terça-feira, 31 de agosto de 2010

Sindrome de Absalão

A SÍNDROME DE ABSALÃO


Uma síndrome é um grupo de sintomas que aparecem juntos. Para que alguém seja caracterizado como portador de determinada síndrome, é preciso que o conjunto de sintomas se apresente, todos, indistintamente nessa pessoa. Ao falar da “síndrome de Absalão”, os que conhecem a Bíblia Sagrada, sem nenhuma dificuldade, lembrar-se-ão do mais perfeito e atlético filho de Davi (2 Sm 14.25).


Um dos primeiros sintomas da síndrome de Absalão aparece quando ele, após ter sua irmã violentada por um de seus irmãos, ele tivesse ressentimento resolve matá-lo de forma covarde (2 Sm 13.22). Veja bem, é perfeitamente normal que os de Amnom, pois fizera algo terrível com sua irmã. O próprio Davi ficou enraivecido com Amnom pelo que ele havia feito (2 Sm 13.21), mas infelizmente, por ser este o seu filho primogênito, acabou não punindo-o. Como o coração de Absalão estava no trono de seu pai e Amnom era quem, por tradição, assumiria, é mais do que claro que sua motivação para assassinar Amnom não foi simplesmente vingar o que este fizera a Tamar (algo que seria, até mesmo pelo contexto, tolerável naquela sociedade), mas eliminar o concorrente. O caso, aparentemente justo pela covardia do incesto de Amnom, foi apenas um pretexto de quem já nutria uma má intenção. Em outras palavras, não foi o que a gente popularmente conhece como “limpar a honra” ou coisa que equivalha, pois nesse caso o cidadão chama o outro para um acerto de contas tête-à-tête, e não fica espreitando de forma covarde para encontrar o melhor momento de atacar. 

Em dois anos, Absalão arquitetou um plano para matar Amnom e no momento oportuno partiu para a sua consecução. Aproveitando-se da fragilidade de Davi que, sem desconfiar da maldade de sua oferta, ainda o abençoou, Absalão insistiu com o rei para que concedesse a ele a honra de poder prestar o seu “favor” a, pelo menos, Amnom. Após relutar na liberação de Amnom, o homem segundo o coração de Deus acabou cedendo, deixando, não apenas Amnom, mas todos os seus filhos irem. Absalão arregimentou os seus servos, dizendo que iria embebedar a vítima e que eles aproveitassem esse momento de vulnerabilidade e que não titubeassem, mas fossem valentes (interessante que o covarde nunca é valente, mas exige isso dos outros) e matassem Amnom. Bem, assim sucedeu e o rei muito se angustiou, chorou e pranteou juntamente com toda a sua casa, mas o covarde Absalão fugiu por três anos.

É interessante como o portador da síndrome de Absalão consegue fazer-se de vítima e arrumar advogados. Absalão conseguiu o apoio de Joabe e este planejou enganar o rei Davi, usando uma mulher para fingir-se. A mulher, muito sagaz, ludibriou Davi com um teatro digno de qualquer drama. Após obter o juramento do rei, inclusive envolvendo Deus, mesmo tendo desmascarado a personagem, Davi honrou sua palavra e mandou trazer de volta a Absalão. Entretanto, mesmo sendo temente a Deus, Davi tinha honradez e brio, e proibiu que o covarde Absalão viesse até a sua presença. Como Absalão agora havia conseguido chegar perto do rei (pois os maldosos querem enfiar-se onde não são chamados para estarem em uma posição em que o bote em sua vítima seja certeiro), depois de dois anos ele queria ser recebido (É assim até no dia de hoje: O elemento apronta e, sem nenhuma vergonha na cara, aparece diante da presença de quem ele prejudicara e de quem ambiciona o cargo, e o cumprimenta como se nada tivesse acontecido). Como Davi não recebia o usurpador (é prudente e legítimo evitar pessoas que não merecem confiança), Absalão logo tratou de procurar o seu “advogado” para ajudá-lo.

Joabe, que ajudara Absalão até ali, agora não queria ir até o fim com sua traição. Após duas convocações do traiçoeiro Absalão, e com a insistente recusa de Joabe, o usurpador mandou atear fogo na roça de Joabe que ficava junto a sua. Esse ato obrigou Joabe a procurar Absalão. Diante do acontecido, Joabe teve de ir a Davi e pedir que o rei recebesse o traidor. Com o perdão do rei, o ambicioso teve toda a oportunidade que queria. Com o habeas corpus obtido do pai, Absalão pôs o seu plano diabólico em prática. Ele arrumou uma equipe de cinquenta asseclas e ficou à beira do caminho da porta da cidade e interpelava as pessoas que dependiam do rei (mas que por alguma razão não eram prontamente atendidas), querendo finalmente àquilo que ele sempre ambicionara: o trono de Israel. Absalão apresentava-se como se fosse o salvador da pátria. Algo que é comum a todo portador da síndrome de Absalão é a petulância de achar-se o solucionador de problemas, o messias. O rei não vê, os ministros não veem, os responsáveis não enxergam, todos são tapados. Somente ele “tem” visão e consegue enxergar problemas. O final da história todos já sabemos: O próprio Joabe é quem teve de dar cabo da vida do usurpador, pois afinal havia sido ele mesmo quem criara todo aquele problema para o rei.





Lendo essa história bíblica, é impossível não fazer um paralelo com o que a gente vê diariamente. E, quando a gente pensa que já viu tudo, que não mais é possível haver superação, quebra de recorde do absurdo ou coisas do gênero, pasmem, existe espaço ainda para as mais sórdidas, estapafúrdias, escalafobéticas, infelizes e covardes posturas. Atitudes que fazem revirar o estômago. Pior é admitir que não existe campo mais propício e favorável à proliferação dessas vilezas, que a religião. No terreno fértil do misticismo e com uma pose de “guardião da lei”, muita gente vai se fazendo e impondo-se por aí.

Há muitos anos, li no Mensageiro da Paz um artigo que dizia o quanto os homens conseguem superar o Diabo na empreitada de “tentar”. Lembrei-me da estória de um sacerdote ascético que isolou em uma caverna um grupo de jovens aspirantes ao serviço religioso no intuito de obrigá-los a jejuar. No outro dia, quando veio apanhá-los, o velho percebeu alguns fragmentos de cascas de ovos espalhados pelo chão. Ao indagá-los acerca da “quebra do jejum”, ouviu a seguinte resposta: “O Diabo tentou-nos, achamos alguns ovos de codorna, os cozinhamos em uma colher aquecida por uma vela e acabamos comendo”. Conta-se que, na mesma hora, o Tentador apareceu e defendeu-se: “Nem eu sabia que dava para cozinhar ovos usando uma colher e uma vela”.

Assim, não tenho dúvida que muito da falta de vergonha e caráter, da diabolicidade das atitudes, dos cinismos disfarçados de espiritualidade, do oportunismo com os deslizes involuntários do próximo e outras demonstrações de torpezas, acontecem com a “relativa autonomia” dos indivíduos para fazerem e arquitetarem o mal. Os elementos conseguem deixar o Tentador com inveja de seus planos maquiavélicos por uma razão muito óbvia e simples: Eles aprendem com o Diabo, mas conseguem superá-lo ao pensar em dimensões que o próprio Tentador não vislumbrou! Provérbios 27.20 acusa a receita do porque desse comportamento.

