sábado, 26 de dezembro de 2015
A Proporção da Gratidão
Por Manoel Gonçalves Delgado Jr
Um dos dez, vendo que fora curado, voltou, dando glória Deus em alta voz, e prostrou-se com o rosto em terra aos pés de Jesus, agradecendo-lhe e este era samaritano.
Então, Jesus lhe perguntou: Não eram dez os que foram curados? Onde estão os nove?
Lc.17:15-17
O Grande Agostinho de Hipona, popularmente conhecido como Santo Agostinho, um dos grandes teólogos da igreja de todos os tempos. Escreveu uma obra em formato de oração denominada “Confissões”.Nesta obra, de caráter biográfico ele registra todos os acontecimentos da sua vida desde a sua infância, formação intelectual, sua vida desregrada, as inúmeras orações de sua mãe Mônica pela sua conversão, o seu encontro com Ambrósio, o voltar-se para Deus.
Se tivéssemos que destacar o tom geral da obra, diríamos que se trata de uma grande oração em gratidão a Deus por todos os seus benefícios e por todos aqueles que foram os vetores de Deus na tarefa de abençoar a sua vida. Sem dúvida esta obra só poderia ser escrita por alguém que compreendeu profundamente as circunstancias da vida e aprendeu a desenvolver a Gratidão.
No evangelho de Lucas, vemos um episódio em que o Senhor Jesus cura um grupo de dez leprosos. Nesta ocasião, Jesus manda que os dez se apresentassem no templo aos sacerdotes para cumprirem todas as especificações da lei, os dez de fato haviam sido curados, mas só um deles agradeceu. Somente um deles fez o caminho de volta para agradecer Àquele que havia sido a fonte da sua cura.
Nesta história aprendemos algumas lições preciosas sobre a gratidão.
I- A gratidão tem haver com a percepção dos benefícios.
Muitos são abençoados, mas poucos param para refletir sobre o quanto foram ajudados, estimulados, amados, capacitados ou protegidos. Muitos desejam muito algum benefício, mas quando o recebem logo se esquecem daqueles que os abençoaram. É triste, mas é verdadeiro. A ingratidão vem do esquecimento dos bens e a gratidão vem percepção dos benefícios.
II- A gratidão não retorna na mesma proporção do bem que é feito.
Por esta razão, àqueles que fazem o bem não devem desanimar. Se você faz o bem às pessoas esperando reconhecimento você pode se frustrar. Aqueles que fazem o bem devem fazê-lo por que isto é bom e não por que serão reconhecidos por isto.
III- A gratidão traz uma benção ainda maior do que o bem recebido.
Aquele leproso, samaritano, havia encontrado o caminho de volta a Jesus o reconhecendo por tudo o que Ele havia feito. Este é o caminho da gratidão no que se refere aos homens e o caminho do louvor e da adoração no que se refere a Deus. Este samaritano agradecido encontrou antes de muitos do povo de Israel o salvador.
Os noves leprosos voltaram para suas casas livres de uma doença, este leproso voltou livre de todos os seus pecados.
IV – A gratidão ou a ingratidão determinará a forma como seremos reconhecidos no futuro.
Eu fiz a minha decisão, eu gostaria de ser reconhecido no futuro como alguém que optou por ser grato a Deus em primeiro lugar, mas também a todos àqueles que foram usados por Deus para me abençoar e me fazer o bem. Que você querido irmão faça a escolha certa e colha no futuro os resultados desta escolha.
Fonte: http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/a-proporcao-da-gratidao
sábado, 19 de dezembro de 2015
Você tem medo do futuro?
Por: Edward Welch
Todos os medos são profecias sobre o futuro. Eles começam pequenos – um ladrão pode roubar sua bicicleta, o bicho-papão vai comê-lo antes que a noite acabe – e crescem a partir daí. Esses medos, no entanto, precisam de ajuda para se tornarem globais e apocalípticos.
Eu cresci em uma época que forneceu essa ajuda. Eu estava na escola primária durante o auge da “Ameaça Vermelha” [1]. “The Late Great Planet Earth” [2] era um best-seller e os meios de comunicação informavam o pior dos assuntos globais. Com tal solo fértil, nenhum cristão precisava de imaginação para vislumbrar o Exército Vermelho usando dispositivos demoníacos para detectar que você era um cristão, ansioso por submetê-lo à pior tortura até que renunciasse a Jesus ou morresse. Aquela era, pensava eu, a pior das épocas.
Então eu cresci e percebi que cada época é, de fato, o pior dos tempos. A verdade é que sempre temos ajuda para tornar nossos medos globais. Há sempre uma nova ameaça.
Aqui estão alguns medos comuns, de uma lista que pode ser interminável:
• O medo do colapso moral completo da cultura ao redor;
• O medo do colapso econômico e do caos;
• Medo de extremistas islâmicos;
• Medo de vírus resistentes, pragas, produtos químicos perigosos, e assim por diante.
Duas linhas de defesa populares
Como podemos repelir esses medos? Uma linha de defesa é ser racional, fazer com que dados e fatos amenizem os temores. Considere, por exemplo, os extremistas islâmicos. Como a maioria das religiões crescem por meio de pais que passam a fé a seus filhos, as estatísticas sugerem que não haverá uma maioria islâmica num futuro próximo, porque há simplesmente mais cristãos que muçulmanos agora, e até mesmo um súbito aumento no tamanho médio das famílias islâmicas não fará muita diferença nesse período. Medo aliviado.
Uma segunda defesa contra esses medos é imaginar o pior e se preparar. Alerte os outros, construa um abrigo, ou simplesmente continue imaginando o pior, como se isso fosse um talismã para quando o pior acontecer.
Essas defesas, é claro, são apenas confortos temporários. Não podemos confiar em dados, nas chances estarem a nosso favor ou na nossa preparação pessoal. Nós confiamos em uma Pessoa. Qualquer resposta a temores distantes que enfatize a informação e preparação acima da confiança é ímpia em seu âmago. Informação e educação não estão erradas, mas não são a nossa primeira resposta. O povo de Deus se volta para ele em primeiro lugar: “não sabemos nós o que fazer; porém os nossos olhos estão postos em ti” (2Cr 20.12).
Receberemos graça
Quando nos voltamos para o Senhor, consideramos em primeiro lugar a maior promessa de todas: “De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei” (Hb 13.5). Nossos pecados são o que nos separam de nosso Deus, mas agora o perfeito Sumo Sacerdote fez o sacrifício perfeito e, tendo feito expiação de pecados, assentou-se. O sacrifício pelo pecado está feito. A nós é garantida a sua presença. Não enfrentaremos nossos medos sozinhos.
Nesta promessa está incluído que ele nos dará a graça diária de que precisamos. A imagem do Antigo Testamento por trás disso é o dom do maná. Era o suficiente para um dia, mas não devia ser estocado para o dia seguinte, para que não confiássemos em nossos estoques. Amanhã encontraremos novas misericórdias, maná fresco e abundante graça.
Essa graça nos capacitará a descansar em Deus e permanecer firme diante de qualquer sofrimento ou tentação que o mundo pode reunir, diante de qualquer medo que se concretize (1Co 10.13). Sua presença nos assegura de “recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Hb 4.16). Tudo o que temos a fazer é pedir.
A graça prometida torna nossas previsões terríveis obsoletas. Mesmo se estivermos certos em nossas previsões, e geralmente não estamos, não podemos prever a graça que será derramada sobre nós naquele dia futuro. Em vez disso, nós vislumbramos o futuro com a graça que temos para as dificuldades de hoje, e essa graça é suficiente apenas para hoje, não para amanhã. O amanhã surgirá com um novo estoque de graça.
Recontar a história
Com essa graça futura em vista, nós recontamos a história de nossas vidas e a história da história. Considere o Salmo 23, por exemplo, como um modelo. Tornamo-nos, pela fé, as ovelhas do Senhor. Alegria e descanso são a ordem do dia. Mas ovelhas têm que se movimentar, e essa jornada irá incluir problemas, como testemunhamos quando o Cordeiro de Deus se submeteu ao seu Pastor no mesmo caminho. O problema pode ser intenso. Pode incluir Assíria, Roma e outras ameaças que podem nos matar. Mas a história não termina aí. Nossos inimigos vão assistir à distância enquanto nos assentamos à mesa do banquete de Deus. Eles serão envergonhados; nós seremos uma família com o Honrado. À medida que caminhamos para a casa do Senhor, sem temer mal algum, oramos para que sua vontade seja feita na terra como no céu (Mt 6.10). E a peregrinação leva-nos para a casa de Deus, onde a sua vontade é feita continuamente. A história da Escritura sempre termina bem.
De fato, a vida e a história terminam gloriosamente para o povo de Deus, e enquanto nós olhamos para esse fim, podemos prever isto: a graça de Deus nos seguirá de tal forma que temeremos o mal cada vez menos.
[1] N.T.: Nos Estados Unidos, após a II Guerra Mundial, o temor espalhado pela população de uma atuação comunista infliltrada na sociedade ou no governo.
[2] N.T.: Livro de Hal Lindsey de grande sucesso, que associava acontecimentos contemporâneos a profecias apocalípticas.
Dr. Edward T. Welch é conselheiro e membro do corpo docente da Christian Counseling & Educational Foundation (Fundação de Educação & Aconselhamento Cristão – CCEF).
sábado, 12 de dezembro de 2015
Se o Senhor é o Meu Pastor, Porque as Coisas Me Faltam?
Por Daniel Conegero
“O Senhor é o meu Pastor; nada me faltará.” (Salmos 23:1)
Provavelmente esse é o texto mais conhecido da Bíblia e, concorre acirradamente com os também Salmos 70 e 91, como os favoritos à ficarem abertos sobre as cabeceiras de nossas camas. Isso não é por acaso, afinal se o Senhor for o meu Pastor nada irá me faltar. Isso é infalível, e não sou eu quem garanto, e sim a Bíblia, mas, parece que nem sempre as coisas acontecem dessa maneira, e então logo vem a pergunta: O que aconteceu? A Bíblia errou?
A verdade é que ao longo do tempo agente costuma a adaptar as coisas da forma que mais nos convém, e esse versículo é um destes muitos casos. Vivemos uma época em que o poder de Deus é vendido à preço de atacado.
