quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

A estranha e sempre letárgica evolução

José Rubens Medeiros

Vem-me à lembrança que a grande maioria das pessoas que ocupam o planeta, em todas as culturas, absorveram os ensinamentos oficiais (governamentais) em escolas e universidades no sentido de que determinado cidadão nascido no Século XIX, servindo-se da “avançada” tecnologia da época, provavelmente desenvolvendo suas andanças de pesquisas montado num jegue (ou meio de transporte símile daquele tempo), concebeu o que se convencionou chamar de “Teoria da Evolução”, segundo a qual tudo (isto é, a vida e seus penduricalhos) teve início com uma grande explosão, a partir da qual houve o surgimento de seres vivos minúsculos, microscópicos, que foram crescendo, espichando, engordando, metamorfoseando, até as variedades que hoje se conhecem no mundo animal, entre as quais, segundo esse cientista do Século XIX, se inclui o ser humano, hodiernamente conhecido como homem e mulher.

É mais ou menos esta a elucidação darwiniana aceita e apregoada em todos os recantos e escolas do planeta. Somos filhos de uma explosão, fomos ameba, fomos sapos, fomos peixes, fomos aves, fomos jegues, fomos macacos, perdemos a cauda e finalmente nos encontramos no estágio atual, sem rabo, sem quatro patas, sem apêndices, sem chifres (exceto no sentido pejorativo e deprimente), já nos comunicando através de fala audível e variada, capazes de a cada dia inventar uma estripulia nova; disputando espaço, posição, poder, status, praticando sandices e atrocidades de toda espécie; regrados, regrando, empáticos, serenos, furiosos, estáticos, matando-nos uns aos outros, sem que isso represente uma da linhas-mestras do darwinismo, que é a prevalência do mais forte para que esse mais forte sobreviva e “evolua”.

Contudo, desde milênios continuamos com a mesma aparência, com as mesmas carências, com os mesmos assombros, com as mesmas interrogações; e, apesar de tudo isso, apesar desse trovejante niilismo, dessa extrema e indescritível confusão, apesar da balbúrdia mundial reinante, apesar de o ser humano (ou ex-ameba, ex-macaco etc.), na condição de tão-somente um animal casualmente melhorado como conseqüência de uma casual explosão cósmica, segundo ensinam os intelectuais credenciados pelos governantes, a tal Teoria da Evolução continua na boca, nos livros, nos jornais, nas revistas, nas televisões, a respeito da qual lembro-me do que declarou certo notável conhecido como R. L. Wysong: “...O que essa definição – geralmente aceita – da ciência e do método científico indica é que embora a evolução se utilize do método científico, a teoria evolucionista em si não é em última análise científica, porque a evolução tem poucas, se é que as tem, ‘verdades demonstradas’ ou ‘fatos observados’. A microevolução ou mutação estritamente limitada entre as espécies pode ser demonstrada, mas isso nada tem a ver com a evolução como geralmente compreendida. Depois de citar evolucionistas que confessam que a evolução não pode ser provada cientificamente, Wysong observa: ‘A evolução não é uma formulação do verdadeiro método científico. Eles (esses cientistas) compreendem que a evolução significa a formação inicial de organismos DESCONHECIDOS a partir de produtos químicos DESCONHECIDOS, numa atmosfera ou oceano de composição DESCONHECIDA, sob condições DESCONHECIDAS, cujos organismos subiram então uma escada evolucionista DESCONHECIDA, mediante um processo DESCONHECIDO, deixando uma evidência DESCONHECIDA’.”

Fonte:http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/a-estranha-e-sempre-letargica-evolucao

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Perdão


 


"Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?Jesus lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete.Por isso o reino dos céus pode comparar-se a um certo rei que quis fazer contas com os seus servos;E, começando a fazer contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos;E, não tendo ele com que pagar, o seu senhor mandou que ele, e sua mulher e seus filhos fossem vendidos, com tudo quanto tinha, para que a dívida se lhe pagasse.Então aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para comigo, e tudo te pagarei.Então o senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, soltou-o e perdoou-lhe a dívida.Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos, que lhe devia cem dinheiros, e, lançando mão dele, sufocava-o, dizendo: Paga-me o que me deves.Então o seu companheiro, prostrando-se a seus pés, rogava-lhe, dizendo: Sê generoso para comigo, e tudo te pagarei.Ele, porém, não quis, antes foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida.Vendo, pois, os seus conservos o que acontecia, contristaram-se muito, e foram declarar ao seu senhor tudo o que se passara.Então o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste.Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti?E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia.Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas." Mateus 18:21-35
Umas das lições mais lindas de Jesus é sobre o perdão. Nesse trecho, Jesus conta uma parábola na qual um rei tinha um grande devedor que não tinha como pagar a sua dívida. Conforme o costume da época, o rei mandou que ele, sua família e todos os seus bens fossem vendidos para pagar a sua dívida. Mas após uma súplica do servo, o rei se moveu de íntima compaixão e soltou o servo, perdoando toda a sua dívida. Esse servo, entretanto, encontrou um devedor e, ao contrário do que fez o rei, não teve misericórdia do seu devedor, mas trancou-o na prisão. O rei, ao saber de tudo, repreendeu o servo e revogou o seu perdão, ordenando que ele pagasse toda a sua dívida. Na conclusão, Jesus deixa claro a interpretação da parábola: "Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas".

Nós, portanto, somos o servo devedor da parábola. Todos nós já pecamos muito e, portanto, somos devedores do Pai celestial.
"Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;" Romanos 3:23
Mas Deus se moveu de íntima compaixão por nós e, antes mesmo de nascermos, já providenciou para nós um escape: Jesus Cristo.
"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus."João 3:16-18
Nós não tínhamos como pagar a nossa dívida, mas Jesus veio e pagou tudo, morrendo na cruz do calvário. E a única coisa que temos que fazer para nos salvar é crer em Jesus e aceitá-lo como nosso único salvador. Dessa forma, através do sangue do seu sacrifício, temos todos os nossos pecados perdoados!
"Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.1 João 1:7
Poxa, se o Pai perdoou todas as nossas falhas com tão grande amor, graça e misericórdia; da mesma forma o Pai deseja que sejamos misericordiosos para com os nossos devedores. Pois Ele quer que sejamos como Ele. Ele é o grande exemplo para nós e, portanto, a Ele devemos seguir. 