Ultimando o post, o leitor pode indagar-me: “Mas, afinal, o que é a ‘síndrome de Absalão?’” Ah, já ia esquecendo-me. É querer estar onde não lhe compete. É querer ser o que você não é. É meter-se no que não lhe diz respeito. É aceitar os cordiais cumprimentos do pai (amigo, parente, conhecido, líder, superior, cônjuge) e, no momento seguinte, intentar tomar-lhe o trono, usurpando-lhe o lugar. É fabricar notícias caluniosas e querer demonstrar conhecimento e acesso privilegiado de informações que não lhe cabem. É não ter noção do ridículo e ficar se oferecendo como um pastel que passou o dia todo na estufa e que ninguém por ele interessou-se. É ser pior do que um camaleão e flertar com todo o mundo sem definir-se de que lado está. É provocar alguém que não lhe fez nenhum mal, sabendo que esse alguém não poderá defender-se por forças alheias à sua vontade, tirando disso vantagens pessoais. É não contentar-se com o que tem, possui, e é, mas querer o que não é seu, ambicionar funções que não lhe foram oferecidas (sendo claramente incapaz e não reunindo nenhuma condição para ocupá-las).

O portador da síndrome de Absalão quer passar a imagem de justiceiro, mas como sua intenção nunca é aquela que ele deixa transparecer e suas motivações logo se mostram, muito cedo as pessoas percebem que ele na realidade é um carniceiro. Pensando bem, ele próprio sabe, consigo mesmo, que não passa de um usurpador traiçoeiro, uma raposa ambiciosa que age covardemente. Ele aparentemente quer mostrar serviço, mas esquece que nem todo o mundo é incauto e ingênuo para acreditar em suas ações mesquinhas e rasteiras. Ele esquece que nem todas as pessoas têm a memória curta, pois muitas lembram-se do seu discurso inicial e sabem que ele muda ao sabor da situação, é somente uma questão de valor (“quem dá mais?”), mas o que ele é já está mais do que evidente... Pode ter certeza, muita gente abusada que aparece por aí, não passou por um processo de correção de excessos. Acham-se acima do bem e do mal, pensam que podem dizer tudo que lhes vem à boca e que nada sofrerão. Sua motivação é apenas o inflar-se falando mal dos outros. Como urubus, precisam de algum vestígio de carniça para sobreviver.



Não quero comparar-me a Davi quando fugia de Absalão e recitar o Salmo 3, pois sou totalmente indigno. Todavia, acredito no mesmo Deus que Davi e que Absalão dizia também crer (2 Sm 15.7-9), e sei que o Senhor está contemplando a motivação e as intenções com que cada um age, por isso, diante dEle digo sem medo de errar: Se você identificou algum desses sintomas em sua vida e trajetória, busque a cura rapidamente, pois a epidemia da síndrome megalomaníaca de Absalão está no “ar”, e os próprios “Joabes”, estarão prontos a dar cabo de suas criaturas no momento que eles acharem que elas se tornaram uma ameaça fora do comum. Agora, se você é um Absalão mesmo, não tem jeito, quem deve se cuidar são os “Davis”, pois você nunca mudará! O seu fim será ficar pendurado pela própria cabeça, pela suposta fama, e terminará eliminado por alguém que o ajudou em seus planos diabólicos. Suponhamos que, por Deus ser misericordioso, você consiga dar um golpe de Estado e tome o poder. Serás para sempre um infeliz, viverás enclausurado no próprio castelo de areia que você construiu, contudo, nunca terá a honra, a alegria e o prazer de ocupar o que quer que seja por méritos, chamado, vocação, dom ou benevolência divina, pois terá de conviver com a realidade de sua vileza e sordidez, com sua torpeza e diabolicidade. Coisas com as quais as pessoas que possuem um mínimo de caráter e temor de Deus, jamais conseguiriam sobreviver e, por isso mesmo, esperaram - em Deus - e chegaram ao posto que você ambiciona, porém com uma grande diferença: na vontade e na direção dEle.

Que o Senhor nos ajude.

Autor: Pastor César Moisés Carvalho
Postado em 14/07/10
Fonte: http://marketingparaescoladominical.blogspot.com

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Oração útil

PAI NOSSO


SE EM NOSSAS VIDAS NÃO AGIMOS COMO FILHOS DE "DEUS", RESPEITANDO SEUS PRECEITOS E FECHANDO NOSSOS CORAÇÕES AO AMOR AO PRÓXIMO, AOS ANIMAIS, À NATUREZA, AGREDINDO-OS ATRAVÉS DE ATOS, PALAVRAS E/OU PENSAMENTOS, SERÁ INÚTIL DIZERMOS

PAI NOSSO

SE OS NOSSOS VALORES SÃO REPRESENTADOS POR BENS MATERIAIS, COMO LUXO, RIQUEZA, FAMA... E NÃO OS BENS ESPIRITUAIS, COMO AS BOAS AÇÕES DE SOLIDARIEDADE, AMOR AO PRÓXIMO, SERÁ INÚTIL DIZERMOS

QUE ESTAIS NO CÉU

SE PENSARMOS EM SER CRISTÃOS APENAS POR MEDO DA IRA DE "DEUS", POR SUPERSTIÇÃO OU COMODISMO, DEVEMOS PENSAR SEMPRE QUE: "DEUS" NUNCA FICARIA IRADO CONNOSCO, PORQUE "DEUS" É LUZ E BONDADE E NOS TRATA COMO FILHOS, QUE REALMENTE SOMOS... QUE A SUPERSTIÇÃO NÃO NOS LEVA SEMPRE PARA O MELHOR CAMINHO, E É BEM MELHOR TERMOS "FÉ" E CRERMOS "NELE". NÃO DEVEMOS SER CRISTÃOS POR COMODISMO, PORQUE O COMODISMO NÃO NOS TRAZ COISAS DURADOURAS, SOMENTE AS COISAS QUE CONQUISTAMOS COM TRABALHO E DEDICAÇÃO FICAM PARA SEMPRE CONNOSCO. ASSIM, SERÁ INÚTIL DIZERMOS

SANTIFICADO SEJA O VOSSO NOME

SE ACHARMOS TÃO SEDUTORA A VIDA AQUI, CHEIA DE COISAS SUPÉRFLUAS E FÚTEIS, SE NÃO NOS COMPADECEMOS DE UM IRMÃO QUE ESTÁ SOFRENDO POR ALGUM MOTIVO, NÃO IMPORTA QUAL, SE NÃO SOMOS CAPAZ DE DARMOS A ESSE IRMÃO, AO MENOS UMA PALAVRA DE CONFORTO, SERÁ INÚTIL DIZERMOS

VENHA A NÓS O VOSSO REINO

SE NO FUNDO O QUE NÓS DESEJAMOS MESMO É QUE TODOS OS NOSSOS DESEJOS FÚTEIS SE REALIZEM, SERÁ INÚTIL DIZERMOS

SEJA FEITA A VOSSA VONTADE

SE PREFERIMOS ACUMULAR RIQUEZAS, DESPREZANDO NOSSOS IRMÃOS QUE PASSAM FOME, SERÁ INÚTIL DIZERMOS

O PÃO NOSSO DE CADA DIA DÁ-NOS HOJE

SE NÃO NOS IMPORTAMOS EM FERIRMOS, INJUSTIÇARMOS, OPRIMIRMOS E MAGOARMOS AOS QUE ATRAVESSAM NOSSOS CAMINHOS, SERÁ INÚTIL DIZERMOS