Comercializar Jesus se tornou uma atividade muito lucrativa, e falo isso agora não apenas como cristão mas como um especialista em Gestão Estratégica, área em que também sou formado, e afirmo com todo conhecimento que as técnicas utilizadas na captação de novos “clientes” (ou fiéis, como preferir) e os processos que compõe as estratégias de relacionamento com estes "consumidores" são dignas de compor o plano de marketing de uma grande empresa; mas acredito que se tem algo em que essas pessoas falham é o pós-venda, pois vendem algo que não fabricam: o poder de Deus.
Desculpe por essa parte chata mas vou explicar de uma forma bem simples o que tudo isso significa. Vamos reescrever esse versículo da forma que é oferecido hoje em dia.
“Se nada me faltar o Senhor será o meu Pastor.”
Seria realmente muito mais cômodo interpreta-lo desta forma, afinal, se tudo der certo para mim (segundo meus planos) então poderei adorar a Deus. Tem alguns que ainda vão mais longe e dizem: "Se Deus não fizer isso por mim não quero mais saber de nada". Parabéns! Tem um lugar que só recebe auto suficientes após a morte.
A Bíblia não está errada:
A Bíblia não está errada, você pode tomar o versículo da maneira que ele realmente é, aliás basta lermos com bastante atenção para reconhecermos que ele está escrito de forma perfeita.
Por que "o Senhor é o meu Pastor" vem em primeiro lugar? Fácil! Para que nada nos falte, porém esse "nada" não é segundo as nossas vontades, mas segundo as vontades dEle.
Certa vez um irmão deu um testemunho de que ele foi acometido de um problema grave de saúde e que precisaria de um transplante de órgãos. Isso o deixou totalmente debilitado, porém Deus falou com ele diversas vezes de tudo ficaria bem. E o tempo foi passando e ele piorando, e Deus o tranquilizando na palavra. Agora você me pergunta o que aconteceu? Ele foi curado?
Sim, ele foi curado! Ele realizou exames que detectaram que um familiar próximo era compatível para doação do órgão, e assim foi, o transplante foi realizado e ele esta curado.
Agora você deve estar pensando: ele precisou de um transplante? Deus não disse que o curaria?
E continuo afirmando: Deus o curou!
Não entendeu? Vou refrescar a sua memória.
Lembra de José? Sofreu um bocado não? Foi traído pelos próprios irmãos, vendido como escravo, e como se ainda não bastasse foi preso por uma falsa acusação, e olha que não foi apenas uma prisão provisória apenas para averiguação, ele ficou preso mesmo, e nem teve direito a um habeas corpus. Dificil não? Mas ele guardava um sonho, ele sabia que tudo daria certo.
Agora pensando bem, Deus não poderia te-lo transformado em Governador do Egito sem precisar de tudo isso, apenas com um estalar dos dedos?
Claro que sim! Da mesma forma que Deus também poderia ter escolhido uma forma menos dolorida (ao invés da crucificação) para o plano de salvação, mas para tudo existe um propósito, Ele é soberano e não cabe a nós discutir os seus desígnios.
Os planos de Deus são muito maiores que os nossos:
Deus não precisa de um transplante de órgãos para curar alguém, mas Ele sabe de coisas que não sabemos, e muitas vezes os grandes sofrimentos são necessários para reafirmar em nossa própria vida a condição de ovelha, guiada por um Pastor que, mesmo que as vezes Ele corte a nossa lã, ele não faz isso para nos fazer passar frio, mas sim porque Ele sabe que uma nova lã crescerá, tornando a nossa história ainda mais extraordinária, e nos dando uma certeza inconfundível de que se o Senhor for o nosso Pastor, de alguma maneira, nada nos faltará, pois a presença dEle sempre será constante na condução de Suas ovelhas.
sábado, 5 de dezembro de 2015
Visão, Lugar e a Presença de Deus
Por R. C. Sproul
Há grande debate e controvérsia em nossos dias sobre qual é a adoração correta diante de Deus. Como eu tenho lutado com essa questão, continuo voltando ao Antigo Testamento. Eu sei que essa é uma prática perigosa, porque agora vivemos na era do Novo Testamento, mas o Antigo Testamento nos dá instruções detalhadas e específicas sobre a adoração, enquanto o Novo Testamento é quase que silencioso a respeito desta conduta. No Antigo Testamento, eu encontro um refúgio da especulação, da opinião do homem e dos caprichos do gosto e da preferência humana, porque lá eu encontro o próprio Deus exigindo explicitamente que certas coisas aconteçam na adoração. Eu acredito que é possível e correto extrair princípios para a adoração do Antigo Testamento, pois os livros do Antigo Testamento continuam fazendo parte do cânon das Escrituras e, mesmo que haja certa descontinuidade entre o Antigo e o Novo Testamento, há também uma continuidade que não devemos desconsiderar.
Um dos princípios que aprendi do Antigo Testamento é esse: a pessoa deve ser envolvida por inteiro na experiência da adoração. Certamente, as mentes, os corações e as almas dos adoradores devem estar envolvidos, mas quando vamos ao culto no domingo pela manhã, não chegamos com as mentes, os corações ou as almas desencarnados. Nenhuma das nossas experiências é puramente intelectual, emocional ou espiritual. A experiência da vida humana também envolve aspectos físicos. Isso significa que todos os cinco sentidos estão envolvidos na experiência da vida. Somos criaturas que vivem a vida não apenas com as nossas mentes, corações e almas, mas com os nossos sentidos de visão, audição, olfato, paladar e tato.
Eu não tenho espaço suficiente neste breve artigo para abordar como os cinco sentidos estão envolvidos na adoração, ou mesmo para explorar todas as dimensões de apenas um desses sentidos. Então, quero considerar apenas uma forma pela qual o sentido visual pode ser impactado, para que os nossos corações sejam movidos a adorar.
Pesquisas rotineiramente nos dizem que as duas razões principais pelas quais as pessoas ficam longe da igreja são porque elas acham o culto chato e a igreja irrelevante. Essas razões, especialmente a primeira, me deixam surpreso. Eu sempre disse que, se o próprio Deus anunciasse que ele apareceria na minha igreja num domingo de manhã, às 11 horas, pessoas compareceriam a ponto de algumas ficarem em pé somente nessa hora marcada do culto. Tenho certeza de que ninguém que viesse a esse culto e testemunhasse a chegada de Deus iria embora depois, dizendo: “Eu fiquei entediado”. Quando lemos os relatos bíblicos de encontros de pessoas com Deus, podemos ver todas as gamas de emoções humanas. Algumas pessoas choram, algumas clamam de medo, algumas tremem, algumas desmaiam. No entanto, nunca lemos sobre alguém que tenha ficado entediado na presença de Deus.
Então, visto que a adoração é, em seu sentido mais básico, um encontro com Deus, como podemos explicar as pesquisas que nos dizem que as pessoas saem entediadas da igreja? Devo concluir que elas não estão experimentando a presença de Deus em nenhum sentido. Isso é trágico, porque se as pessoas não sentem a presença de Deus, elas não podem ser movidas a adorar e a glorificar a Deus.
Um dos elementos que ajudam as pessoas a sentir a presença real de Deus é a forma do ambiente de culto. Eu gostava de perguntar aos meus alunos do seminário, que eram protestantes, se eles já haviam estado em uma das grandes catedrais góticas católicas romanas. Muitos haviam estado, por isso eu lhes pedia para compartilhar suas profundas reações ao andarem por uma catedral. A maioria dizia: “Tive uma sensação de temor” ou “Eu senti a transcendência de Deus”. Isso me dava a oportunidade de mostrar como a arquitetura das catedrais, o formato do ambiente de culto nessas construções, colocava meus alunos no “clima” para a adoração, por assim dizer. É claro, as catedrais foram projetadas para despertar essa exata reação. Grande cuidado e reflexão foram empenhados no projeto das catedrais. Os projetistas queriam um formato que estimulasse nas pessoas uma sensação da sublimidade de Deus, da alteridade de Deus. Eu me entristeço ao ver que os protestantes não costumam ter o mesmo cuidado no projeto das igrejas. Nossos ambientes de culto são muitas vezes práticos. Os templos são projetados de acordo com o design de cinemas ou estúdios de televisão. Tais ambientes não têm nada de errado, mas muitas pessoas testemunhariam que esses ambientes não as inspiram à adorarem da mesma forma que o interior das igrejas tradicionais fazem.
Cabe a nós, penso eu, observar o grande cuidado com o qual Deus deu ao seu povo os planos para o tabernáculo, o primeiro ambiente de adoração. Como o templo que veio em seguida, o tabernáculo era um lugar de beleza, glória e transcendência. Era como nenhum outro lugar na vida do povo de Deus. Precisamos entender que a arquitetura da nossa igreja comunica algo aos nossos sentidos visuais e, portanto, essa arquitetura pode favorecer ou dificultar a nossa percepção da presença de Deus.
R. C. Sproul: nasceu em 1939, no estado da Pensilvânia. É ministro presbiteriano, pastor da igreja St. Andrews Chapel, na Flórida. É fundador e presidente do ministério Ligonier, professor e palestrante em seminários e conferências, autor de mais de sessenta livros, vários deles publicados em português, e editor geral da Reformation Study Bible.
sábado, 28 de novembro de 2015
Você tem medo de falhar?
Por: Dr. Richard L. Pratt Jr.
Um amigo certa vez me disse: “Meu temor do fracasso tem causado um grande problema entre meus familiares e eu. Eu não passo muito tempo com eles durante a semana. Eu receio tanto fracassar profissionalmente que isso me faz trabalhar dia e noite. Mas também acabo não passando muito tempo com eles nos finais de semana. O temor de fracassar em algo que não estou habituado a fazer absolutamente me paralisa”.
Mesmo se não formos a extremos como o do meu amigo, a possibilidade do fracasso não é algo de que gostamos. Todos nós deixamos de fazer aquilo que devemos fazer. Falhamos em nosso casamento, em criar nossos filhos, em nossas amizades, na escola, em nossas carreiras, na nossa vida de igreja – e, muitas vezes, com consequências devastadoras. Não surpreende, pois, que uma vez ou outra todos nós tenhamos um temor de fracassar.
