sábado, 31 de outubro de 2015

Valorize o seu pecado

MAURÍCIO ZÁGARI


Pode soar estranho eu dizer isso, mas o seu pecado pode ser muito útil para ajudá-lo a viver uma vida de santidade. Aliás, permita-me ser um pouco mais específico: não o pecado em si, mas a percepção do seu pecado. É quando você se dá conta de que peca todos os dias, e muito, que passa a olhar para os demais pecadores em igualdade de condições, compreendendo que você não é moralmente superior a ninguém. Pois o fato de termos a natureza pecaminosa em nós nos nivela a todos, algo que só Jesus é capaz de desfazer. É ao confrontar-se com sua inclinação incorrigível para fazer o mal que percebe que os demais pecadores são simplesmente o que você também é: alguém que erra vez após vez e carece da graça divina.

A percepção do nosso pecado retira de nossos olhos a soberba, de nossos lábios a acusação e de nosso coração a arrogância. É ao nos percebermos culpados de tantas falhas que somos capazes de estender uma mão restauradora ao pecador, em vez de um dedo acusador. Miseráveis homens que somos, sujeitos à escravidão do pecado e às tentações mais vis. E quantas vezes sucumbimos! É… não temos o direito de nos colocarmos num patamar moral superior ao dos outros pecadores. O que temos é o direito de clamar pela misericórdia divina. Ajuda-nos, Senhor, em nossas misérias, pois não somos melhores que nossos pais…

Eu valorizo o meu pecado. Não por ele merecer minha valorização. Eu o odeio. Eu o abomino. Assim como abomino o seu pecado. Assim como abomino qualquer pecado. Mas o meu pecado é uma pedra no sapato que constantemente, a cada passo de minha jornada, ajuda a me pôr no meu devido lugar: pó. Nesse sentido, ele é um indesejável aliado, que constantemente me recorda de que o único caminho é ser misericordioso com os meus iguais: aqueles que pecam todos os dias.

Não tenho opção a não ser estender compaixão e perdão. Pois preciso fazer ao próximo o que gostaria que fizessem a mim. E ai de mim se não fosse a misericórdia e a compaixão e, acima de tudo, a graça, que me trata como se eu não fosse pecador. Não ser gracioso não é uma opção. Mas quem gosta de ser gracioso? Nós queremos é ver sangue! Só que, se não vivo mais eu, mas Cristo vive em mim, eu não importo. Tenho de negar a mim mesmo, tomar a minha cruz e seguir o manso Cordeiro.

Valorize o seu pecado, para que se lembre constantemente dele e faça de tudo para esmagá-lo. Jesus nunca se esqueceu do seu pecado, tanto que subiu à cruz para que um dia você pudesse, enfim, se ver livre dele. Esse dia chegará. Num lugar chamado eternidade você não terá mais de conviver com pecado algum. Até lá, que ele sirva como um lembrete continuo de que você não é melhor do que ninguém.

E ainda assim, Deus te ama. Que amor sublime e extraordinário…

Paz a todos vocês que estão em Cristo,


Fonte: https://apenas1.wordpress.com/2015/10/22/valorize-o-seu-pecado/

sábado, 24 de outubro de 2015

A antiestática da fé


Por Rogério Brandão Ferreira


Você me pergunta como meço a dinâmica de minha fé.

Observamos o crescimento de uma árvore, dia após dia, quase não percebemos seu desenvolver.

Precisamos voltar à semente.

Vejo ela em sua integridade, imutável, guardada em qualquer recipiente.

Mas eis que ela se deita no chão. É coberta pela terra. Some.

Não precisamos esperar muito para percebermos que a vida, contida naquele pequeno grão, rompe a dura casca e algo começa a surgir da terra.

A nova planta solta ramos, folhas e assim vai crescendo de forma perceptível.

Quando então árvore, frondosa, seu desenvolvimento, ainda que mais volumoso, ou até talvez por isso mesmo, torna-se mais discreto.

Nas quatro estações porém a árvore perderá suas folhas, dormirá, florescerá e dará frutos.

Com a fé não é muito diferente.

A fé não pode ser estática.

Por que então não admitirmos seus altos e baixos como uma dinâmica natural, cansativa, porém saudável?

Há momentos em que a fé, como semente tem que estar envolta em dura casca, imóvel e aparentemente sem vida. Deve ser este contudo um estágio passageiro de transição.

Depois a fé em seu desenvolvimento e dinâmica próprios passará por crises, por certezas e incertezas. A existência exige da fé momentos de angústia e momentos de euforia, mas também de serenidade e diversidade. Todos eles legítimos e necessários.

