quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Se o Nosso Morrer for uma Disciplina?

                                             Imagem: hospitaldalma.com

John Piper

Meditação em 1 Coríntios 11.29-32      

Viver para Cristo é bastante árduo. No entanto, morrer para Cristo é também muito difícil. Precisamos de toda ajuda que pudermos obter. É uma questão de fé. Confiaremos nEle até ao fim? Descansaremos em sua graça ou entraremos em pânico, imaginando que somos destinados ao inferno? Saberemos lidar com o medo de que o nosso morrer é um castigo e o prelúdio de algo pior? Oh! quantas dúvidas plantadas pelo diabo! Temos de aprender como repeli-lo com a espada do Espírito, a Palavra de Deus. Esta é outra parte de nossa defesa.

Suponhamos que pecamos realmente de um modo negligente e que desagradamos a Deus. Suponhamos também que sejamos "disciplinados" e "julgados" pelo Senhor, por consequência desse pecado, e que Ele nos envie uma doença. Cuidado! Eu não estou dizendo que sejamos "punidos" no sentido de sofrermos a penalidade do pecado. Cristo suportou a penalidade de todos os nossos pecados, na cruz: "Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados" (1 Pedro 2.24). Porém, usei a palavra "disciplinados" no sentido de repreensão, correção, purificação e preservação de pecados piores. "O Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe" (Hebreus 12.6).

Mas, o que você diz sobre a morte? Deus nos removeria por meio da morte como parte de sua disciplina? O apóstolo Paulo afirmou que, às vezes, Deus faz isso. Ao lidar com os pecados cometidos na Ceia do Senhor, Paulo escreveu:

Quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem[ou seja, que morreram]. Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor,para não sermos condenados com o mundo" (1 Coríntios 11.29-32).

Em outras palavras, ficar doente, fraco e, até, morrer são formas de disciplinas do Senhor. O objetivo não é a condenação. Isso aconteceu na cruz. Para nós, não há "nenhuma condenação" (Romanos 8.1). O objetivo é "não sermos condenados com o mundo" (1 Coríntios 11.32). Em outras palavras, a morte é, às vezes, um livramento disciplinar que visa salvar-nos da condenação. "Há entre vós... não poucos que dormem [ou seja, que morreram]... para não sermos condenados com o mundo."

É claro que essa não é a razão de todas as mortes dos preciosos santos de Deus. Não conclua imediatamente que sua doença ou a sua morte se deve a uma trajetória de pecado, da qual você tem de ser libertado. Mas suponha que isso pode ser o que está acontecendo.

Isto é encorajador? Pensar nisto o ajudará a morrer mais tranquilo, com mais fé e esperança? Minha resposta é que todo o ensino da Bíblia tem como alvo ajudá-lo a morrer, bem como ser um encorajamento para a fé, à luz da verdade (Romanos 15.4).

Então, como esta verdade nos fortalece, para que tenhamos uma morte cheia de esperança? Talvez assim. O pensamento de que somos pecadores não é uma grande ameaça à nossa paz? O pensamento de que Deus é soberano e de que Ele poderia remover a doença, se quisesse, não nos ameaça com sentimentos de temor, quando sabemos que, se a doença permanece, Ele deve estar agindo contra nós? E como lidaremos com esses temores, quando sabemos que somos realmente pecadores e que a corrupção ainda permanece em nós? Nesses momentos, buscamos algum encorajamento na Bíblia mostrando-nos que Deus está disposto a salvar crentes que pecaram e são muito imperfeitos.

No entanto, sabemos que Deus é santo e odeia o pecado, até o pecado cometido por seus filhos. Também sabemos que Ele disciplina seus filhos fazendo-os passar por experiências dolorosas (Hebreus 12.11). Não somos daqueles que afirmam que Deus não tem qualquer relação com as experiências dolorosas da vida. Por isso, buscamos ajuda e esperança na Palavra de Deus, a qual é completamente realista. E achamos em 1 Coríntios 11.32 que a morte dos santos — a morte que é disciplina e julgamento — nãoé condenação, e sim salvação. Deus está tirando a vida do crente que está em pecado, porque o ama tanto que não permitirá que ele continue no pecado.