As Escrituras apresentam uma série de perspectivas cruciais que nos ajudam a lidar com esse desafio. Abordaremos duas facetas do que elas ensinam: por que tememos o fracasso e como o fracasso pode ser uma oportunidade positiva para a esperança.
Por que tememos o fracasso?
Todos nós temos nossas razões pessoais para termos medo do fracasso, mas a Bíblia nos conduz à raiz do problema. Nós temos medo do fracasso porque não fomos criados para ele. Deus sempre está no controle soberano de todos os nossos defeitos, contudo, desde o princípio, Deus não nos criou para fracassar, mas para sermos bem-sucedidos em nosso serviço a ele.
Os capítulos iniciais de Gênesis claramente ensinam essa perspectiva. Em Gênesis 1.26, Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”. E o que isso significa? Nos versículos 28-31, descobrimos que fomos criados para ser bem-sucedidos em uma missão muito importante: “E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai […]”. O restante da Escritura elabora o objetivo dessa missão. Estamos nos preparando para o dia em que Deus encherá a terra da sua glória e receberá louvores sem fim de toda criatura. Fomos feitos para sermos bem-sucedidos nessa missão, não para fracassar.
Por que, então, falhamos tantas vezes? Gênesis 3.17-19 indica que a frequente futilidade dos nossos esforços na vida é a consequência do pecado. A nossa prisão ao fracasso não ocorreu na criação, mas resultou do julgamento de Deus contra nós. Assim, é de todo correto anelarmos por sermos redimidos de todo fracasso e de todo temor que ele traz.
Como o fracasso pode se tornar esperança?
As Escrituras não nos deixam anelando por redenção do fracasso e do temor. Elas nos dizem que Cristo veio em carne e cumpriu cada mandamento de Deus para reverter os efeitos do pecado de Adão. Cristo até mesmo se entregou na cruz como um pagamento pelos pecados do seu povo e ressuscitou em novidade de vida por nossa causa. Era isso que Paulo tinha em mente ao escrever: “Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos” (1 Coríntios 15.21). Como a sua justa recompensa, o Pai ressuscitou Cristo e o fez assentar à sua mão direita. De lá, ele continua a cumprir a tarefa que Deus deu à humanidade no princípio. E, quando ele retornar em glória, ele fará novas todas as coisas. Naquele tempo, Deus encherá a criação da sua glória de tal maneira que “ao nome de Jesus se dobr[ará] todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confess[ará] que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai” (Filipenses 2.10-11).
De que maneira tudo o que Cristo fez pode nos ajudar a tornar os nossos fracassos em esperança? Por um lado, a sua vitória nos livra de toda falsa esperança que tínhamos. Pode parecer estranho, mas o sucesso na verdade cria grandes problemas para as pessoas ao longo da Bíblia. Ele dá à luz as mentiras de que alcançamos a vitória por nós mesmos e de que o sucesso nas coisas desta vida é o que mais importa. Contudo, essas mentiras nunca nos satisfazem por muito tempo. À medida que o tempo passa, elas nos levam a mais terríveis fracassos.
Por outro lado, quando reconhecemos que apenas Cristo foi bem-sucedido em cumprir plenamente o serviço humano a Deus, recebemos a firme esperança de que, um dia, triunfaremos sobre todos os nossos fracassos. A vida, morte, ressurreição e ascensão de Cristo provam que ele derrotou a tirania do pecado e a consequência do fracasso, bem como – e aqui está a grande maravilha – que ele compartilha o seu sucesso com todos aqueles que nele confiam e o seguem. Com essa firme confiança em Cristo, sabemos que todo sucesso nesta vida resulta da sua obra em nós, e não dos nossos próprios esforços. Mais do que isso, mesmo os nossos fracassos nesta vida mantêm os nossos olhos fixos naquilo que mais importa para nós. Em vez de colocar as nossas esperanças nesta vida, depositamos as nossas esperanças no mundo por vir. Lá partilharemos plenamente da vitória de Cristo e nunca mais teremos qualquer temor de fracassar novamente.
Dr. Richard Pratt Jr. : é fundador e presidente do Third Millennium Ministries e professor adjunto no Reformed Theological Seminary em Orlando, Flórida, EUA.
sábado, 21 de novembro de 2015
Servir: o DNA da GRAÇA!
Por Robson Santos Sarmento
‘’Para o seguidor de Cristo, servir não representa algo a ser alcançado, mas a consequência prática de quem trilha pelo discipulado. ’’
Os líderes retratados pela história humana demonstram uma inclinação para terem a condução do destino de muitos. Dou uma pincelada a mais, cada vez mais, encontramos toda uma abundância de enfoques sobre uma convergência entre a denominada liderança secular e cristã, como um divisor de águas para o avanço do Reino de Deus.
Evidentemente, de forma alguma, devemos afastar todo o benefício proporcionado pela criatividade e pela potencialidade, concedido ao ser humano.
Agora, as andanças de Jesus, aqui neste oikos, traçaram outras nuances, em função de sustentar a liderança no amor prático e efetivo, no diálogo ponderador e concreto as situações da vida, como o mais importante, ou seja, reconhecer a relevância de todo ser humano, o valor de terem sido feitos como imagem de uma criação original e não frutos de uma necessidade.
De observar, muitos atrelam o serviço a uma visão pragmática de consolidar a liderança, como um meio para culminar na condição de liderança aprovada e reconhecida; entretanto, será isso mesmo?
Valho – me das palavras de T.W. Manson, a saber: ‘’no Reino de Deus, o serviço não é uma subida de degraus rumo a nobreza, porque ele é a nobreza, o único tipo de nobreza realmente reconhecido’’.
Sem sombra de dúvida, fomos criados com valores intrínsecos, com a capacidade criativa e inspiradora. Destarte, o papel dos seguidores de Cristo passa e perpassa pelo serviço e não pela exploração; por serem respeitados e compreendidos (segundo a palavra) e não manipulados, tratados como marionete, iludidos por promessas fabulosas e mais assemelhadas a sublimados contos do vigário.
Infelizmente, cada vez mais, percebe – se os mosaicos de uma liderança, ao qual faz das pessoas seguidoras exclusivas de personalidades carismáticas, de lideranças, embora, aparentemente, eficientes e eficazes, resumidas a eventos, a simpósios, a métodos, a sistemas e subsistemas, a programas e a estratégias, enquanto as pessoas são retiradas do enfoque fundamental do trabalho da Cruz de Cristo.
Eis os espinhos a serem retirados, diante de um cenário evangélico, por onde pessoas são vistas e tratadas como objetos e não serem humanos, suas vidas integrais depende de um aval ou não dessas lideranças (com quem caso o que compro ou não, faço ou não faço) e, indiscutivelmente, são reduzidas a bonecos adestrados misturados a multidões desesperançadas e alimentadas com um discurso positivista travestido de uma aura divina.
Não por menos, o servir se constitui no DNA da liderança apregoada por Cristo, em função de desmoronar o individualismo escondido numa aparente intimidade e predestinação com Deus, num isolamento das pessoas e da vida para uma hipotética vida de santidade e, por fim, terminam por construir uma biografia egoísta e narcisista, senhor de si mesmo.
Verdadeiramente, o DNA do cristão representa arregaçar as mangas e um complementar o outro, com o agregar e a soma dos aspectos positivos (das potencialidades) e isto envolve e compensam as fraquezas, as fragilidades, as vulnerabilidades, como também traz o desafio de uns prestar constas aos outros, ou seja, relacionamento pautado em uma convivência sobre responsabilidade compartilhada com o outro, não com só com Deus, livra – nos da opulenta ilusão de que nos bastamos, conforme o texto de Provérbios 12.15.
Ademais, o discípulo segue ao seu mestre e, aqui, a ideia fundamental, o coração – útero, a ênfase se encontra no serviço, no DNA DA GRAÇA, João 13.12 – 17; 1 Pedro 5.5; Gálatas 5.13.
Fonte: http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/servir-o-dna-da-graca
domingo, 15 de novembro de 2015
Como o conforto do Espírito nos sustenta!
Por Josemar Bessa
Estava olhando hoje um volume de um grande puritano chamado Wilhelmus à Brakel ( 1635-1711 ) – Em sua maravilhosa obra - Christian's Reasonable Service – Publicado pela primeira vez em 1700.
No volume 1, perto do fim do capítulo sobre a Trindade, ele fala sobre as operações do Espírito Santo dentro do crente. Brekel cita seis maneiras como o Espírito Santo nos sustenta com seu conforto:
1. O Espírito nos mostra que a cruz que devemos ter é tão leve que não é digna de ser algo que tire nossas forças ou desanime. Isto torna-se especialmente evidente quando Ele concentra a nossa atenção sobre a glória futura que será em breve nossa: “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.” ( Romanos 8.18 ).
2. O Espírito nos mostra a brevidade do levar a cruz como sendo apenas um momento: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente” - 2 Coríntios 4:17. Aquilo que ocorreu ontem já não existe, e que virá no amanhã não sabemos. Nós temos o presente meramente que passa tão rapidamente quanto a progressão do tempo. O que é a nossa vida, quando comparada com a eternidade?
3. Ele nos mostra as vantagens ocultas nas nossas tribulações. Ele nos mostra como ela nos humilha, nos torna submissos, nos desmama do mundo, nos ensina a depender de Deus e confiar nele somente, e como nós crescemos em santidade segundo o testemunho do apóstolo: “Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade. E, na verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela.” - Hebreus 12:10,11
4. O Espírito nos mostra que nosso caminho é o caminho de Deus - pelo qual Ele leva todos os seus filhos para o céu. Ele nos mostra que tudo flui da vontade soberana de Deus, que Ele exerce com pura sabedoria e bondade, para lidar conosco dessa forma. Junto com isso, Ele nos dá o amor pela vontade de Deus, de modo que estamos de acordo feliz com a Sua vontade, levando-nos a orar, " E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres... E, indo segunda vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade.” - Mateus 26:39, 42.
5. O Espírito nos assegura do amor e da graça de Deus em relação a nós e que temos achado graça aos seus olhos. Tal testemunho é suficiente para nos levar a considerar a nossa cruz como insignificante: “E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.” - 2 Coríntios 12:9.