Como então medir a dinâmica dessa fé? Talvez, simplesmente, não seja necessário…


Fonte: http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/a-antiestatica-da-fe

sábado, 17 de outubro de 2015

Calvino, Ezequias e nossa prosperidade!



Então disse Ezequias: "Viram tudo quanto há em minha casa; coisa nenhuma há nos meus tesouros que eu deixasse de lhes mostrar.”  - Isaías 39:4

Deus salvou Jerusalém e curou o rei Ezequias. Mas em meio a essas bênçãos, o rei não percebeu o perigo que elas traziam. Elas testariam o rei e ele seria um fracasso.

Os babilônios estavam em guerra com os assírios, e o rei da Babilônia sabia o quanto os judeus odiavam os assírios... ele sabia da forma como miraculosamente Jerusalém tinha sido poupada. Então ele pensou que para derrotar os assírios, seria ótimo contar com a ajuda do judeus.

Sob o pretexto de comemorar a recuperação de Ezequias, o rei da Babilônia enviou presentes a Jerusalém. Ezequias ficou lisonjeado. É fácil ficar lisonjeado quando achamos que pessoas relevantes, influentes... nos notam. Não é por isso que a Verdade de Deus sempre é comprometida em nossos dias? Para receber atenção da cultura, ser notado, ser visto como relevante também, etc? Ezequias ficou lisonjeado com a atenção deste poderoso rei, e ele achou que para ter mais vitórias, essa aproximação seria útil. Lógico, que como hoje, ele poderia racionalizar dizendo a si mesmo o quanto isso poderia ser importante para o povo de Deus, a causa de Deus...

Por esta altura, Ezequias tinha acumulado muita riqueza, e ele tinha orgulho de mostrá-la para os babilônios. É o que acontece quando os mesmos valores do mundo são os nossos valores. Como medimos se somos abençoados? Tão orgulhoso Ezequias estava, que ele mostrou aos babilônios todo o seu tesouro e suas armas.

Não muito tempo depois deste episódio, o profeta Isaías veio a Ezequias. Ele deve logo ter percebido que algo estava errado, porque os profetas não visitavam reis para jogar conversa fora. Mas ele parecia estar completamente cego por seu orgulho e ambição em seu envolvimento com a Babilônia.

No momento que Isaías perguntou o que os babilônios tinham visto, Ezequias falou sem rodeios, alegremente... Ele em momento algum parecia perceber o seu pecado até que Isaías o confrontou diretamente e lhe disse que um dia toda a nação iria para o cativeiro na Babilônia e que seus próprios filhos seriam mortos.

Agora, o que Ezequias tinha feito que era tão mau aos olhos de Deus para merecer tal punição? Ele tomou sua prosperidade como sua conquista... o que fez crescer nele um orgulho tolo. Algo pode ser mais comum que isso? João Calvino comenta que “nada é mais perigoso do que ficar cego pela prosperidade”.

Junto a isso, Ezequias – ao atribuir a si mesmo (Sua capacidade, engenhosidade, estratégia, trabalho, merecimento... – razão pela qual o orgulho é produzido.) a sua prosperidade – também se permitiu entreter pensamentos de que uma aliança com uma nação ímpia, algo claramente proibido por Deus, traria a ele possibilidade de sucesso e prosperidade maior.

Ele tinha esquecido rapidamente a misericórdia que Deus lhe havia mostrado restaurando sua saúde, lhe dando tudo que tinha... por isso ele permitiu que o orgulho e a ambição ficasse no caminha de sua discrição, modéstia e verdadeira ação de graça. Ezequias usou todas as “redes sociais” do mundo antigo para desfilar seu orgulho. É o que João chama de soberba da vida – sinais de status: “Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo.” -  1 João 2:16

Ezequias percebeu perfeitamente o que tinha feito no momento em que ouviu a repreensão de Isaías. Ele aceitou a punição e deu graças a Deus por misericordiosamente retardar as consequências para depois de sua morte. Mas elas viriam. Isso pode parecer desconsideração com seus descendentes – e certamente que como é para nós,  isso era uma dor para ele – mas o seu reconhecimento que isso era misericórdia de Deus, já que Deus poderia justamente puni-lo instantaneamente, era uma manifestação sincera, apropriada e humilde de um coração que tinha mostrado um orgulho tolo.

