quarta-feira, 27 de novembro de 2013

As aparências enganam...


















Por Pedro Paulo

O ditado as aparências enganam é geralmente muito usado quando as pessoas são vítimas do alheio ou ainda podemos dizer que esse se dá quando as pessoas tem uma decepção. Esse ditado me veio à lembrança quando estive meditando na parábola do mordomo infiel que Jesus contou para os seus discípulos e somente Lucas o descreve em seu Evangelho no capítulo 16:1-13.

A função de um mordomo é de administrar uma casa e de acordo com o relato desta parábola, o mordomo mesmo sendo infiel foi elogiado pelo seu senhor pela sua sagacidade e inteligência, pois ele agiu prevenindo a sua sobrevivência e o seu futuro. Ao contá-la, Jesus não estava elogiando aquele mordomo infiel por sua falta de honestidade, mas apenas pela sua prudência. Nela, Jesus mostra que a prudência é fundamental na vida de cada um dos seus discípulos.

A prudencia é considerada como uma virtude que faz prever ou procura evitar as inconveniências e os perigos, também é definida como cautela, precaução. Jesus advertiu os seus discípulos que buscassem a característica da prudência a todo o momento. Vejamos no Evangelho de Mateus cap. 7:15, "Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores". Novamente em Mateus cap. 10:16, "Eis que eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos; sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas".

Analisando Mateus 7:15, notamos que os lobos foram usados como símbolo do mal, que representam os falsos ensinadores dos quais Jesus adverte para termos prudência e não nos envolvermos com eles, pois se disfarçam de ovelhas que vem para roubar. Já em Mateus 10:16, observamos que embora a serpente seja o maior símbolo do mal da corrupção e do pecado em toda a Escritura, ela foi destacada como um bom animal quando se trata da prudência.

Nos originais do grego o termo oikonomos significa mordomo. Essa palavra grega oikonomos tem em sua formação a junção de dois termos distintos: oikós (casa) e nomos (ordem ou lei). Portanto, significa que mordomo é aquele que tem a responsabilidade de colocar a casa em ordem, aquele que deve administrar a casa. O termo economia da nossa língua foi herdado do termo grego oikonomia, que significa também administração.

Desejo dizer aqui que embora muitos pensem que mordomia se refere à economia (dinheiro) apenas, enganam-se, pois vemos que o apóstolo Paulo em suas cartas faz o uso dessa expressão para designar uma "dispensação" do Evangelho. Vamos deixar as citações (I Coríntios 9:17. Efésios 1:10. Efésios 3:2. Efésios 3:9. Colossenses 1:25, e I Timóteo 1:4). Creio que a intenção de Jesus em usar esse personagem (mordomo) denominado infiel, foi para demonstrar a grande importância pelo significado que ele representa em si.

Na verdade, o termo grego oikonomia se refere a "gestão de uma casa ou de assuntos domésticos e especialmente a (religiosa) economia". A administração de propriedade alheia foi especificamente transferida por Paulo num sentido teocrático (de dever) ou "dispensação" confiada a ele por Deus (o Senhor e Mestre) para anunciar aos homens as bênçãos e as boas novas do Evangelho.

Portanto, devemos estar alertas cuidando da gestão da nossa casa (espiritual, onde Deus deve reinar) de modo que possamos desvendar as pessoas e as situações que possam tentar nos desviar da sã doutrina. Deus não se agrada de uma religiosidade que não seja pura e não aceita uma religião de aparência.

Jesus disse em Mateus 23.27, "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia!"

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