6. O Espírito nos mostra que o resultado final de nossas aflições serão coerentes com o que temos vivido hoje. Ele nos mostra que a nossa cruz não vai ser nem muito pesada nem vamos ser obrigados a suportá-la por mais tempo do que o necessário para o intento de Deus. Nada vai nos sobrecarregar, pois Ele estará conosco, mesmo quando tivermos que passar pela água e fogo. Como resultado, os rios vão nos afogar, nem o fogo nos queimar: “Quando passares pelas águas estarei contigo, e quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti.” - Isaías 43:2
domingo, 8 de novembro de 2015
Protestantes que não protestam
Por Derval Dasilio
“Não há um justo, sequer um…”
Romanos 3.9-18
“Só tu me remiste, Deus da verdade.”
Salmo 31
Cuidemos do princípio protestante, como lembrava Paul Tillich. Este imprime a intuição sobre a função histórica do protestantismo. Ele desmascara os ídolos religiosos, os santos e as imagens, como as máscaras da religião, os ídolos políticos, os governantes, os pastores, e o próprio “status quo” das igrejas oficiais e influentes quanto ao exercício das leis que regem uma nação, e do moralismo hipócrita das elites burguesas eclesiásticas ou pretensamente cristãs.
“Não há um justo, sequer um…”
Romanos 3.9-18
“Só tu me remiste, Deus da verdade.”
Salmo 31
Cuidemos do princípio protestante, como lembrava Paul Tillich. Este imprime a intuição sobre a função histórica do protestantismo. Ele desmascara os ídolos religiosos, os santos e as imagens, como as máscaras da religião, os ídolos políticos, os governantes, os pastores, e o próprio “status quo” das igrejas oficiais e influentes quanto ao exercício das leis que regem uma nação, e do moralismo hipócrita das elites burguesas eclesiásticas ou pretensamente cristãs.
Sobre tais assuntos, regidos por três pontos: “Sola Gratia”, “Sola Fide” e “Sola Scriptura” (Só a Graça, Só a Fé e Só a Escritura). “Só a Escritura” é um princípio que evoca o esforço de volta às fontes do Cristianismo.
A Reforma, no tabuleiro das políticas ocidentais, deu o xeque-mate ao mundo espiritual imperialista, autoritário, absoluto, que pretendia governar o mundo com vestes clericais e símbolos religiosos que impõem poder aos tiranos, dão-lhes a força das armas e poder político absoluto, enquanto enfraquece os suspiros dos oprimidos. O poder político-religioso era questionado desde as fortalezas e portões de ferro que separavam pobres e fracos dos dominadores imperiais e poderosos.
Em questão as denúncias protestantes: “prerrogativas do estado religioso sobre o estado civil”; “prerrogativas de instâncias religiosas oficiais sobre a interpretação das Escrituras”; “prerrogativas divinas para os mestres da igreja”; “prerrogativas para convocar a igreja aos concílios, para receberem suas orientações” (conformação tirânica aceita por consenso inautêntico). Representando a tirania eclesiástica, uma igreja na Alemanha mantinha 17.413 relíquias sagradas, para as quais se exigia veneração mediante pagamento de indulgência, comportando 128.000 anos de "direito à salvação do inferno, e lugar garantido no céu".
A Reforma afirma que a Graça vem da iniciativa de Deus, e não pela oferta da salvação homologada pela Igreja; a Salvação é a “fides” concreta, “fides incarnata”, fé ativa nas obras que libertam. O discipulado cristão vem em primeiro lugar, pelo testemunho libertador das Escrituras, em favor das liberdades humanas.
Necessitamos do protestantismo bem identificado, porque nem todos evangélicos são “protestantes”, no rigor do termo. Nada, no mundo eclesiástico, é mais representativo da Reforma que o movimento pela unidade dos cristãos, sob a orientação revolucionária, em torno de diaconias libertárias.
O CMI (Conselho Mundial de Igrejas) e suas filiadas, representam um movimento de solidariedade aos oprimidos do mundo inteiro. Inclusive a Criação, o Planeta Terra, aviltados e espoliados; inclusive os desterrados e refugiados, banidos, excluídos, os pobres, os famintos, em todos os quadrantes do mundo habitado (“oikumene”).
A oração ecumênica, pronunciada em todas as línguas e dialetos, em toda a parte, evoca a confiança que as Escrituras oferecem aos cristãos: "Na nova era, a comunidade mundial será redimida. Sob a égide de Deus, estabelece-se uma nova etapa na história do mundo. O relacionamento com Deus será tão íntimo que Deus se dispõe a responder aos oprimidos mesmo antes que estes o procurem. A oração ecumênica: Deus, em tua Graça, transforma o mundo, é também o clamor do cristianismo ecumênico". Nos opositores da Reforma se encontrará também uma espécie de ódio filial à própria matriz comum da Igreja Apostólica total, geral (“ekklesia katholikos”).
A misericórdia de Deus se apresenta aos homens e mulheres pecadores presos aos sistemas de pensar do passado autoritário; sua compaixão pelos pecadores presos à sua religião e doutrinas, como a do particularismo denominacional, ou religioso, se manifesta. Porque os homens e as mulheres, além de não encontrarem salvação em suas obras, não se salvam nem de si mesmos e nem da corrupção ou depravação que os acompanham (João Calvino). Comentando o Catecismo de Calvino, Karl Barth diz mais: “É Deus quem toma a iniciativa de salvação; é Deus que vem ao encontro do homem para salvá-lo”.
Nada levará à salvação, libertação material ou espiritual; nada se assemelha à gratuidade divina. Lutero diria mais, escrevendo a Melanchton angustiado por sentir que não podia livrar-se por si mesmo do pecado: “Esto peccator et pecca fortiteter, sed fortius fide” (“seja um pecador, e peca fortemente, mas creia ainda mais firmemente”; esteja confiante na graça da salvação).
Teses da Reforma, hoje, não passam de “lembranças nebulosas”, em várias situações. Protestantes “não protestam mais”, ao que parece. Resignam-se ou se submetem aos poderes opressores. O corporativismo evangélico funciona como uma mordaça, não lembra a unidade na Reforma, nem de longe. Mas, "se todo mundo é evangélico, ninguém é evangélico” (Luiz Longuini Neto).
Resta dizer que a oikumene compreendia a Igreja católica, originalmente universal, abrangente, total (katholikos), no Protestantismo emergente. A democracia do laós (povo) de Deus, nunca existiu na totalidade, ao que parece, porque ainda está por vir. Ou, se existe em muitas comunidades reformadas, está por restringir-se, ou em retrocesso, onde foi alcançada. Creio.
Essa era a Igreja que restara do cisma de 1054, no Ocidente. O princípio “Igreja reformada sempre se reformando” vigia desde séculos, segundo a patrística cristã. Reformava-se a Igreja dentro da Igreja. Nenhum reformador falou da criação de outras igrejas. Menos de dois séculos depois, a Reforma era traída pelo denominacionalismo individualista e, posteriormente, pelo evangelicalismo exclusivista. Protestantes são apontados como crentes que não protestam mais.
Foto: Ang Leach/Freeimages.com
A Reforma, no tabuleiro das políticas ocidentais, deu o xeque-mate ao mundo espiritual imperialista, autoritário, absoluto, que pretendia governar o mundo com vestes clericais e símbolos religiosos que impõem poder aos tiranos, dão-lhes a força das armas e poder político absoluto, enquanto enfraquece os suspiros dos oprimidos. O poder político-religioso era questionado desde as fortalezas e portões de ferro que separavam pobres e fracos dos dominadores imperiais e poderosos.
Em questão as denúncias protestantes: “prerrogativas do estado religioso sobre o estado civil”; “prerrogativas de instâncias religiosas oficiais sobre a interpretação das Escrituras”; “prerrogativas divinas para os mestres da igreja”; “prerrogativas para convocar a igreja aos concílios, para receberem suas orientações” (conformação tirânica aceita por consenso inautêntico). Representando a tirania eclesiástica, uma igreja na Alemanha mantinha 17.413 relíquias sagradas, para as quais se exigia veneração mediante pagamento de indulgência, comportando 128.000 anos de "direito à salvação do inferno, e lugar garantido no céu".
A Reforma afirma que a Graça vem da iniciativa de Deus, e não pela oferta da salvação homologada pela Igreja; a Salvação é a “fides” concreta, “fides incarnata”, fé ativa nas obras que libertam. O discipulado cristão vem em primeiro lugar, pelo testemunho libertador das Escrituras, em favor das liberdades humanas.
Necessitamos do protestantismo bem identificado, porque nem todos evangélicos são “protestantes”, no rigor do termo. Nada, no mundo eclesiástico, é mais representativo da Reforma que o movimento pela unidade dos cristãos, sob a orientação revolucionária, em torno de diaconias libertárias.
O CMI (Conselho Mundial de Igrejas) e suas filiadas, representam um movimento de solidariedade aos oprimidos do mundo inteiro. Inclusive a Criação, o Planeta Terra, aviltados e espoliados; inclusive os desterrados e refugiados, banidos, excluídos, os pobres, os famintos, em todos os quadrantes do mundo habitado (“oikumene”).
A oração ecumênica, pronunciada em todas as línguas e dialetos, em toda a parte, evoca a confiança que as Escrituras oferecem aos cristãos: "Na nova era, a comunidade mundial será redimida. Sob a égide de Deus, estabelece-se uma nova etapa na história do mundo. O relacionamento com Deus será tão íntimo que Deus se dispõe a responder aos oprimidos mesmo antes que estes o procurem. A oração ecumênica: Deus, em tua Graça, transforma o mundo, é também o clamor do cristianismo ecumênico". Nos opositores da Reforma se encontrará também uma espécie de ódio filial à própria matriz comum da Igreja Apostólica total, geral (“ekklesia katholikos”).
A misericórdia de Deus se apresenta aos homens e mulheres pecadores presos aos sistemas de pensar do passado autoritário; sua compaixão pelos pecadores presos à sua religião e doutrinas, como a do particularismo denominacional, ou religioso, se manifesta. Porque os homens e as mulheres, além de não encontrarem salvação em suas obras, não se salvam nem de si mesmos e nem da corrupção ou depravação que os acompanham (João Calvino). Comentando o Catecismo de Calvino, Karl Barth diz mais: “É Deus quem toma a iniciativa de salvação; é Deus que vem ao encontro do homem para salvá-lo”.
