sábado, 30 de janeiro de 2016

7 Temores Mortais: Temor da Perda

Por Thomas Schreiner


Em 17 de agosto de 2012, minha esposa sofreu um acidente de bicicleta quase fatal. Nos primeiros dias, não sabíamos se ela sobreviveri, e, nas semanas subsequentes, não sabíamos quais seriam suas futuras capacidades mentais. Felizmente, o Senhor a restaurou quase completamente ao que ela era antes do acidente.

Esse acidente personalizou para mim um medo real que todos nós experimentamos, a saber, o medo de perder nosso cônjuge ou nossos filhos para a morte. Como viveremos sem eles? Os pais cristãos, em particular, temem que seus filhos nunca cheguem à fé. Eles mal podem suportar a ideia de seus filhos sofrerem no inferno para sempre.

Que antídotos temos contra o medo da perda? Gostaria de sugerir três:

Mergulhe no amor de Deus

Devemos começar por lembrar do evangelho. Nós merecemos a ira de Deus, porque adoramos a nós mesmos em vez de nosso criador e nos recusamos a dar-lhe graças e glória (Rm 1.18-25). Somos "por natureza, filhos da ira" e, em Adão, entregamo-nos aos desejos da carne, aos prazeres deste mundo e a Satanás, como o príncipe da potestade do ar (Ef 2.1-3). Mas como fomos amados! Nosso Deus é rico em misericórdia e derramou seu amor em nós, vivificando-nos quando estávamos mortos em nossos delitos e pecados (2.4-5). Ele não enviou seu filho para nos condenar, mas para nos salvar (Jo 3.16-18). Tampouco essa é uma palavra abstrata ou impessoal: "[Ele] me amou e a si mesmo se entregou por mim" (Gl 2.20).

Se Deus nos ama tanto, se ele nos perdoou de nossos pecados e rebelião, se ele nos purificou de toda injustiça (1Jo 1.9), então não temos nada a temer. Como o Apóstolo Paulo explica, não há nenhuma perda neste mundo que se compare à alegria de ganhar Cristo (Fp 3.7-9). Todo sofrimento e dor que enfrentamos podem ser suportados porque sabemos que Deus nos ama com um amor inextinguível em todas as circunstâncias.

Esteja enraizado na soberania de Deus

Não é apenas o caso de Deus nos amar. Ele também reina e governa sobre todas as coisas. O Senhor declara o fim desde o princípio, e seus propósitos e conselhos permanecerão de pé (Is 46.9-10). Nada pode entrar em nossas vidas à parte de sua vontade soberana, pois ele governa até sobre onde as sortes são lançadas (Pv 16.33). Isso significa que, em última análise, não há acasos. Nenhum governante ou autoridade pode nos prejudicar, porque o Senhor inclina o coração dos reis do jeito que quer (21.1). "No céu está o nosso Deus e tudo faz como lhe agrada "(Sl 115.3). Ele "frustra os desígnios das nações e anula os intentos dos povos"(33.10).

Jesus ensina que nem mesmo um pardal cai em terra à parte da vontade de Deus (Mt 10.29). Se ele cuida de pardais, então também cuida dos cabelos da nossa cabeça (v. 30). Eu recebi grande conforto com esses versículos, porque se pardais não caem em terra à parte de Deus, então isso também não acontece com ciclistas. Minha esposa estava nas mãos de Deus quando sua cabeça bateu na calçada. Não estou dizendo que enfrentar a situação foi fácil, e eu desejaria, a partir de uma perspectiva humana, que isso nunca tivesse acontecido. Mas eu tive esse grande conforto por saber que minha esposa estava nas mãos amorosas e fortes de Deus. Ele a ama muito mais do que eu a amo ou amarei.

