaixão, de ternura para com o sofredor; de misericórdia, na identificação e vivência com o oprimido e suas lutas, de solidariedade na busca e exigência de justiça para todos. E Jesus diz para essa igreja autêntica: “Estou convosco!”.

Ultimamente, a igreja gananciosa, soft, divertida, carismática, pretende ocupar o lugar da igreja que se retirou de onde deveria estar (cf. o sonho de Jacó, acima). É símbolo da desordem na linguagem e também do desinteresse quanto à Bíblia e seus conteúdos (Comunhão: Preferências evangélicas, set.2012), símbolo do desespero da própria igreja dos nossos dias, que quer visibilidade imagética enquanto se entrega a projetos egoístas e individualistas, símbolo de privilegiados que desejam subir sozinhos a “escada de Jacó” deixando para trás o povo que procura Deus para curar suas feridas. Enquanto se afastam da vida vivida, se veem enredados em escândalos infindáveis de corrupção e não enxergam nada de trágico em tudo que expressa a igreja dos nossos dias. Mas o pior ainda está por vir...

Derval Dasilio :É pastor da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil e autor do livro “O Dragão que Habita em Nós” (2010).

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Um andar digno da soberana vocação!


"Caro senhor,

A união do crente com Cristo é tão íntima, tão imutável, tão rica em privilégios, tão poderosa em termos de influência, que não pode ser totalmente representada por qualquer descrição ou similitude tirada das coisas terrenas. A mente, como a visão, é incapaz de apreender um grande objeto sem vê-lo por todos os ângulos diferentes.

Para ajudar a nossa fraqueza, a natureza desta união é ilustrada, na Escritura, por quatro comparações, cada uma jogando luz sobre o assunto, mas todas aquém da coisa significada.

Por natureza somos impelidos e agitados pelos ventos de mudança de opinião e por ondas de problemas, que de hora em hora perturbam e nos ameaçam sobre o mar incerto da vida humana. Mas a fé, unindo-nos a Cristo, nos põe sobre um firme fundamento, a Rocha Eterna, onde estamos imóveis, fixos e inabaláveis, embora tempestades e inundações unam suas forças contra nós.

Por natureza estamos separados da vida divina, como galhos quebrados, murchos e infrutíferos. Mas a graça, mediante a fé, nos une a Cristo, a videira viva, de quem, como a raiz de toda a plenitude, traz um fornecimento constante de seiva e influência contínua em cada um de seus ramos espirituais, permitindo-lhes darem fruto para Deus e perseverarem, não miseravelmente, mas abundantemente neles. O que os leva inexoravelmente a um viver santo.

Por natureza somos odiosos e abomináveis aos olhos de um Deus santo e cheios de inimizade e ódio. Pela fé, unindo-nos a Cristo, temos comunhão com o Pai e o Filho, e comunhão conjunta entre nós, assim como os membros de um mesmo corpo tem união entre si... comunhão e solidariedade, com a cabeça, e com seus companheiros, sendo todos membros do mesmo corpo.

Em nosso estado natural,  fomos expulsos nus e desamparados, sem piedade e sem ajuda (Ez 16), mas a fé, unindo-nos a Cristo, nos fixa em sua justiça perfeita, suas riquezas, suas honras... Nosso Redentor é nosso marido, nossas dívidas são pagas, nossa herança garantida, e os nossos nomes alterados.

Assim, o Senhor Jesus sendo declarado a base, a raiz, a cabeça e o marido de seu povo, tem de todas essas formas nos enquadrado em uma união íntima, vital e inseparável. No entanto, todas estas figuras ficam aquém da verdade completa, e Ele nos deu mais uma similitude, de que não podemos de maneira nenhuma formar uma concepção correta de tudo que somos e temos nEle até o momento em que seremos levados a vê-Lo como Ele é em Seu reino :

"Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos." - 1 João 3:2

João 17:21"Para que todos sejam um, como Tu, Pai, estás em Mim e Eu em Ti, para que também eles sejam um em nós".

