quarta-feira, 27 de novembro de 2013

As aparências enganam...


















Por Pedro Paulo

O ditado as aparências enganam é geralmente muito usado quando as pessoas são vítimas do alheio ou ainda podemos dizer que esse se dá quando as pessoas tem uma decepção. Esse ditado me veio à lembrança quando estive meditando na parábola do mordomo infiel que Jesus contou para os seus discípulos e somente Lucas o descreve em seu Evangelho no capítulo 16:1-13.

A função de um mordomo é de administrar uma casa e de acordo com o relato desta parábola, o mordomo mesmo sendo infiel foi elogiado pelo seu senhor pela sua sagacidade e inteligência, pois ele agiu prevenindo a sua sobrevivência e o seu futuro. Ao contá-la, Jesus não estava elogiando aquele mordomo infiel por sua falta de honestidade, mas apenas pela sua prudência. Nela, Jesus mostra que a prudência é fundamental na vida de cada um dos seus discípulos.

A prudencia é considerada como uma virtude que faz prever ou procura evitar as inconveniências e os perigos, também é definida como cautela, precaução. Jesus advertiu os seus discípulos que buscassem a característica da prudência a todo o momento. Vejamos no Evangelho de Mateus cap. 7:15, "Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores". Novamente em Mateus cap. 10:16, "Eis que eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos; sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas".

Analisando Mateus 7:15, notamos que os lobos foram usados como símbolo do mal, que representam os falsos ensinadores dos quais Jesus adverte para termos prudência e não nos envolvermos com eles, pois se disfarçam de ovelhas que vem para roubar. Já em Mateus 10:16, observamos que embora a serpente seja o maior símbolo do mal da corrupção e do pecado em toda a Escritura, ela foi destacada como um bom animal quando se trata da prudência.

Nos originais do grego o termo oikonomos significa mordomo. Essa palavra grega oikonomos tem em sua formação a junção de dois termos distintos: oikós (casa) e nomos (ordem ou lei). Portanto, significa que mordomo é aquele que tem a responsabilidade de colocar a casa em ordem, aquele que deve administrar a casa. O termo economia da nossa língua foi herdado do termo grego oikonomia, que significa também administração.

Desejo dizer aqui que embora muitos pensem que mordomia se refere à economia (dinheiro) apenas, enganam-se, pois vemos que o apóstolo Paulo em suas cartas faz o uso dessa expressão para designar uma "dispensação" do Evangelho. Vamos deixar as citações (I Coríntios 9:17. Efésios 1:10. Efésios 3:2. Efésios 3:9. Colossenses 1:25, e I Timóteo 1:4). Creio que a intenção de Jesus em usar esse personagem (mordomo) denominado infiel, foi para demonstrar a grande importância pelo significado que ele representa em si.

Na verdade, o termo grego oikonomia se refere a "gestão de uma casa ou de assuntos domésticos e especialmente a (religiosa) economia". A administração de propriedade alheia foi especificamente transferida por Paulo num sentido teocrático (de dever) ou "dispensação" confiada a ele por Deus (o Senhor e Mestre) para anunciar aos homens as bênçãos e as boas novas do Evangelho.

Portanto, devemos estar alertas cuidando da gestão da nossa casa (espiritual, onde Deus deve reinar) de modo que possamos desvendar as pessoas e as situações que possam tentar nos desviar da sã doutrina. Deus não se agrada de uma religiosidade que não seja pura e não aceita uma religião de aparência.

Jesus disse em Mateus 23.27, "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia!"

