sábado, 23 de janeiro de 2016

Entre a liberdade da alma e a prisão do corpo


Por Alessandra Dantas

Todos os homens que vivem em sociedade estão sujeitos à transgressão de normas e condutas estabelecidas e, consequentemente,a serem punidos pela ação do Estado. Michel Foucault, em seu livro Vigiar e Punir fez uma arqueologia da prisão na modernidade, mostrando como do suplício em praça pública, os transgressores foram encarcerados. A modernidade cria a prisão do corpo, que exclui o sujeito da vida social, mais que isso, expurga da ordem do discurso à fala dos prisioneiros.
Em tempos pós modernos o que significa liberdade? Para o dicionário significa ''grau de independência legítimo que um cidadão, um povo ou uma nação elege como valor supremo, como ideal; para o jurista, é o ''conjunto de direitos reconhecidos ao indivíduo, isoladamente ou em grupo, em face da autoridade política e perante o Estado; poder que tem o cidadão de exercer a sua vontade dentro dos limites que lhe faculta a lei; e finalmente para os filósofos, apropriando de uma frase de Mahatma Ghandi, ''a prisão não são as grades, e a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência''. Utopias? Subjetividades? Você decide.
A palavra liberdade tem vários sentidos, mas a questão do problema aqui colocada é: o que estamos fazendo da nossa liberdade? Estamos valorizando-a de fato? Somos livres interiormente ou vivemos numa prisão camuflada, onde sorrimos por sorrir, vivemos por viver? Qual é o nosso senso de liberdade? Estamos sendo escravos de vícios, de maus hábitos, de enfermidades físicas, da depressão, e até mesmo do outro?
A liberdade não está num céu aberto ou num espaço ilimitado, mas na mente. É na mente que está a liberdade. Tudo depende da forma como você encara a sua vida. Para ilustrar esse, digamos meu sentido subjetivo de liberdade, baseio nesta história anônima:
''Um Homem de idade vivia sozinho em Minnesota. Ele queria virar a terra de seu jardim para plantar flores, mas era um trabalho muito pesado. Seu único filho, que normalmente o ajudava nesta tarefa, estava na prisão. O homem então escreveu a seguinte carta ao filho, reclamando de seu problema: "Querido Filho, Estou triste porque, ao que parece, não vou poder plantar meu jardim este ano. Detesto não poder fazê-lo porque sua mãe sempre adorava flores e esta é a época do plantio. Mas eu estou velho demais para cavar a terra. Se você estivesse aqui, eu não teria esse problema, mas sei que você não pode me ajudar com o jardim, pois estás na prisão. Com amor, Seu Pai".
Pouco depois o pai recebeu o seguinte telegrama:
"PELO AMOR DE DEUS, pai, não escave o jardim! Foi lá que eu escondi os corpos".
Às quatro da manhã do dia seguinte, uma dúzia de Agentes do FBI e policiais apareceram e cavaram o jardim inteiro, sem encontrar nenhum corpo. Confuso, o velho escreveu uma carta para o filho contando o que acontecera. Esta foi a resposta:
"Pode plantar seu jardim agora, pai. Isso é o máximo que eu posso fazer no momento."
Assim, é importante repensar nas pequenas coisas que muitas vezes, nós mesmos colocamos como obstáculos em nossa vida
Quando perdemos essa fabulosa liberdade que nos conduz ao êxtase do prazer de viver, perdemos o sentido da vida, e então, só nos restam lembranças de um passado que se foi e nada mais.


Fonte: http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/entre-a-liberdade-da-alma-e-a-prisao-do-corpo

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