quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Salvos... mediante a fé

Em Efésios 2:8-9 lemos, "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie." Diante desta afirmativa do Apóstolo Paulo, nós podemos concluir que seremos salvos, mediante a fé e que ainda, segundo nos revela esse texto, esta fé, tão necessária para nossa salvação, não vem de nós, é um dom de Deus. A diferença entre aquilo que o homem acredita e a fé dada por Deus ao homem para crer, é esta: "Que a fé é o fruto de um dom de Deus oferecido gratuitamente a todo aquele que nele crer."

Podemos afirmar que a fé não é o raciocínio humano e muito menos seria, a lógica humana. Entendemos que o conceito de fé estabelecido pelos homens, estava fundamentado numa possibilidade de: Acreditar em alguma coisa... Ou também: Crer em alguma coisa... Porém, encontramos na palavra de Deus, uma definição correta do que a fé significa: Hebreus 11:1 "Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção dos fatos que se não veem." Examinando esse texto no original grego, vamos encontrar o termo upostasis, que é traduzido por certeza, que tem no seu melhor sentido o significado de: esperar com convicção, ou  fundamentado numa certeza. Diante disto, podemos dizer que a esperança do cristão tem na sua base uma realidade não visível aos olhos humanos, firmado em alguma coisa concreta. O fundamento da fé Cristã é calçado na promessa de Deus, que enviou o seu Filho para resgatar o homem realizando a sua remissão (ou sua salvação).

Não é a fé que salva o homem, mas sim, a sua fé naquele que pode realizar a justiça de Deus pela sua vida. Quando aceitamos a mensagem do evangelho, estamos crendo no sacrifício de Cristo como a justiça de Deus realizada para a nossa justificação e isto é feito mediante a fé. Em Hebreus 9:22 temos, "Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e, sem derramamento de sangue, não há remissão." Neste texto temos que, sem o derramamento de sangue não há remissão!  A melhor tradução da palavra remissão no nosso vocabulário é: restituição, indulgência ou perdão.  Portanto, remissão significa também salvação no seu melhor sentido, pois o perdão tem como expressão, em sua melhor tradução como: "A remissão de culpa". Por isso, nós podemos dizer que a palavra remissão, significa: salvação.  Esse tema da justificação merece toda a nossa atenção, pois julgamos relevante entender realmente qual o verdadeiro significado de que, nós seremos salvos... mediante a fé.

O homem deveria ser restituído da sua culpa, por isso mesmo, em João 12:24 Jesus disse: "Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto." Jesus estava falando da sua morte no Calvário, onde o mistério de Deus seria revelado ao homem para a sua salvação. Todo aquele que viesse a aceitar este propósito, receberia a suficiente remissão de sua culpa. O preço da redenção foi pago com a morte daquele que veio para redimir àquele que crendo, fosse salvo de sua culpa. A vida do cristão brota da semente que rasga a terra, para que sua vida possa surgir, na morte de Jesus. A fé justificadora termina em Cristo, em seu sangue e em seu sacrifício; esta foi a promessa de Deus feita ao homem e por isto, esta é a maior mensagem do evangelho que está declarada para os homens. Em João 3:16, temos: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." 

João Calvino comparou a fé a um vaso vazio e escreveu assim:  "Comparamos a fé a uma espécie de vaso; pois a não ser que cheguemos vazios e com a boca de nossa alma aberta para buscar a graça de Cristo, não somos capazes de receber Cristo"  O apóstolo Paulo quando escreveu a carta aos Romanos, disse no capítulo 6:23:  "Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor." O verdadeiro significado da fé se consiste em que nós não seremos justificados apenas pela nossa fé, mas pela fé, depositada em Cristo que realizou um sacrifício perfeito pelas nossas culpas. Não é a fé um mérito, mas um objeto vazio, tal qual um vaso que recebe o dom divino, dado gratuitamente àquele que crê na justiça que Deus realizou em seu favor. É como uma mão vazia, que se estende pedindo um favor para saciar as suas necessidades e que pode receber tudo que está precisando, mas que não pode dizer que mereceu. A fé é assim... O dom gratuito de Deus oferecido àquele que crê.