É muito fácil baixar a guarda e fazer coisas tolas quando estamos desfrutando de prosperidade ( por menor que ela seja ). Nos tornamos espiritualmente preguiçosos e arrogantes. Isso é algo do qual devemos, se vivemos para Deus, nos proteger constantemente. Você está confiando em suas riquezas? ( Coisas materiais – mesmo que não seja algo grande ) – Tira delas a tua identidade? Se sente melhor, mais vitorioso, animado... por causa delas? Coisas? Realizações? Mente? Onde está o tesouro que você ostenta claramente para o mundo, na terra ou no céu? Quem recebe todo crédito por eles? – “Se no ouro pus a minha esperança, ou disse ao ouro fino: Tu és a minha confiança; Se me alegrei de que era muita a minha riqueza, e de que a minha mão tinha alcançado muito; Se olhei para o sol, quando resplandecia, ou para a lua, caminhando gloriosa, E o meu coração se deixou enganar em oculto, e a minha boca beijou a minha mão, Também isto seria delito à punição de juízes; pois assim negaria a Deus que está lá em cima.” - Jó 31:24-28

João 12: 20-50 -  seria uma boa leitura agora.


Fonte: http://www.josemarbessa.com/2015/10/calvino-ezequias-e-nossa-prosperidade.html

sábado, 10 de outubro de 2015

DIAS MELHORES PRA SEMPRE

Por João Marcos Bezerra


Acho que todo ser humano que se preze tem o desejo de dias melhores num futuro próximo. Sempre há esperança que um dia chegaremos a ter paz e amor. A banda Jota Quest canta isto na música ‘Dias Melhores Pra Sempre’: “Vivemos esperando dias melhores. Dias de paz. Dias que não deixaremos para trás. Vivemos esperando o dia em que seremos melhores. Melhores no amor. Melhores na dor. Melhores em tudo. Dias melhores pra sempre.”. Será que todos vivem nesta expectativa?
Embora alguns já desacreditem desses dias melhores, outros vivem na luta diária por eles. O fato dos refugiados saírem dos países em guerra em busca de um local melhor mostra esperança. O nosso esforço de crescer e melhorar mostra isso também. E assim a grande maioria, de uma forma ou de outra, luta com esperança por um futuro sem corrupção, sem violência, sem choro, sem dor e sem sofrimento. Mas, a questão é: onde está a esperança deles?
Por volta de 64d.C a Igreja começou a sofrer uma perseguição muito grande pelo Império Romano e, com isso, passou por um processo de dispersão. Nisto, o apóstolo Pedro escreve aos irmãos da ‘diáspora’ uma série de recomendações e, principalmente, destacando aos irmãos a graça de Deus. Daí, é que encontramos um dos seus mais conhecidos versículos: “Antes, santifiquem Cristo como Senhor no coração. Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês.” (1Pe 3.15).
Diante de toda a perseguição que a Igreja estava sofrendo, Pedro orientou os irmãos a não retribuírem mal com mal (v.9), a buscarem a paz com perseverança (v.11) e a não temerem o mal que sofriam mesmo praticando o bem (v.14). Pense num desafio que os irmãos tinham! Mas era a atitude destes que fazia com os outros percebessem uma diferença e, principalmente, que havia uma forte esperança em algo maior do que na própria humanidade ou nos deuses pagãos. Será que as pessoas percebem que há uma esperança maior para se buscar?
Fui a um congresso que tinha como tema “Uma Razão, Uma Esperança” e lá trataram da expectativa positiva que devemos ter na pessoa de Jesus Cristo para viver melhor aqui neste mundo. Isto é maravilhoso! Porque é no Senhor onde encontramos a verdadeira esperança. Entretanto, quando lembro do texto de 1Coríntios 15.19 (“Se é somente para esta vida que temos esperança em Cristo, somos os mais miseráveis de todos os homens”) sinto necessidade de algo mais.
A palavra grega elpis usada para esperança no texto de 1Pedro 3.15 também é definida como “regozijo e expectativa confiante da eterna salvação” (Bíblia Strong). E é nesta confiança que devemos viver aqui na terra: que um dia desfrutaremos da eternidade, estaremos no céu com Cristo reinando. É somente neste período da história que verdadeiramente encontramos os dias melhores que tanto buscamos. Além disso, esses dias melhores serão para sempre.
Mas, por que sou tão pessimista quanto a esta vida? Porque Jesus nos alertou (ver Mateus 24 e 25); porque o apóstolo Paulo nos alertou (ver 1Timóteo 4); porque o apóstolo João escreveu o livro do Apocalipse descrevendo toda a ruína humana antes da volta de Jesus. Por isso, sou pessimista para o aqui e agora.
Entretanto, sou otimista com o futuro porque acredito e nisto deposito toda a minha esperança de que eu, a minha família, todos aqueles que amo e conheço e toda a humanidade podem desfrutar de dias melhores para sempre na eternidade. Para isto, basta reconhecer a Jesus Cristo como único caminho, verdade e vida; confessa-lo como seu Senhor e salvador; e acreditar em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos. Se você quer continuar acreditando que os dias serão melhores pela força e trabalho da própria humanidade, é uma escolha sua. Isso não acontecerá!
O futuro próspero só virá quando Cristo estiver governando (Apocalipse 21 e 22). Tenha esperança nisto e desfrute de dias melhores pra sempre. Deus abençoe!