PERDOAI AS NOSSAS OFENSAS, ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS A QUEM NOS TEM OFENDIDO

SE ESCOLHEMOS SEMPRE O CAMINHO MAIS FÁCIL, QUE NEM SEMPRE É O CAMINHO DE "CRISTO" PORQUE NÃO TEMOS PACIÊNCIA NEM DISPOSIÇÃO PARA VENCERMOS OS EMPECILHOS QUE APARECEM PELA FRENTE, SERÁ INÚTIL DIZERMOS

E NÃO DEIXES CAIR EM TENTAÇÃO

SE POR NOSSA VONTADE PROCURAMOS OS PRAZERES MATERIAIS E TUDO O QUE É PROIBIDO NOS SEDUZ, SERÁ INÚTIL DIZER

LIVRAI-NOS DO MAL

SE SABENDO QUE SOMOS ASSIM, CONTINUAMOS A NOS OMITIR E NADA FAZEMOS PARA NOS MODIFICARMOS, SERÁ INÚTIL DIZERMOS

AMÉM


Este fim de semana esteve nos visitando meus dois irmãos que retornaram hoje cedo para Minas Gerais. O mais velho deu-me de presente um livro evangélico e dois xerox com mensagens, também evangélicas. Essa mensagem foi extraída no seu total conteúdo do primeiro xerox que li. De fato uma contribuição valiosa na construção deste blog, que foi criado para dar suporte a um trabalho social que estamos elaborando. Obrigado meu irmão e agora colaborador, o que nós pedimos ao Senhor é que realmente essa reflexão, possa ser: "ÚTIL PARA NÓS, TODOS OS DIAS".

sábado, 21 de agosto de 2010

Que posso fazer ? ( Parte III )


A história da mulher que quebra o vaso de alabastro e derrama um perfume de nardo puro, sobre a cabeça de Jesus, encerra este tema. Temos a nossa narrativa no Evangelho de Marcos 14:3-10. No entanto, Mateus e João também narram essa mesma passagem, mas com alguns detalhes diferentes, porém, em Marcos temos o detalhe que mais nos interessa neste tema.

Jesus estava em Betânia e sabia que chegava a hora do seu sacrifício, quando de repente surge Maria e quebra aquele vaso com um precioso perfume sobre sua cabeça.  As pessoas presentes ali admiram o gesto que ela faz e alguns com censura, pois era um caríssimo perfume.  Segundo diziam eles, poderia ser vendido por um bom dinheiro, ajudando assim aos pobres. O Senhor então disse: "...Deixai-a; porque a molestais? Ela praticou boa ação para comigo. Porque os pobres, sempre os tendes convosco e, quando quiserdes, podeis fazer-lhes bem, mas a mim nem sempre me tendes"  Marcos 14:6-7. O que ela fez seria contado por todo o mundo para memória sua, onde fosse pregado o evangelho, foi que disse o Senhor Jesus.

As três dimensões da análise que estamos fazendo, se conclui no final do post pois vimos na primeira parte a história vivida por Jeremias, quando ele foi a casa do oleiro e viu o barro sendo formado em vaso.

Na segunda parte, Davi achou uma rachadura em sua vida, e sabemos pela sua história que ele viu a necessidade de um concerto com Deus; um reparo no seu vaso.

Nesta terceira parte Maria quebra totalmente o seu vaso. Derramando ela um precioso perfume sobre a cabeça de Jesus, em razão de sua gratidão a Ele.

É para este gesto de Maria que todo mundo se volta agora, e alguns deles muito indignados; como pôde uma pessoa fazer tão grande desperdício?  Mas ela não teve dúvidas quando viu aquela oportunidade, que no seu entender seria a melhor forma de prestar sua homenagem, àquele que amava, sim!  Jesus era o objetivo único da sua vida e o merecedor de todo apreço que havia em seu gesto. Foi uma ação decisiva e ela não se rendeu diante de seus espectadores. Não pensou se haveria ou não espanto pela sua atitude rompante, de improviso. Aquele gesto não foi um ato impensado, não foi inconsequente. Ela sabia que estava diante de Jesus, o objeto de toda a sua adoração.

Procurando em algumas fontes, descobrimos dois detalhes muito interessantes nesta passagem.  Primeiro que o alabastro é composto de uma argila, ou pó. Esta argila é de uma rocha muito branca e deixa o vaso translúcido, transparente.  Isto é, deixa assim transparecer o que contém no seu interior. Simbolicamente, talvez nós poderíamos afirmar que Maria, queria se declarar ali naquele gesto, ela queria deixar transparente o seu amor maior por Jesus.

O segundo detalhe é o que diz a tradição judaica, que quando uma pessoa quebra um cálice, uma taça, enfim, um vaso, está querendo dizer então publicamente que aquele objeto não será mais usado para aquele propósito.  Isto simbolicamente poderia significar muito bem que ela estava declarando ali que a sua vida não tinha mais razão de ser... De existir.  Na visão que Maria tinha do seu cosmos, era de que a vida simplesmente se encerrava ali.

Para Maria o vaso quebrado não foi apenas com objetivo de derramar o perfume, ela estava afirmando que sua vida estava se iniciando sobre a vida de Jesus.  Viu que naquele gesto deixaria confessado, aquilo que guardava de mais precioso no seu coração, e bem no íntimo. Ela queria declarar publicamente que sua vida perderia a razão se não fosse sobre a vida de Jesus. Na sua cosmo-visão, seu sentimento era a sua expressão do seu amor ao Senhor da sua vida.  Por isto ela quebrou seu vaso, como se quebra um coração diante da irresistivel presença do seu merecedor.  Ela pensou, creio eu talvez, certamente isto:  Ele vai para o Calvário me dar a única chance que eu tenho para viver...

Hoje as igrejas estão cheias de gente preocupadas em prestar um louvor ao Senhor e muitas vezes, fazem um verdadeiro teatro, mas qual será a intenção e o objetivo?  Se for de uma verdadeira adoração, quero estar junto para glorificar ao nosso Deus, com um glória, e um amém!  Mas, nós estamos esquecendo do que é maior, e o mais importante. E o mais importante Jesus destacou nesta passagem que nós iremos ler e conferir. Vamos colocar agora isto em destaque para a nossa reflexão. Jesus pediu, vejamos nos versos que já lemos acima, que eles não molestassem aquela mulher por aquele gesto.  Além de ter sido uma boa ação para com Ele, aquela era a última chance que eles estavam tendo, de poder fazer o mesmo que ela fez; isto mesmo!  E Jesus disse...mas amim nem sempre me tendes. 

O que o Senhor queria dizer ficou tão claro e evidente.  Leiamos com atenção agora para entender quais foram as suas palavras no versículo sete: Porque os pobres, sempre tendes convosco e, quando quiserdes, podeis fazer-lhes bem, mas a mim nem sempre me tendes".  Olha só que ensinamento deixou-nos o Senhor para nós.  O amor ao proximo! Jesus estava querendo dizer: "Eu não vou mais estar aqui, mas os necessitados, sim!" Querem tambem quebrar o vaso? Querem fazer uma boa ação?  Então, está na hora! Pois os pobres sempre tendes convosco e são estes os que mais precisam. São estes os que mais precisam ser o objeto do vosso amor. E são os necessitados que precisam ser acolhidos por vós.