Isto é um poderoso encorajamento. Não é fácil de entendermos, nem é ensinado frequentemente. Mas é uma rocha firme. O que isto diz a todos nós é o seguinte: não precisamos estar certos de que o tempo de nossa morte se deve ao nosso pecado, ou à crueldade de Satanás (Apocalipse 2.10), ou a outros propósitos de Deus. O que precisamos realmente é a profunda segurança de que, se a nossa morte resultar de nossa tolice e pecado, podemos descansar tranquilamente no amor de Deus. Nesses momentos, estas palavras serão extremamente preciosas: "Somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo". Deste modo, aprendemos a morrer tranquilos.   

Extraído do livro: Provai e Vede - 2008 - Editora Fiel (páginas 44-46).


John Piper é um dos ministros e autores cristãos mais proeminentes e atuantes dos dias atuais, atingindo com suas publicações e mensagens milhões de pessoas em todo o mundo. Ele exerce seu ministério pastoral na Bethlehem Baptist Church, em Minneapolis, MN, nos EUA desde 1980.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Marx, Darwin, Freud ou o diagnóstico bíblico?













A violência é um fator constante na história humana, e simplesmente todo o desenvolvimento tecnológico em nada trouxe melhoras morais para nosso mundo e cultura, e não trará. Quando a igreja pensa que mudará a cultura com ações que se equivalem aquilo que o mundo tem feito, num esforço de auto-melhoramento... ela é tão irrelevante quanto tudo que o homem faz nesta direção.


Todo o tipo de perversão inunda o coração humano, tentar reformá-lo é obra fútil. Vivemos numa cultura tão bestializada, que fazer violência a uma tartaruga ( ou ao ovo da tartaruga) é infinitamente mais grave do que fazer violência e matar uma criança por nascer.

Guerras, assassinatos, roubos, estupro, vandalismo, tráfico de drogas, violência doméstica, raiva no trânsito, crueldade...


Por quê? Como tudo isso se perpetua na vida humana?


A análise marxista (que é a mesma de grande número de cristãos hoje )diz que tudo isso tem a ver com a economia, o abismo entre ricos e pobres, a luta de classes... A prosperidade estatal devia ser a resposta... Mas os países que abraçaram o marxismo têm sido e foram os países mais violentos do mundo no último século, com milhões e milhões de mortos.


A análise darwiana é que este é simplesmente o homem, o macaco nu, lutando por seu território e direitos de acasalamento, afastando quaisquer agressores... Ou seja, isso é o que a vida é – é a resposta fatalista evolutiva. Mas o homem ira evoluir e evoluir...


A psiquiatria e a psicologia moderna nos dão uma miríade de respostas contradizentes...


Mas o que diz o Cristianismo? "De onde vêm as guerras e pelejas entre vós?” Tiago 4:1


É uma verdadeira tragédia quando a resposta da “igreja” seja a mesma do mundo – tentando aplicar assim os “remédios” inúteis que o mundo vem tentando desde sempre, achando que a igreja nada mais é que uma grande Ong tentando mudar o mundo dessa forma junto com as milhares de Ongs existentes, ou seja,  mais do mesmo...


A Fonte de Nossa Violência


"Não vêm das paixões que guerreiam dentro de vocês?" Tiago nos leva para dentro de nós mesmos e nos mostra a origem dos nossos problemas e do problema que nós somos.  Ele diz que há uma guerra civil acontecendo dentro e não fora. Nosso prazeres estão descontrolados e deformados, e em campanha e disputa em todos os membros de nosso corpo.


Eles estão lutando por gratificação, e para ter toda a gratificação a sua própria maneira – Eis o problema – o ciúme, a ambição, o egoísmo e a luxúria estão todos lutando todo o tempo para se expressarem, buscando expressão máxima. Essa é a verdadeira análise – esta é a análise do cristianismo, este é o diagnóstico de Deus da condição humana.


Toda sua abordagem é essencialmente pessoal e interior. Ela não diz, é a luta de classes, é o processo evolutiva natural, ou é uma doença, e o homem precisa de cura com análise e comprimidos... Não! O cristianismo diz “De onde vem as guerras e pelejas? Não vêm das paixões que guerreiam dentro de vocês?"