Diante desse entendimento que as escrituras nos mostra, podemos afirmar que não há salvação pelas obras. Porém, temos visto a senda por onde tem se seguido, muitas denominações e também muitos pseudo-pastores, que tem se desviado de uma doutrina sadia da palavra de Deus, ensinando preceitos humanos. Estão tentando impor um legalismo, cobrando pela salvação um preço que já foi pago. A fé tem sido comercializada, com o levantamento de somas que deveriam servir para atender somente as necessidades da igreja, mas, que tem na verdade servido para muitos propósitos escusos. A vida realmente começa, quando o homem, mediante a fé, enxerga a morte de Jesus na Cruz, trazendo vida à sua vida, dando-lhe a redenção.  Quando o homem pensa, que fazendo parte de uma denominação, ou apenas se congregando, ele está garantido, aí está o perigo!  A palavra de Deus não diz assim!!!  Fora disto, ou  até melhor dizendo, sem um encontro com Jesus no Calvário o homem pode estar perdido para sempre, agarrado em sua religião.

Para que a salvação não fosse apenas uma possibilidade, o plano de redenção para o homem, foi traçado tão somente na misericórdia de Deus. E relatando a respeito da justiça, que é sobre todo aquele que recebe a compaixão de Deus, prometida em Jesus no Calvário, Paulo disse aos Romanos no capítulo 9:23  "A fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão."  Portanto, foi isto mesmo o que Paulo estava dizendo: "... da sua glória, para a sua glória."  

A graça de Deus não é o mérito, nem da fé humana, nem de religião alguma que o homem pudesse encontrar. Nós somos os vasos recebedores desta misericórdia, onde a graça se manifesta pela fé e é oferecida gratuitamente por Deus. Esta fé, é o dom precioso que precisamos para receber a remissão. Cabe ao homem se render pela graça de Deus oferecida, compreendendo que a graça, que como já se diz, é de graça; senão, ficaria frustrada a glória de Deus que se realizou na morte do seu Filho Unigênito. "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé..." Foi este o texto inicial do post com que desejamos agora, finalizar este tema tão fascinante da justificação que é feita:  Pela fé de que nós também seremos salvos... mediante a fé e que isto não vem de nós, é dom de Deus; não vem de obras, para que ninguém se glorie.  Diante esta verdade eterna declaramos...  Soli Deo Gloria.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Justificação pela graça

Efésios 2:8-9 "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie." Este post, parece um complemento do anterior, porém achamos melhor dizer que a diferença entre ambos é apenas uma questão de óptica A teologia, em sua etimologia deve ser definida como a ciência que estuda sobre Deus e todos os assuntos pertinentes à fé e à religião. Isto, muitas vezes, tem complicado a visão humana e porque não dizer do crente da mensagem central do Evangelho que é o amor de Deus manifestado ao homem, esta é a pura verdade.

Por que justificação pela graça? Porque acrescentamos o termo "pela graça", se já havíamos falado só em justificação? É isto o que nós desejamos esclarecer agora! Vamos assim às respostas, desejando simplificar o que não ficou tão esclarecido. Então vamos voltar à palavra de Deus que nos traz uma definição simples do que pode significar: salvação pela graça por meio da fé. Está em Hebreus no capítulo11:1 "Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção dos fatos que se não vêem." Queremos analisar também a nossa definição de fé com base neste texto e o que ela significa para nós, que é mais ou menos isto: A fé é uma mão estendida, com a certeza que seu pedido virá ser atendido. A justificação é oferecida pela graça e recebida na fé em Jesus Cristo, em seu sacrifício feito na cruz.

O plano original de Deus encerra-se no Calvário, onde se manifesta a Graça oferecida sem preço, àquele que tendo a sua mão estendida recebe o favor, isto que é simplicidade!  Devemos ser agradecidos a Deus por sermos cristãos e entender o seu propósito em nosso favor, porque Ele atribuiu (ou creditou) em seu Filho, o que era devido por nós. Se erramos em não conhecê-lo, poderemos receber agora o seu perdão e nos fazermos reconhecedor desta dádiva. O seu ensinamento, que é tão simples consiste em aceitar o que de graça nos é ofertado e que é suficiente, mas, temos de recusar que o legalismo religioso possa cruzar pelo nosso caminho, trazendo um jugo difícil de suportar. Portanto, se pela graça somos salvos, isto era o que Paulo estava querendo dizer aos irmãos da igreja de Éfeso, que era de graça mesmo, sem custo, sem preço pré-estabelecido. Do contrário, a morte daqu'Ele que fez por nós a expiação das nossas culpas, teria então, será que poderíamos perguntar, teria com isto alguma graça?  Claro que não!!!  Foi o que Paulo disse aos Romanos, cap. 11:6  "E, se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça." Este versículo, sempre me impressionou, mesmo!  Isto é na verdade, a simplicidade do evangelho de Jesus...