Perdoar não é fácil, mas deve ser um alvo nas nossas vidas. Quando Jesus ensinou a orar, ele registrou na sua oração uma lição de perdão:
"E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores;" Mateus 6:12
Talvez você já tenha feito essa mesma oração várias vezes. A reflexão que gostaria de deixar é: será que realmente temos perdoado os nossos devedores? Perdoar coisas pequenas talvez seja fácil. Mas e quanto às coisas maiores e mais difíceis? Perdoar uma ofensa que nos feriu profundamente, nos deixou abatidos ou irados... Jesus nos ensina a perdoar até setenta vezes sete. Isso é pra você perder a conta e não se preocupar mais em contar quantas vezes perdoou (rsrsrs).

A oração que eu faço nesse momento, e te convido a fazer comigo, é: Senhor, ensina-me a perdoar os meus devedores. Perdoar aqueles que me ofenderam, me atacaram, até os que me caluniaram, ou aqueles que me fizeram mal. Se existe alguma raiz de amargura em meu coração, remova-a em nome de Jesus.

Seja misericordioso, e assim a misericórdia de Deus te alcançará.
"Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;"Mateus 5:3-10

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Como ser Cheio do Espírito Santo



Como beber o vinho de Deus?

Efésios 5:18 diz: "E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito". Há, pelo menos, quatro efeitos de ser cheio do Espírito. Primeiramente, o versículo 19 mostra que o efeito é musical: "...falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor". É evidente que a alegria em Cristo é a característica peculiar de ser cheio do Espírito.

Mas não somente alegria. No versículo 20, encontramos a gratidão: "Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo". Gratidão perpétua, gratidão por tudo resulta de ser cheio do Espírito - e essa gratidão tem como alvo o vencer a murmuração, o descontentamento, a autocompaixão, a amargura, o queixume, a carranca, a depressão, a inquietação, o desânimo, a melancolia e o pessimismo!

Mas os efeitos não são apenas alegria musical e gratidão por tudo; há também a submissão de amor às necessidades uns dos outros - "sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo". Alegria, gratidão e amor humilde - essas são algumas das marcas de ser cheio do Espírito.

Poderíamos acrescentar um quarto efeito: ousadia no testemunho cristão. Podemos ver isto com mais clareza em Atos 4:31: "Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus". Nenhum crente deixará de ser ousado e zeloso no testemunho, se o Espírito Santo estiver produzindo nele alegria transbordante, gratidão perpétua e amor humilde. Oh! Como precisamos ser cheios do Espírito! Procuremos esse enchimento! Busquemo-lo!

No entanto, há uma pergunta crucial: como podemos buscá-lo? Comecemos com a analogia mais próxima: "Não vos embriagueis com vinho... mas enchei-vos do Espírito" (v. 18). Como você se embriaga com o vinho? Você o bebe... em grande quantidade. Então, como ficaremos embriagados (cheios) com o Espírito? Bebamos dEle! Bebamos em profusão. Paulo disse: "A todos nós foi dado beber de um só Espírito" (1 Coríntios 12:13). Jesus disse: "Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Isto ele disse com respeito ao Espírito" (João 7:37-39).

Como podemos beber do Espírito Santo? Paulo disse: "Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, [cogitam] das coisas do Espírito" (Romanos 8:5). Bebemos do Espírito cogitando das coisas do Espírito. O que significa "cogitar" das coisas do Espírito"? Colossenses 3:1-2 afirmam: "Buscai as coisas lá do alto... Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra". "Pensar" significa "procurar, dirigir a atenção para, preocupar-se com". Significa "ser dedicado a" e "absorvido com". Portanto, beber do Espírito significa buscar as coisas do Espírito, dirigir a atenção às coisas do Espírito, dedicar-se às coisas do Espírito.

Quais são "as coisas do Espírito"? Quando Paulo disse: "Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus" (1 Coríntios 2:14), estava se referindo aos seus próprios ensinos inspirados pelo Espírito (1 Coríntios 2:13) - especialmente seus ensinos a respeito dos pensamentos, planos e caminhos de Deus (1 Coríntios 2:8-10). Então, "as coisas do Espírito" são os ensinos dos apóstolos a respeito de Deus. Jesus também disse: "As palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida" (João 6:63). Logo, os ensinos de Jesus também são "as coisas do Espírito".

Portanto, beber do Espírito significa cogitar das coisas do Espírito. E cogitar das coisas do Espírito significa dirigir nossa atenção aos ensinos dos apóstolos a respeito de Deus e às palavras de Jesus. Se fizermos isso por bastante tempo, ficaremos embriagados com o Espírito. De fato, ficaremos viciados no Espírito. Em vez de dependência química, desenvolveremos uma maravilhosa dependência do Espírito Santo.

Mais uma coisa: o Espírito Santo não é como o vinho, porque Ele é uma pessoa e livre para ir e vir aonde quer que deseje (João 3:8). Por isso, temos de acrescentar Lucas 11:13. Jesus disse aos seus discípulos: "Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?" Se queremos ser cheios do Espírito, temos de pedir isso ao nosso Pai celestial. E foi isso que Paulo fez pelos crentes de Éfeso. Ele pediu ao Pai celestial que aqueles crentes fossem "tomados [cheios] de toda a plenitude de Deus" (Efésios 3.19). Beba do Espírito e ore. Beba do Espírito e ore. Beba do Espírito e ore.

Fonte: Desiring God

John Piper é um dos ministros e autores cristãos mais proeminentes e atuantes dos dias atuais, atingindo com suas publicações e mensagens milhões de pessoas em todo o mundo. Ele exerce seu ministério pastoral na Bethlehem Baptist Church, em Minneapolis, MN, nos EUA desde 1980.


sábado, 1 de dezembro de 2012

Fyodor Dostoevsky e a Loucura das loucuras! É a tua?