Seus desejos próprios são a causa de todas as violências – entre países, entre casais, em todas as grupos sociais... Não o seu ambiente, não a sua casa infeliz, não o seu pai sem amor, seu marido insensível, violência do seu bairro, a dor que sofreu, ou sua pobreza... coisas assim são resultados que se retroalimentam exarcebando mais ainda as “paixões que guerreiam dentro de vocês” -  mas eles não são responsáveis... o problema está dentro e “de suas paixões...”


Não posso culpar minha educação pelo meu comportamento... pessoas que se dizem horrorizados com a falta de paz no mundo, fazem protestos... largam suas esposas quebrando a paz e vivendo uma guerra no lar enquanto clamam por paz no mundo – “as paixões que guerreiam dentro de vocês!”


Não podemos apontar a conduta dos nossos pais como explicação para as “guerras que existem entre nós” – não posso apontar minha composição genética... todas essas respostas são fugas. Nosso ambiente não justifica as guerras, ele é o resultado das paixões que guerreiam dentro de nós!


Então, o problema é que os nossos desejos estão em guerra  dentro de nós, e é inevitável que essa guerra ecloda na vida externa.


Sempre foi assim. Nossos primeiros pais tiveram um filho primogênito, Caim – Não havia uma “sociedade” em volta... lutas sociais... mas ele assassinou o seu irmão. O problema nunca foi externo.


Queda! Alienação de Deus. Estas coisas aconteceram no início da história humana: “De onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?” - Tiago 4:1

Não é trágico que muitos que se dizem “igreja” tenham uma visão oposta ao claro ensino bíblico, e acreditem que medidas, estratégias humanas... irão externamente resolver o problema da guerra da alma humana, sendo a guerra e peleja externa apenas um reflexo dela? Não é trágico quando a igreja chega ao mesmo diagnóstico errado do mundo, e se esforce para aplicar os mesmos remédios que o homem vem tentando desde sempre?


Se a origem da violência está dentro de cada pessoa, não é esta conclusão desesperadora? Sem dúvida é. Mas a Verdade de Deus não nos deixa no desespero, mas isso, já é assunto para outro artigo. Por hora, encerremos com as palavras de Cristo:

“Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias...” -Mateus 15:19



sábado, 18 de agosto de 2012

Atitude




 
"E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos." Tiago 1:22
Ouvir a palavra de Deus é muito bom. Isso alimenta em nós algo muito importante: a fé (que vem pelo ouvir a palavra de Deus - Romanos 10:17). Falar do Reino de Deus também é excelente. Mas Tiago nos ensina que a fé em si mesmo é morta, se não resultar em nós atitudes. Nossas obras (atitudes) devem refletir a fé que existe em nós.   
"Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma." Tiago 2:17
Falar é muito fácil. Repetir o discurso de Jesus é fácil. Mas de que adianta nós termos esse lindo discurso se não agimos conforme nosso próprio discurso? Precisamos cumprir a Palavra de Deus, e não somente ouvir, e enganar a nós mesmos com nosso discurso.

Essa é uma preocupação muito forte que Deus tem colocado no meu coração. Quando comecei a escrever esse blog, escrevi alguns posts que refletem mensagens lindas contidas na palavra de Deus, mas que não tem valor nenhum se não forem transformados em atitudes. Precisamos transformar nosso discurso em atitude. De que nos adianta dizer que não devemos mentir, mas continuamos mentindo? De que nos adianta dizer que devemos amar ao próximo, se não conseguimos amar a muitos que estão próximos de nós? Mais ainda, precisamos amar ao nosso próximo como Cristo nos amou! E Ele amou tanto que foi capaz de entregar sua vida por nós! Será que amamos realmente o nosso próximo? Jesus nos deixou esse mandamento:
"O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei." João 15:12
De que nos adianta nos chamarem cristãos ou servos de Deus, e não agimos como Cristo agiria, ou seja, conforme é a vontade do Pai para nós? Afinal, será que temos sido servos de Deus, ou seja, temos nos colocado real e inteiramente sujeitos à sua vontade? Ou temos insistido em viver apenas a nossa própria vontade? De que nos adianta dizermos que somos nova criatura, se ainda vivemos como o velho homem, numa vida de pecado, entregue aos desejos da carne?