No dia do grande julgamento, Jesus disse que vai haver uma separação, uns irão para a direita e outros para a esquerda. Somente as suas ovelhas, ouvirão as suas palavras que estão em Mateus 25:34-40 "Vinde, benditos de meu pai!  Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e me deste de comer; tive sede, e me deste de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizeste a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes".

Que posso fazer ?  Parece ser esta a pergunta que titulei nos três post e que ficou ainda sem resposta.  Vou dar então uma resposta minha, olhando para dentro da minha vida, com essa oração:  "Ah, meu Senhor me perdoa e me restaura, pois eu sou assim mesmo tão cheio de defeitos, e tão inacabado. Sou um vaso imperfeito e só as tuas misericordias podem ser o meu socorro. Quantas oportunidades eu perdi de fazer o bem aos necessitados, deixando para os outros fazerem. Ah, não sei dizer quantas e quantas vezes eu fui tão omisso. Mas hoje essa causa me comove, e quero ir à luta, por isso te peço, Senhor! Toma o meu coração que ainda é teu, restaura minha vida, e cuida de mim"...

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Que posso fazer ? ( II Parte )





Lamentações 3: 21-22  "Quero trazer à memória, o que me pode dar esperança".  Estas foram as palavras que encerramos o post anterior, ditas por Jeremias.

Partimos para a segunda parte do post lançando o nosso olhar para o passado da história, quando Davi reinava em Israel. Durante seu reinado ele cometeu um pecado e depois um crime. Davi tomou para si a mulher de Urias cometendo adultério, logo depois tramou a morte dele. A consequência de todo esse ato refletiu-se não só na sua família, como também no seu governo. Ele colheu assim, dissabores e derrotas em sua vida particular e pública.

A visão que Davi teve então do seu cosmos que depois de todos estes acontecimentos, ficou registrado no Salmo 31:11-12  "Tornei-me um opróbrio para todos os meus
 adversários, espanto para os meus vizinhos e horror para os meus conhecidos; os que me vêem na rua fogem de mim. Estou esquecido no coração deles, como morto; sou como um vaso quebrado".

Essa era a perplexidade vivida por Davi em meio ao turbilhão de desagradáveis fatos que giravam em torno de sua vida quando ele escreveu estas palavras.  Como podemos ver na sua cosmo-visão ele era ao mesmo tempo, opróbrio, espanto e horror, por aqueles que o rodeavam e ainda, fugiam dele.  Logo em seguida ele disse que estava, esquecido, como morto, no coração deles.  Esse era o sentimento que abrigava o coração daquele homem. Depois, ele ainda acrescentou:  ...sou como um vaso quebrado.

Davi fez uma reflexão nas suas relações familiares e no seu reinado e descobriu que havia ali algumas rachaduras para serem reestabelecidas. Tinha algumas arestas em seus laços afetivos, sua família estava sendo destroçada pelo pecado e pela rebelião, isso afetou também no seu governo. Ele precisava realizar um reparo na estrutura de sua vida em todos os níveis. Davi tinha certeza do concerto que havia de realizar com Deus para reparar a  rachadura que se instalou na sua vida. Sabia que necessitava deste reparo.  E como é duro acertar as contas com Deus, assim ele se humilhou, foi ao pó, porque ele já não era mais um barro nas mãos do oleiro, mas um vaso em uso. Já estava sendo usado como um servo, por isso buscou ao Senhor em tempo de fazer o que precisava.

Aconteceu que antes deste grave pecado seguido do crime, Davi chamou por um servo, e disse: II Samuel 9:3  "...Não há ainda alguém da casa de Saul para que use eu da bondade de Deus para com ele? Então, Ziba respondeu ao rei: Ainda há um filho de Jônatas, aleijado de ambos os pés".  O rei que se compadece do seu próximo queria fazer algo para amenizar o sofrimento que havia entre aquelas pessoas mais necessitadas. Encontra assim na casa de Saul, o homem que conspirou contra sua própria vida mais de uma vez, uma pessoa que ele pudesse ajudar.  E achou Mefibosete que era filho de Jônatas, neto de Saul. Mefibosete era um homem coxo dos dois pés, e Davi lhe estende a mão, oferecendo a sua própria mesa para ali ele comer do pão e se alimentar como um filho seu.

Mefibosete, assim que ficou sabendo que o rei lhe chamava, se inclinou e disse:  II Samuel 9:8 "...Quem é teu servo, para teres olhado para um cão morto tal como eu?". O que poderíamos dizer é que Deus faz assim conosco, o Senhor nos chama para participar da sua mesa, sim Deus faz isto por nós, somos coxos espirituais, e nós carecemos da graça e misericórdia do Senhor. Davi deixou em seus Salmos a sua preocupação para com os pobres, os órfãos, as viúvas e os necessitados. Alguém talvez poderia ter dito ao rei assim:  "Este coitado está pagando pelo pecado do seu avô que não entendeu a obra do Senhor". Ou ainda: "Tem por aí muitas instituições de caridades para acolher esse aleijado, não precisa ocupar-se o rei com essa coisa". Ou ainda outro: "Ele está nesta situação por causa do seu pecado, e está acertando com Deus".  Davi não pensava desta forma, por isto agia diferente, agia com misericórdia.

Deixou nos Salmos inúmeras citações em favor da causa dos menos favorecidos, um homem que se preocupa com o seu próximo. No Salmo 40:1 diz: 
" Bem aventurado o que acode o necessitado; o Senhor o livra no dia do mal". É só ler o Salmo 37 para entender o coração de Davi, que no verso 25 diz: "que nunca viu o justo desamparado, e nem a sua descendência mendigar o pão"  Davi, procurava sempre estender a sua mão para os desafortunados em toda a sua vida.  Portanto, achou assim a Graça do Senhor para a sua vida também, tanto que foi chamado de: "...um homem segundo o coração de Deus".  (Atos 12:32). 

Jeremias quando foi à casa do oleiro viu que o barro foi usado para formar o vaso, na primeira parte. Agora nesta segunda parte, estamos vendo Davi dizer que era como um vaso quebrado. 

Na primeira dimensão vimos o vaso sendo formado, nesta segunda o vaso está com uma rachadura, e na terceira parte teremos a última dimensão que falta para então completar a nossa análise. E assim a nossa cosmo-visão em 3D se completara. Estamos analisando a relação do homem com Deus à nível de: vaso em formação, vaso rachado e vaso quebrado.

 vaso rachado que era Davi, pediu tão somente ao Senhor logo após reconhecer todas suas necessidades, isto:  "Faze resplandecer o teu rosto sobre o teu servo; salva-me por tua misericórdia" Salmo 31:16

sábado, 14 de agosto de 2010

Que posso fazer ? (I Parte)





A cosmo-visão bíblica em 3D é um tema bem sugestivo, mas seria complicado dizer em uma linguagem tão complexa, que queremos apenas analisar três situações diferentes sobre um mesmo tema, à luz da palavra.  Hoje já está quase comum filmes em 3D, televisão em 3D, e daqui uns dias quem sabe a Bíblia em 3D.  Mas vamos usar de recursos bem simples para afirmar que estaremos vendo em três situações semelhantes, a relação do homem com Deus.  Porém, sabemos que essa relação foi difícil, e por quê foi tão difícil ??