Nada levará à salvação, libertação material ou espiritual; nada se assemelha à gratuidade divina. Lutero diria mais, escrevendo a Melanchton angustiado por sentir que não podia livrar-se por si mesmo do pecado: “Esto peccator et pecca fortiteter, sed fortius fide” (“seja um pecador, e peca fortemente, mas creia ainda mais firmemente”; esteja confiante na graça da salvação).
Teses da Reforma, hoje, não passam de “lembranças nebulosas”, em várias situações. Protestantes “não protestam mais”, ao que parece. Resignam-se ou se submetem aos poderes opressores. O corporativismo evangélico funciona como uma mordaça, não lembra a unidade na Reforma, nem de longe. Mas, "se todo mundo é evangélico, ninguém é evangélico” (Luiz Longuini Neto).
Resta dizer que a oikumene compreendia a Igreja católica, originalmente universal, abrangente, total (katholikos), no Protestantismo emergente. A democracia do laós (povo) de Deus, nunca existiu na totalidade, ao que parece, porque ainda está por vir. Ou, se existe em muitas comunidades reformadas, está por restringir-se, ou em retrocesso, onde foi alcançada. Creio.
Essa era a Igreja que restara do cisma de 1054, no Ocidente. O princípio “Igreja reformada sempre se reformando” vigia desde séculos, segundo a patrística cristã. Reformava-se a Igreja dentro da Igreja. Nenhum reformador falou da criação de outras igrejas. Menos de dois séculos depois, a Reforma era traída pelo denominacionalismo individualista e, posteriormente, pelo evangelicalismo exclusivista. Protestantes são apontados como crentes que não protestam mais.
Foto: Ang Leach/Freeimages.com
Derval Dasilio: É pastor emérito da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil e autor de livros como “Pedagogia da Ganância" (2013) e "O Dragão que Habita em Nós” (2010).
sábado, 31 de outubro de 2015
Valorize o seu pecado
MAURÍCIO ZÁGARI
Pode soar estranho eu dizer isso, mas o seu pecado pode ser muito útil para ajudá-lo a viver uma vida de santidade. Aliás, permita-me ser um pouco mais específico: não o pecado em si, mas a percepção do seu pecado. É quando você se dá conta de que peca todos os dias, e muito, que passa a olhar para os demais pecadores em igualdade de condições, compreendendo que você não é moralmente superior a ninguém. Pois o fato de termos a natureza pecaminosa em nós nos nivela a todos, algo que só Jesus é capaz de desfazer. É ao confrontar-se com sua inclinação incorrigível para fazer o mal que percebe que os demais pecadores são simplesmente o que você também é: alguém que erra vez após vez e carece da graça divina.
A percepção do nosso pecado retira de nossos olhos a soberba, de nossos lábios a acusação e de nosso coração a arrogância. É ao nos percebermos culpados de tantas falhas que somos capazes de estender uma mão restauradora ao pecador, em vez de um dedo acusador. Miseráveis homens que somos, sujeitos à escravidão do pecado e às tentações mais vis. E quantas vezes sucumbimos! É… não temos o direito de nos colocarmos num patamar moral superior ao dos outros pecadores. O que temos é o direito de clamar pela misericórdia divina. Ajuda-nos, Senhor, em nossas misérias, pois não somos melhores que nossos pais…
Eu valorizo o meu pecado. Não por ele merecer minha valorização. Eu o odeio. Eu o abomino. Assim como abomino o seu pecado. Assim como abomino qualquer pecado. Mas o meu pecado é uma pedra no sapato que constantemente, a cada passo de minha jornada, ajuda a me pôr no meu devido lugar: pó. Nesse sentido, ele é um indesejável aliado, que constantemente me recorda de que o único caminho é ser misericordioso com os meus iguais: aqueles que pecam todos os dias.
Não tenho opção a não ser estender compaixão e perdão. Pois preciso fazer ao próximo o que gostaria que fizessem a mim. E ai de mim se não fosse a misericórdia e a compaixão e, acima de tudo, a graça, que me trata como se eu não fosse pecador. Não ser gracioso não é uma opção. Mas quem gosta de ser gracioso? Nós queremos é ver sangue! Só que, se não vivo mais eu, mas Cristo vive em mim, eu não importo. Tenho de negar a mim mesmo, tomar a minha cruz e seguir o manso Cordeiro.
Valorize o seu pecado, para que se lembre constantemente dele e faça de tudo para esmagá-lo. Jesus nunca se esqueceu do seu pecado, tanto que subiu à cruz para que um dia você pudesse, enfim, se ver livre dele. Esse dia chegará. Num lugar chamado eternidade você não terá mais de conviver com pecado algum. Até lá, que ele sirva como um lembrete continuo de que você não é melhor do que ninguém.
E ainda assim, Deus te ama. Que amor sublime e extraordinário…
Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Fonte: https://apenas1.wordpress.com/2015/10/22/valorize-o-seu-pecado/
Pode soar estranho eu dizer isso, mas o seu pecado pode ser muito útil para ajudá-lo a viver uma vida de santidade. Aliás, permita-me ser um pouco mais específico: não o pecado em si, mas a percepção do seu pecado. É quando você se dá conta de que peca todos os dias, e muito, que passa a olhar para os demais pecadores em igualdade de condições, compreendendo que você não é moralmente superior a ninguém. Pois o fato de termos a natureza pecaminosa em nós nos nivela a todos, algo que só Jesus é capaz de desfazer. É ao confrontar-se com sua inclinação incorrigível para fazer o mal que percebe que os demais pecadores são simplesmente o que você também é: alguém que erra vez após vez e carece da graça divina.
A percepção do nosso pecado retira de nossos olhos a soberba, de nossos lábios a acusação e de nosso coração a arrogância. É ao nos percebermos culpados de tantas falhas que somos capazes de estender uma mão restauradora ao pecador, em vez de um dedo acusador. Miseráveis homens que somos, sujeitos à escravidão do pecado e às tentações mais vis. E quantas vezes sucumbimos! É… não temos o direito de nos colocarmos num patamar moral superior ao dos outros pecadores. O que temos é o direito de clamar pela misericórdia divina. Ajuda-nos, Senhor, em nossas misérias, pois não somos melhores que nossos pais…
Eu valorizo o meu pecado. Não por ele merecer minha valorização. Eu o odeio. Eu o abomino. Assim como abomino o seu pecado. Assim como abomino qualquer pecado. Mas o meu pecado é uma pedra no sapato que constantemente, a cada passo de minha jornada, ajuda a me pôr no meu devido lugar: pó. Nesse sentido, ele é um indesejável aliado, que constantemente me recorda de que o único caminho é ser misericordioso com os meus iguais: aqueles que pecam todos os dias.
Não tenho opção a não ser estender compaixão e perdão. Pois preciso fazer ao próximo o que gostaria que fizessem a mim. E ai de mim se não fosse a misericórdia e a compaixão e, acima de tudo, a graça, que me trata como se eu não fosse pecador. Não ser gracioso não é uma opção. Mas quem gosta de ser gracioso? Nós queremos é ver sangue! Só que, se não vivo mais eu, mas Cristo vive em mim, eu não importo. Tenho de negar a mim mesmo, tomar a minha cruz e seguir o manso Cordeiro.
Valorize o seu pecado, para que se lembre constantemente dele e faça de tudo para esmagá-lo. Jesus nunca se esqueceu do seu pecado, tanto que subiu à cruz para que um dia você pudesse, enfim, se ver livre dele. Esse dia chegará. Num lugar chamado eternidade você não terá mais de conviver com pecado algum. Até lá, que ele sirva como um lembrete continuo de que você não é melhor do que ninguém.
E ainda assim, Deus te ama. Que amor sublime e extraordinário…
Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Fonte: https://apenas1.wordpress.com/2015/10/22/valorize-o-seu-pecado/
sábado, 24 de outubro de 2015
A antiestática da fé
Por Rogério Brandão Ferreira
Você me pergunta como meço a dinâmica de minha fé.
Observamos o crescimento de uma árvore, dia após dia, quase não percebemos seu desenvolver.
Precisamos voltar à semente.
Vejo ela em sua integridade, imutável, guardada em qualquer recipiente.
Mas eis que ela se deita no chão. É coberta pela terra. Some.
Não precisamos esperar muito para percebermos que a vida, contida naquele pequeno grão, rompe a dura casca e algo começa a surgir da terra.
A nova planta solta ramos, folhas e assim vai crescendo de forma perceptível.
Quando então árvore, frondosa, seu desenvolvimento, ainda que mais volumoso, ou até talvez por isso mesmo, torna-se mais discreto.
Nas quatro estações porém a árvore perderá suas folhas, dormirá, florescerá e dará frutos.
Com a fé não é muito diferente.
A fé não pode ser estática.
Por que então não admitirmos seus altos e baixos como uma dinâmica natural, cansativa, porém saudável?
Há momentos em que a fé, como semente tem que estar envolta em dura casca, imóvel e aparentemente sem vida. Deve ser este contudo um estágio passageiro de transição.
Depois a fé em seu desenvolvimento e dinâmica próprios passará por crises, por certezas e incertezas. A existência exige da fé momentos de angústia e momentos de euforia, mas também de serenidade e diversidade. Todos eles legítimos e necessários.
Como então medir a dinâmica dessa fé? Talvez, simplesmente, não seja necessário…
Fonte: http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/a-antiestatica-da-fe
sábado, 17 de outubro de 2015
Calvino, Ezequias e nossa prosperidade!
Então disse Ezequias: "Viram tudo quanto há em minha casa; coisa nenhuma há nos meus tesouros que eu deixasse de lhes mostrar.” - Isaías 39:4
Deus salvou Jerusalém e curou o rei Ezequias. Mas em meio a essas bênçãos, o rei não percebeu o perigo que elas traziam. Elas testariam o rei e ele seria um fracasso.
Os babilônios estavam em guerra com os assírios, e o rei da Babilônia sabia o quanto os judeus odiavam os assírios... ele sabia da forma como miraculosamente Jerusalém tinha sido poupada. Então ele pensou que para derrotar os assírios, seria ótimo contar com a ajuda do judeus.