Bem podemos dizer: Que coisas Deus tem feito! Quão inviolável é a segurança, quão grande o privilégio, quão inestimável é, quão indescritível é a felicidade de um homem de fato regenerado! Como ele não teria e demonstraria no mundo uma gratidão tão grande por tão infinita graça diante do mundo? Ele já esteve longe, foi filho do inferno... mas ele foi soberanamente trazido para perto de Deus pelo sangue de Cristo. Ele era um filho da ira, mas agora é um herdeiro da vida eterna. Quão fortes são, então, as suas obrigações para andar de maneira digna de Deus, que o chamou soberanamente para o seu reino e glória! Para ser santo! Para ser conformado a imagem de Cristo!"


–John Newton, “Letters” in The Works of the John Newton, Volume 1 (London: Hamilton, Adams & Co).

                        -  John Newton (1725-1807) -

domingo, 9 de junho de 2013

Aprovado

Rev. Flavio Pereira De Alencar

Às vezes vemos alunos chorando porque receberam notas menores que dez nas avaliações feitas por seus professores. Nem sempre são notas que os reprovam, mas os colocam a par de seus desempenhos na disciplina avaliada. 

Eu e você somos avaliados todos os dias, pela nossa família, pela nossa igreja, pelos amigos e pelo povo que não nos conhece. Os condutores de veículos estão em constante avaliação pelos pedestres, por outros condutores no trânsito com buzinaço, xingatórios, meneios de cabeça e outros tantos gestos. Eu e você, provavelmente, já fomos vítimas ou até mesmos impacientes reprovadores. 

Sem dúvida, a avaliação é constante. Se, ao embarcarmos em um avião, um dos comissários dissesse que, “por falta de pilotos mais capacitados, estamos colocando um novato no comando da aeronave sem experiência de voo; sabemos que é um risco para todos, mas é o que temos para o momento”, eu, na minha avaliação, reprovaria o piloto e sairia da aeronave antes da decolagem, e você? Não faria o mesmo? 

Com estas ilustrações, fica mais fácil refletir um pouco sobre alguns textos bíblicos que mencionarei. Neles há um elogio espetacular, uma motivação excelente e duas designações de inaptidões. 

Em primeiro lugar, o elogio. “Apeles, aprovado em Cristo”. Rm. 16.10. Entendo que essa é a menor biografia atribuída a um homem, mas suficiente para dar-lhe posse no céu. 

Em segundo, a motivação. Procura apresentar-te aprovado (2Tm 2.15). Com esta recomendação do apóstolo Paulo, entendemos claramente que Deus não vai aceitar reprovados, negligentes na fé, no amor, na oração, na adoração e em muitos outros requisitos da exigência divina. A Bíblia apresenta as normas estipuladas por Deus para a aprovação dos militantes na caminhada cristã. 

Em terceiro lugar, destaco duas inaptidões registradas como notas reprovadoras. 

- Os. 4.6 “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento”. Cabe uma pergunta. Que conhecimento faltava? O lamento do Profeta Oseias é que o povo já não conhecia mais o Deus Soberano capaz de oferecer libertação, segurança, saúde e alimento e pelo jeito faltava a essa gente a leitura bíblica, oração, adoração e o exercício da misericórdia. Isso deixava ineptas tais pessoas. 

- Mt 22.29 “Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus”. Com estas palavras Jesus reprovava um grupo de pessoas religiosas que não criam na ressurreição. Então o mestre aponta a incredulidade e os denuncia como desqualificados no entendimento sobre o poder de Deus. É como se Jesus estivesse falando: Eu sou a ressurreição e a vida, mas vocês não me conhecem. 

Em suma, todos nós precisamos conhecer as escrituras, obedecer às normas instrutivas sobre a salvação para recebermos as maravilhosas palavras de aprovação provindas de Deus, que não comete injustiça em sua avaliação.