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

COMO É BOM DEPENDER DE DEUS…


Por Marcelo

Cada dia mais, as pessoas estão buscando essa tal “independência”. O filho não quer depender dos pais, a mulher não quer depender do marido, o homem não quer depender do patrão, e por aí vai.
O problema é que muitas vezes, com nossa arrogância, achamos que também não precisamos depender de Deus, e nem percebemos que depender d’Ele é algo maravilhoso.
É como um bebê, que não precisa se preocupar com seu alimento, suas roupas, ou em trocar suas próprias fraldas. Ele possui uma mãe para cuidar de tudo isso; ele realmente não precisa se preocupar com nada!
Não estou dizendo que não precisamos fazer nada em nossa vida, e ficar só esperando as coisas acontecerem sozinhas, mas estou dizendo que dependemos completamente de Deus. Veja:
"Se o SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o SENHOR não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela." Salmos 127:1
"Prepara-se o cavalo para o dia da batalha, porém do Senhor vem a vitória." Provérbios 21:31
Devemos fazer nossa parte sim, mas sempre nos lembrando que é do Senhor que vem a vitória. Não morra de preocupação, e quando conquistar algo, dê o crédito a Deus!
Um abraço!

domingo, 24 de novembro de 2013

Desistir?


















Por Pedro João Costa

Já faço parte dos que desistem...
Tudo que esperava,
não vejo.

Desisti!
Desisto todo dia.
Sou entrego a morte,
Cotidianamente.

Guardei a imprescindível
E preciosíssima, fé.
  Me equivoquei,
Por nada saber, desde sempre.

Tenho sorte,
Deus nada sabe
dessas minhas coisas...
PÉS DIVINOS,
Trilharam caminhos
Dos homens...

Pedro João Costa (05/11/13): Colaborador deste blog desde 2010.

sábado, 23 de novembro de 2013

Ponto Final Aqui


Por Pedro João Costa

Reticência...
Mas agora
Tudo vai bem;
Vai bem longe
Do ponto final.

Questionar?
Não há alguém que possa !
Existir já
Não tem resposta.

Proposta?
Sempre sim!
Pois a escolha
Define infinitos fins.

Todo imprevisto
Inesperado
Nada isolado ou errado
Viver a vida é
Pacote fechado
Em sequência
De baús lacrados...

Aqui o ponto
Extraordinário
Extraterrestre
Celestial
Imaginando começos,
Sofremos de ponto final.

Pedro João Costa (05/07/06): Colaborador deste blog desde 2010.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

As rasuras "de Deus"


Leonel Elizeu Valer Dos Santos

“Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte.” Prov 14; 12

O proverbial “as aparências enganam” tem origem, ou, similar, na Bíblia, como vemos. Concedo a dúvida por que pensadores pré-socráticos como Heráclito e outros denunciavam também o logro das aparências. Josué pecou ao não desconfiar delas. Os gibeonitas precisavam convencê-lo que eram peregrinos de origem remota; usaram pães bolorentos e vestes rotas para emprestar verossimilhança à sua história.

O pleito que uma imagem vale por mil palavras dá pano pra manga se examinado; uma das variáveis desse “valor” é que torna mais convincente o ver; ainda que enganoso.

Entretanto, o ver no dito de Salomão, supra, alinha-se mais à opinião que propriamente visão. Os caminhos atraentes parecem direitos aos humanos mais pelo que acham, que pelo que veem. Claro que o achar deriva das circunstâncias visíveis. A visão humana geralmente é tributária das experiências, o que cabe com sobra dentro de um século de vida; isso contraposto a Deus, que além de Onisciente é Eterno resulta pífio. Daí que, contrariar um preceito Divino baseado em idiossincrasias encerra o risco de encontrar a morte no final.

Quando o navio que levava Paulo preso a Roma estava mercê da decisão de zarpar ou não, houve um choque de posições entre o experiente capitão e o servo de Deus. “E, passado muito tempo, e sendo já perigosa a navegação, pois, também o jejum já tinha passado, Paulo os admoestava, dizendo-lhes: Senhores, vejo que a navegação há de ser incômoda, e com muito dano, não só para o navio e carga, mas também para as nossas vidas. Mas o centurião cria mais no piloto e no mestre, do que no que dizia Paulo.” Atos 27; 9 a 11 A experiência humana arrostando a Palavra de Deus dada por Seu servo; acabou em naufrágio, sabemos.