Sob o pretexto de comemorar a recuperação de Ezequias, o rei da Babilônia enviou presentes a Jerusalém. Ezequias ficou lisonjeado. É fácil ficar lisonjeado quando achamos que pessoas relevantes, influentes... nos notam. Não é por isso que a Verdade de Deus sempre é comprometida em nossos dias? Para receber atenção da cultura, ser notado, ser visto como relevante também, etc? Ezequias ficou lisonjeado com a atenção deste poderoso rei, e ele achou que para ter mais vitórias, essa aproximação seria útil. Lógico, que como hoje, ele poderia racionalizar dizendo a si mesmo o quanto isso poderia ser importante para o povo de Deus, a causa de Deus...
Por esta altura, Ezequias tinha acumulado muita riqueza, e ele tinha orgulho de mostrá-la para os babilônios. É o que acontece quando os mesmos valores do mundo são os nossos valores. Como medimos se somos abençoados? Tão orgulhoso Ezequias estava, que ele mostrou aos babilônios todo o seu tesouro e suas armas.
Não muito tempo depois deste episódio, o profeta Isaías veio a Ezequias. Ele deve logo ter percebido que algo estava errado, porque os profetas não visitavam reis para jogar conversa fora. Mas ele parecia estar completamente cego por seu orgulho e ambição em seu envolvimento com a Babilônia.
No momento que Isaías perguntou o que os babilônios tinham visto, Ezequias falou sem rodeios, alegremente... Ele em momento algum parecia perceber o seu pecado até que Isaías o confrontou diretamente e lhe disse que um dia toda a nação iria para o cativeiro na Babilônia e que seus próprios filhos seriam mortos.
Agora, o que Ezequias tinha feito que era tão mau aos olhos de Deus para merecer tal punição? Ele tomou sua prosperidade como sua conquista... o que fez crescer nele um orgulho tolo. Algo pode ser mais comum que isso? João Calvino comenta que “nada é mais perigoso do que ficar cego pela prosperidade”.
Junto a isso, Ezequias – ao atribuir a si mesmo (Sua capacidade, engenhosidade, estratégia, trabalho, merecimento... – razão pela qual o orgulho é produzido.) a sua prosperidade – também se permitiu entreter pensamentos de que uma aliança com uma nação ímpia, algo claramente proibido por Deus, traria a ele possibilidade de sucesso e prosperidade maior.
Ele tinha esquecido rapidamente a misericórdia que Deus lhe havia mostrado restaurando sua saúde, lhe dando tudo que tinha... por isso ele permitiu que o orgulho e a ambição ficasse no caminha de sua discrição, modéstia e verdadeira ação de graça. Ezequias usou todas as “redes sociais” do mundo antigo para desfilar seu orgulho. É o que João chama de soberba da vida – sinais de status: “Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo.” - 1 João 2:16
Ezequias percebeu perfeitamente o que tinha feito no momento em que ouviu a repreensão de Isaías. Ele aceitou a punição e deu graças a Deus por misericordiosamente retardar as consequências para depois de sua morte. Mas elas viriam. Isso pode parecer desconsideração com seus descendentes – e certamente que como é para nós, isso era uma dor para ele – mas o seu reconhecimento que isso era misericórdia de Deus, já que Deus poderia justamente puni-lo instantaneamente, era uma manifestação sincera, apropriada e humilde de um coração que tinha mostrado um orgulho tolo.
É muito fácil baixar a guarda e fazer coisas tolas quando estamos desfrutando de prosperidade ( por menor que ela seja ). Nos tornamos espiritualmente preguiçosos e arrogantes. Isso é algo do qual devemos, se vivemos para Deus, nos proteger constantemente. Você está confiando em suas riquezas? ( Coisas materiais – mesmo que não seja algo grande ) – Tira delas a tua identidade? Se sente melhor, mais vitorioso, animado... por causa delas? Coisas? Realizações? Mente? Onde está o tesouro que você ostenta claramente para o mundo, na terra ou no céu? Quem recebe todo crédito por eles? – “Se no ouro pus a minha esperança, ou disse ao ouro fino: Tu és a minha confiança; Se me alegrei de que era muita a minha riqueza, e de que a minha mão tinha alcançado muito; Se olhei para o sol, quando resplandecia, ou para a lua, caminhando gloriosa, E o meu coração se deixou enganar em oculto, e a minha boca beijou a minha mão, Também isto seria delito à punição de juízes; pois assim negaria a Deus que está lá em cima.” - Jó 31:24-28
João 12: 20-50 - seria uma boa leitura agora.
Fonte: http://www.josemarbessa.com/2015/10/calvino-ezequias-e-nossa-prosperidade.html
sábado, 10 de outubro de 2015
DIAS MELHORES PRA SEMPRE
Por João Marcos Bezerra
Acho que todo ser humano que se preze tem o desejo de dias melhores num futuro próximo. Sempre há esperança que um dia chegaremos a ter paz e amor. A banda Jota Quest canta isto na música ‘Dias Melhores Pra Sempre’: “Vivemos esperando dias melhores. Dias de paz. Dias que não deixaremos para trás. Vivemos esperando o dia em que seremos melhores. Melhores no amor. Melhores na dor. Melhores em tudo. Dias melhores pra sempre.”. Será que todos vivem nesta expectativa?
Fonte: http://jmarcosbezerra.blogspot.com.br/2015/09/dias-melhores-pra-sempre.html
Acho que todo ser humano que se preze tem o desejo de dias melhores num futuro próximo. Sempre há esperança que um dia chegaremos a ter paz e amor. A banda Jota Quest canta isto na música ‘Dias Melhores Pra Sempre’: “Vivemos esperando dias melhores. Dias de paz. Dias que não deixaremos para trás. Vivemos esperando o dia em que seremos melhores. Melhores no amor. Melhores na dor. Melhores em tudo. Dias melhores pra sempre.”. Será que todos vivem nesta expectativa?
Embora alguns já desacreditem desses dias melhores, outros vivem na luta diária por eles. O fato dos refugiados saírem dos países em guerra em busca de um local melhor mostra esperança. O nosso esforço de crescer e melhorar mostra isso também. E assim a grande maioria, de uma forma ou de outra, luta com esperança por um futuro sem corrupção, sem violência, sem choro, sem dor e sem sofrimento. Mas, a questão é: onde está a esperança deles?
Por volta de 64d.C a Igreja começou a sofrer uma perseguição muito grande pelo Império Romano e, com isso, passou por um processo de dispersão. Nisto, o apóstolo Pedro escreve aos irmãos da ‘diáspora’ uma série de recomendações e, principalmente, destacando aos irmãos a graça de Deus. Daí, é que encontramos um dos seus mais conhecidos versículos: “Antes, santifiquem Cristo como Senhor no coração. Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês.” (1Pe 3.15).
Diante de toda a perseguição que a Igreja estava sofrendo, Pedro orientou os irmãos a não retribuírem mal com mal (v.9), a buscarem a paz com perseverança (v.11) e a não temerem o mal que sofriam mesmo praticando o bem (v.14). Pense num desafio que os irmãos tinham! Mas era a atitude destes que fazia com os outros percebessem uma diferença e, principalmente, que havia uma forte esperança em algo maior do que na própria humanidade ou nos deuses pagãos. Será que as pessoas percebem que há uma esperança maior para se buscar?
Fui a um congresso que tinha como tema “Uma Razão, Uma Esperança” e lá trataram da expectativa positiva que devemos ter na pessoa de Jesus Cristo para viver melhor aqui neste mundo. Isto é maravilhoso! Porque é no Senhor onde encontramos a verdadeira esperança. Entretanto, quando lembro do texto de 1Coríntios 15.19 (“Se é somente para esta vida que temos esperança em Cristo, somos os mais miseráveis de todos os homens”) sinto necessidade de algo mais.
A palavra grega elpis usada para esperança no texto de 1Pedro 3.15 também é definida como “regozijo e expectativa confiante da eterna salvação” (Bíblia Strong). E é nesta confiança que devemos viver aqui na terra: que um dia desfrutaremos da eternidade, estaremos no céu com Cristo reinando. É somente neste período da história que verdadeiramente encontramos os dias melhores que tanto buscamos. Além disso, esses dias melhores serão para sempre.
Mas, por que sou tão pessimista quanto a esta vida? Porque Jesus nos alertou (ver Mateus 24 e 25); porque o apóstolo Paulo nos alertou (ver 1Timóteo 4); porque o apóstolo João escreveu o livro do Apocalipse descrevendo toda a ruína humana antes da volta de Jesus. Por isso, sou pessimista para o aqui e agora.
Entretanto, sou otimista com o futuro porque acredito e nisto deposito toda a minha esperança de que eu, a minha família, todos aqueles que amo e conheço e toda a humanidade podem desfrutar de dias melhores para sempre na eternidade. Para isto, basta reconhecer a Jesus Cristo como único caminho, verdade e vida; confessa-lo como seu Senhor e salvador; e acreditar em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos. Se você quer continuar acreditando que os dias serão melhores pela força e trabalho da própria humanidade, é uma escolha sua. Isso não acontecerá!
O futuro próspero só virá quando Cristo estiver governando (Apocalipse 21 e 22). Tenha esperança nisto e desfrute de dias melhores pra sempre. Deus abençoe!
Eu creio em dias melhores pra sempre… no céu. Então, bora ou vamo?!
Fonte: http://jmarcosbezerra.blogspot.com.br/2015/09/dias-melhores-pra-sempre.html
domingo, 4 de outubro de 2015
Igreja: Hospital de Deus
Por Fernando Sampaio
Uma boa comparação para a Igreja de Deus é um hospital, lugar de doentes, para quem Jesus disse ter vindo salvar (tristemente os mestres da Lei da época de Jesus se achavam sãos), obviamente e principalmente do pecado, embora também tenha curado enfermidades físicas, até fazendo um cego de nascença começar a enxergar.
Aqui também fica fácil de entender que hospitais, existem muitos, fazendo nos lembrar ainda que o mesmo acontece com igrejas. Já no final do primeiro século, o apóstolo João, inspirado por Deus, escreveu às 7 Igrejas da Ásia Menor, e cada uma delas tinha características diferentes, e uma delas mais parecia uma UPA ou Hospital Público, cheia de problemas.