Por  JOSEMAR BESSA 

Qual é a maior loucura humana? Fyodor Dostoevsky  diz:


“Entre as recordações que cada um de nós guarda, algumas há que só contamos aos amigos. Há ainda outras que nem sequer aos amigos confessamos, que só a nós próprios dizemos e, mesmo assim, no máximo segredo. Finalmente, há coisas que o homem nem sequer se permite confessar a si mesmo. Ao longo da existência, toda a pessoa honesta acumulou não poucas destas recordações. Diria mesmo que a quantidade é tanto maior quanto mais honesto o homem. Eu, em todo o caso, não foi há muito que me decidi a recordar algumas das minhas antigas aventuras; até agora evitava fazê-lo, aliás com um certo desassossego. Porém agora, quando as evoco e desejo mesmo anotá-las, agora vou tirar a prova: será possível sermos francos e sinceros, pelo menos com nós próprios, e dizermo-nos toda a verdade?


Observo, a propósito, que Heine afirma não poderem existir autobiografias exatas e que o homem mente sempre quando fala de si próprio. Em sua opinião, Rousseau enganou-nos à certa nas suas “Confessions”, e até deliberadamente, por vaidade. Tenho a certeza de que Heine tem razão: compreendo muitíssimo bem que nos possamos acusar de crimes abomináveis apenas por vaidade e também compreendo o que pode ser esse sentimento. Mas Heine tinha em vista as confissões públicas; ora, eu escrevo só para mim e declaro duma vez por todas que, se pareço dirigir-me ao leitor, é apenas um processo de que me sirvo para maior facilidade.”


Fyodor Dostoevsky, em 'Cadernos do Subterrâneo


Sem a ação do Espírito Santo, assim como Davi mentiu para si mesmo até que Natã o confrontou contando-lhe uma história que parecia ser de outro, nós mentiremos para nós mesmos.


Isto é evidente diante dos muitos avisos contra o auto-engano contidos nos escritos apostólicos. "Não erreis", é uma advertência muito repetida por Paulo, em sua primeira epístola aos Coríntios. Capítulos 3:16, 6:9; 15:33. Como é impressionante sua linguagem em Gálatas: “Porque, se alguém cuida ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo” Gálatas 6:3


O apóstolo Tiago segue e mesmo caminho: "Não vos enganeis, meus amados irmãos-Sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos." - Tiago 1:16. Que advertências solenes estão em muitos outros lugares nos chamando a verdadeira auto-análise e no cuidado com a possibilidade do auto-engano: “Examinai-vos a vós mesmos, se se de fatoestais na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados.” -2 Coríntios 13:5


Mas o que pode igualar a força e imponência da linguagem do apóstolo e precaução em referência a si mesmo? “E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível. Pois eu assim corro, não como a coisa incerta; assim combato, não como batendo no ar. Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.” 1 Coríntios 9:25-27


Se um homem, o maior, o mais santo, o membro mais ilustre, ministro e apóstolo da igreja cristã, achou necessário ter cautela tal, qual deve ser a necessidade de nossa parte?


O perigo do auto-engano é também mostrado nas declarações alarmantes de Cristo. Na parábola do semeador, ele dividiu os ouvintes da palavra em quatro classes, das quais apenas uma é composta de crentes sinceros, embora pelo menos duas das três outras, são representados como recebendo a palavra, e professando-a por um tempo como se tivessem sido regenerados quando de fato não foram. Como é solene e nos desperta as suas palavras no sermão do Monte. "Nem todo o que diz a mim, Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus... E então lhes direi: Nunca vos conheci...'' Mat. 7:21-23


Sem a ação do Espírito Santo nós mentiremos para nós mesmos. E até a loucura das loucuras, mentiremos para Deus.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Diversidade de Dons

J. C. Ryle
Devemos observar nesses versículos o diferente caráter dos discípulos de Cristo. Nesta ocasião profundamente interessante, vemos Pedro e João lado a lado no mesmo barco. E, uma vez mais, assim como no sepulcro, nós os observamos comportando-se de maneira diferente. Estando Jesus na praia, durante o ofuscado amanhecer do dia, João foi o primeiro a reconhecê-Lo, dizendo: “É o Senhor!”; mas Pedro foi o primeiro a lançar-se ao mar, esforçando-se para chegar perto do Senhor. Em resumo, João foi o primeiro a ver; Pedro, o primeiro a agir. O espírito gentil e amável de João foi mais rápido para discernir; porém, a natureza impulsiva de Pedro foi mais rápida para levá-lo à ação. Os dois eram verdadeiros discípulos, amavam o Senhor em suas vidas e mostraram-se fiéis a Ele até à morte; mas o temperamento natural deles não era o mesmo.

Jamais esqueçamos esta lição prática. Enquanto vivermos, devemos utilizá-la com diligência ao formular opiniões a respeito de outros crentes. Não devemos condenar os outros como pessoas incrédulas e destituídas da graça divina, somente porque não têm as mesmas opiniões que nós temos no que se refere aos deveres cristãos e não expressam sentimentos iguais aos nossos. “Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo” (1 Co 12.4). Os dons dos filhos de Deus não são outorgados exatamente na mesma proporção e medida. Alguns possuem maior medida de um dom; outros têm mais de outro dom. Alguns dons brilham com mais intensidade, quando utilizados em público; outros, em particular. Alguns crentes brilham mais em sua vida de passividade; outros, em uma vida de atividade; mas todos os membros da família de Deus, de acordo com seu dom e no devido tempo, glorificam a Deus. Marta era uma mulher agitada que se preocupava com muitos afazeres, enquanto sua irmã, Maria, assentava-se aos pés do Senhor, para ouvir sua Palavra (Lc 10.39-40). Todavia, chegou o dia em que Maria ficou abatida e prostrada por causa de muita tristeza, enquanto a fé exercida por Marta resplandeceu mais do que a de sua irmã (Jo 11.20-28). Ambas eram amadas por nosso Senhor. A única coisa realmente necessária é ter a graça do Espírito e amar a Cristo. Amemos a todos aqueles que possuem esta graça e amam o Senhor, embora não vejam as coisas com os nossos olhos. A igreja de Cristo precisa de todos os tipos de servos e instrumentos — facas e espadas, machados e martelos, formões e serrotes, Marta e Maria, Pedro e João. A nossa regra áurea deve ser: “A graça seja com todos os que amam sinceramente a nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef 6.24).



