sábado, 15 de setembro de 2012

Fazer o bem: um reflexo de Cristo em nós


  

Outro dia ouvi um versículo da Bíblia que despertou a minha atenção:
"Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado" - Tiago 4:17
Esse versículo deixa claro que é possível pecar não somente por fazer coisas erradas, mas também por não fazer a coisa certa: fazer o bem. Ao ouvir esse versículo eu parei para refletir: será que tenho sido omisso em fazer o bem? E o que seria "fazer o bem"?

Sem dúvida o maior bem que poderíamos fazer pelas pessoas está no campo espiritual da nossa vida: levar as pessoas a Jesus, orar pelas pessoas, etc. Quantas vezes temos sido omissos em cumprir o "ide" de Jesus?
"E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura." - Marcos 16:15
Muitas vezes estamos tão imersos no individualismo das nossas vidas (tão comum na nossa sociedade), que não percebemos que existem ao nosso redor muitas pessoas necessitando de uma palavra de Deus para as suas vidas.

Mas fazer o bem não se resume apenas em falar de Jesus e orar pelos outros. Talvez esse seja o maior bem, mas o que Tiago diz pelo Espírito Santo é que o bem também pode se referir às necessidades dessa vida:
"Que proveito há, meus irmãos se alguém disser que tem fé e não tiver obras? Porventura essa fé pode salvá-lo?
Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano,
e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito há nisso?
Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma.
Mas dirá alguém: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me a tua fé sem as obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.
Crês tu que Deus é um só? Fazes bem; os demônios também o crêem, e estremecem.
Mas queres saber, ó homem insensato, que a fé sem as obras é inútil?" - Tiago 2:14-20
No trecho acima podemos ver claramente que as obras das quais Tiago cita são também as obras para essa vida, como dar pão ao faminto e roupa a quem não tem o que vestir. É interessante observar que esse texto, à primeira vista, pode até parecer contraditório em relação à justificação pela fé. Mas o que Tiago está dizendo não é que o homem precisa realizar boas obras para se salvar, mas que as boas obras são consequências imediatas que acompanham a nova criatura em Cristo. As nossas atitudes nessa vida são um reflexo da nossa vida com Deus. Se somos nova criatura e fomos regenerados em Cristo, então as nossas atitudes devem refletir a vida de Cristo em nós.

As boas obras são os bons frutos que devem acompanhar os santos: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão e temperança (Gálatas 5:22). Foi isso que João Batista disse aos fariseus:
"Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento;E não presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão.E também agora está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo." - Mateus 3:8-10
Não adiantava os fariseus terem uma vida religiosa, se as suas obras eram más. Eles tentavam obedecer à risca a lei de Deus, mas se esqueceram da essência da lei : o amor. Jesus ainda completou:
"Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus.
Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons.
Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo.
Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.
Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus." - Mateus 7:17-21
Se houve um ensinamento claro no ministério de Jesus é que Deus não procura religiosos, mas procura aqueles que querem fazer a sua vontade, como ato de adoração sincera. E não há dúvidas de que a sua vontade é que façamos o bem. Isso fica claro também na parábola do bom samaritano (Lucas 10:25-37). Nela Jesus nos ensina a fazer como o bom samaritano: cuidar do necessitado que estiver perto de nós, independente se a sociedade cria uma barreira entre nós e o necessitado (como existia a barreira entre os samaritanos e os judeus). Interessante é que nessa parábola passam pelo necessitado duas pessoas que deveriam ser exemplo (o levita e o sacerdote), mas ambos passam longe do necessitado. Jesus diz para agirmos como o bom samaritano ("Vai, e faze da mesma maneira.Lucas 10:37). Não podemos ser como o levita e o sacerdote que viviam uma vida de serviço a Deus, mas suas atitudes fora do templo de Deus não condiziam com os ensinamentos de Deus.

Hoje existe uma barreira social entre muitos de nós e muitos que estão marginalizados na sociedade. Alguns mendigos, pobres, dependentes químicos, órfãos, viúvas, etc. A sociedade marginaliza essas pessoas. Mas o que Deus quer é tenhamos compaixão dessas pessoas, que abracemos essas pessoas, cuidemos, e assim os levemos ao verdadeiro sentido da vida: Jesus. Leia o livro de Provérbios e verá quantas promessas Deus faz àquele que se compadece do pobre (Pv. 29:14Pv. 19:17Pv. 21:13Pv. 28:27,...). Quando Jesus fala sobre o céu e o inferno, ele conta a história de um mendigo que foi para o céu e um rico que foi para o inferno (Lucas 16:20-31). Será que nossa atitude diária tem sido mais parecida com a do justo ou do impio de acordo com a palavra de Deus?
"O justo se informa da causa dos pobres, mas o ímpio nem sequer toma conhecimento." - Provérbios 29:7
Jesus disse que nós somos o sal da terra e a luz do mundo:
"Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte;Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa.Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus."Mateus 5:13-16
Ser servo de Deus dentro do templo é muito fácil. O nosso desafio constante é ser servo fora do templo, quando o mundo nos oprime e tenta nos empurrar insistentemente ao pecado, inclusive quando o pecado é simplesmente o conformismo ou indiferença em relação ao nosso próximo. Jesus deixa claro no texto acima que o Pai será glorificado no céu através do nosso testemunho, ou seja, das nossas boas obras aqui neste mundo. Na verdade essa é a única finalidade das nossas obras: testificar da transformação que Jesus realizou em nossas vidas, para que o nosso Pai seja glorificado, e para que mais vidas se rendam ao nosso Deus maravilhoso.

Que as nossas obras reflitam, cada dia mais, a vida de Cristo em nós. E dessa forma, que o nosso próximo encontre o caminho da vida eterna: Jesus Cristo.

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