Cumprir a palavra é viver uma vida cujas atitudes estão de acordo com a palavra. E isso significa dizer não ao pecado, buscando viver uma vida de santidade, sem a qual ninguém verá a Deus (Hebreus 12:14). Cumprir a palavra significa amar a Deus acima de todas as coisas, e o próximo como a nós mesmos, pois assim cumprimos toda a lei (Romanos 13:9Gálatas 5:14). Cumprir a palavra é andar em Espírito e ser guiado pelo Espírito Santo, de forma que os frutos do Espírito sejam vistos em nós, a saber:
"Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança." Gálatas 5:22
Cumprir a palavra é um desafio. Não é uma tarefa fácil. Mas a mesma graça que nos alcançou é a que nos capacita a viver a palavra de Deus.

Meu amigo, te convido nesse momento a refletir sobre as suas próprias atitudes. Será que tenho refletido a benção de Deus na minha vida? Ou tenho me enganados a mim mesmo com um discurso diferente das minhas atitudes? O desejo de Deus é que a minha atitude reflita a cada dia a glória de Deus. Ou seja, que cada atitude da minha vida reflita a palavra de Deus em mim. Que eu seja cada dia mais parecidos com Jesus. Que eu ame mais ao meu próximo. Que minha vida seja cada dia mais santa, para que o possa ver naquele grande dia. Que eu possa andar e ser guiado pelo Espírito Santo, para que Seus frutos sejam vistos em mim. Que a minha fé não seja apenas um discurso, mas que gere em mim sempre atitudes de um verdadeiro servo de Deus.


terça-feira, 14 de agosto de 2012

“Imagine” – John Lennon e a Graça Comum!



Em 1971, a canção “imagine” rapidamente estourou nas paradas musicais em todo o mundo. Composto por John Lennon, talvez o mais famoso entre os Beatles, “Imagine” virou um hino de uma geração.        

A letra da música é poética? É! É arte? É! Tem boa melodia? Certamente! John Lennon é uma das maiores celebridades do rock em todos os tempo? Sem dúvida! Seus talentos foram dados por Deus? É óbvio que sim...!! Então muitos celebrariam alegremente simplesmente chamando-a de “Graça comum!” (com a idéia de que alegando isso algo se torna aceitável).

Mas a mensagem central da música é: Imagine um mundo sem Deus!!“Imagine” é assustadoramente melancólica – isso olhando pelo melhor ângulo possível. Ela é completamente centrada no homem e despreza completamente Deus. Sua letra projeta uma visão de um mundo ideal em que “todas as pessoas” estão “vivendo a vida em paz”.

Os ouvintes são conclamados a “imaginar” o que e como este mundo em paz seria. Segundo Lennon, não haveria “nenhuma necessidade de ganância ou fome”. Além disso, este mundo de paz teria uma orientação ateísta. A crença no céu e no inferno desapareceria. Na verdade, não haveria nenhuma “religião” – ou seja, ao banir Deus o homem teria finalmente a paz.


Uma série de pressupostos moldam a visão de Lennon:

01 – A Religião pode ser dispensada – Não há Deus!

02 – O Céu e o Inferno podem ser dispensados – A vida é tudo que existe.

03 – Religião e crença em Deus destrói a paz!

04 – Pessoas sem religião, sem crer em Deus, apenas focada no homem e pelo homem, seriam boas e generosas. Compartilhariam suas posses materiais, não seriam egoístas, não entrariam em conflito uns com os outros, terminariam com a ganância e a fome... Tão somente se a idéia de Deus fosse banida.


“Imagine” – no início da década de 70, golpeou uma geração de jovens com a ideia da PAZ em uma geração sentindo os ecos da Guerra do Vietnã. A visão parecia espelhar bem as suas aspirações idealistas por um mundo em que a igualdade social, racial e econômica. Um reino secular de paz era possível se se desejasse de fato viver assim.

“Imagine”  rapidamente se tornou uma das músicas mais ouvidas de todos os tempos e assumiu seu lugar como um hino ateísta de uma geração “pós-cristã”.

Simplesmente bradar: “Graça comum!!” – não justifica em nada qualquer obra da cultura humana. Nem justifica a tentativa patética de acobertar nosso desejo ancorado nos prazeres que fluem da inimizade humana contra Deus. Mas isso tem servido como justificativa pífia para vidas mundanas.