Outro exemplo de alguém que deixou o caminho de Deus por uma “nova opinião” ainda que dada como oriunda do Eterno é o Profeta jovem que profetizou em Betel contra Jeroboão e o altar. A ordem era que não comesse nem bebesse nada lá; mais, que voltasse por outro caminho. Ele aceitou a “nova revelação” do profeta experiente, e isso lhe custou a vida. Ver, I Rs cap 13. 

Ora, se Deus dissesse algo e carecesse emendar depois, não seria o Eterno; sofreria ação do tempo. Contudo, “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e eternamente”. Heb 13; 8.

Assim, todos os “profetas” que vieram após o encerramento do Cânon em Apocalipse, não passam de emendas, rasuras, “de Deus”, o que os desqualifica cabalmente. Seja Ellen White, Joseph Smith, Charles Russel, ou quem for. Ainda que misturem seus escritos com verdades Bíblicas. Do que é verdadeiro a Bíblia já contém “tudo o que diz respeito à vida e piedade.” Como ensina Pedro. Assim, tal repetição não é necessária, senão, como engodo para emprestar verossimilhança às heresias infiltradas.

Paulo declarou anátema ao “novo evangelho” que se infiltrara na Galácia. Depois explicou que nem era novo o texto, mas, pervertida a interpretação. “O qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.” Gál 1; 7 e 8

Mas, se os caminhos atraentes podem resultar em morte no fim, como fazer nossa escolha, se, estamos ainda no começo? Deus ensina: “Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim. Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade.” Is 46; 9 e 10

Essa comichão por novidades deveria ser doença apenas do mundo; mas, verifica-se na igreja também. Paulo advertiu dela, aliás: “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4; 3 e 4

Depois de tal advertência exortou ao Jovem Pastor à sobriedade. Em quê ela consiste? “Porventura o ouvido não provará as palavras, como o paladar prova as comidas?” Jó 12; 11 O choque entre essência e aparência deve ser visível para quem tem discernimento espiritual, como denunciou o mesmo Paulo sobre os “fiéis” dos “tempos trabalhosos;” “Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.” II Tim 3; 5 Nem sempre estreitamento equivale ao “caminho estreito”; mas, a dar largas às comichões heréticas.

Fonte:http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/as-rasuras-de-deus

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Maldição Póstuma
















Por Pedro João Costa

Sempre temos manhãs devassas
Um ano, um tempo, uma vez
Dois tempos sem.
Os mares de prazer possuem águas
De sonhos e de ilusões
Mas prazer eterno
Só no sal
Tempero das fantasias.

Sou mais prevenido que eu mesmo.
Revirei poemas, lírios todos os poetas
Escritos atores poetizas heresias
Li suas intimidades
Invadi privacidades
Interpretei o que não podia
E nem sequer queriam.

Difamei palavras, pensamentos e obras alheios.
Não me envergonho o suficiente,
Tive rigor no ultraje sensível
E essa maldição póstuma
Dos autores que só queriam ser
Seres solitários, únicos, anônimos, inúteis,
À humanidade civilizada
Virá sobre mim,
Revirando meus ossos
Tocando minha ilharga
E o tendão da minha coxa esquerda.

A minha lembrança titubeará cambaleante
Sem repousar em paz
No Hades dos escritores.
Condenado
Só ando embriagado
E sóbrio inexisto.

Pedro João Costa (30/08/06): Colaborador deste blog desde 2010.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

A Vitória pela Derrota












                                



Por Pedro Paulo

Marcos cap. 2:1-12, narra a história do paralítico de Cafarnaum que foi conduzido por quatro homens até uma casa onde Jesus estava ensinando a palavra. Como vemos no texto, se juntaram ali tantas pessoas que nem junto à porta cabiam, assim, os quatro decidiram descer o paralítico pelo telhado na esperança de que Jesus pudesse oferecer-lhe a cura. Entretanto, para a surpresa de todos a primeira palavra de Jesus para o paralítico foi: "Filho, perdoados estão os teus pecados". 