Lutero, o maior reformador conhecido, usou a palavra somente para dar uma maior ênfase ao entendimento, sobre a justificação pela graça. Ele fez uma reformulação do texto dizendo assim: Somente pela graça sois salvos... Mas, como sabemos, isto não foi muito bem aceito pelos radicais, acreditamos que Lutero não desejava acrescentar nada ao texto bíblico, ele apenas usou esse termo para dar uma maior ênfase ao texto. Ele queria apenas, dar uma maior luz ao entendimento que estava tão obscurecido por uma indigente religião, que precisava vender aquelas indulgências, anunciando uma salvação inexistente. Isto foi o motivo que o levou a romper com a Igreja de Roma e a sua rejeição era de uma doutrina que não baseasse a salvação, que não fosse estabelecida no padrão bíblico, pela graça somente. Este foi o ponto maior da sua discórdia e do seu protesto, de onde veio surgir mais tarde o termo " Protestante".

Não sou postulante de algum cargo de igreja, não sou teólogo, nesta matéria de teologia sou um iniciante, porém, o que entendemos por simplicidade, são os textos mesmos que revelam. Não existe nada obscuro na palavra de Deus, mas a doutrina que o homem insiste em criar e que a religião tenta impor, é que escravizam a mente e o coração de alguns incautos. Ai daqueles que assim procedem!  Eu creio que julgar é temerário, mas temos visto actualmente por aí, coisas de arrepiar acontecendo nas igrejas denominadas "evangélicas". Estes acontecimentos, têm demonstrado o afastamento que elas tem feito dos princípios que a Reforma estabeleceu. Um dos principais princípios dela foi o Sola Gratia, que é este: A salvação somente pela graça. A única mensagem do evangelho é o amor de Deus manifestado ao homem, não é verdade? Pois bem, Jesus quando veio para realizar sua obra de redenção, oferecendo-se como único e suficiente meio de justificação, encontrou entre o povo uma religiosidade tão hipócrita que disse: "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito, e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós!" Mateus 23:15. Isto define bem, o espírito da religiosidade farisaica daquela época.

Para reforçar nosso entendimento, queremos dizer que a  "consente com a verdade do evangelho" de todo o coração (Catecismo Maior de Westminster).  A nossa justificação pertence ao autor da nossa fé. Aquele que deu a sua vida por nós e pagou por nossas culpas, que foi Jesus o Cordeiro de Deus, que levou sobre si, o que era devido por nós, oferecendo de graça o seu perdão e a salvação. A nossa fé, deve se fundamentar, na certeza do que a palavra de Deus nos ensina sobre esta verdade que é: Salvação somente pela graça.  Ao encerrar esse post gostaria de deixar em destaque, algumas palavras que Lutero disse à respeito da justificação pela graça, que foram estas: "Eu creio que não posso por minha própria razão ou força, acreditar em Jesus Cristo meu Senhor, ou buscá-lo; mas o Espírito Santo me chamou através do Evangelho, me iluminou com os Seus dons, e me santificou e preservou na verdadeira fé; da mesma maneira Ele chama, reúne, ilumina e santifica toda a Igreja Cristã da terra, e preserva a sua união com Jesus Cristo na verdadeira fé..."