Ryle serviu por quase 40 anos como ministro do Evangelho. Foi um escritor prolífico, um pregador vigoroso e um pastor fiel. Muitas de suas obras têm sido reeditadas e servido como fonte de instrução e consolo para o povo de Deus. A Editora Fiel publicou algumas de suas obras em português: o clássico “Santidade”; “Uma palavra aos moços”; “Fé genuína” e os quatro volumes de meditações nos evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João.



Fonte:http://www.editorafiel.com.br/artigos_detalhes.php?id=106

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Teologia da Prosperidade - Uma Corrida para a Ruína.


por  JOSEMAR BESSA


Por que como um câncer a “teologia da prosperidade” foi se alastrando numa metástase diabólica no seio da igreja protestante? O que vemos hoje (Se olharmos com olhos espirituais e bíblicos), é uma terra arrasada, escombros e ruínas (Como Jeremias viu Jerusalém ) daquilo que devia ter sua existência (igreja) com o único propósito de proclamar a glória de Deus.


Não é difícil resistir algo inicialmente, mas a medida que o tempo passa, a cobiça domina, nossos olhos se tornam a única porta de “verdade” para a “igreja”. Esquecemos a Palavra. A igreja hoje é o retrato fiel dos seus líderes. Um retrato do coração e ambição mundana. “Mas eles foram a causa da sua ruína e da ruína de todo o Israel” (2Cr 28.23).


Acaz voltou de Jeová para servir aos deuses de Damasco. Como hoje. E por quê? Porque a Síria estava gozando de prosperidade. Ao ver o que Acaz viu, a igreja começou a imitar o mundo, e igrejas ao olharem as outras foram imitando a imitação do mundo – Resultado? Metástase que parece irreversível.


O que Acaz fez? “Ele ofereceu sacrifícios aos deuses de Damasco que o haviam derrotado, pois pensava: ‘Já que os deuses da Síria os têm ajudado, oferecerei sacrifícios a eles para que me ajudem também’. Mas eles foram a causa de sua ruína, e da ruína de todo o Israel”.


Não há outro resultado possível. O pragmatismo não pode dirigir quem quer ser guiado por Deus – mas sim uma confiança absoluta em Sua Palavra. O que valia para Israel vale para a igreja no século XXI – A conseqüente introdução de falsos deuses e a profanação do culto a Deus ( e como esse culto tem sido profanado hoje no altar de Mamom ) tornou-se a ruína de Acaz e seu reino.


Esta é a ruína da igreja, a mesma de Acaz e Israel. E ela acontece pelos mesmos motivos. Os ídolos modernos tomaram completamente o lugar da Palavra de Deus e sua glória. Os ídolos estão navamente estabelecidos e adorados alegremente em nossos dias.


Nada mais trágico do que ver o próprio homem ( e igreja ) se arruinando: “...eles foram a causa da sua ruína e de todo o Israel” (2Cr 28.23). Acaz claramente é o tipo de muitos e muitas igrejas destruidoras de si. “A tua ruína, ó Israel, vem de ti” (Os 13.9) – Como seria bom se houvessem vários Oséias proclamando hoje, mas na verdade são tão poucos. Acaz quis ser seu próprio mestre – Esqueceu Deus, esqueceu Sua Palavra – Só conseguia ver a “prosperidade” da Síria. Ficou fascinada e paralisado como uma presa diante da serpente. Isso sempre arruína – arruinou o filho pródigo – arruinou Acaz – arruinou Israel, e arruinará milhões e milhões de outros.


É a arrogância que faz pastor imitar pastor, igreja imitar igreja – todos indo em direção a ruína da “Teologia da Prosperidade”. A arrogância e a arbitrariedade ao pecar: “Andou nos caminhos dos reis de Israel” (2 Rs 16.3,4). Essa é uma corrida morro abaixo. Cada vez mais a velocidade aumenta e o abismo se aproxima – Esta é uma corrida para a ruína.


Um dia a idéia mundana de “prosperidade” custará muito caro. Acaz esbanjou tesouro em sua cópia da adoração dos deuses da Síria invejando a sua prosperidade. Mas é bom que se diga aos iludidos, Acaz gastou muito e ganhou pouco. Isto vale para a igreja e para as pessoas individuais.


Desperdício! O trágico é que nossa vida aqui não é um recurso inesgotável e logo nosso tempo se encerrará. Que legado trágico deixaremos as próximas gerações. Nossas existências só se justificam se forem para a glória de Deus – o mesmo vale para a igreja em geral. Desperdício e muitos outros caminhos errados são caros e ruins.


Quando estamos obstinados, como os dias em que vivemos hoje na igreja, nós somos capazes da loucura de desafiar Deus. Acaz desafiou a punição: “Mesmo nessa época em que passou por tantas dificuldades, o rei Acaz tornou-se ainda mais infiel ao Senhor” ( 1Co 28.22) – Ele estava focado na “prosperidade” dos deuses da Síria. Esta rebeldia ao claro ensino de Deus e contra toda a correção sempre leva à ruína certa.


Nossa geração se acha esperta em seu pragmatismo. Diz “Rico sou e de nada tenho falta” – nós sabemos a resposta que Deus deu a igreja que afirmou isso. Acaz era muito sagaz, e bajulava os grandes. Aos nossos olhos isso parece uma tática perfeita – está funcionando, eles são grandes, por que não nos ajuntarmos a eles? Acaz fez uma cópia do altar dos deuses da Síria e levou para sua casa. Quem é que perece mais rapidamente? Os espertos demais para serem simples e simplesmente seguirem o seu Deus.


Vamos ser justos, Acaz era um homem de “bom gosto” – sabia admirar coisas que fascinam os nossos corações. Ele admirava as antigüidades e o estético na religião. Ah! O estético na religião nunca foi tão admirado como agora.