Essas palavras causaram uma murmuração geral, pois de acordo com a narrativa estavam ali os chefes religiosos da época que aguardavam ver algo sobrenatural ou até um milagre. Assim, Jesus conhecendo o coração daqueles que arrazoavam disse: "Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra poder para perdoar pecados (disse ao paralítico), A ti te digo: Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa". Esse é um resumo dos fatos, mas a nossa observação é que surpreso mesmo deve ter ficado aquele paralítico. 

Vejamos bem, a ordem de Jesus foi muito clara para ele: "...toma o teu leito,e vai para a tua casa". Fico pensando que depois de ter recebido a cura tão desejada, aquele homem queria tão somente se ver livre daquele leito. Não sabemos quantos  e quantos  anos ele viveu ali entrevado, sem liberdade para se locomover, mas Jesus disse a ele: "...toma o teu leito, e vai para a tua casa". 

Sendo um pouco cômico, no lugar dele eu compraria um sofá ou uma rede para eu deitar e até dormir, mas aquela cama eu nunca mais desejaria ver na minha frente. Na minha imaginação, se fosse comigo eu desejaria repousar ou dormir noutro lugar, menos naquele leito que penso eu, pode ter sido uma verdadeira prisão para ele ou talvez tenha sido o lugar das suas amarguras. 

Poderíamos pensar que naquela hora estava sendo decretada a derrota final para sua vida e para sempre. Porém, o rumo traçado nessa história foi o caminho da vitória pela derrota. O Senhor ofereceu a ele primeiramente o perdão, depois a cura e a seguir o melhor caminho. O perdão é um processo de cura que promove a saúde em todos os seus aspectos. Deus deseja fazer assim conosco, o sacrifício de Jesus é a grande prova do Seu amor por nós.

Ainda no evangelho de Marcos 2:17, Jesus revelou sua missão dizendo: "...Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes; não vim chamar justos, e sim pecadores". No ato em que Jesus nos oferece o perdão, Ele cancela o débito dos nossos pecados e ainda promove a remoção da culpa que tornou amargo o nosso coração, plantando ali o amor que tudo cura e que tudo transforma. 

O que esse leito então poderia significar para todos nós, senão o lugar mais íntimo nosso, como o lugar onde nós realmente podemos nos despir. O lugar onde de fato podemos ser nós mesmos, tirar as nossas máscaras, assumir os nossos erros sem medo. Onde podemos sentir medo, por que não? O Senhor nos mostra que o lugar em que pensamos ser o da amar-gura, é o lugar do amar-cura, Ele nos ama e somente Ele pode nos oferecer o melhor caminho...

sábado, 9 de novembro de 2013

Os mal-entendidos...


















"Os mal-entendidos são a essência da comunicação".  (Lacan)

Por Pedro Costa

Nada nos revelará
Velar as dores.
Acordes de corações em desatinos;
Em desafinos
Agudo em ré
Graves em nós.

Cortejo funesto
Contradiz dobras e restos
Além de laços
Amarras de amores-perfeitos.

Constelação de sonhos
Turbilhões de desejo.
Atropelos em vias
Expressa desalento
De olhar desatento.

Desponta no horizonte
Novas e luzeiros
Que cego teima não ver,
O sorrateiro alvorecer,
Do mal-entendido,
A fala-silêncio da emoção.

Imperador da essência
Volatiliza a comunicação,
Ardor fluindo
Viés da relação,
Que a cada vez
Nada sabe de tudo.

Pedro Costa (04/06/12): Colaborador deste blog desde 2010.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