Até o arrebatamento, as Igrejas Cristãs estarão na terra: umas, com maior pureza doutrinária; outras, com menos. E outras, pior do que uma UPA, são verdadeiras sinagogas de satanás, por negar a divindade de Jesus e/ou outros absurdos doutrinários.
Quando o Hospital é sério, metáfora aqui para a Igreja, se empenha em restabelecer os doentes para quem Jesus veio salvar, ou melhor, curar da maior doença que há: o pecado.
Às vezes o tratamento a ser empregado é mais invasivo, mas os médicos (metáfora aqui para os pastores e líderes) resolvem oferecer um comprimido e mandar o paciente de volta pra casa.
Para o problema do pecado, o tratamento é sério: há de se mostrar que os exames de imagens do coração (angioplastia - algo parecido com o cateterismo) está repleto de obstruções, placas de gordura, simbolizando o pecado.
Alguém minimamente dotado de bom senso entenderá que nenhuma denominação é detentora da salvação, pois Deus confiou a salvação do homem à pessoa de Jesus ("e em nenhum outro há salvação ...")
Como já disse antes, hospitais há muitos, mas com nomes e administrações diferentes.
Assim, acontece com as Igrejas: as placas apenas tipificam a denominação da Igreja. E o que esta faz, dependerá do empenho e compromisso dos que a administram. Nem mesmo entre as UPAS (como também, em alguma denominação específica), há consenso de qualidade: existe diferença no padrão de qualidade no contexto de bairros diferentes.
Quanto maior o emprego das doutrinas bíblicas corretas, mais chances dos obstruídos do coração (pelo pecado) serem salvos.
Escreveu nos, o Profeta Isaías, inspirado por Deus: "Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, e inchaços, e chagas podres não espremidas, nem ligadas, nem amolecidas com óleo" (Isaías 1:6)
A salvação, segundo a correta doutrina bíblica, é pela graça mediante a fé na obra de Cristo (Éfesios 2:8-9). Isto põe o homem, quando ele crê, em comunhão com Deus, pois as nossas obras não nos podem salvar, somente a graça (Romanos 11:6)
Mas é inegável que continuamos tendente ao pecado, apesar de passar a ter o selo e o penhor do Espírito Santo em nós (Éfesios 1:13-14), mas Jesus é o nosso advogado junto ao Pai, como nos escreveu o Apóstolo João.
Nenhum processo de conversão ocorre sem o arrependimento, e este surge quando o homem é confrontado pela Palavra de Deus.
"Igreja" que não fala de pecado, condenação e inferno não é vista por Jesus como hospital espiritual, que é a doença, em estado terminal, da qual se encontra acometido todo pecador não convertido, cujos remédios a serem aplicados são a graça e a misericórdia de Deus mediante a morte de Cristo.
"Igreja" que não prega as doutrinas anteriormente citadas são agências do adversário aqui na terra. Mesmo que use o nome de Jesus no púlpito. Quem não prega as doutrinas certas, obviamente profere mentiras, como salvação pelas obras ou fazem apenas promessas de riqueza, curas e solução de problemas terrenos.
Só não falam de cruz ...
Maranata,ora vem Senhor Jesus !
Fonte: http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/igreja-hospital-de-deus
sábado, 26 de setembro de 2015
Mente sem recursos!!!
Nada há tão desesperador no mundo como a bancarrota da perspectiva não-cristã da vida. Charles Darwin no fim da vida confessou que o resultado de haver concentrado sua atenção em um único aspecto da vida foi que perdeu a capacidade de apreciar a poesia e a música, e, em grande medida, perdeu até a capacidade de apreciar a natureza. Pobre Darwin. . . O fim de H. G. Wells foi bem parecido. Ele, que havia dado tanto valor à mente e ao entendimento humano, e que havia ridicularizado o cristianismo com suas doutrinas do pecado e da salvação, no final da vida confessou-se frustrado e confuso.
O próprio título de seu último livro — Mind at the End of iís Tether (Mente Sem Mais Recursos) — dá eloqüente testemunho em prol do ensino bíblico sobre a tragédia que caracteriza o fim dos ímpios. Ou considere a frase da autobiografia de um racionalista como o dr. Marret, que foi diretor de uma faculdade, em Oxford... «Para mim, porém, a guerra pôs repentino fim ao longo verão de minha vida. Daí em diante, não tenho mais nada para ver pela frente senão o frio outono e o inverno mais frio ainda, e, contudo, devo esforçar-me de algum modo para não perder o ânimo».
A morte dos ímpios é coisa terrível. Leia as biografias deles. Passam os seus dias de esplendor. Não têm diante de si nenhuma expectativa bem-aventurada, e, à semelhança do que ocorreu ao falecido Lord Simon, procuram alento revivendo seus idos sucessos e triunfos.
No Livro de Provérbios lemos que «o caminho dos perversos é como a escuridão». «Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito» (Provérbios 4.19,18). Que glória! . . .ouça então ao apóstolo "Paulo (2 Timóteo 4.6-8).
Uma das mais soberbas apologias feitas por João Wesley, dos seus primeiros metodistas, era esta: «Nossa gente morre bem» ... A Bíblia, em toda parte, nos exorta a que ponderemos sobre o nosso «derradeiro fim» . . . Renda-se a Cristo e confie nEle e no Seu poder. . . E o fim será glorioso.
Faith on Trial, p. 51-3 - Martyn Lloyd-Jones
Fonte: http://www.josemarbessa.com/2015/09/mente-sem-recursos.html
sábado, 19 de setembro de 2015
Vencendo a covardia
Por Jefferson Martins
VENCENDO A COVARDIA - Josué 14:6-15
“Os meus irmãos israelitas que foram comigo fizeram o povo desanimar-se de medo. Eu, porém, fui inteiramente fiel ao SENHOR, o meu Deus” (Josué 14:8)
Logo no início do êxodo do povo hebreu, Moisés envia espias às terras de Canaã (Nm 13 e 14). Tratava-se de um grupo de 12 homens provenientes das 12 tribos de Israel. A intenção de Moisés era que eles fizessem um levantamento da situação da terra a qual iriam possuir. Ao voltarem, eles deram um relatório pessimista e incrédulo a respeito de algo do qual o Senhor já havia decretado. Calebe e Josué ainda tentaram convencer o povo a lutar pela posse da terra, mas eles ficaram tomados de medo e incredulidade. Deus não volta atrás em seus decretos, porém, a atitude de covardia deles resultou na ira de Deus, que retardou a sua promessa em 40 anos e a transferiu para os filhos deles. Daquele povo, apenas Josué e Calebe entrariam na terra prometida. Depois de passarem 40 anos no deserto, finalmente, Josué conduziu o povo do Senhor para Canaã. Então, Calebe vai até Josué e pede sua herança: possuir Hebrom.
A vida está cheia de pessimismo. Os relatórios da mídia não são os melhores e os jornais e as TVs, trazem notícias que nos desanimam a alma. Há muito negativismo nas pessoas. Vemos jovens desanimados em estudar por que acham que não terão emprego. Pessoas se matando por que acham que não tem mais solução para os seus problemas. Cada dia, mais pessoas abrem mãos de seus sonhos, seus ideais, seus ministérios, suas famílias, de si mesmas, porque diariamente recebem mensagens negativas em relação às suas vidas.
Quando o negativismo tomou conta de todos, Calebe falou positivamente. Calebe se confessa rejuvenescido pelas promessas de Deus (v.11,12). Fora tal promessa que mantivera sua força e combatividade durante todos esses anos (Dt. 1:35-36).
“Agora pois, dá-me este monte de que o Senhor falou naquele dia”. Durante 45 anos Calebe lutara pensando no monte. Toda a sua vida teve um alvo muito claro. Ele se envolvera em muitas campanhas, porém sua mente nunca perdera o objetivo específico do monte do qual o Senhor um dia lhe falara (Nm. 14:22-24).
Mesmo que os relatórios que a vida lhe apresente sejam negativos, não desista e enfrente o Espírito de Covardia – “O Senhor é conosco”. A vida é difícil, e muitas vezes ficamos inibidos pelas dificuldades e lutas diárias. A covardia promove acomodações. Não se acomode, tenha coragem, pois foi por coragem que Josué e Calebe herdaram a promessa (Js. 1:7-9).
A vida de Calebe deve injetar em nós disposição e perseverança. Enfrentado o espírito de covardia que promove rendição desde antes da luta começar. Calebe não teve medo de gigantes, nem de montanhas, porque ele sabia que o Senhor o ajudaria a conquistá-los. Calebe sonhou com a promessa. A minha esperança é que você encontre sua “Montanha”, a referência do seu sonho é a terra prometida.
Jefferson Martins
Pastor da Igreja Evangélica de Peruíbe
sábado, 12 de setembro de 2015
EU PREFIRO SER ESSA METAMORFOSE AMBULANTE
Por João Marcos Bezerra
E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. (Mateus 17:2 NVI)
Em Mateus 17.1-8 lemos o momento em que Jesus se transfigura diante de Pedro, Tiago e João num monte. Além desses quatro personagens também aparece no alto monte Moisés e Elias. Você já parou para pensar o que este texto significa e o que ele quer ensinar a nós? Não será o foco deste estudo tratar exclusivamente do texto, mas, sim, tratar de um elemento importante desta cena, relacionando a Romanos 12.2.
Antes disso, vamos destacar que,seis dias anteriores a transfiguração no monte, os discípulos, principalmente Pedro, haviam reconhecido que Jesus era “o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16.16) e a partir daí o Mestre começou a explicar tudo o que iria acontecer a Ele (v.21) nos dias que viriam. Outro destaque importante é que o aparecimento de Moisés e Elias no monte também serviu para mostrar aos discípulos que a Lei (Moisés) e os Profetas (Elias) confirmavam que Jesus era o Messias; e, que a aparência de Cristo foi mudada e resplandecia com brilho divino, mostrando que Ele era não só o enviado de Deus, mas o próprio Deus. Então, a mensagem essencial do texto é que Jesus era divino e veio para cumprir o Plano de Salvação, conforme a Lei e os Profetas haviam anunciado.