Fonte:http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/aprovado

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Fôlego


Por Pedro João Costa

Se você quer
A segurança de um viver intenso,
Até o último fôlego, então,
Só existe uma alternativa,
Única e suficiente: crer!

Crer, no seu Criador.
A eternidade, é já!
A fé, eterniza ao que crê.

Autor: Pedro João Costa 

terça-feira, 4 de junho de 2013

Cesto de lixo


"Um dos grandes perigos que pode atingir a fé é a tentação de crer que aquilo que se pode ver é real e o que não se vê é menos real". Li essa frase na introdução da contra capa da Bíblia da Mulher que estava sobre o balcão de atendimento de uma loja, em seguida olhando ao redor vi um cesto com alguns dos produtos que eram vendidos ali e então fiquei meditando como pode ser tão verdadeira esta informação! Quero fazer aqui uma reflexão da mesma.

O grande perigo do racionalismo é exatamente este! Somos tentados a crer naquilo que vemos e isso se torna muito perigoso. A única coisa que pode dar um real sentido à vida daqueles que confessam ser cristãos, são exatamente os seus sonhos e os seus ideais. Quando somos tentados a crer apenas no que vemos estamos vivendo em conflito com a nossa confissão de fé, pois a fé se consiste apenas na certeza das coisas que não se veem.

O grande comandante militar norte-americano Douglas MacArthur que durante a primeira guerra mundial lutou na França disse em uma de suas famosas frases: "Os anos podem enrugar o rosto, mas a renúncia ao ideal pode enrugar até a alma". A maior tragédia da vida é viver sem ter um ideal. Não seria melhor dizer que a maior tragédia da vida não é a morte, mas viver sem propósito?

A ausência de projetos faz com que muitos vejam a vida passar pela janela. Muitas pessoas se alimentam apenas das informações dos noticiários e das novelas, é uma verdade! Muitas informações que entram dia a dia nos lares deveriam ser descartadas num cesto de lixo, pois são distorcidas da moral, dos bons costumes e até mesmo da fé cristã. Poucas são as perspectivas que muitos estão traçando para si e seus familiares. Muitos correm atrás do vento.

Em Eclesiastes cap.1:14, Salomão disse: "Atentei para todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento". O grande Salomão sabia como podemos constatar. Afinal, qual caminho você deseja percorrer? Qual legado pretende deixar para os seus filhos? Qual é a semente que vai querer lançar por onde passa? Lugar de lixo é no lixo.

A fé cristã é a única crença que pode dar uma resposta adequada para a busca que todo ser humano deseja encontrar. O cristão não está livre das incertezas que vai encontrar, mas pode e deve confiar naquEle que é suficiente para tornar sua jornada no melhor caminho. Somente o cristianismo tem a solução definida e coerente para todas as incertezas que surgirão em nossa caminhada.

sábado, 1 de junho de 2013

Ser temido ou ser amado?


Por Daniel Gonçalves Lima Junior

“Há três coisas que permanecem: a fé,
a esperança e o amor – e a maior destas é o amor”
(1 Coríntios 13:13 – NBV)

Há alguns dias atrás vi o filme “Alice no país das maravilhas” com meus filhos. É uma fábula sensacional com várias criaturas fantásticas e esquisitas que povoam o sonho de uma menina. Já perto da última batalha do filme, quando Alice finalmente derrota o Jaguardarte usando a espada Vorpal, a Rainha de Copas (Cortem-lhe a cabeça!), sentindo-se ameaçada, perde um de seus maiores aliados, e percebendo o perigo de outras deserções e sua iminente derrota decreta: “É muito melhor ser temido do que ser amado!”. Será?

Essas palavras da rainha, que refletem sua personalidade autoritária e impulsiva, me chamaram à atenção. Ela é bem mais atual do que imaginamos, e também reflete a filosofia e o estilo de vida de muitas pessoas, especialmente no que diz respeito aos relacionamentos pessoais de gente que está em alguma posição de liderança.