Na primeira década do novo milênio, muitos ocidentais continuam a endossar a premissa chave de John Lennon em “Imagine”. Deus não é uma condição prévia para a paz mundial. Os homens construirão uma sociedade justa, socialmente muito mais justa e melhor, mais igualitária... com suas leis, ONGs... Deus não só é desnecessário, como um fator de impedimento – ou seja, em sua depravação, o homem vê Deus como o obstáculo e o homem como solução! Muitos que se dizem cristãos, não descartam Deus, mas acreditam nas mesmas premissas – o homem salvando o mundo. A “igreja” participando da construção de um mundo melhor, mesmo que para isso, para a paz, para o bem da tolerância, para ser relevante... esconda a mensagem e o escândalo da cruz, e seja mais uma ONG salvando o homem e seu planeta.

Vão se acomodando a uma mentalidade e geração pós-cristã que diz que é hora de abolir a religião, Deus... da esfera pública. Se a “igreja” quiser participar e ser relevante, seus temas terão que ser os temas das ONGs do mundo, dessa geração pós-cristã, e esquecer a confrontação da santidade de Deus a este mundo ímpio.

É óbvio que a utopia de “Imagine”, defendendo um mundo em paz onde Deus e Sua Palavra são parte do problema e não da solução - fornece exatamente a receita errada para a doença espiritual do pecado da qual todos nós e nosso mundo foi mortalmente atingido.  Uma “igreja” tentando ser relevante num mundo inimigo de Deus, passa a falar somente naquilo que a agenda pós-cristã aceita: Paz, amor, justiça social, a construção de um mundo em paz constituído de pecadores depravados... A Verdade que confronta o âmago dessa ideia e motivações? Não! Ela seria um problema, porque o brado desse mundo é – Vamos banir Deus e construir nosso Paraíso!

“Imagine” – Todos os talentos usados para compor, gravar, tocar, cantar... vieram de Deus. Bradar “graça comum” irá redimir “Imagine”? A verdade que dizer simplesmente: “Graça comum,” não tornará nada aceitável a Deus.

Imagine, imagine um mundo sem Deus!!

sábado, 11 de agosto de 2012

Você conhece Gerhard Herbert Kretschmar? – Seria bom conhecer!


Josemar Bessa



Gerhard Herbert Kretschmar foi morto ao nascer.  Gerhard Herbert Kretschmar foi a primeira pessoa morta por ordem oficial de Adolph Hitler. Ele nasceu cego e com outras deficiências. Ele tinha cinco meses de idade. Ele foi apenas o primeiro, e não  o único.      



Depois disso, Dr. Karl Brandt, médico pessoal de Hitler, criou um registro de crianças com deficiência e um painel de médicos que iriam decidir quem devia viver e quem devia ser morto. Logo adultos com deficiências começaram a ser incluídos. Mais de 200.000 pessoas com deficiência física ou cognitiva seriam mortos entre 1939 e 1945 na Alemanha.


Dr. Karl Brandt


Esta não é uma aberração perdida no meio da história humana, perpetrada por pessoas loucas... Eu li recentemente que a Dinamarca (uma nação extremamente desenvolvida), por exemplo, deseja aprovar uma lei em que até 2030 acabasse com o nascimento de crianças com síndrome de down, simplesmente incentivando o aborto de todas essas crianças. Nos Estados Unidos, a grande maioria dos portadores de síndrome de Down são abortados.
São pessoas que não tem o direito a viver, darão trabalho, atrapalharão a vida, serão um peso para a sociedade... Há alguma diferença com o caso de Gerhard Herbert Kretschmar? Nos EUA há uma média de 3 abortos por minuto, 180 por hora, 4.320 por dia, 30.240 por semana, 1.576.800 abortos por ano. No Brasil a média é de um milhão de abortos por ano. Nenhum regime bárbaro matou tantas pessoas assim. A violência e quantidade de assassinato nas grandes cidades sequer se aproximam  de índices como esses. Se pensarmos que o aborto nos EUA é apenas 3% dos obortos no mundo, temos a dimensão da matança generalizada.

Designados como bocas inúteis - mereciam morrer segundo  o nazismo.


