POR JOSEMAR BESSA
Na vida espiritual nada permanece imóvel. Se não estivermos constantemente crescendo em humildade, estaremos prontamente aumentando e produzindo o fruto do orgulho.
A saúde espiritual, como a saúde do corpo, é um dom de Deus. Mas, como a saúde do corpo, é um dom que deve ser cuidadosamente tratado, uma vez que hábitos descuidados podem danificá-la.
Portanto, prepare-se para estar amanhã em adoração com o povo de Deus meditando nas palavras de Thomas Brooks (1608-1680):
“O interior de um hipócrita nunca corresponde ao seu exterior. O interior de um hipócrita é uma coisa, e seu exterior é outra coisa; um hipócrita é exteriormente limpo — mas interiormente impuro. Hipócritas são como os frascos dos farmacêuticos, tendo por fora o título de algum excelente remédio — mas por dentro algum veneno mortal. Eles são como os templos egípcios, que são belos por fora — mas dentro deles nada se encontra além de serpentes e crocodilos, e outras criaturas venenosas.
Hipócritas laboram mais em prol de um bom nome do que de um bom coração; uma boa repercussão dos seus feitos do que uma boa consciência; eles são como violinistas, mais cuidadosos em afinar seus instrumentos do que em vigiar suas almas. Hipócritas são como prata — porém escurecem; eles possuem uma aparente santificação externa — mas interiormente são cheios de malícia, mundanismo, orgulho, inveja, etc. São como almofadas de sofá, feitas de veludo e ricamente bordadas — mas cujo interior é cheio de feno.
Um hipócrita pode oferecer sacrifício com Caim, correr com Jezabel, se humilhar com Acabe, chorar com as lágrimas de Esaú, beijar Cristo com Judas, seguir a Cristo com Demas, e aparentar compromisso com Simão Mago; e ainda com tudo isto seu interior é tão mau quanto qualquer um deles.
Um hipócrita é um Jacó por fora e um Esaú por dentro; um Davi por fora e um Saul por dentro; um Pedro por fora e um Judas por dentro; um santo por fora e um Satanás por dentro; um anjo por fora e um demônio por dentro. Um hipócrita é um Judeu exteriormente — mas um ateu, um pagão, um infiel interiormente. Li sobre certas estátuas, assemelhando-se a Júpiter e Netuno, que por fora eram cobertas com ouro e pérola — mas por dentro não tinham outra coisa senão aranhas e teias de aranha; a comparação perfeita com os hipócritas.
Aquele monge acertou quando disse: “Mostrar ser um monge de forma externa foi fácil — mas ser, de fato, um monge, interiormente, foi difícil.” Mostrar ser um cristão de forma externa é fácil — mas ser, de fato, um cristão, interiormente, é muito difícil. O interior de um hipócrita nunca reflete ou corresponde ao seu interior; seu interior é perverso, e seu exterior é piedoso. Mas que todos os hipócritas saibam: fingir santidade é duplamente iníquo, e ao fim terão de responder por isto.”
Todas as pessoas mencionadas por Thomas Brooks, tinham algo em comum – tiveram acesso a verdade, ou conhecimento intelectual sobre Deus, mas Deus nunca foi o deleite deles. Essa é uma forma de descobrirmos os primeiros passos sutis da hipocrisia, ainda que insipientes. Essa é a única coisa que nos livra de estarmos fazendo coisas para edificar nosso próprio nome, fingindo ( mesmo que não percebamos ainda ) – que estamos empenhados em viver, edificar vida e ministério para a glória de Deus.
George Mueller (alemão - nasceu como: Johann Georg Ferdinand Müller ) (27 de setembro de 1805 - 10 de março de 1898), um cristão evangelista e diretor do Ashley Down orphanage em Bristol, Inglaterra , cuidou de 10.024 órfãos em sua vida. Ele ficou bem conhecida por fornecer uma educação às crianças sob seus cuidados. Ele também estabeleceu 117 escolas que ofereciam educação cristã a mais de 120 mil crianças, muitas delas sendo órfãos.) disse:
"De acordo com minha opinião, o ponto mais importante a ser entendido para que o que fazemos não se tornar meramente algo humanista (focado no homem) e sutilmente nos encher de orgulho em edificar um nome, é o seguinte: Acima de tudo o que fizer, busquem fazer com que suas almas estejam completamente felizes no Senhor. Outras coisas podem pressionar você, a obra do Senhor pode até ter reivindicações urgentes sobre sua atenção... mas nossa questão não é sua obra, mas o deleite no próprio Deus. Eis o antídoto contra todo orgulho e hipocrisia que nos faz estar focados no homem.
Eu deliberadamente vou repetir, é de suprema e fundamental importância que você deve procurar, acima de tudo, ter as vossas almas verdadeiramente feliz em Deus! dia-a-dia procurem fazer disso o negócio mais importante da sua vida. O completo deleite em Deus nos livra da dependência dos resultados e da visão do homem sobre nós e nosso ministério.
Esta tem sido minha firme e resolvida condição nos últimos trinta e cinco anos. Nos primeiros quatro anos depois da minha conversão eu não sabia de sua vasta importância, mas agora, depois de muita experiência, eu recomendo especialmente neste momento ao conhecimento de meus irmãos mais jovens e irmãs em Cristo: o segredo da todo verdadeiro serviço eficaz é a alegria em Deus, ter conhecimento experimental e comunhão com o próprio Deus".
Sola Gratia! - Josemar Bessa