Vejo com pesar que pastores estão usando esse princípio no exercício de seus ministérios. A opção tem sido pelo temor, temor de “ter medo”. Os pastores estão gerando medo em suas ovelhas (?) recorrendo às ameaças do tipo “dê o seu dízimo, senão...”, “cumpram as minhas ordens, senão”, “não ousem questionar o homem de Deus, senão...”, “não toquem no ungido do Senhor...”, e outras baboseiras nocivas à saúde dos relacionamentos na igreja. Na verdade, morrendo de medo de perderem o controle sobre as pessoas, eles recorrem ao método de gerar medo. Preferem ser temidos, e se esquecem de amar e de serem amados.
Não é melhor ser temido como a Rainha de Copas diz, mas é mais fácil, sem dúvida. Para ser temido basta a roupa certa, o tom de voz certo, a ameaça certa, a distância certa, o tom de superioridade certo, e, para pastores, aquela imagem de que são eles que falam (apenas eles) com o Deus altíssimo. O resultado nós conhecemos: tenha medo daquele cara de terno lá no púlpito, ele é o “homem de Deus”.

Alguns pais também estão preferindo o caminho do medo. É mais fácil gerar medo no coração dos filhos, dá menos trabalho. Ao invés de cultivar relacionamentos profundos, os pais fazem a opção pelo terror, e por isso é muito comum ver pais e mães dando ordens aos filhos fazendo ameaças. A ameaça do castigo, da privação do Telebol, desculpe, do Playstation, é até didática, mas precisa ser usada com controle e com amor.

Famílias precisam de relacionamentos profundos, precisam de respeito mútuo, e precisam de amor. Sem amor não há relacionamento familiar, há apenas um monte de gente morando em uma mesma casa, cheia de regras a serem cumpridas. O resultado disso é o cansaço. Ninguém aguenta, adultos e crianças, viver o tempo todo com medo.

Na mesma direção estão os casais. Maridos que ameaçam, que exigem, que lideram suas esposas pelo medo. Esposas que ameaçam, que controlam, e que fazem todo tipo de chantagem baseadas no medo. As novelas estão cheias desse tipo de relacionamento conjugal, que fere, amedronta, e gera separações.

E as amizades? Nossos amigos? Como nos relacionamos com eles. Amamos nossos amigos? Eles nos amam? Estamos juntos pelo medo ou pelo amor, pela amizade?
E os namorados? Se amam? Tem medo? O que você está cultivando no coração do seu namorado ou de sua namorada, amor ou medo? Amor incondicional ou medo de perder?

E com Deus? Nos relacionamos com ele porque temos medo ou porque o amamos? Certamente Deus quer que o amemos de todo o nosso coração.

Quem é você nessa história? É a Rainha de Copas moderna ou alguém disposto a amar? Ser temido é mais fácil, mas ser amado é muito melhor! Ser amado dá mais trabalho. Para ser amado é preciso tempo, é preciso aprender a perdoar, precisamos expor nossas fraquezas, precisamos abrir nosso coração, precisamos de tolerância, precisamos rir e chorar juntos, precisamos de misericórdia e compaixão, precisamos da graça de Deus, precisamos dizer a verdade, precisamos de Jesus, precisamos de respeito mútuo, precisamos de humildade e de muitas outras coisas boas.

Penso que a igreja e a família são assim. São lugares para se gerar e experimentar amor e não medo. São lugares de relacionamentos marcados pelo amor. Jamais seremos perfeitos nisso, mas é preciso viver buscando esse tipo de relacionamento, que se constrói sobre o fundamento mais sólido que existe: o amor.

Nunca diga que é melhor ser temido do que ser amado, diga sempre que é melhor ser amado do que ser temido. Seja um pai assim, uma mãe assim, um marido assim, uma esposa assim, um filho ou uma filha assim, um crente assim, um pastor assim, um líder assim. Seja o que você for, seja uma pessoa marcada pelo amor. É muito melhor.

Que Deus te abençoe.