Esses abortos acontecem por qualquer motivo, os mais fúteis. Mesmo matar Gerhard Herbert Kretschmar por ter nascido cego e deficiente é uma barbárie sem qualquer justificativa, mas toda essa matança extrapola motivos assim.
Hoje em dia, nos EUA, por exemplo, é comum abortar um dos gêmeos saudáveis no útero. Os casais pensam ( se podemos chamar isso de pensar ) nas despesas financeiras, dificuldades físicas para conceber filhos, suas carreiras... e então através de intervenção médica estão escolhendo voluntariamente matar um dos seus gêmeos saudáveis.


O “The New York Times” olhando esta questão diz que os motivos alegados frequentemente são dois:

1)   Eu não planejei ter filhos gêmeos, e

2)   Eu não quero suportar o sofrimento e as dificuldades que filhos gêmeos trariam.

Outros disseram que sabendo que o filho terá uma deficiência ou anomalia, não gostariam de criar alguém assim. Que isso afetaria seu estilo de vida, traria dor emocional...

No fundo não há nenhuma diferença em matar uma criança deficiente e uma criança sem deficiência. Pois Deus não estabelece o valor da vida nesses termos. Toda vida é valorizada em todas as circunstâncias.


Em todo o mundo nós chegamos a cada ano a marca inacreditável de 52.560.000 de abortos. Mais de 50 milhões de vidas. Em um ano apenas abortos ceifam o mesmo número de vidas que a maior guerra que a humanidade já viu levou 6 anos para matar. Perto disso, todos os outros índices de assassinatos são pífios. Gente que brada e protesta por direitos humanos defende a legalidade desses assassinatos em massa. Nada pode ser mais hipócrita.


Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça.
Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;
Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvanecera.m, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos”.         

                                                
                                           Romanos 1:17-22

Fonte:http://www.josemarbessa.com/2012/08/voce-conhece-gerhard-herbert-kretschmar.html                                                                                                          

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

O que tenho confessado?



Vivemos num mundo no qual a palavra de um homem tem cada vez menos valor. Cada vez mais acreditamos menos no que um homem diz. Porque? Por causa da mentira que está cada vez mais presente na boca dos homens. Sim, a mentira virou algo normal, algo totalmente aceito pela sociedade, principalmente se a intenção por trás dela é positiva (pelo menos é o que dizem). Mas o que Jesus nos ensina é que o Diabo é o pai da mentira (João 8:44). Por isso, a boca do cristão só tem lugar para a verdade. Mas ao contrário do que está ocorrendo na sociedade, Deus sempre deu muito valor à nossa palavra. Esaú vendeu a benção da primogenitura através de acordo verbal (Gênesis 25:33) firmado com seu irmão e homologado por Deus. Deus dá muito valor às nossas palavras, afinal o que sai da nossa boca é um reflexo do que está em nosso coração:  
"O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca." Lucas 6:45
E se nós lermos Provérbios, aprenderemos muitas lições importantes sobre o que devemos falar. Entre essas lições, aprendemos que a vida e a morte estão no poder da língua. Ou seja, com nossa língua podemos determinar a vida ou a morte. E nós comemos o fruto daquilo que falamos.
"A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto." - Provérbios 18:21
Por isso a palavra nos ensina a usar nossa boca com sabedoria (Provérbios 21:23, Provérbios 31:26,...) e que devemos guardar a palavra de Deus no nosso coração (Salmos 119:11). Dessa forma, evitamos de pecar contra o Senhor e, como consequência, nossa boca falará apenas daquilo que agrada a Deus, pois nosso coração estará cheio do que agrada a Ele: a sua própria palavra. 
"Mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos, a saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvoVisto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvaçãoPorque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido." Romanos 10:8-11
O desejo de Deus é que a Sua palavra esteja junto de nós, na nossa boca e no nosso coração. E que a nossa boca confesse ao Senhor Jesus, crendo em nossos corações, para que sejamos salvos (pois não é suficiente confessar apenas "da boca para fora", sem crer realmente em nossos corações). Jesus disse que quem o confessar diante dos homens, Ele mesmo o confessará diante de Deus (Mateus 10:32).