Em primeiro lugar, sabemos que no tempo do profeta Jeremias, o povo de Israel tinha se afastado muito do Senhor, e Jeremias chorava por toda aquela situação de pecado e apostasia da sua época, tanto assim que é conhecido como: O profeta das lágrimas.  Jeremias tinha convicção que Israel era o povo escolhido e voltaria para o Senhor, por isso sofria com tudo aquilo que abateu sobre Israel naquela época, tanto que ele disse em Lamentações 3:18  "Então, disse eu: Já pereceu a minha glória, como também a minha esperança no Senhor".

Essa era a cosmovisão de Jeremias, de que tudo se definhava por causa das densas trevas, onde imperava o pecado e a corrupção, em que aquele povo de Deus estava entregue.  Ele acreditava que havia uma luz no fim do túnel, mas esta luz era tão tênue...  E no seu cosmos só havia um mundo cheio de desesperança.

Acumulou Jeremias conspiração, não só de seus inimigos contra sua vida, mas até mesmo de sua própria família, por causa da mensagem do Senhor. Sofreu perseguições e dificuldades das mais diversas no seu exercício de sacerdote e profeta.  Este foi o drama que vivia diante daquele povo tão obstinado ao erro cuja escolha era desviar-se da graça e da benção que Deus oferecia.  Em sua época a corrupção foi semelhante a que viveu Isaías, quando este teve que enfrentar Acabe e Jezabel, porém as duas reações foram muito diferentes. Se a resposta de Elias foi à fogo e espada, a de Jeremias foi com suas lágrimas. Quem ler, I Reis 18:37-39 e I Reis 19:1, verá que Elias desafiou os profetas de Baal, quando fez chover fogo do céu e o povo viu que a obra era de Deus; logo depois ele matou aqueles profetas à espada.  Enquanto Elias agia assim, rompante, decisivo, de outro lado Jeremias sonhava ao travesseiro e quase se afogava em lágrimas, como um bom melancólico.

Certa vez o Senhor chamou Jeremias e disse-lhe:  "Dispõe-te, e desce à casa do oleiro, e lá ouvirás as minhas palavras. Desci à casa do oleiro, e eis que ele estava entregue à sua obra sobre as rodas. Como o vaso que o oleiro fazia era de barro se lhe estragou na mão, tornou ele a fazer outro vaso, segundo bem lhe pareceu. Então veio a mim a palavra do Senhor: Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? - diz o Senhor; eis que, como vaso na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel".  Jeremias 18: 2-6.

Jeremias entendeu o ensinamento que estava bem claro: O barro quando estraga não serve mais para formar o vaso, então como poderia ser usado? Era necessário fazer um outro vaso e esta perspectiva trazia também uma consequência, mas não era bastante, não fosse aquela palavra que o Senhor havia dito em Jeremias 18:6.  Fazer o povo compreender isto era todo o desejo que abrigava, o seu coração sonhador.  Este é um quadro resumido das tribulações vividas por aquele servo, um vaso precioso nas mãos do seu Senhor. Jeremias viveu muitas fragilidades e angústias, não tendo certamente encontrado por muitas vezes, alguém com quem dividir o seu desabafo.  Aquela mensagem que levava do Senhor para o povo, era dura, mas, se observada, era o refrigério e a salvação.  Ele agia impulsionado pelo Espírito do Senhor e quase sempre a resposta vinha com indiferença, indolência, com apatia e também com a revolta do povo sobre ele, pela causa do Senhor.  

Estamos vivendo hoje, momentos semelhantes como nos dias de Jeremias, onde o pecado se alastra também, a apostasia é crescente. Entretanto, não estamos com intenção de dizer que a culpa é desta ou daquela denominação; ou até dizer que a culpa é dos governantes. Temos que cuidar para que o nosso vaso não se estrague e agir como Jeremias agiu para depois então, chorar por nós mesmos, por aquilo que já deveríamos ter feito a mais tempo pela causa do Senhor. Qual é o desafio que move o nosso íntimo ? Que resposta podemos dar como cristãos hoje em nossa igreja, na nossa sociedade?  Que resposta teremos para o desafio de criar nossos filhos no dias atuais, o que falar da imoralidade, da justiça social, das mazelas teológicas, das drogas, da fome que é um desafio ?!  Não temos as soluções prontas para empregar neste combate que é muito grande, mas se a nossa omissão for grande também, vamos ter que chorar muito mais que Jeremias.

A resposta certa é o Senhor que nos dá, quando mandou o profeta ir na casa do oleiro, e o seu ensinamento parece ser este e simples, basta-nos ser como o barro, nos colocar nas mãos do oleiro para que a nossa realidade não seja como um sonho, porque se o vaso se estragar não serve pra mais nada, senão ser refeito. Precisamos ser vaso seu em bom uso e agir pela melhoria das situações que vamos enfrentar. Não queremos ser anunciador de calamidades, mas, nós precisamos ter um sono tranqüilo sem culpa em nossa consciência, de que nossa atitude possa ser omissa diante das dificuldades que cercam o nosso meio.   A nossa tarefa é causar em cada um que nos cerca, a razão que motivava aquele profeta, sim!!   Jeremias, que quando foi a casa do oleiro e vendo a solução para o povo de Deus, disse depois assim: Lamentações 3:21 "Quero trazer à memória o que me pode dar esperança".

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

ABBÁ PAI

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

No próximo domingo comemora-se o dia dos pais. Qual o modelo de pai que se é comemorado? O pai que será comemorado no domingo que vem é aquele que não deixou faltar nada em casa. O pai que será comemorado no próximo domingo é o que deixou de comer para alimentar os filhos. O pai que será comemorado domingo que vem é o que começou a trabalhar aos sete anos de idade, e desde então acorda de madrugada (A diferença é que, naquele tempo era para ajudar o seu avô, hoje é para cuidar de você). O pai que será comemorado domingo que vem é o que deu um carro novinho para o seu filho por este ter passado no vestibular (Mas chorou ao ter que reconhecer o corpo de sua criança depois de um racha mal sucedido ― e tem algum bem-sucedido?). O pai que será comemorado é o que sempre defendeu a família, sem ao menos saber direito, se ela estava realmente com a razão.

Após verificar esse perfil, é inevitável o questionamento: Que tipo de filho merece ter esse tipo de pai? Um filho displicente, relapso, mal educado, desobediente, espancador, estúpido, irresponsável e preguiçoso? Certamente não. Pensamos que o filho deve ser exatamente o contrário de todos os adjetivos que foram elencados acima. Agora, imagine um filho exemplar, obediente, disciplinado, cumpridor dos seus deveres, respeitador, ordeiro, organizado (Qual o pai que não deseja ter um filho desses?). Como será que esse filho deve ser tratado? Certamente que a resposta é “BEM”. Um filho que possua essas qualidades, sem dúvida alguma, deve ser bem tratado.

Nesse tipo de relação existe amor? Certamente. Mas parece que o amor é simplesmente de troca: Pais bons = filhos bonzinhos. Existem, é claro, pais bons e filhos ruins. Como também, pais ruins e filhos bons. Mesmo reconhecendo essas obviedades que até aqui foram escritas, é possível pensar rapidamente no fato de que, por uma questão natural, geralmente os pais defendem suas crias. Por uma questão de humanidade, até mesmo um ser humano sente-se penalizado com as barbáries que são cometidas contra o seu semelhante, ainda que esse não seja parente ou mesmo conhecido. A tendência normal, é que em situação de perigo, socorramos ao próximo.