Se um homem ( Líder ) começasse se enamorar da prosperidade e dos deuses da Síria que supostamente era sua origem – e que levou Acaz a se prostituir com ele – e a grande maioria do povo e dos líderes bradassem contra – Deus ainda estaria sendo honrado em nossos púlpitos e não Mamom. Mas existem loucuras que são coletivas – como isso é real hoje no meio da “igreja”. Veja que quem era para trazer Acaz a razão estava tão fascinado quanto ele: “O sacerdote Urias construiu um altar conforme as instruções que o rei Acaz tinha mandado” (2Rs 16.11). Entre todas as coisas destruidoras na igreja hoje, nós podemos afirmar sem medo de erra – Maus ministros são terríveis destruidores.


Qual é o modelo para a igreja hoje? Quem são seus heróis? Paulo falou “sede meus imitadores como eu sou de Cristo” – Quem dera fosse esse o modelo atual. Acaz imitou pecadores prósperos. O rei da Assíria tornou-se seu tipo, seu paradigma... Isso é conduta ruinosa e destruidora. Ele abandonou todo o culto a Deus. Podemos estar dentro de edifícios adorando e já termos abandonado todo o verdadeiro culto a Deus. Acaz “trancou as portas da casa do Senhor” (2Cr 28.24). Este é o clímax de sua rebelião – não havia lugar para o verdadeiro Deus e os deuses da Assíra que davam “prosperidade”. É verdade, Cristo disse que você não pode servir a Deus e ao dinheiro, a Deus e a Mamom ao mesmo tempo. Isso não pode ser feito nem nos dias de Acaz, nem nos dias de Jesus – e não se engane, nem pela igreja dos nossos dias.


No final de tudo – e o final das escolhas atuais não podem ser diferentes, os deuses falsos foram a ruína de Acaz.


Uma ruína sugere muitas reflexões. Mas a corrida morro abaixo aos deuses da prosperidade é tão desenfreada que não há tempo para reflexões. O que foi? O que poderia ter sido? O que é? O que será? Um dia sentaremos entre as ruínas como Jeremias se sentou entre as ruínas de Jerusalém e choraremos e lamentaremos como ele. Meditações entre ruínas podem ser úteis, apesar de tardias, àqueles que se inclinam a repetir como nossa geração, a experiência de Acaz.


Muitos serão arruinados: “Foram a ruína dele e de todo o Israel” – pelo ensino não estamos enchendo a igreja de verdadeiros israelitas, mas de sírios. Pelo exemplo e pelo ensino estamos fazendo pagãos e não filhos de Deus. A sedução da “prosperidade” é tão grande – que pela sedução a virtude está sendo arruinada. Muitas vezes líderes (como Acaz) pela sua próprio presença destroem tudo o que é bom nos seus liderados. Muitas vezes alguém está tão contaminado, que mesmo no momento que não tem a intenção espalham o contágio, como a Peste Negra se espalhou por toda Europa. O contágio do pecado, da ambição, do amor ao dinheiro... A conduta dos Acazes de Hoje, sua religião perversa e deturpada arruína jovens, influencia os inseguros, sua linguagem e ensino influenciam e atraem os maus.


Lembremos a mensagem de Deus que se repete para nós hoje: “Mas eles foram a causa da sua ruína e da ruína de todo o Israel” (2Cr 28.23). Mas a igreja não poderá culpar só seus líderes, os Acazes de hoje – Deus diz “A tua ruína, ó Israel, vem de ti” (Os 13.9).

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Está Consumado!


Horatius Bonar

"Está consumado"! Aquele que faz esse anúncio sobre a cruz é o Filho de Deus; foi Ele quem disse havia apenas um dia antes, em vista dessa consumação: "Eu te glorifiquei na terra, consuman­do a obra que me confiaste para fazer". Ele sabe o que está dizendo ao proferir isso; Ele é a "testemunha fiel e verdadeira". Suas pala­vras são verdadeiras e plenas de significado.

Ele faz esse anúncio diante do Pai, como se clamasse a Ele para confirmá-lo. Ele o faz diante do céu e da terra, diante dos homens e dos anjos, diante de judeus e gentios. Ele faz isso por nós. Ouçam, ó filhos dos homens! A obra que salva está concluída. A obra que justifica está feita.

A perfeição anunciada dessa forma é grandiosa e significa­tiva. É aquela pela qual todos os confins da terra se interessam. Tivesse ela sido deixada inacabada, que esperança haveria para o homem ou para a Terra do homem? Mas ela foi começada; levada a cabo e consumada; nenhuma falha se encontra nela; não lhe falta parte alguma; nem um "i" ou um "til" falhou. Ela é completamente perfeita.
Essa perfeição ou consumação nos proclama coisas como estas: a conclusão do propósito do Pai, a conclusão da expiação, a conclusão da obra justificadora, a perfeição do ato de levar o pecado e cumprir a lei, a perfeição da justiça, a perfeição da aliança e do selo da aliança. Tudo foi consumado, e consumado por Aquele que é o Filho do Homem e o Filho de Deus; consuma­do de modo perfeito e eterno; nada precisa ser acrescentado ou tirado dessa obra, seja pelo homem, por Satanás ou por Deus. O sepultamento do Substituto nada acrescenta a essa perfeição; a ressurreição não faz parte dessa obra justificadora. Tudo foi concluído na cruz.

Tudo está tão consumado que o pecador pode imediatamen­te utilizá-lo para ter perdão, descanso, aceitação e justificação. Permanecendo ao lado desse altar, onde o grandioso holocaus­to foi colocado e consumido a cinzas, o pecador sente que lhe foram dadas todas as bênçãos. E que aquilo que foi garantido pelo altar ignora o pecador simplesmente em virtude de ele ter tomado a sua posição diante do altar, identificando-se dessa maneira, com a vítima. Ali, o descontentamento divino contra o pecado exauriu a si mesmo; ali, a justiça foi obtida para o injusto; ali, o aroma suave do descanso está continuamente su­bindo de Deus; ali, a completa inundação do amor divino está sempre fluindo; ali, Deus encontra o pecador em Sua mais ple­na graça, sem reservas ou impedimento; ali, a paz que foi feita por meio do derramamento de sangue é encontrada pelo peca­dor; ali, a reconciliação é proclamada, e a voz que a proclama do altar chega até os confins da terra; ali, os embaixadores da paz tomam sua posição para cumprir sua missão diplomática, rogando aos filhos dos homens que estão perto e distante, di­zendo: Agora "somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus".

