terça-feira, 3 de maio de 2011

Cremos na Vocação Soberana? - Josemar Bessa
















O homem natural tem muitas obsessões, coisas sem as quais a vida pareceria completamente vazia e sem graça. A palavra obsessão não é forte demais para mostrar aquilo que prende os homens irregenerados ao  mundo: “...para que não andeis mais como  andam também os outros gentios, na vaidade do seu sentido, entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração; os quais havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para com avidez cometerem toda a impureza”  (Ef 4.17-19)

Você acha o Apóstolo Paulo exagerado ao descrever nossa sociedade. Você acha ele duro demais, condenador, com uma visão deficiente? Espero que não, mas isso coloca as pessoas não regenerados num ponto onde independente do que possamos fazer ou usar serem libertas e trazidas para o Reino de Deus.

Senão vejamos: 

1)    Andando na vaidade dos seus sentidos

2)    Entenebrecidos no entendimento.

3)    Separados da vida de Deus pela ignorância que há neles

4)    Pela dureza do seu coração

5)    Os quais perderam todo o sentimento.

6)    Se entregam a dissolução. 

7)    Para não só cometer – mas com avidez cometerem toda a impureza.

É um caso sem esperança. Achar que podemos usar exatamente a ‘cultura’ de homens assim, nascida de homens assim, como instrumento de uma transformação tão grande – é o mesmo que ter a estratégia de usar o peteleco contra as bombas atômicas.

Essas estratégias não podem criar sequer um mosquito – que dirá uma nova vida que irá se tornar a imagem do Filho de Deus. Nem fornecer ajuda – pois ela é inútil – seria como beliscar um cadáver tentando ajudar a ressuscitá-lo.

O homem pode reagir bem a qualquer coisa que não seja necessário ter uma nova vida para apreciar. Sua própria cultura, por exemplo. Não podemos começar na carne, não podemos aperfeiçoar na carne, não podemos nada.

O homem irregenerado tem em si uma ignorância que não é intelectual – não bastará informações morais enquanto os bajulamos com sua cultura. A ignorância deles está nas profundezas da personalidade, é o que Paulo está ensinando – A única palavra para eles é “importa-vos nascer de novo” – A ignorância descrita por Paulo está neles e os domina completamente. Não se resolve usando suas paixões para tentar infundir informações. O que a Bíblia ensina é que a ignorância do homem natural é uma ignorância invencível seja quais meios que você venha a usar. E por que é assim? Por que estão ‘entenebrecidos no entendimento?” – Porque estão “separados da vida de Deus” – Não precisam de boas estratégias humanas, não precisam de mostrarmos a eles que podem ter as mesmas coisas só que com Jesus – PRECISAM DE UM MILAGRE.  Eles podem gostar da música que já gostam, do linguajar que já gostam, do estilo de vida que já gostam...  mas nenhuma estratégia os fará ver e ter todas essas coisas como esterco comparado a conhecer a Cristo.

No verdadeiro chamado do Reino de Deus (Feito pelo Espírito – sem estratégias humanas – Eficazmente – TODAS as outras obsessões terminam e passa haver uma única OBSESSÃO! Só há lugar para uma obsessão – a obsessão do Reino de Deus – Todo resto que pode ser perdido, não passa de esterco. Usando a cultura do mundo você não levará as pessoas verem as coisas do mundo assim em relação a conhecer Cristo. Quem não cera num evangelho que se adapte ao seu deleite na cultura humana? Ninguém precisa do poder regenerador do Espírito Santo para amar e desejar isso – O evangelho passa a ser resumido em simplesmente somar Jesus a tudo que eram suas obsessões como homem natural. Obsessões estas que você não pode perder – pela obsessão única do Reino de Deus.

Na Obsessão do Reino de Deus, nem afazeres, compromissos, relacionamentos, cultura... podem ocupar o lugar único do chamado – Essa não são as preocupações dos que foram chamados não por estratégia humana, mas pelo poder eficaz do chamado do Espírito. Esse evangelho diluído na cultura é aceita, mas não transforma. Ele vira um adendo dentro daquilo que realmente satisfaz o coração não regenerado.

Algo é tão caro para alguém que ele não pode deixar para trás? Este não é o coração para a obsessão única dos chamados pelo Espírito – O Reino de Deus. Todas as marcas da nossa cultura – O consumismo, entretenimento, ambições materiais... tem que estar sob completo domínio da sabedoria de Cristo – Não há como essas coisas não sufocarem a Palavra de Deus – levando as pessoas a transformar seu estilo de vida e cultura em Cristianismo – Não sendo de fato transformado e pronto a perder tudo “pela excelência do conhecimento de Cristo”, como diz Paulo.

Paulo usa em nosso texto a frase “por causa do endurecimento” ou “dureza do coração que há neles” – Paulo fala de homens que não são ‘sensíveis a Verdade” – Ao vermos uma geração insensível a Verdade – pensamos que algo que não é a Verdade – nossas ideais – pode trazer a sensibilidade através de nossa astúcia – Tudo que temos ao abandonar a fé no que Deus faz tão somente através da aplicação da verdade – o que temos não é sabedoria – mas astúcia. A astúcia pode nos ajudar a fazer pessoas a entrar na igreja, mas não a “odiar o mundo”. Ao acreditarmos em nossas estratégias deixamos claro que não acreditamos de fato na “Depravação total” – como Paulo descreve em nosso texto. A dificuldade do incrédulo não está só em seu intelecto, mas na totalidade do seu ser – os sentimentos e as sensibilidades. O problema do homem é que a “luz veio ao mundo e o mundo amou mais as trevas do que a luz”. É uma questão do coração. Estratégias de um coração que já dúvida do poder eficaz do Evangelho no chamado do Espírito – não pode levar um homem mau, odiar um mundo mau – através de sua cultura má. 

Tudo que o homem não pode largar o aprisionou – por isso é fácil agregar Jesus ao “reino’ do mundo – mas não abandonar o mundo indo em direção ao “Reino do Filho do seu amor” – Só quando nós diminuímos a depravação descrita na Bíblia sobre o homem, é que passamos a acreditar que alguma estratégia humana libertará o homem.

Seguir a Cristo é um caminho sem retorno – não reformar Sodoma e Gomorra – é deixá-la para trás – sem olhar para trás. Você não pode usar elementos da cultura de Sodoma para fazer com que as pessoas vejam e amem a beleza da santidade de Deus refletida na face de Cristo de tal modo que sequer olhem para Sodoma outra vez.

Deixar para trás e não olhar pra trás – avançar na direção oposta do que nossa mente se prendia (metanoia) – é a única opção – Avançar é a única alternativa viável. Todo verdadeiro discípulo terá que sempre dizer – ‘Esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, para o prêmio da SOBERANA VOCAÇÃO de Deus em Cristo Jesus (Fp 3.13-14).

Só o que pode operar isso no homem é uma SOBERANA VOCAÇÃO – UM SOBERANO CHAMADO – não o chamado das nossas estratégias e conveniências. É hora de voltarmos a crer somente na SOBERANA VOCAÇÃO. E então pregar fielmente a Palavra para que Deus chame seus filhos neste mundo mau.
Que Deus nos faça crer para que através de nós leve outras a crer - não como estrategistas - mas como fiéis pregadores da Verdade


            Solo Deo Gloria! - Josemar Bessa

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