O arquétipo, estereótipo, paradigma, modelo ou seja lá qual for a expressão que melhor traduza os sentimentos e as expectativas que pairam no imaginário coletivo, nenhuma delas se adéquam à visão de um pai que, no momento de maior agonia, abandona o filho. No português rústico, alguém com esse perfil certamente receberia o epíteto de “pai desnaturado”. Se chega a ser intolerável ao estranho não oferecer auxílio a quem está em apuros, que dirá um pai! Imagine se o fim dessa história fosse o seguinte: O pai não socorreu seu filho por minha causa! O quê? Como é que é?


Sim, foi por mim e por ti que o grito do Getsêmani não foi ouvido. Foi ali que o Abbá, palavra que, segundo o Dicionário Vine era “pronunciada pelas crianças, e denota confiança cega” soou, sem, no entanto, receber um sinal de que poderia ser atendida. Foi para que tivéssemos o “poder” de sermos feitos filhos de Deus que a súplica não pôde ser ouvida. Enquanto pai, segundo o mesmo léxico, “expressa um entendimento inteligente do relacionamento”, Abbá, seria então a pronúncia inocente de quem ainda não sabe se expressar (dizer palavras “mágicas”, adular, forjar uma suposta cordialidade). No entanto, Marcos nos informa (14.36) que Ele não disse apenas Abbá (confiança cega), nem somente Pai (confiança formal, contudo, algumas vezes apenas teórica), mas Abbá Pai. O Vine informa que as “duas palavras juntas expressam o amor e a confiança inteligente da criança”. No Abbá do Filho havia “amor e confiança” que a nossa mente jamais entenderá. Na relação de pai e filho em que atos bonzinhos são seguidos de prêmios bonzinhos, não dá para entender como obediência pode ser recompensada com desamparo e ternura com desprezo.

Apesar de assim ter agido, esse Pai é exaltado pelo Filho. Aliás, o texto de João demonstra que a glorificação do Pai estava exatamente no cumprimento da difícil missão dada ao Filho:

Agora, a minha alma está perturbada; e que direi eu? Pai, salva-me desta hora; mas para isso vim a esta hora.

Pai, glorifica o teu nome. Então, veio uma voz do céu que dizia: Já o tenho glorificado e outra vez o glorificarei.

Ora, a multidão que ali estava e que a tinha ouvido dizia que havia sido um trovão. Outros diziam: Um anjo lhe falou.

Respondeu Jesus e disse: Não veio esta voz por amor de mim, mas por amor de vós.

A voz veio por amor da humanidade porque o Pai não precisava provar que amava ao Filho ou vice-versa, pois a relação de Ambos nada tem que ver com a nossa. Apesar de a linguagem humana não ter palavras ideais para expressar a relação entre o Pai e o Filho, e tudo se resumir a um antropopatismo quase sem sentido (sem sentido porque os seres humanos cunham e deturpam expressões), ainda assim é possível verificar o quanto há de amor, ternura, carinho e reciprocidade no Ato da cruz.

Tornamo-nos extremamente formais, filhos dissimulados. Entretanto, precisamos lembrar que o Pai a quem nos dirigimos não olha para as palavras da mesma forma que o nosso pai biológico. Ele não valoriza o filho que “ternamente” responde: “― Eu vou”, mas depois não vai. Sua preferência recai sobre o “rebelde” que responde: “― Não vou”, mas que depois, arrependido, revê sua posição e vai. Ele certamente está nos indagando: “se eu sou Pai, onde está a minha honra?”. E não adianta o convicto ou religioso, mero cumpridor de regras para se orgulhar de sua “obediência”, dizer consigo mesmo: “Abraão é meu pai”, pois foi o último profeta veterotestamentário que disse que das “pedras Deus pode fazer nascer filhos de Abraão”. Ademais, diante da atitude do centurião de Cafarnaum, o Filho de Deus pronunciou uma palavra que deve levar-nos à reflexão, não somente nesse domingo, mas por toda a vida: “Mas eu vos digo que muitos virão do Oriente e do Ocidente e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no Reino dos céus; E os filhos do Reino serão lançados nas trevas exteriores; ali, haverá pranto e ranger de dentes”.

Autor: Pastor César Moisés Carvalho
Agradeçemos autorização da postagem.
Fonte: http://marketingparaescoladominical.blogspot.com/

terça-feira, 10 de agosto de 2010

"Se" ( Segunda parte)

Este tema nasceu das inquietações que tive já faz um tempo e ele renasceu neste post que estava ficando muito grande, então resolvi dividi-lo em duas partes para não ficar cansativo. Domingo descansei até à tardinha, e à noite liguei a televisão para relaxar. Fiquei assistindo o Fantástico quando de repente passou a reportagem da atriz Cissa Guimarães que perdeu seu filho faz duas semanas. O filho da atriz foi atropelado num túnel que estava fechado para o trânsito no Rio de Janeiro e foi muito anunciado pela mídia. Faz duas semanas apenas o ocorrido. Na entrevista que a repórter fez com ela, perguntou-lhe de onde estava tirando forças para suportar aquele momento.

O que ela disse chorando foi mais ou menos assim: "O meu compromisso é com a vida, eu vou transformar a perda do meu filho em aprendizado. Ninguém pode imaginar a dor que estou sentindo, não quero essa dor para ninguém, se Deus deu essa dor para mim eu sei que vou aguentar, quero voltar a trabalhar porque isto vai ser luz para mim. O meu filho Rafael me ajudou muito, me deu muito amor e é isto que vou guardar para crescer em sabedoria".

Eu não sei até agora de onde aquela mulher tirou tanta força para fazer tal declaração. Eu fiquei chocado com a serenidade do choro daquela mulher, que tinha um sorriso cheio de lágrimas, vivendo uma tragédia com muita resignação. Perder um familiar dói muito, quando ocorre isto na vida de uma pessoa, geralmente o que ela fala é que um pedaço dela se foi. Já perdi meus pais, e sei o quanto isso doeu. O natural é o filho enterrar os pais e quando ocorre o contrário o desespero é muito grande, ainda mais numa tragédia, e quando o filho ou a filha é o único da casa e morre, como temos visto ocorrer de vez em quando nos noticiários, então é pior ainda. Não gostaria de pensar numa possibilidade desta natureza ocorrer na vida de pessoa alguma, muito menos na minha vida, de perder um filho. Isto me serviu de lição, pois muitas vezes a minha falta de fé fica fragilizada por pequenas e insignificantes coisas. Acho que eu vou acabar aprendendo alguma coisa vendo televisão.

Mas voltando ao tema do post sobre o se, que exprime em sua base, dúvida e condição, veremos primeiro a condição que a palavra se exprimeque me lembra a parábola do bom samaritano. Nós, os evangélicos gostamos muito da simbologia, não é mesmo?!  E Jesus simboliza para nós o bom samaritano, que nos encontrou caído pelo mundo, prestou o socorro necessário lavando os nossos ferimentos com azeite e vinho, depois colocando-nos sobre seu próprio animal, levou-nos a uma hospedaria. Depois deixou-nos ao cuidado do hospedeiro com recursos pagos por ele mesmo, e então depois disse ao hospedeiro: "cuida deste homem e na minha volta se tiver alguma dívida eu to indenizarei." Lucas 10:30-35.