A ressurreição foi o selo grandioso e visível posto sobre essa perfeição. Ela foi a resposta do Pai ao clamor vindo da cruz: "Está consumado". Assim como no batismo Ele falou lá de Sua glória excelsa, dizendo: "Este é o meu Filho amado, em quem me com­prazo"; Ele também falou na ressurreição, não através de uma voz audível, mas dando, por meio dela, testemunho não apenas da ex­celência da Pessoa, mas também da perfeição da obra de Seu Filho Unigênito. A ressurreição nada acrescentou à propiciação feita na cruz; ela proclamou que ela já está consumada e é incapaz de ter um acréscimo ou uma perfeição maior.

A ascensão contribuiu para esse testemunho, principal­mente o fato de Ele se assentar à destra de Deus. "Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos peca­dos, ASSENTOU-SE à destra de Deus" (Hb 10.12). "Depois de ter feito a purificação dos pecados, ASSENTOU-SE à direita da Majestade, nas alturas" (Hb 1.3). A postura em pé dos antigos sacerdotes demonstrava que a obra deles era uma obra incom­pleta. O fato de o nosso Sumo sacerdote se assentar notifica a todo o céu que a obra está consumada, e que a "eterna redenção foi obtida". E aquilo que foi anunciado no céu foi proclamado na Terra por aqueles a quem Deus enviou, no poder do Espírito Santo, para contar aos homens as coisas que nem olhos viram e nem ouvidos ouviram.

Esse "assentar-se" continha o evangelho em si mesmo. A primeira nota desse evangelho ressoou em Belém, vinda da manjedoura onde o bebê foi posto; a última, veio do trono do céu, quando o Filho de Deus retornou, em triunfo, de Sua mis­são de graça na Terra e tomou o Seu lugar à destra da Majestade no céu.

Entre esses dois extremos, a manjedoura e o trono, quanta coisa está contida para nós! Todo o amor de Deus está ali. A su­prema riqueza da graça divina está ali. A plenitude do poder, da sabedoria e da justiça, que surgiu não para destruir, mas para salvar, está ali. Esses extremos são as duas paredes divisórias dessa maravilhosa despensa da qual devemos nos alimentar durante os tempos eternos.

Conhecemos um pouco do que está contido nessa casa do te­souro em alguma medida, mas o seu vasto conteúdo é imensurável e está além de toda a compreensão. A revelação eterna desse con­teúdo para nós será uma alegria perpétua. Além da excelência da herança, da beleza da cidade e da glória do reino, que nos levará a dizer: "Caem-me as divisas em lugares amenos", haverá em nos­so conhecimento sempre crescente das "insondáveis riquezas de Cristo", iluminação, renovação e satisfação, as quais, mesmo que todo o brilho exterior se desvanecesse, seriam suficientes para a nossa alma por todas as eras vindouras.

A presente glória de Cristo é a recompensa por Sua humi­lhação aqui. Porque Ele a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz, Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome. Ele usa a coroa de glória porque usou a coroa de espi­nhos. De caminho, bebe na torrente e passa de cabeça erguida (Sl 110.7).

Mas isso não é tudo. Essa glória à qual Ele é agora exaltado é o testemunho permanente, diante de todo o céu, de que Sua obra foi consumada na cruz. Ele disse: "Eu te glorifiquei na ter­ra, consumando a obra que me confiaste para fazer"; e depois ele acrescentou: "Agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo" (Jo 17.4,5).



Fonte: Trecho do livro "A Justiça Eterna", que será lançado pela Editora Fiel em dezembro de 2012.
Tradução: Waléria Coicev.
Revisão: Wilson Porte.


Horatius Bonar (1808 - 1889) é conhecido como o "príncipe dos escritores escoceses de hinos". Após graduar-se na Universidade de Edimburgo em 1838, tornou-se pastor em North Parish, Kelso. Juntou-se à Igreja Livre da Escócia após o "rompimento" de 1843 e por algum tempo editou a publicação da igreja, The Border Watch.Bonar permaneceu em Kelso por 28 anos, depois mudou para a Chal­mers Me­mor­i­al Church em Edimburgo, onde serviu até o fim de sua vida. Ele escreveu mais de 600 hinos.


terça-feira, 6 de novembro de 2012

O Espírito Santo: Autor da Escritura



Fonte da imagem: descomplicandoabiblia.com

The Holy Spirit: Author of Scripture

By John Piper

2 Pedro 1:20–21
Sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.
Em 27 de Junho de 1819, Adoniram Judson batizou seu primeiro convertido em Burma. Sua esposa, Ann Hasseltine, descreveu como Moung Nau respondeu à Escritura: “Poucos dias antes eu estava lendo com ele as palavras de Cristo no Sermão do Monte. Ele estava profundamente impressionado e dotado de uma solenidade incomum. ‘Estas palavras,’ disse ele, ‘tomaram-me as entranhas; fizeram-me tremer.’” Deus falara através do profeta Isaías, 2.700 anos atrás e disse, “… mas, para esse olharei, para o pobre e abatido de espírito, e que treme da minha palavra…Ouvi a palavra do SENHOR, vós, os que a temeis” (Isaías 66:2, 5).