A moral de Deus e a liberdade em Cristo

Daniel Nogueira

Outro dia assisti à entrevista do professor de filosofia Clóvis de Barros no Jô Soares. Embora a parte que ganhou mais repercussão nas redes sociais foi a parte na qual ele conta como descobriu a sua vocação para professor, eu queria chamar atenção para uma outra parte: a que ele ensina o que é moral.
Segundo ele, moral é o conjunto de valores que você possui aos quais você é fiel independente do olhar da sociedade sobre você. Isto é, você age sempre conforme esses valores, independente se alguém está olhando ou não. E exemplificando ele falou algo interessante: quando o governo coloca câmeras de vigilância nas escolas, ele está “desmoralizando” o ensino. Isso porque o estudante perde a oportunidade de aprender a agir conforme os seus valores morais, e aprende a viver sob o olhar repressor da vigilância. Dessa forma ele acaba assimilando que só precisa se comportar bem porque está sendo vigiado (e não devido aos valores morais que deveria ter).
Outro exemplo que ele deu foi de quando ele estava em um país da Europa e encontrou na rua um banquinho com uma caixa cheia de jornais e uma outra caixa ao lado com o dinheiro das pessoas que compraram jornal. E ele ficou observando ali um tempo e via que as pessoas pegavam o jornal e deixavam o dinheiro na caixa ao lado. Ele contou em tom de brincadeira que teve vontade de jogar todos os jornais num lago que havia perto, pegar todo o dinheiro pra ele, e ainda quebrar o banquinho num telefone público para eles verem “com quem estavam mexendo”. kkkk Mas, ao contrário, ele pegou um jornal, deixou o dinheiro lá, pegou parte do troco (porque como não havia troco suficiente a caixinha ainda ficou devendo troco para ele), e foi embora.
Se você tiver a oportunidade de viajar para alguns países de primeiro mundo, observará muitos lugares que funcionam exatamente da mesma forma (na base da confiança nos valores morais). Ao contrário do que ocorre no Brasil, não existe muito a preocupação de criar mecanismos que evitem que as pessoas façam coisas erradas. Por exemplo, em Valencia na Espanha em algumas regiões é possível entrar no metrô sem passar por uma “catraca”. As máquinas de venda e validação do cartão de metrô ficam próximo à linha e você deve comprar e validar o seu cartão antes de entrar no metrô. Não existe nenhum mecanismo que te impeça de pegar o metrô sem validar, exceto na região mais central onde o metrô é subterrâneo e aí sim existe catraca. Meu amigo disse que em Edimburgo na Escócia, a pessoa que entra em um ônibus deve colocar numa caixinha ao lado do motorista o valor equivalente à passagem. Detalhe: o motorista só olha de longe e não confere o valor antes de você colocar lá (a não ser que você mostre a ele explicitamente). O que ocorre na prática é que as pessoas já acostumadas nem se preocupam e depositam o valor sem sequer mostrar ao motorista. Pra complicar mais, o sistema não permite troco! Ou seja, se você colocar dinheiro a mais o azar é o seu. Se não tiver trocado você deve colocar um valor acima da passagem. Mas ainda assim ele disse que o sistema funciona muito bem. Já aqui no Brasil, para implantar o BRT (um tipo de ônibus maior que abre as portas todas juntas para acelerar o embarque e desembarque de passageiros), a prefeitura de Belo Horizonte teve que implantar uma espécie de “cápsulas fechadas” equipadas com catracas e paredes para impedir que as pessoas entrem no ônibus sem pagar a passagem (vide imagem abaixo).