Eu creio em dias melhores pra sempre… no céu. Então, bora ou vamo?!


Fonte: http://jmarcosbezerra.blogspot.com.br/2015/09/dias-melhores-pra-sempre.html

domingo, 4 de outubro de 2015

Igreja: Hospital de Deus


Por Fernando Sampaio


Uma boa comparação para a Igreja de Deus é um hospital, lugar de doentes, para quem Jesus disse ter vindo salvar (tristemente os mestres da Lei da época de Jesus se achavam sãos), obviamente e principalmente do pecado, embora também tenha curado enfermidades físicas, até fazendo um cego de nascença começar a enxergar.

Aqui também fica fácil de entender que hospitais, existem muitos, fazendo nos lembrar ainda que o mesmo acontece com igrejas. Já no final do primeiro século, o apóstolo João, inspirado por Deus, escreveu às 7 Igrejas da Ásia Menor, e cada uma delas tinha características diferentes, e uma delas mais parecia uma UPA ou Hospital Público, cheia de problemas.

Até o arrebatamento, as Igrejas Cristãs estarão na terra: umas, com maior pureza doutrinária; outras, com menos. E outras, pior do que uma UPA, são verdadeiras sinagogas de satanás, por negar a divindade de Jesus e/ou outros absurdos doutrinários.

Quando o Hospital é sério, metáfora aqui para a Igreja, se empenha em restabelecer os doentes para quem Jesus veio salvar, ou melhor, curar da maior doença que há: o pecado.

Às vezes o tratamento a ser empregado é mais invasivo, mas os médicos (metáfora aqui para os pastores e líderes) resolvem oferecer um comprimido e mandar o paciente de volta pra casa.

Para o problema do pecado, o tratamento é sério: há de se mostrar que os exames de imagens do coração (angioplastia - algo parecido com o cateterismo) está repleto de obstruções, placas de gordura, simbolizando o pecado.

Alguém minimamente dotado de bom senso entenderá que nenhuma denominação é detentora da salvação, pois Deus confiou a salvação do homem à pessoa de Jesus ("e em nenhum outro há salvação ...")

Como já disse antes, hospitais há muitos, mas com nomes e administrações diferentes.

Assim, acontece com as Igrejas: as placas apenas tipificam a denominação da Igreja. E o que esta faz, dependerá do empenho e compromisso dos que a administram. Nem mesmo entre as UPAS (como também, em alguma denominação específica), há consenso de qualidade: existe diferença no padrão de qualidade no contexto de bairros diferentes.

Quanto maior o emprego das doutrinas bíblicas corretas, mais chances dos obstruídos do coração (pelo pecado) serem salvos.

Escreveu nos, o Profeta Isaías, inspirado por Deus: "Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, e inchaços, e chagas podres não espremidas, nem ligadas, nem amolecidas com óleo" (Isaías 1:6)

A salvação, segundo a correta doutrina bíblica, é pela graça mediante a fé na obra de Cristo (Éfesios 2:8-9). Isto põe o homem, quando ele crê, em comunhão com Deus, pois as nossas obras não nos podem salvar, somente a graça (Romanos 11:6)

Mas é inegável que continuamos tendente ao pecado, apesar de passar a ter o selo e o penhor do Espírito Santo em nós (Éfesios 1:13-14), mas Jesus é o nosso advogado junto ao Pai, como nos escreveu o Apóstolo João.

Nenhum processo de conversão ocorre sem o arrependimento, e este surge quando o homem é confrontado pela Palavra de Deus.

"Igreja" que não fala de pecado, condenação e inferno não é vista por Jesus como hospital espiritual, que é a doença, em estado terminal, da qual se encontra acometido todo pecador não convertido, cujos remédios a serem aplicados são a graça e a misericórdia de Deus mediante a morte de Cristo.

"Igreja" que não prega as doutrinas anteriormente citadas são agências do adversário aqui na terra. Mesmo que use o nome de Jesus no púlpito. Quem não prega as doutrinas certas, obviamente profere mentiras, como salvação pelas obras ou fazem apenas promessas de riqueza, curas e solução de problemas terrenos.

Só não falam de cruz ...

Maranata,ora vem Senhor Jesus !


Fonte: http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/igreja-hospital-de-deus