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Justificação

Salmo 143:1 "Atende, Senhor, a minha oração, dá ouvidos às minhas súplicas. Responde-me segundo a tua fidelidade, segundo a tua justiça. Verso 2: Não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista não há justo nenhum vivente. Verso 3: Pois o inimigo me tem perseguido a alma; tem arrojado por terra a minha vida; tem-me feito habitar na escuridão, como aqueles que morreram há muito. Verso 4: Por isso, dentro de mim esmorece o meu espírito, e o coração se vê turbado. Verso 5: Lembro-me dos dias de outrora, penso em todos os teus feitos e considero as obras das tuas mãos. Verso 6: A ti levanto as mãos; a minha alma anseia por ti como terra sedenta. Verso 7: Dá-te pressa, SENHOR, em responder-me; o espírito me desfalece; não me escondas a tua face, para que eu não me torne como os que baixam à cova."


Davi reinava em Israel e passava por algumas angústias no seu reinado quando ele escreveu este Salmo, nele relata a sua confiança no Senhor, em quem depositava toda a sua esperança. É isto o que podemos observar pelos elementos que estão inseridos em toda sua oração e registrados nas expressões usadas por ele. Há momentos em que ele parece desnudar sua alma por completo e sua oração começa se multiplicar em várias súplicas. Parece-nos que está encerrando a primeira parte da sua prece no versículo seis, recomeçando outra oração depois no verso sete. Vejamos novamente então o verso 7: Dá-te pressa, SENHOR, em responder-me; o espírito me desfalece... Repete uma súplica semelhante àquela feita no verso primeiro, fazendo assim esse pedido: ... não me escondas a tua face, para que eu não me torne como os que baixam à cova. Aqui ele deixa transparecer todas as fraquezas e contradições que demonstrava estar sentindo, foi o que disse antes no verso 4: Por isso, dentro de mim esmorece o meu espírito, e o meu coração se vê turbado.     

Separamos os versículos deste Salmo propositadamente para fazer algumas observações e tentar talvez entender os seus conflitos. Quando ele disse no verso 6: A ti levanto as mãos... talvez ele não as tenha mesmo levantado e isto tenha ocorrido apenas na sua imaginação. É esta a dedução que tiramos, pois fica tão evidente, quando ele disse também no verso 3: Pois o inimigo tem me perseguido a alma...  Aqui ele está dizendo que o seu inimigo, estava por certo perseguindo não era ele, mas a sua alma. Logo a seguir, compara a sua alma com a terra sedenta: ... a minha alma anseia por ti como terra sedenta. Ou seja, uma terra sedenta é aquela que está esperando por água, enquanto a alma espera é por refrigério. Na verdade, a sua oração é tão apaixonante quanto reveladora, onde ele nos parece que desejasse tocar no coração de Deus, com as cordas da sua alma e a sua oração vai assim se transformando no formato de uma poesia magistral.

Declara no versículo 5: Lembro-me dos dias de outrora, penso em todos os teus feitos e considero nas obras das tuas mãos. Aqui nós vemos que ele vai misturando a realidade que conhecia muito bem, dentro daquele turbilhão de sentimentos que estavam revelados no emaranhado das suas súplicas. As vitórias que Davi acumulou durante a sua vida até aquele momento foram grandiosas, pois o Senhor o livrara dos inimigos e ainda confirmara o seu reino sobre Israel com vitórias sobre vitórias. Primeiro livrando-lhe das mãos de Saul, depois disto deu-lhe o Senhor grandes vitórias sobre os povos que estavam determinados para ele conquistar. Porém, o que me chamou mesmo a atenção foi o que ele disse no versículo 2: Não entres em juízo com o teu servo... Neste pedido que fez ao Senhor, demonstrou em primeiro lugar, que o seu temor era de que Deus entrasse em juízo com ele. No Salmo 111:10, a palavra de Deus nos diz assim: O temor do Senhor é o princípio da sabedoria... Davi sabia das suas necessidades naquela hora de angústia e a sua dependência do Senhor era para obter seu incondicional perdão. Esperava pela misericórdia e não desejava encarar o juízo de Deus sobre sua vida. Em segundo lugar, confiava tão somente na misericórdia e na justiça de Deus e sabia da sua necessidade de realizar o propósito que tinha empreendido.