Jesus veio para dar sua vida por nós, em resgate da nossa vida e Ele fez isto por nós como aquele bom samaritano, que acudiu o homem caído, fazendo tudo aquilo sem esperar receber recompensa. Ele nos amou assim, com um amor imenso, um amor verdadeiro. Porque o verdadeiro amor não espera recompensa.  E o bom samaritano quando ajudou aquele homem caído na beira da estrada, ele o fez sem sequer esperar gratidão. Este é o amor de Deus que encontramos, revelado em Jesus, um amor que não impõe uma condição pré-estabelecida, ou fabricada. Jesus já pagou o preço da nossa redenção por nós e não somos agora obrigados a pagar o preço por algo que ele fez por nós, sem custo.  A única dívida que temos para com Ele, é o reconhecimento.

Em segundo lugar, veremos a questão da dúvida que a palavra se também exprime.  Lendo no Evangelho de Lucas 22:39-44, iremos encontrar neste texto, que Jesus saiu para o monte Getsêmani junto com os seus discípulos, como era de costume. Jesus sabia que a sua hora no Calvário estava perto e saindo para orar, estando em agonia, porque haveria de passar pelo sacrifício, como o Cordeiro de Deus, a sua oração foi esta: "...Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua." Verso 42.  E a dúvida está aonde??  No se queres de Jesus?  Sim!!!  Jesus deixou claro ao Pai que se Ele, o Criador, tivesse essa dúvida poderia passar aquele cálice.  A agonia de Jesus não era por Ele mesmo, pois sabia que esse era o plano pré determinado, do cordeiro imaculado, sem defeito, oferecido por nossa culpa. Jesus sabia que se o pai não desprezasse a vida do seu único filho naquela hora, a humanidade estaria perdida.  "A única dúvida que Jesus podia ter, era que o Pai não suportasse a dor de ver Seu Filho morto, sepultado."

Se o calvário não tivesse existido, a humanidade estaria perdida para sempre... A humanidade viveria sobre a dúvida para sempre.  Ninguém pode imaginar o que é a dor de um pai perder seu único filho. A humanidade estava perdendo o melhor ser humano que andou sobre a terra e era o Unigênito de Deus.  Mas Jesus não teve dúvida alguma da sua missão, pois disse: "...contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua." Verso 42.  Ah! Se Deus não desprezasse aquele se.   Meu Deus!  Que amor incondicional é esse!  Que amor sem limite!  A perda é sempre dolorosa, um pedaço de Deus se foi na cruz...  E isso foi por nós.

O se queres de Jesus foi a única condição de ser a vontade do Pai o seu amor revelado no Calvário, onde a coroa de espinhos que Ele recebeu na cruz, foi a coroação do seu amor incondicional por nós...  Que coroa agora a Vitória da sua vida sobre a morte, para fazer da sua morte a nossa vida... 

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

"Se" ( Primeira parte )

Algumas palavras me chamam mais atenção do que outras, e sobretudo, agora quando estou iniciando o estudo do grego bíblico. Mas o tema do post é mesmo esta palavrinha, se. No bom português ela forma geralmente uma oração condicional e ela exprime, dúvida e condição em sua base.  Existem porém, outras palavras que também podem exprimir dúvida e condição. Mas, o que nos interessa é só essa palavrinha, se.

No plano de Redenção preparado por Deus, uma Nova Aliança foi feita na sublimidade da Graça em contraste com a Lei.  Isto foi planejado antes da fundação do mundo conforme está em I Pedro 1:18-20: "Sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis... que fostes resgatados. Mas pelo precioso sangue, como de um cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo..." Texto abreviado.

Jesus veio para realizar o plano de Deus e convocando a multidão e seus discípulos, disse: "Marcos 8:34...Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me." O convite inicia-se com o "Se" alguém quer vir... Mas o convite é incondicional, sem imposição, sem uma obrigação recheada de legalismo, como estava o judaísmo naquela época. Noutra oportunidade Jesus disse aos que creram: "...Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos." João 8:31. Novamente o convite é o mesmo, incondicional, e inicia-se com o "Se".

Jesus não veio trazer um modelo de vida, ou um cristianismo teórico, Ele colocou sua própria vida nas Boas Novas do Evangelho, com sua carne e o seu sangue e fez em nós que o recebesse, uma Nova Criatura.  Em João 4:10  lemos, "...Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria". Jesus, é a água da vida, que é oferecida àquele que n'Ele crer. O evangelho faz a transformação em nós, de dentro para fora, de uma maneira que produz a vida em si mesma. A água da vida fluindo em nós, é a condição de possuir a novidade de vida.

O que flui em nós cristãos agora é uma vida abundante onde o Espírito Santo começa a nascer para produzir frutos: "...Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim." João 15:3..." O se do evangelho é assim, feito vida pulsante, que gera frutos, onde o fruto maior é o amor:  "Se guardardes os meus mandamentos, permanecei no meu amor..." João 15:10.  Esta condição do se, traz-nos a idéia da condição sem a imposição do que Deus quer realizar em nós.  O convite traz o livre arbítrio, como uma opção de escolha do homem, uma condição sem imposição.

No início do seu ministério, Jesus foi ao deserto e o tentador lhe disse:  "Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães." Mateus 4:3.  As duas primeiras dúvidas que o tentador lançou sobre Jesus começaram com o se.  Na primeira, foi a sua relação de paternidade com o Pai, e na segunda a possibilidade da sobrevivência humana sem pão.  Jesus respondeu:  "Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus." Mateus 4:4.  Na sua resposta, Jesus não disse nada da sua paternidade, porque não era necessário, Ele era o Verbo Vivo de Deus e o plano da Redenção já estava determinado, somente a carência da fome humana e da Palavra de Deus seriam possíveis. A palavra se, foi lançada como uma dúvida que o inimigo queria semear.

Mas, a dúvida que o inimigo tentou semear, foi achada na vida daqueles que creram. Primeiro vamos ver na vida do apóstolo Pedro. Quando numa travessia do mar foi Jesus ao encontro dos discípulos por sobre as águas e Pedro vendo que era Jesus, disse: "...Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas." Mateus 14:27-28. O que aconteceu depois foi que Pedro reparando na força do vento, teve medo, começou a submergir e Jesus lhe salvando disse: "...Homem de pouca fé, porque duvidaste?"  Mateus 14:29-31. Observaram bem esse texto? Pedro vendo que era Jesus, o seu Senhor, ainda duvidou com o, Se és tu, Senhor...  Este é o Evangelho que permite dúvidas, como faz a palavra se.  Mas, Jesus disse bem nesse texto, que o remédio para a dúvida é a fé!  Porque duvidaste? 

Que falaríamos de Tomé, que disse: "...Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o dedo, e não puser a mão no seu lado, de modo algum acreditarei." João 20:25.  Mas, Tomé foi contado entre os doze, mesmo tendo vivido um se na sua vida.  Esta é a possibilidade do se, que Deus permite à fraqueza humana, enquanto não estabelecida fortemente em sua base, que é Cristo a Rocha Eterna.