O Impacto da Bíblia na História

Por dois mil anos, a Bíblia tem se entranhado em diversos homens e os feito tremer—primeiro, de medo, porque revela nossos pecados, então com fé, porque revela a Graça de Deus. Um único versículo, Romanos 13:13, convenceu e converteu o imoral Agostinho. Para Martinho Lutero, um monge miserável, a luz irrompeu através de Romanos 1:17. Diz ele,
Noite e dia ponderei até ver a conexão entre a justiça de Deus e a declaração de que “o justo viverá da fé”. Então eu tomei para mim que a justiça de Deus é essa retidão pela qual, através da graça e pura misericórdia, Deus justifica-nos pela fé. Daí em diante senti que havia renascido e partido por portas abertas para o paraíso. (Here I Stand, p. 49)
Para Jonathan Edwards, foi 1 Timóteo 1:17. Ele disse,
O primeiro exemplo, do qual me recordo, deste tipo de doce deleite interior em Deus e nas coisas divinas, que desde então muito vivenciei, foi na leitura dessas palavras, 1 Tim. 1:17: “Assim, ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém!” Ao ler essas palavras, veio à minha alma … uma impressão da glória do Ser Divino; uma nova sensação diferente de qualquer coisa que eu, antes, experimentara. Nunca quaisquer palavras da Escritura me pareceram como essas. (Works, vol. 1, p. xii)
De século a século, do Egito à Alemanha, da Alemanha à Nova Inglaterra, a Bíblia vem trazendo pessoas a Cristo, renovando-as.

A Bíblia como a Palavra do Homem e a Palavra de Deus

Por quê? Por que a Bíblia tem esta relevância e poder contínuos? Acredito achar a resposta em nosso texto - 2 Pedro 1:20–21: “Sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.” Esta passagem ensina que, quando você lê a Escritura, o que você está lendo não vem somente de um homem, mas também de Deus. A Bíblia é uma obra de muitos homens diferentes. Mas também é muito mais que isto. Sim, homens falaram. Eles falaram com sua própria linguagem e estilo. Contudo, Pedro menciona duas outras dimensões do seu falar.
Falar da parte de Deus, Movido pelo Espírito Santo
Primeiro, eles falaram da parte de Deus. O que tinham a dizer não era meramente vindo de suas limitadas perspectivas. Eles não são a origem da verdade que falam; eles são o canal. A verdade é a verdade de Deus. Seu significado é o significado de Deus.
Segundo, não é apenas o que eles falaram da parte de Deus, mas como eles falaram isto, controlados pelo Espírito Santo. “Homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo”. Deus não revelou simplesmente a verdade aos autores da Escritura e então partiu, esperando que eles a comunicassem corretamente. Pedro diz que, ao comunicarem-na, eles foram conduzidos pelo Espírito Santo. A confecção da Bíblia não foi deixada às habilidades de comunicação meramente humanas; o próprio Espírito Santo levou o processo à sua completude.
Um livro recente de três ex-professores meus (LaSor, Hubbard, and Bush, Old Testament Survey, p. 15) expressa-o da seguinte maneira,
Para assegurar precisão verbal, Deus, na comunicação de sua revelação, tem de ser verbalmente preciso e a inspiração tem de se estender às próprias palavras. Isto não significa que Deus ditou todas as palavras. Em vez disso, seu Espírito penetrou tanto a mente do escritor, que ele escolheu de seu próprio vocabulário e experiência precisamente aquelas palavras, pensamentos e expressões que exprimiam a mensagem de Deus com precisão. Neste sentido, as palavras dos autores humanos da Escritura podem ser vistas como a Palavra de Deus.
Não apenas Profecias, mas Toda a Escritura
Alguém poderia dizer que 2 Pedro 1:20–21 só tem a ver com profecia, e não com toda a Escritura do Antigo Testamento. Mas observe atentamente como ele argumenta. No verso 19, Pedro diz que uma palavra profética cresceu em sua certeza por sua experiência com Jesus no monte da transfiguração. Então, nos versículos 20–21, ele dá suporte à autoridade dessa palavra profética dizendo que ela é parte da Escritura. Versículo 20: “Nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação.” Pedro não está dizendo que só as partes proféticas da Escritura são inspiradas por Deus. Ele está dizendo, nós sabemos, que a palavra profética é inspirada precisamente porque é “profecia da Escritura”. A afirmação de Pedro é que tudo quanto está na Escritura é de Deus, escrito por homens que foram conduzidos pelo Espírito Santo.
Ele ensina o mesmo que Paulo em 2 Timóteo 3:16: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça”. Nenhuma das Escrituras do Antigo Testamento veio de um impulso humano. Toda ela é verdade vinda de Deus, pois homens movidos pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus.
E quanto aos escritos do Novo Testamento?
Mas e quanto ao Novo Testamento? Experimentaram os apóstolos e seus associados próximos (Marcos, Lucas, Tiago, Judas, e o escritor de Hebreus) inspiração divina ao escreverem? Foram eles “conduzidos” pelo Espírito Santo para falarem da parte de Deus? A Igreja cristã sempre disse que sim. Jesus disse aos seus apóstolos em João 16:12–13: “Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora; quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir”. Então o apóstolo Paulo confirma isso quando diz, do seu próprio ensino apostólico, em 1 Coríntios 2:12–13: “Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente. Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais”. Em 2 Coríntios 13:3 disse que Cristo falava através dele. E em Gálatas 1:12 ele disse : “Porque eu não o recebi [o evangelho], nem o aprendi de homem algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo.” Se tomarmos Paulo para nosso modelo sobre o que significa ser apóstolo de Cristo, então seria justo dizer que o Novo Testamento, como o Antigo, não veio meramente de homens mas também de Deus. Os escritores do Antigo e Testamento falaram ao serem movidos pelo Espírito Santo.
O Espírito Santo é o Autor Divino da Escritura
A doutrina que emerge é esta: O Espírito Santo é o autor divino de toda a Escritura. Se esta doutrina é verdadeira, então as implicações são tão profundas e de tão longo alcance que cada parte de nossas vidas deveria ser afetada. Eu quero falar sobre essas implicações nesta manhã. Contudo, para nosso próprio fortalecimento e para aqueles ainda hesitantes às voltas de comprometerem-se com a doutrina, deixe-me primeiro esboçar a base de nossa persuasão.