Em 2Coríntios 11.13-15 o apóstolo Paulo apresenta um outro tipo de transformação quando expõe os falsos apóstolos. Estes não tinham parte no ministério apostólico, pelo contrário, eram servos de Satanás. O termo grego empregado neste texto é metaschematizo, diferente de metamorpho, e é definido como ‘mudar a figura de’, ou seja, estes falsos alteravam sua aparência para esconder quem eles eram no seu interior, qual era a verdadeira intenção deles. Assim como Satanás se transforma em anjo de luz, mas o que é na verdade é “anjo das trevas”.
Para resumir esta explanação, Jesus quando foi transfigurado no monte mostrou quem realmente era, Deus. Enquanto que Satanás e seus discípulos mudam a forma deles para esconder quem realmente são. Toda essa comparação nos ajudará a entender o que realmente Romanos 12.2 quer dizer: “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente”. Neste versículo encontramos as duas expressões.
Primeiro Paulo escreve “não se amoldem ao padrão deste mundo”, que significa que “os crentes não devem alterar sua expressão externa para uma expressão fingida que não está de conformidade com seu novo ser regenerado” (WUEST). Satanás e os falsos apóstolos colocam uma máscara para esconder seu verdadeiro eu e, em muitas vezes, os crentes querem usar esta peça para acobertar a sua conversão. A nova vida em Cristo não é demonstrada.
Infelizmente, os crentes preferem viver como carnais – na imoralidade sexual, na indecência, nos maus desejos, na avareza, na idolatria, na ira, na malícia, no ódio e com vocabulário indecente e mentiras (Cl 3.5-8), do que no Espírito. Preferem se revestir um pouco destas coisas carnais para não parecerem muito diferentes do mundo. Este não deve ser o comportamento de uma nova criatura em Jesus (2Co 5.17).
Por isso, devemos retirar a carcaça do velho homem e deixar que o Espírito Santo que habita em nós a partir da conversão transborde a glória de Deus em nosso interior de forma que a nossa aparência mostre diferença. Isto é o que significa “transformem-se pela renovação da sua mente” na segunda parte de Romanos 12.2 e está relacionada a transfiguração de Cristo no monte perante os seus discípulos.
Então, qual é a transformação que sofremos? É aquela onde disfarçamos quem somos para poder se adaptar ao grupo a qual pertencemos, para ser aceito pelos amigos e colegas? Ou a metamorfose que expressa que Jesus habita em nossas vidas e temos algo diferente e melhor a oferecer ao mundo? Lembre-se que é a completa mudança para melhor causada pelo novo nascimento que nos faz expressar algo diferente do mundo. Se não mostramos nada diferente, é porque estamos mascarando o novo homem ou não houve conversão. Qual é a alternativa que você está inserido? As pessoas percebem Cristo na sua vida? Se não, você precisa tomar a decisão de mudança hoje para poder experimentar a boa, perfeita e agradável vontade de Deus.
Eu prefiro ser uma metamorfose ambulante para mostrar Cristo em minha vida e fazer diferença no mundo. E você?!
Fonte: http://jmarcosbezerra.blogspot.com.br/2015/09/eu-prefiro-ser-essa-metamorfose.html
domingo, 6 de setembro de 2015
Castelo de cartas
Por Leonel Elizeu Valer Dos Santos
Castelo de cartas
“Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, quanto para convencer aos contradizentes.” Tt 1; 9
Escrevendo a Tito Paulo enumerou algumas qualidades desejáveis dos futuros presbíteros, e, em dado momento chegou ao preceito supra. “Retendo firme a fiel palavra...”
Firmeza, eis uma qualidade nem sempre presente nas almas humanas. Grosso modo, a maioria é volúvel, volátil, fugidia ao sabor das circunstâncias. Não por acaso, uma das qualidades do cidadão dos céus é constância, mesmo às circunstâncias adversas. “... aquele que jura com dano seu, contudo, não muda...” Sal 15; 4
O Eterno queixa-se contra Judá e Efraim, que, em certos momentos juravam amor, mas, ante a menor contrariedade esqueciam. Usa uma bela figura poética; diz: “Que te farei, ó Efraim? Que te farei, ó Judá? Porque a vossa benignidade é como a nuvem da manhã e como o orvalho da madrugada, que cedo passa.” Os 6; 4 Sim, o orvalho se desfaz aos primeiros raios do sol; de igual modo, declarações de fé superficiais aos primeiros ventos de contrariedades.
Se é vero que o surgimento de João Batista causou frisson em Israel, dado o deserto profético de 400 anos onde surgiu, também o é que, passada a empolgação inicial, muitos começaram a duvidar de seu testemunho.
Não houve mudança nele, tampouco, em sua mensagem; antes, expectativas humanas errôneas não se cumpriram, enquanto, as Divinas estavam em pleno curso. Jesus se ocupou de reiterar a firmeza espiritual do maior dos profetas. “ partindo eles, começou Jesus a dizer às turbas, a respeito de João: Que fostes ver no deserto? uma cana agitada pelo vento?... Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João o Batista; mas, aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele.” Mat 11; 7 e 11
A mesma figura do “mutante” espiritual ser um agitado pelo vento é usada por Paulo quando escreve aos cristãos de Éfeso. Depois de alistar dons ministeriais, e preceituar a necessária edificação expõe o motivo: “Até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em redor por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” F 4; 13 e 14
A consequência da firmeza receitada não é nada desprezível, pois, disse: “para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer contradizentes.” Firmeza na verdade conduzindo ao poder.
A ideia vulgar de poder, entretanto, não é essa. No prisma espiritual muitos associam à operação de sinais; no secular, galgar níveis de autoridade. Mas, o foco aqui é poder na dimensão espiritual. Nessa peleja, todos os projéteis da mentira fracassam ante a blindagem da verdade.
Embora a verdade às vezes nos constranja, envergonhe, é a arma favorita do Todo Poderoso, que a fez poderosa também: “Porque nada podemos contra a verdade, senão, pela verdade.” II Cor 13; 8
A eficácia da mentira é biodegradável; seu prazo de decomposição se altera ao alvitre de algumas variáveis, mas, amiúde, sempre apodrece; as que o PT vem contando à nação a treze anos, por exemplo, perderam totalmente sua capacidade de seduzir; os fatos, a verdade, trituram as falácias como o moinho faz com o trigo.
Assim, embora o engano, a mentira até logrem certo poder, vale apenas no reino das aparências; dizem que a mentira tem pernas curtas, embora, suspeito que sequer pernas tem; antes, é levada por seus seguidores no opaco andor das paixões cantando o hino das perversas conveniências.
Mas, voltando à verdade, ela é útil para admoestar segundo a doutrina, antes de convencer aos contradizentes. Ou seja: Exerce internamente seu poder na purificação do rebanho pra depois explorar limites externos buscando crescer. Pureza primeiro, após, grandeza; qualidade antes que quantidade.
Pois, convencer a outrem é fácil, basta ludibriar suas defesas com o invólucro de argumentos persuasivos; contudo, convencer a si mesmo de modo a silenciar aos reclames da consciência, apenas a verdade consegue. E fugir disso equivale ao naufrágio espiritual. “Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé.” I Tm 1; 19
É possível cauterizar à consciência por não querer ouvir; uma espécie de suicídio espiritual. Contudo, sua voz sempre denunciará nossos erros, bem como, fará patente a Justiça de Deus.
Enfim, quem teme ao convívio com a verdade, mesmo que domine um império, apenas galga alturas imensas que farão mais dura a queda, quando ruir seu castelo de cartas...
quinta-feira, 3 de setembro de 2015
Que mensagem endurece o coração?
Por Josemar Bessa
A “sabedoria” humana sempre está em oposição a Verdade de Deus. Se tornou comum mensagens que nunca confrontam o pecado. Muitas pessoas acreditam que confrontar o pecado ofende as pessoas e que não produz o resultado esperado, mas gera antipatia e endurecimento.
É óbvio que precisamos pensar que tipo de resultado é esperado, ou seja, se ele tem alguma conexão com os propósitos de Deus.
O ensino bíblico vai no sentido oposto a essa “sabedoria” mundana que diz que devemos ser “positivos”, estimulantes... e não confrontar o pecado. O que endurece as pessoas, a confrontação ao pecado ou o pecado?
Exortações destinam-se exatamente em levantar e estimular o povo de Deus (que de fato seja povo de Deus) em sua resistência ao pecado. “Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado” - Hebreus 3:13.
A ideia de que a confrontação ao pecado endurece as pessoas flui de uma mente ímpia. Porque segundo o ensino bíblico o homem deve ser confrontado e exortado exatamente para não ser endurecido pelo engano do pecado. Aí está a fonte do endurecimento – O engano do pecado!!!
No ensino bíblico vemos que o pecado endurece e a exortação amolece. Na estupidez do homem natural ele inverte a situação. Culpamos a exortação e confrontação ao pecado pelo endurecimento das pessoas, então banimos essa confrontação. O resultado disso, é que o homem é endurecido pelo pecado, perde a sensibilidade e fica entregue aos resultados eternos desse endurecimento.
O pecado endurece e a exortação é determinada por Deus para parar o processo de endurecimento. A ideia de que a pregação deve se concentrar em ser motivacional, focada em auto-ajuda, “positiva”... flui da “sabedoria” humana caída e não de Deus. Richard Baxter dizia: “Você apenas finge amar o seu povo se como pastor você não confronta os seus pecados”.
Quando você vai à igreja e ouve coisas desagradáveis sobre você e sobre os motivos do seu coração, é tentador dizer que a mensagem é dura e insensível... não é difícil inventar razões para não ouvir uma exortação, mas isso, é ser instruído pelo pecado que endurece o coração.
A verdade é que a Exortação amolece e o pecado endurece, e não o contrário. O pecado é um câncer. O pecado apodrece a alma. O pecado gosta de se esconder nas fendas. O pecado não gosta de ser descoberto e exposto. O pecado gosta de culpar as outras pessoas. O pecado que fazer crer que o que endurece o coração não é ele, e sim a exortação. O pecado é hipócrita. O pecado não se importa de estar na igreja, desde que possa estar em paz e não ser incomodado.
O pecado não é seu amigo. Seu amigo é a exortação!
“Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado” - Hebreus 3:13
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