A palavra confessar (do grego original homologéō) tem o sentido de dizer a mesma conclusão; concordar; professar uma completa concordância, estar alinhado com. Quando nós confessamos a palavra de Deus, nós estamos concordando com Deus. Nós estamos nos alinhando a Deus e à sua vontade. Nós estamos dizendo o mesmo que Ele, estamos falando a Sua língua. Observe também que essa palavra grega também é traduzida para o português como homologar. Quando nós confessamos a palavra de Deus, Ele homologa (aprova, confirma) nos céus o que nós dizemos. Quando cremos no nosso coração e confessamos a Jesus Cristo como nosso único e suficiente salvador, Deus homologa a nossa salvação em Cristo, pois nossa justificação não vem de nós mesmos, mas unicamente de Cristo. E o mesmo se aplica às demais bençãos que o Senhor nos prometeu pela Sua palavra. Quando nós cremos na palavra de Deus em nosso coração, e confessamos com a nossa boca a Sua palavra e a nossa fé que está firmada em Deus, Ele homologa (aprova, confirma) as suas promessas em nossa vida.

Para finalizar, gostaria de deixar algumas perguntas para refletirmos sobre o que temos confessado com a nossa boca. Será que as minhas palavras estão em conformidade com a palavra de Deus? Minhas palavras tem sido de murmuração (lamento e reclamação) ou de louvor a Deus (dando a Ele a glória, honra e louvor, mesmo em meio às lutas)? Minhas palavras tem sido de mentira ou de verdade? Minhas palavras tem sido de desconfiança (ou medo) em relação à minha sorte, ou tenho confessado a minha inteira confiança em Deus e no que Ele tem reservado para mim (pois todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus - Romanos 8:28)? Minhas palavras tem sido de ódio, ou de amor ao próximo como Jesus nos ensinou? Minhas palavras tem confessado as minhas fraquezas, ou a força que eu tenho em Cristo Jesus? Minhas palavras tem confessado a minha incapacidade diante das lutas, ou a força que nós temos no nosso Deus Todo-Poderoso? Minhas palavras tem confessado que eu sou pecador, ou que eu sou justificado pelo sangue do Cordeiro e uma nova criatura em Cristo Jesus?
"Portanto, ofereçamos sempre por ele a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome." Hebreus 13:15

Fonte:http://voltemosapalavradedeus.blogspot.com.br/

sábado, 4 de agosto de 2012

Encontrando Jesus nas Festas do Antigo Testamento


John R. Sittema

O pecado padrão da raça humana é colocarmos a nós mesmos em primeiro lugar. "É tudo a respeito de mim!" foi um slogan engraçado que vi numa camiseta. E se tornou agora a maneira de viver. A menos que pregadores e mestres da Bíblia sejam cuidadosos, a maneira como lidamos com a Escritura pode realmente alimentar esta besta. Apressamo-nos à aplicação, consumidos por esta pergunta: "Como isto é relevante para mim?"

No entanto, a Bíblia é teocêntrica, e não antropocêntrica. Ela está mais interessada em delinear os caminhos de Deus - seu caráter, propósitos e plano redentor cósmico ("Porque Deus amou o mundo de tal maneira") do que em dar aos crentes modernos estímulos que edificarão o caráter ("Seja corajosos como Daniel; lidere como Neemias; com a fé de Abraão").

Temos de começar por lembrar a narrativa abrangente da Escritura. A Bíblia é notável: 66 livros, dezenas de autores humanos, 1.500 anos de elaboração, vários tipos de literatura. Mas sua grande diversidade é mantida em união por um fio dourado, uma narrativa singular em três movimentos - criação, queda e redenção. Esta narrativa estabelece o contexto histórico crucial para a vinda de Jesus Cristo. Este contexto histórico apresenta caracteres, estabelece relações e define palavras-chave. Neste caso, o Antigo Testamento apresenta Jesus, define sua obra como Messias e estabelece a estrutura teológica para entendermos a redenção de Deus. Uma breve consideração de duas festas do Antigo Testamento é ilustrativa. A primeira festa é a Páscoa, a festa familiar que se baseava no êxodo. Algumas de suas características (o anjo da morte, sangue nas ombreiras, uma refeição comida às pressas) são partes bem conhecidas da história. O importante é que todas elas são sombras do Cristo vindouro.

Jesus ministrou em um contexto judaico, observando a Páscoa com seus discípulos. Mas ele se esforçou por mostrar que os costumes eram mais do que contexto; eles o definiam.