Confie nas promessas de Deus

Devemos confiar nas promessas de Deus, mas devemos atentar para quais são essas promessas. Deus não promete que tudo vai sair do jeito que gostaríamos na vida. Mesmo que Deus não nos prometa uma vida confortável, suas promessas são incrivelmente confortadoras. Reconhecemos que as tristezas e preocupações da vida pode nos atingir como um furacão. Em um momento estamos calmos e em paz e, de repente, os ventos da preocupação estão soprando. Quando Satanás ataca, devemos nos lembrar das promessas de Deus. Romanos 8.32 diz: "Aquele que não poupou seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?" Deus fez a coisa mais difícil que se possa imaginar. Ele entregou seu Filho quando éramos seus inimigos, para que possamos passar da morte para a vida. Podemos ter certeza, então, que Deus nos dará tudo o que precisamos,

Quando tememos a perda, somos como Davi, que temia que as trevas iriam encobri-lo (Sl 139.11). As trevas podem vir, mas Deus acende a luz nas trevas, pois "até as próprias trevas não te serão escuras: as trevas e a luz são a mesma coisa" (v. 12). O Senhor é a nossa luz nas trevas. Como o Salmo 27.1 diz: "O SENHOR é a fortaleza da minha vida; a quem temerei?" Não temos nada a temer, pois a morte não é a realidade final. Nós servimos a um Deus que ressuscitou Jesus dentre os mortos. Temos garantida uma eternidade de amanhãs felizes. "Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã" (Sl 30.5).


O Dr. Thomas L. Schreiner é professor na cátedra James Buchanan Harrison de Interpretação de Novo Testamento e deão associado no Southern Baptist Theological Seminary em Louisville, Kentucky. É autor de The King in His Beauty: A Biblical Theology of the Old and New Testaments.


sábado, 23 de janeiro de 2016

Entre a liberdade da alma e a prisão do corpo


Por Alessandra Dantas

Todos os homens que vivem em sociedade estão sujeitos à transgressão de normas e condutas estabelecidas e, consequentemente,a serem punidos pela ação do Estado. Michel Foucault, em seu livro Vigiar e Punir fez uma arqueologia da prisão na modernidade, mostrando como do suplício em praça pública, os transgressores foram encarcerados. A modernidade cria a prisão do corpo, que exclui o sujeito da vida social, mais que isso, expurga da ordem do discurso à fala dos prisioneiros.
Em tempos pós modernos o que significa liberdade? Para o dicionário significa ''grau de independência legítimo que um cidadão, um povo ou uma nação elege como valor supremo, como ideal; para o jurista, é o ''conjunto de direitos reconhecidos ao indivíduo, isoladamente ou em grupo, em face da autoridade política e perante o Estado; poder que tem o cidadão de exercer a sua vontade dentro dos limites que lhe faculta a lei; e finalmente para os filósofos, apropriando de uma frase de Mahatma Ghandi, ''a prisão não são as grades, e a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência''. Utopias? Subjetividades? Você decide.
A palavra liberdade tem vários sentidos, mas a questão do problema aqui colocada é: o que estamos fazendo da nossa liberdade? Estamos valorizando-a de fato? Somos livres interiormente ou vivemos numa prisão camuflada, onde sorrimos por sorrir, vivemos por viver? Qual é o nosso senso de liberdade? Estamos sendo escravos de vícios, de maus hábitos, de enfermidades físicas, da depressão, e até mesmo do outro?
A liberdade não está num céu aberto ou num espaço ilimitado, mas na mente. É na mente que está a liberdade. Tudo depende da forma como você encara a sua vida. Para ilustrar esse, digamos meu sentido subjetivo de liberdade, baseio nesta história anônima:
''Um Homem de idade vivia sozinho em Minnesota. Ele queria virar a terra de seu jardim para plantar flores, mas era um trabalho muito pesado. Seu único filho, que normalmente o ajudava nesta tarefa, estava na prisão. O homem então escreveu a seguinte carta ao filho, reclamando de seu problema: "Querido Filho, Estou triste porque, ao que parece, não vou poder plantar meu jardim este ano. Detesto não poder fazê-lo porque sua mãe sempre adorava flores e esta é a época do plantio. Mas eu estou velho demais para cavar a terra. Se você estivesse aqui, eu não teria esse problema, mas sei que você não pode me ajudar com o jardim, pois estás na prisão. Com amor, Seu Pai".
Pouco depois o pai recebeu o seguinte telegrama:
"PELO AMOR DE DEUS, pai, não escave o jardim! Foi lá que eu escondi os corpos".
Às quatro da manhã do dia seguinte, uma dúzia de Agentes do FBI e policiais apareceram e cavaram o jardim inteiro, sem encontrar nenhum corpo. Confuso, o velho escreveu uma carta para o filho contando o que acontecera. Esta foi a resposta:
"Pode plantar seu jardim agora, pai. Isso é o máximo que eu posso fazer no momento."
Assim, é importante repensar nas pequenas coisas que muitas vezes, nós mesmos colocamos como obstáculos em nossa vida
Quando perdemos essa fabulosa liberdade que nos conduz ao êxtase do prazer de viver, perdemos o sentido da vida, e então, só nos restam lembranças de um passado que se foi e nada mais.