Chegando a uma Fé Racional nas Escrituras

A maioria das pessoas chega a uma confiança racional na Bíblia como Palavra de Deus de uma maneira semelhante a essa. Isso acontece em três estágios.
1. Nós Somos Culpados Diante de Deus
Primeiro, o testemunho de nossa consciência, a realidade de Deus sob a natureza e a mensagem da Escritura vêm juntas ao nosso coração para nos dar a inescapável convicção de que somos culpados diante de nosso Criador. Essa é uma convicção racional porque a persuasão de que há um Criador sobre este mundo, e a persuasão de que somos culpados por não honrá-lo e agradecê-lo como devemos, não são saltos irracionais no escuro; elas são forçadas sobre nós pela nossa experiência e pensamento sincero sobre o mundo.
2. Jesus Ganha Nossa Confiança
O segundo passo em direção de uma convicção racional de que a Bíblia é a Palavra de Deus, é que Jesus Cristo é mostrado a nós. Alguém lê, ou nos conta a história desse homem incomparável que falou e agiu de modo tão maior que o de um homem. Vemos a autoridade que ele reivindicou para perdoar pecados, e comandar demônios, e controlar a natureza, vemos a pureza de seu ensino moral, sua rendição completa à vontade de Deus, sua calma brilhante sob interrogatório, sua fúria justa contra hipócritas, sua ternura com as crianças pequenas, sua paciência com os humildes que o buscavam, sua submissão inocente à tortura, e ouvimos dos seus lábios as palavras mais doces, mais imprescindíveis, jamais pronunciadas: “Eu dou a minha vida em resgate por muitos.” E então pela força auto-autenticada de seu caráter e poder incomparáveis, Jesus ganha nossa confiança e segurança, e nós o tomamos como Salvador de nosso pecado e Senhor de nossa vida. E isso não é uma convicção irracional. É a maneira como todos vocês tomam decisões racionais sobre a quem vocês vão confiar sua vida. É naquela babá que vocês vão confiar para cuidar de suas crianças, ou naquele advogado para dar bons conselhos, ou naquele amigo para guardar seu segredo? Você olha, escuta, e finalmente é persuadido (ou não) de que aquela pessoa é um terreno firme para sua confiança.
3. Seguimos o Ensino e o Espírito de Jesus
Uma vez que o caráter e o poder de Jesus capturaram nossa confiança, então ele se torna o guia e a autoridade para todas nossas futuras decisões e convicções. Então, o terceiro passo no caminho de uma convicção racional de que a Bíblia é a Palavra de Deus, é deixar o ensino e o espírito de Jesus controlar como nós avaliamos a Bíblia. Isso acontece de pelo menos duas maneiras. Uma é que aceitamos o que Jesus ensina sobre o Antigo e o Novo Testamento. Quando ele diz que a Escritura não pode falhar (João 10:35) e que nem uma letra, ou um ponto, passará da lei até que tudo seja cumprido (Mateus 5:18), concordamos com ele e baseamos nossa confiança no pelo Testamento sobre sua confiabilidade. E quando ele escolheu doze apóstolos para fundar sua igreja, dando-lhes sua autoridade para ensinar, e prometeu enviar seu Espírito para guiá-los na verdade, concordamos com ele e creditamos os escritos desses homens com a autoridade de Cristo.
A outra maneira que o ensino e o espírito de Jesus controlam nossa avaliação da Bíblia, é que reconhecemos, nos ensinamentos da Bíblia, os multi-coloridos raios de luz, refratados através do prisma de Cristo, em quem chegamos a confiar. E assim como Cristo nos capacitou a extrair sentido da nossa relação com Deus e trazer harmonia a esta, também os muitos raios da sua verdade, em toda parte da Bíblia, nos capacitam a extrair sentido de centenas de nossas experiências de vida, e ver o caminho para a harmonia. Nossa confiança na Escritura cresce à medida que compreendemos que Jesus afirmou isto e à medida que compreendemos que os ensinos ali contidos são tão incomparáveis quanto Jesus mesmo. Progressivamente, eles nos ajudam a decifrar os quebra-cabeças da vida: casamentos em falência, crianças rebeldes, vício em drogas, nações em guerra, o retorno das folhas na primavera, as insaciáveis petições do nosso coração, o medo da morte, o nascimento de crianças, a universalidade do louvor e da culpa, o predomínio do orgulho, e a admiração da auto-negação. A Bíblia confirma sua origem divina repetidamente ao nos fazer compreender nossa experiência no mundo real e ao apontar o caminho para a harmonia.
Espero, daqui por diante, que uma das doutrinas que nós nutramos em na Igreja Batista Bethlehem, com força suficiente para morrer por ela (e viver por ela!) é a de que o Espírito Santo é o autor divino de toda a Escritura. A Bíblia é a Palavra de Deus, não meramente a palavra de homens.

Implicações para Tudo na Vida

Ah, se tivéssemos o dia todo para falar sobre as implicações maravilhosas dessa doutrina! O Espírito Santo é o autor da Escritura. Portanto, ela é verdadeira (Salmo 119:142) e totalmente confiável (Hebreus 6:18). É poderosa, operando seu propósito em nossos corações (1 Tessalonicenses 2:13) e não retornando vazia para Aquele que a enviou (Isaías 55:10–11). É pura, como prata refinada na fornalha sete vezes (Salmo 12:6). É santificadora (João 17:17). Dá vida (Salmo 119:37, 50, 93, 107; João 6:63; Mateus 4:4). Torna sábio (Salmo 19:7; 119:99–100). Dá prazer (Salmo 19:8; 119:16, 92, 111, 143, 174) e promete grande recompensa (Salmo 19:11). Dá força aos fracos (Salmo 119:28) e conforto aos perturbados (Salmo 119:76), guia aos perplexos (Salmo 119:105) e dá salvação aos perdidos (Salmo 119:155; 2 Timóteo 3:15). A sabedoria de Deus nas Escrituras é inexaurível.
Quão preciosos para mim são teus pensamentos, ó Deus! Quão vasta é a soma deles! Se eu fosse contá-los, seriam mais que os grãos de areia.
By John Piper. ©2012 Desiring God Foundation. Website: desiringGod.org