Por São Jerônimo
O mundo mergulha em ruínas, Sim!
Mas, no entanto,
Nossos pecados ainda
Vivem e florescem.
A famosa cidade,
Capital do Império Romano,
Está engolfada
Em tremendo incêndio;
Não há parte da terra onde os romanos
Não estejam exilados.
Igrejas antes consideradas sagradas
Não são hoje senão
Montes de escombros e cinzas;
E, não obstante,
Temos as nossas mentes
Voltadas para o desejo de lucro.
Vivemos como se devêssemos
Morrer amanhã;
No entanto,
Construímos como se fossemos
Viver sempre neste mundo.
Nossos muros brilham de ouro,
Bem como nossos tetos
E os capitéis de nossos pilares;
No entanto,
Cristo morre diante de nossas portas,
Nu e faminto,
Nas pessoas de Seus pobres.
São Jerônimo Carta cxxviii.
Fonte: Obras filosóficas - Bertrand Russel Livro segundo
Tradução de Brenno Silveira
Edição da Companhia Editora Nacional, pag. 44.
Como disse, o título é meu. Mas estas palavras, que escrevi no formato de um poema, são de São Jerónimo. Os espaços que dei não existem, pois se trata da parte de uma carta que ele escreveu a um amigo. De acordo com outros registros históricos, São Jerônimo nasceu mais ou menos em 347 e viveu até 420 DC. Jerônimo é notável pela tradução da Vulgata que se deu dos originais para o latim e por outros escritos. A narrativa que acima lemos, com "título meu", se deu mais ou menos em 410 DC. E já se passaram séculos e séculos, mas pelo visto a humanidade parece estar mesmo despida de humanidade. É, despida, nua...
Nossos pecados ainda
Vivem e florescem.
A famosa cidade,
Capital do Império Romano,
Está engolfada
Em tremendo incêndio;
Não há parte da terra onde os romanos
Não estejam exilados.
Igrejas antes consideradas sagradas
Não são hoje senão
Montes de escombros e cinzas;
E, não obstante,
Temos as nossas mentes
Voltadas para o desejo de lucro.
Vivemos como se devêssemos
Morrer amanhã;
No entanto,
Construímos como se fossemos
Viver sempre neste mundo.
Nossos muros brilham de ouro,
Bem como nossos tetos
E os capitéis de nossos pilares;
No entanto,
Cristo morre diante de nossas portas,
Nu e faminto,
Nas pessoas de Seus pobres.
São Jerônimo Carta cxxviii.
Fonte: Obras filosóficas - Bertrand Russel Livro segundo
Tradução de Brenno Silveira
Edição da Companhia Editora Nacional, pag. 44.
Como disse, o título é meu. Mas estas palavras, que escrevi no formato de um poema, são de São Jerónimo. Os espaços que dei não existem, pois se trata da parte de uma carta que ele escreveu a um amigo. De acordo com outros registros históricos, São Jerônimo nasceu mais ou menos em 347 e viveu até 420 DC. Jerônimo é notável pela tradução da Vulgata que se deu dos originais para o latim e por outros escritos. A narrativa que acima lemos, com "título meu", se deu mais ou menos em 410 DC. E já se passaram séculos e séculos, mas pelo visto a humanidade parece estar mesmo despida de humanidade. É, despida, nua...