Fonte: http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/entre-a-liberdade-da-alma-e-a-prisao-do-corpo

sábado, 16 de janeiro de 2016

O Cristão aflito!!



POR JOSEMAR BESSA


A soberania de Deus é um poderoso conforto para o sofrimento dos santos. Quão doce deve ser as seguintes considerações para um cristão aflito!

1. Certamente existe um Deus todo-poderoso, todo-sábio e infinitamente misericordioso (Hebreus 11: 6).

2. Seu amor por Seu povo eleito é imutável; Ele nunca se arrepende de Sua escolha, nem retira o seu amor (Jeremias 31: 3).

3. O que quer que venha a acontecer no tempo, é o resultado de Sua soberana vontade na eternidade (1 Coríntios 8: 6).

4. Por conseguinte, minhas aflições são parte de Sua vontade soberana, e são todas ordenadas em número, peso e medida certa (Salmo 22:24).

5. Os cabelos da minha cabeça (cada um) são contados por Ele; nem um único fio de cabelo pode cair no chão sem que seja em consequência de Sua determinação sábia (Lucas 12: 7).

6. Por isso minhas aflições e angústias não são fruto do acaso, acidente, ou uma combinação fortuita de circunstâncias aleatórias (Salmo 56: 8).

7. Elas são a realização providencial do propósito eterno de Deus (Romanos 8:28), e são projetadas perfeitamente para responder a algumas necessidades básicas da minha alma de maneira sábia e graciosa (Tiago 5: 10-11).

8. Por isso, minha aflição não continuará por mais um momento sequer do que aprouver a Deus (2 Coríntios 7: 6-7).

9. Ele que trouxe a aflição para mim - prometeu me apoiar sob o peso dessa aflição e me levar e sustentar com graça e poder (Salmo 34: 15-17).

10. Todas as minhas aflições devem, com toda a certeza, trabalhar em conjunto para a Sua glória e minha minha alegria final nEle.

11. Portanto, "não hei de beber o cálice do sofrimento que o Pai me dá?" (João 18:11).

No entanto, aflições sutilmente podem nos ferir em seu primeiro momento - então, sob a impressão de tais visões da Sua soberania que nos animam, devemos nos apegar a Verdade, e as flechas da aflição, em grande medida, perdem sua nitidez, dor e pesar.