A Torá exigia que cordeiros selecionados fossem colocados à exposição pública durante quatro dias (Êx 12.3-6), para certificar-se de que eram imaculados. Jesus, depois da entrada triunfal, se apresentou a si mesmo no templo durante aquele período exato, para cumprir aquele mesmo propósito. Ele se submeteu às provas realizadas pelos fariseus, herodianos, saduceus e escribas (Mc 12.13), foi julgado diante do Sinédrio e de Pilatos e comprovou ser imaculado.

"Este é o meu corpo" e "este cálice é a nova aliança no meu sangue" são as sentenças-chave da Ceia do Senhor, mas foram proferidas durante o Sêder Pascal. Os alimentos - e o verdadeiro êxodo - se acham em Jesus.

A Páscoa era tanto uma festa familiar como comunitária. O cordeiro escolhido "para a nação" era amarrado num poste no pátio do templo às 9h da manhã, no dia da Páscoa, e imolado publicamente às 3h da tarde. Assim também aconteceu com nosso Senhor - pregado na cruz às 9h da manhã, ele morreu às 3h da tarde, assim como o animal de quatro patas morria em liturgia que concluía: "Está terminado!"

Por que esses detalhes são importantes? Porque o âmago da morte de Jesus - em contrário à teologia popular egoísta - não é meramente quanta dor física ele suportou por mim. Antes, é o que Deus realizou por meio da morte de Jesus. A resposta se acha nas figuras envolvidas na Páscoa. A história da Páscoa (Êx 12.2) começa com estas estranhas palavras: "Este mês vos será... o primeiro mês do ano". Com a Páscoa, Deus reformula o calendário dos judeus. A antiga vida deles como escravos estava acabando, uma nova vida como filhos, começando. A morte de Jesus anunciou o mesmo, mas em uma escala muito maior. Paulo declara: "Fomos unidos com ele na semelhança da sua morte" (Rm 6.5). Mas ele também exulta: "Tragada foi a morte pela vitória" (1 Co 15.54). A morte com um "M" maiúsculo - não somente a morte física pessoal, mas o reino devastador do pecado sobre o mundo do primeiro Adão (Rm 5.12-21) - foi vencido na cruz de Cristo.

Se o reino da morte foi vencido na cruz, onde surge o novo? Surge na ressurreição de Jesus na Festa das Primícias. As origens desta festa do Antigo Testamento eram agrícolas: os primeiros feixes eram trazidos ao tabernáculo para compartilhar a bondade de Deus com os pobres e estrangeiros. Mas a festa sempre inclinava Israel o olhar para frente, anunciando o dia em que toda a vida seria novamente "muito boa", como antes havia sido.

Paulo usa a linguagem de festa para explicar isto (1 Co 15.20). Visto que a morte de Jesus venceu a morte, também, como segundo Adão, a sua ressurreição fez surgir uma nova criação, um reino de graça (Rm 5.21). Cristo é as "primícias" deste novo mundo. Ressuscitados com ele, nós, "que temos as primícias do Espírito" (Rm 8.23), também somos as primícias da nova criação (Tg 1.18).

Portanto, a Festa das Primícias, do Antigo Testamento, é a base de uma escatologia vigorosa e prática do Novo Testamento (uma visão da era por vir).

Estes são apenas dois exemplos breves; há várias outras festas, inúmeras práticas do templo e narrativas históricas que servem para anunciar a redenção que viria em Jesus. Um evangelho moldado pela rica história do Antigo Testamento é evangelicamente muito mais convincente, porque honra a unidade coerente da Escritura. E esse evangelho produz discípulos que têm uma autoimagem mais saudável: eles resistem ao pecado padrão de colocar a si mesmos em primeiro lugar e aprendem a negar a si mesmos e seguir a Jesus.



Dr. John R. Sittema é o pastor principal da Christ Church em Jacksonville (Flórida) e professor adjunto de estudos ministeriais no Mid-America Reformed Seminary, em Dyer (Indiana). Ele é o autor de Meeting Jesus at the Feast: Israel' Festivals and the Gospel.



www.ligonier.org



Fonte: Ligonier Ministries
Tradução: Francisco Wellington Ferreira


Via: http://www.editorafiel.com.br/artigos_detalhes.php?id=405