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Por Maria Helena Costa
Minha história com os livros brotou como amor antigo
Pois só na maturidade deles me tornei íntima.
Nossas dobras fazem hoje um par de encontros perfeitos:
Na rua e em casa, na cama, na mesa e na cozinha.
Meu objeto mais íntimo, despido de qualquer pudor,
Fazemos os caminhos mais doces e talvez os mais loucos
Em todos os nossos momentos de amor...
Ah! E com a fidelidade dos que não mais necessitam juras de amor...
Com eles conheço ruas, calçadas e avenidas,
Países longínquos, terras as mais distantes.
Saboreio do manjar o mais doce, da maldade a mais amarga,
E aprendo, sobretudo, que o conhecimento não finda com a madrugada...
Sou Suassuna, sou Regina de Paula, sou Lucinda, Guimarães e Adélia.
Vivo dos poemas mais lindos e também dos mais inquietos,
Sou o desencontro do humano nas letras que buracos fazem,
Que escavando a alma, deitando-se na prosa acalmam.
Esse enlace com o livro concedido pela vida,
São os lírios do meu campo que povoam em cada canto,
De novo e em cada instante, meu lar, minha morada.
São passagens, são passadas, que estrangeiro se refaz.
Cada sopro de um livro um sulco no meu peito crava,
Fazendo ressurgir o meu jeito sempre novo, assim como o meu olhar...
Extraído do livro Borboletrando na vida de Maria Helena Costa
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