"E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos." - Romanos 8: 28-29


sábado, 9 de janeiro de 2016

Fé, emoções e imaginação

50 anos sem C. S. Lewis
Ricardo Barbosa de Sousa

Um dos escritores que mais influenciaram o cristianismo no século 20 não foi um teólogo, nem um pastor ou missionário, não ocupou grandes púlpitos, não viajou pelo mundo afora pregando em grandes catedrais. Foi um professor universitário de literatura, tímido e que, até a sua conversão, aos 31 anos, fora um ateu convicto. Clive Staples Lewis (1898–1963), conhecido como C. S. Lewis, tornou-se um dos maiores pensadores do cristianismo moderno.
Uma pesquisa realizada há alguns anos entre os leitores da revista americana “Christianity Today” mostrou que, depois da Bíblia, o livro que mais influenciou suas vidas foi “Cristianismo Puro e Simples”, de C. S. Lewis. Uma das razões para a influência contínua dos seus livros entre os cristãos, na minha opinião, é a forma como ele relaciona a razão com a emoção e a imaginação na experiência da fé.
Para Lewis, se a razão era o meio natural para se compreender a verdade, a “imaginação era o meio que dava o seu significado”. A melhor forma de dar significado a conceitos ou palavras é estabelecer uma imagem clara para nos conectar com a verdade. Ele acreditava que a aceitação das coisas como elas se apresentam ao nosso intelecto revela uma fraqueza e um empobrecimento da compreensão da realidade.
Esse tema é retratado em “Surpreendido pela Alegria”, no qual ele narra sua experiência de conversão e descreve o crescente conflito entre a razão e a imaginação em sua formação: “Assim, tal era o estado da minha vida imaginativa; em contraste com ela, erguia-se a vida do intelecto. Os dois hemisférios da minha mente formavam acutíssimo contraste. De um lado, o mar salpicado de ilhas da poesia e do mito; de outro, um ‘racionalismo’ volúvel e raso. Praticamente tudo o que eu amava, cria ser imaginário; praticamente tudo o que eu cria ser real, julgava desagradável e inexpressivo…”. De um lado, “o mar salpicado de ilhas da poesia e do mito”; de outro, “um racionalismo volúvel e raso”. Foi sua impressionante capacidade de reconhecer o valor de ambos que contribuiu para a riqueza de sua obra.
Em seu livro “Cristianismo Puro e Simples”, ao falar sobre a relação entre a fé e as emoções, ele aborda o tema criando o seguinte cenário: “Um homem tem provas concretas de que aquela moça bonita é uma mentirosa, não sabe guardar segredos e, portanto, é alguém em quem não se deve confiar. Entretanto, no momento em que se vê a sós com ela, sua mente perde a fé no conhecimento que possui e ele pensa: ‘Quem sabe desta vez ela seja diferente’, e mais uma vez faz papel de bobo com ela, contando-lhe segredos que deveria guardar para si. Seus sentidos e emoções destruíram-lhe a fé em algo que ele sabia ser verdadeiro”.
O problema da fé não está na razão como meio para se compreender a verdade, mas na forma como respondemos a essa verdade emocionalmente. Para que a fé seja consistente, ela precisa conectar a razão com as emoções, e isso se faz por meio da imaginação. Ele reconhece que “não é a razão que me faz perder a fé: pelo contrário, minha fé é baseada na razão… A batalha se dá entre a fé e a razão, de um lado, e as emoções e a imaginação, de outro”.
A fé como expressão lógica da razão atrofia a alma num cristianismo árido. Contudo, a fé como expressão de sentimentos e emoções envolve a alma numa espécie de balão, levado por qualquer vento, para qualquer lugar. O uso da imaginação integra a razão com os sentimentos e oferece à fé um significado real, para um mundo real.


• Ricardo Barbosa de Sousa é pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto e coordenador do Centro Cristão de Estudos, em Brasília. É autor de, entre outros, “A Espiritualidade, o Evangelho e a Igreja”.


Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/345/fe-emocoes-e-imaginacao

sábado, 2 de janeiro de 2016

O Temor do Senhor

Por Ray Ortlund


"O temor do Senhor é o princípio da sabedoria" (Pv 9.10). Se isto é verdade (e é), então o temor do Senhor nunca é algo a ser temido. Este temor não é uma barreira ao crescimento, mas um caminho para o crescimento e a realização eterna. Mas a palavra "temor" precisa de esclarecimentos, não é? Afinal de contas, a Bíblia não diz "O perfeito amor lança fora o medo" (1Jo 4.18)? Sim. Então, deve haver dois tipos de temor.

Um tipo de temor é aquele que foge do Senhor com pavor, que se esconde e se afasta dele com terror, como se ele fosse nosso problema. Esse tipo de medo é pagão, não cristão. Não tem nada a ver com glorificar e desfrutar de Deus. É desconfiança e ressentimento para com Deus. O evangelho não cria esse temor em nossos corações. O evangelho nos mostra a glória da graça de Deus em Cristo e nos ergue, seguros e destemidos, para enfrentar a vida corajosamente como homens e mulheres com destinos eternos.