Eu te pergunto: em qual sociedade você preferiria viver? Numa sociedade de primeiro mundo na qual as pessoas valorizam educação e aprendem a viver os valores morais, independente de estarem sendo vigiadas? Ou preferiria viver numa sociedade de terceiro mundo na qual as pessoas, ao invés de ensinar os valores morais, se preocupam em criar mecanismos repressores para impedir que as pessoas façam o que não deveriam? Acho que a resposta é óbvia.
Um paralelo disso pode ser feito com a nossa vida espiritual. Na igreja primitiva dos Colossenses, Paulo ficou sabendo que eles estavam seguindo algumas ordenanças que ele chamou de “preceitos e doutrinas dos homens”.
"Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: Não toques, não proves, não manuseies? As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens; As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne.” - Colossenses 2:20-23
Observe que essas regras de “não tocar, não provar, não manusear” tinham uma falsa aparência de sabedoria, mas na verdade serviam apenas para a satisfação da carne. Ou seja, não tinham proveito nenhum para o espírito. Traduzindo: ninguém aprende nenhum valor moral seguindo ordenanças. É preciso aprender valores e não criar regras de conduta.
Isso ocorre muito nos nossos dias. Muita gente cheia de “boas intenções” pensa que é importante criar regras para que os cristão sigam. E milhões de regras são criadas do tipo “não pode isso… não pode aquilo…”. São tantos “nãos” que muitas pessoas pensam que ser cristão significa viver uma vida cheia de proibição. Mas pelo contrário, Jesus é a verdade que liberta. E onde está o Espírito Santo de Deus aí há liberdade!
"Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade." 2 Coríntios 3:17
"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará." João 8:32
O que esses criadores de regras não percebem, é que estão “desmoralizando” a igreja. Isto é, estão impedindo o desenvolvimento de valores morais e do discernimento. É importante tentar analisar as questões da vida individualmente e buscar saber o que Deus diz sobre cada questão. Do contrário estaremos criando uma população religiosa e legalista que segue alguns preceitos mas nem sabe bem o porquê, e até mesmo condena sem piedade quem não segue os mesmos preceitos. E, o que é pior, muitas vezes só seguem os preceitos enquanto estão sob o olhar dos membros da igreja.
É importantíssimo desenvolver o nosso discernimento, aprendendo a conferir na palavra de Deus sobre todas as questões da vida. Como os crentes da igreja de Beréia que eram mais excelentes porque conferiam nas escrituras tudo o que aprendiam (Atos 17:11). Devemos nos perguntar: “O que a Bíblia diz sobre esse assunto?” Ou também “Como esse assunto foi tratado na história da igreja?” (desde a igreja primitiva até nós).
Além disso, não podemos impor o nosso entendimento aos demais. Não devemos julgar para que não sejamos julgados. Paulo ensinou em Romanos 14 que cada um deve fazer tudo para a glória de Deus. Não devemos desprezar o próximo só porque ele entendeu que deve guardar o sábado, por exemplo. Se um faz diferença entre dias, ou julga todos os dias iguais, o faz para a glória de Deus. Cada um dará conta de si mesmo a Deus. Não precisamos viver como câmeras de vigilância para saber se os outros estão agindo conforme o meu entendimento. O Espírito Santo é que trabalha nos corações das pessoas para convencê-las do pecado, e não nós apontando o dedo para julgar, acusar, ou impor a nossa interpretação da bíblia.
Deus quer que tenhamos uma nova vida de liberdade em Cristo, andando em Espírito - isto é, seguindo os valores de Deus - independente de estar ou não sendo visto pelos irmãos da igreja ou até mesmo pela sociedade. Assim viveremos a moral de Deus e não necessitaremos mais das amarras repressoras da mentalidade de terceiro mundo.

Fonte:http://danielnogueir.tumblr.com/page/2

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

FÓTON


















Imagem: http://www.tutoriart.com.br

Por Pedro Costa

O mínimo que se espera do intelectual é que ele
seja agnóstico.
Será?

Exerço o silêncio como a justiça do bom senso.
Talvez o silêncio como exercício da justiça do bom senso
Pudesse consertar o que não pode ser.

Tanto querer nos vulnerabiliza,
Tanta querência nos exaspera
E solicita-nos às angústias e neuroses.

A civilização se primou
No mal estar absoluto.
O antropos evoluiu a sociologia do caos previsível,
Autônomo, histórico e progressivo.

Juramos amor e vivenciamos o ódio,
Criamos valores e ética e a estética arte
De captar a luz e seu registro instantâneo.

Traímos nossos ídolos e ícones,
Constituímos populações de sado-masoquistas medíocres.
Contaminamo-nos com a peste emocional
E contagiamos a terra, o ar, a á agua e o fogo.

Assimilamos a mesquinhes e perpetuamos
A insensatez lato sensu.
Somos seres entorpecidos, aliciados, instituídos,
Adormecidos, sonâmbulos, anômalos, amorfos e apáticos.

O sonho de humanidade é utópico.
Humanidade é utopia.

Pedro Costa (11/02/09): Colaborador deste blog desde 2010.