O que realmente me despertou ainda mais as minhas observações, foram as palavras que disse depois no restante do versículo 2: ... porque à tua vista não há justo nenhum vivente. Assim, partindo em busca de  uma explicação mais clara diante esta afirmativa tão relevante, fui procurar pelo texto original no hebraico para encontrar um outro esclarecimento que pudesse aumentar a nossa compreensão. Dentre as fontes que eu achei, destaco a versão do texto paralelo da New American Standard (1995), que diz assim: ... porque à tua vista nenhum vivente é justo. Porém, o achado que destaco como mais interessante, foi uma explicação dada pelo Professor Louis Berkof que foi Reitor Emérito do Calvin Theological Seminary, onde dizia num comentário, que o sentido evidente deste verso, seria: ... Nenhum homem vivo será justificado em tua presença. Seria muita presunção um ser vivo, se considerar justo diante de Deus? Foi isto o que eu fiquei indagando!!!

Acredito que Davi talvez até pudesse ter na sua mente seria isto: Que nem ele e, nem mesmo pessoa alguma pudesse estar vivo e se desse por justo diante do Senhor." Seria esta a melhor consideração que Davi estivesse tentando fazer??!  Acredito que sim, porque não?  Nós não temos a pretensão de tentar entender os pensamentos de Davi, mas, lemos na carta aos Romanos no capítulo 4:6-8, que o apóstolo Paulo disse: E é assim também que Davi declara ser bem-aventurado o homem a quem Deus atribui justiça, independente de obras: Bem-aventurados aqueles cujas iniquidades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos; bem-aventurado o homem a quem o Senhor jamais imputará pecado. O que está  relatado aqui e desde o capítulo anterior era a respeito da justificação pela fé. Paulo relatou como Abraão havia sido justificado e logo depois então foi que disse, que tanto Abraão como Davi creram pela fé naquele que era o justificador e que isto não dependeu das obras que fizeram, porque a justiça é algo que não se adquire por esforço. A justificação não é uma coisa que se compra por um preço que o homem pudesse pagar, ela não iria depender do esforço humano.

O grande mistério da justificação que nos traz a palavra, é que Deus declara inocente o homem a quem não deve ser imputado o pecado. Há ainda muitas pessoas que tem dificuldade de entender o que é imputação. A melhor definição deste termo é sem dúvida alguma: creditar, ou atribuir. Vamos dar um exemplo, usando o texto que já vimos antes: Romanos 4:8 Bem-aventurado o homem a quem o Senhor jamais imputará (creditará) pecado. Deixamos entre parêntesis a definição. Torna-se bastante simples, quando levamos em conta que o Senhor nos dá esse crédito em seu Filho, pela fé n'Ele e em sua expiação pelas nossa culpas. Aquilo que era devido por nós, então foi atribuído a Ele no Calvário e isto ocorreu para que todo aquele que colocar n'Ele a sua fé pudesse ser justificado. Sabendo que o seu sacrifício seria suficiente por Ele ter assumido a imputação da pena e do pecado por nós, Jesus fez isto ali na cruz e a mensagem do Evangelho é somente esta: Que sobre Ele foi colocado a nossa culpa e todos que n'Ele viesse a crer, tivesse a vida eterna.


Esta semana fui à igreja de carona com o dirigente e depois no retorno ele confessou que lhe tinham dado uma informação de que deveria reforçar a doutrina, eram ordens da direção da igreja, mas que não havia feito ainda. Explicou-me, que as suas preocupações eram com os crentes velhos de igreja, não temia pelos crentes novos que chegavam e seu temor era com a hipocrisia dos que se acomodam com a religião e dão trabalho. Lembrei-me da parábola do fariseu e do publicano, onde sabemos que o fariseu fez uma oração que não foi aceita por Deus, porque de fato estava impregnada de egoísmo onde o publicano justifica-se a si mesmo, numa oração cheia de hipocrisia. 


Lucas 18: 11-14 O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. Ainda no versículo 14, Jesus disse que o fariseu não desceu justificado para a sua casa, pois: ... Todo o que se exalta será humilhado, mas o que se humilha será exaltado. Esse é o verdadeiro ensinamento cristão e este é por certo o melhor exemplo de justificação: Crer naquele que pode justificar! Crer naquele que pode justificar não é fazer da religião um meio de justificação, porque como já vimos onde o apóstolo Paulo falando ainda sobre Davi e que está bem registrado, foi mesmo assim: ... bem- aventurado o homem a quem Deus atribui justiça, independente de obras. Romanos 4:6.