Se você não está em Cristo, você teme o Senhor de todas as formas erradas, e não o teme o suficiente. A Bíblia diz que você enfrenta uma "expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários" (Hb 10.27). Se você não está em Cristo, você é adversário de Deus e está indo para o julgamento eterno – e você realmente merece isso. Mas ele está livremente lhe oferecendo Cristo como seu abrigo.

Você precisa de abrigo por muitas razões. Aqui vai apenas uma: sem Cristo, você é tudo que você tem. Arthur Allen Leff, da Escola de Direito de Yale, um incrédulo brilhante, declara sem rodeios: "Parece que nós somos tudo que nós temos. Dado o que sabemos sobre nós mesmos e sobre os outros, esta é uma perspectiva extremamente desgostosa; olhando ao redor do mundo, parece que, se todos os homens são irmãos, o modelo dominante é Caim e Abel. Nem a razão, nem o amor e nem mesmo o terror parecem ter servido para nos tornar "bons", e pior do que isso, não há razão nenhuma por que qualquer coisa deva nos tornar assim". Se você não está em Cristo, você é tudo que você tem. Isso é algo a temer. Mas Cristo é um abrigo para as pessoas que estão com mais problemas do que elas mesmas imaginam. Volte-se para Ele. Volte-se para Ele agora. Ele vai recebê-lo.

Aqui está outro tipo de temor: "O temor do Senhor [como] o princípio da sabedoria" (Pv 9.10). Esta é uma nova atitude de abertura a Deus, criada pelo Seu amor. Se você está em Cristo, o perfeito amor dEle está lançando fora o seu medo de julgamento. A Bíblia diz: "o medo implica castigo, e quem tem medo não está aperfeiçoado no amor. Nós amamos porque ele nos amou primeiro." (1Jo 4.18-19, A21). O castigo caiu sobre nosso Substituto na cruz. Nós O recebemos com as mãos vazias da fé. Estamos sob o amor de Deus agora. O evangelho nos liberta do temor de que Deus irá, no final, nos condenar de qualquer forma. Nada jamais nos separará do amor de Deus em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 8.38-39).

Nós cremos nisso, e O amamos.

Então, tememos ao Senhor de uma nova maneira. Tememos que venhamos a entristecer aquele que nos ama tanto. Este temor sadio é uma humildade ensinável, diz a Bíblia (Pv. 15.33). É total abertura para fazer a vontade de Deus (Gn 22.12). É arrependimento, afastamento do mal (Jó 28.28). Ele se traduz em obediência simples e prática à Palavra de Deus.

De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem (Ec 12.13).

O temor do Senhor é uma outra maneira de descrever a confiança no Senhor. Mas a palavra "temor" acrescenta conotações de reverência, respeito e admiração. O temor do Senhor é o oposto de uma superficialidade lisonjeira. Esta humildade não se importa de depender totalmente do Senhor. Na verdade, o temor do Senhor é psicologicamente compatível com "o conforto do Espírito Santo" (At 9.31). É um novo senso de realidade com o Deus vivo (At 2.43; 5.11; 19.17), que nos resgata de uma fé meramente teórica. Este temor é doce, e nos mantém perto do Senhor.

O temor do Senhor ganha em apelo quando concordamos com C. S. Lewis que "em Deus você está diante de algo que é, em todos os aspectos, incomensuravelmente superior a si mesmo." Se pensamos que podemos viver um só dia de nossas vidas sem nos submetermos ao Senhor, cedendo à Sua sabedoria superior e baseando-nos em Sua infinita provisão a cada momento, enganamos a nós mesmos, não importa o quão brilhante possamos ser.

Mas assim que aceitamos que não somos a medida, mas somos medidos; que não somos os doadores, mas os recebedores, e que Jesus Cristo é o maior especialista do universo em todas as coisas humanas, nós embarcamos em uma maravilhosa nova jornada. Somos livres para crescer e mudar.

O temor do Senhor é o princípio dessa sabedoria.


Fonte: http://www.ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/859/O_Temor_do_Senhor