Para esclarecer bem o aspecto da dúvida, vamos ver o contraste dela com a fé, que é o remédio para sua solução. No texto que vamos relatar, sabemos que uma grande multidão comprimia Jesus e havia uma mulher que tinha gasto tudo que possuía em vão, pela sua saúde, então, sabendo que Jesus ia passar, decidiu: Marcos 5:25:34  "Se eu apenas lhe tocar as vestes, ficarei curada."  E o que ocorreu nós sabemos nesse texto, que o Senhor Jesus, viu sair virtude de si e disse a ela: "...Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz e fica livre do teu mal." O remédio para o mal daquela mulher, foi a fé.  Aquela mulher acreditou que o Se, era a maior possibilidade da sua cura do seu mal. Sim, ela acreditou que pela fé, tudo era possível ao que crer, mesmo diante às condições desfavoráveis e às dúvidas!  Esta é a fé que cura a dúvida e implanta em nosso coração de cristão uma condição de vida plena em Cristo, que nos amou primeiro.  Não foi só a cura que ela recebeu, pois Jesus disse: A tua fé te salvou...  Ela recebeu o melhor!

Na vida do cristão o Se não pode ser condição de dúvida, mas a condição de fé!  A fé n'Aquele que nos amou primeiro e morreu por nós.  A dúvida não pode ser incluída na vida do cristão, senão a semente da incredulidade pode brotar nas nossas atitudes.  As atitudes que devem ser em amor ao próximo, sem omissão, na ajuda, numa palavra amiga e acolhedora na vida em comunidade, na hora de repartir o pão se o irmão tiver necessidade, semeada com a fé no amor incondicional de Jesus...

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Saudade

I Tessalonicenses 5:21 "Examinai tudo, retende o bem". Este verso eu usei numa conversa com meu filho mais novo sobre certas heresias das literaturas evangélicas. Bem depois da conversa fui verificar por curiosidade nos originais do grego, qual era o verbo empregado neste texto. Descobri o termo grego dokimazete, que tem o sentido de examinar, investigar, interrogar, etc. Este termo é encontrado também nos versos em II Cor 13:5 e I João 4:1. Portanto, aqui esse termo se caracteriza como uma investigação, um exame, (examinar mesmo). Seu entendimento porém é diferente de discernir, pois discernir tem no seu melhor aspecto, o sentido de julgar. 

Esse exame de conferir tudo que se aprende, se faz muito necessário, pois hoje estamos vivendo na era da informática e bem sabemos que as notícias chegam numa velocidade espantosa. A internet é a ferramenta mais utilizada hoje para pesquisas, nos lares, no comércio, indústria, escolas, etc. E como temos visto, a preocupação em se filtrar o que se passa pela tela do computador é crescente pelos pais e educadores, porque a pornografia está invadindo cada vez mais este meio e se faz presente ali. Hoje se praticam os crimes virtuais, e a internet tem sido usada cada vez mais por pessoas inescrupulosas que são na verdade bandidos mascarados que procuram vitimar alguns inocentes, principalmente crianças indefesas.

Quero dizer primeiramente que a ajuda da internet em estudo, em arquivo, noticiário, bem como nas diversas utilizações tem sido muito boa e sua aplicação tem sido crescente. Em segundo lugar, que por outro lado, se for mau usada, poderá ser muito ruim. Quase 50% do acesso hoje é feito em sites de pornografia, o que tem preocupado muito hoje os pais. O que nós cristãos temos com isso na verdade é o alerta de uma redobrada atenção no uso desta ferramenta tão valiosa e boa, mas que por outro lado tem que ter muito cuidado no seu acesso. Basta ter um critério e também uma devida atenção, no limite do seu uso. É crescente o numero de sites e blogs cristãos, e, assim como nas literaturas evangélicas, nós temos que tomar muito cuidado com tudo que se é produzido na internet também.

Olhando o lado positivo, temos muitas matérias evangélicas boas que estão sendo divulgadas e que poderão estar sendo bem utilizadas como ferramenta de estudo, devo dizer que tenho feito muitas descobertas, que tem me ajudado muito nos meus estudos. Na internet temos blogs de geografia bíblica, arqueologia, história e wikipédia de grandes servos que viveram desde o início da era cristã. Portanto, se faz necessário filtrar, para depois usá-la como recurso de ajuda, muito valioso para nós e os nossos irmãos. Tem muita coisa boa que eu desejaria indicar; quero postar matérias de outros blogs, mas estou esperando meu filho me ensinar, pois eu sou um novato e fico inibido diante da máquina. E estou aguardando que surjam colaboradores, para me ajudarem na construção deste blog que tem como objeto o louvor e conhe-cimento do Senhor. Uma construção não se faz sozinho.

Queria fazer uma pausa para dizer que devemos ter cautela com as coisas que temos em nosso lar, para fazer um bom proveito delas, pois, essas coisas podem e devem ser benção, porque não?!  Paulo em  IICor 13:5 advertiu: "Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados". Devemos nós mesmos ser juiz de nossas atitudes e procedimentos diante do Senhor. Em casa ninguém pode nos vigiar, nós é quem somos responsáveis por nós mesmos e pelos nossos filhos. Que benção estamos buscando?  Que utilidade ela vai ter para a obra de Deus?

Nessa minha inquietação, eu senti saudade de uma pessoa que há mais de 20 anos vi pregar lá em Minas, onde nasci. Era um jovem obreiro e na época quando tinha oportunidade, usava da boa Palavra de Deus e dava muito gosto em ouvi-lo. Era um daqueles irmãos que tinha sempre a Graça de Deus nas palavras, que deslizam suaves aos ouvidos e o entendimento se abre com facilidade. E não me esqueço uma mensagem que deixou num dia em que fez uso do altar. Naquela época como a internet era coisa muito rara, ele disse que muitos irmãos, assim que o culto terminava, chegando em casa, jogavam a Bíblia num canto qualquer, ligava a televisão, esquecendo-se do que foi falado na igreja.

O que aquele jovem obreiro disse, foi de uma colocação bem feita. Disse que a maioria se omite de conhecer o Senhor, trocando a oportunidade de conferir a Palavra de Deus, por um clik na tevê. Dizia, com muita Graça que se estava perdendo o discernimento das verdades bíblicas, perdendo verdadeiramente a visão da Palavra de Deus por causa da televisão, que deveria ser um entretenimento apenas. E soube dizer, que o erro estava na omissão do discernimento do ensino, que faz no examinar as escrituras. O problema, era a falta de visão de muitos irmãos da direção de Deus, para o crescimento espiritual. E senti saudade hoje de ouvir essa pessoa que foi usada com tanta simplicidade, que sem conhecimento de grego, mas num bom português falava com tanta ousadia. Que Deus possa achar hoje em nós, uns dos "7 mil que não dobraram seus joelhos a Baal..." I Reis 19:18. Senti uma grande saudade desse obreiro, que faz um bom tempo já não está entre nós, pois Senhor o tomou para si.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Reflexão

"Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o Senhor Deus. Portanto, convertei-vos" Ezequiel 18:32. Estou iniciando a leitura de um resumo de “O pensamento vivo de Jung”. É uma edição bem resumida da Ediouro, do Grupo Coquetel. Na capa, podemos ler: "A morte de qualquer homem diminui-me porque, estou englobado na humanidade". Achei muita semelhança deste pensamento com a Palavra de Deus, pois parece demonstrar um aprendizado. Um médico preocupado com a perda de uma vida. Jung  por certo, deve ter ajudado muitos enfermos e assistiu a morte de algum paciente. Isto doeu nele e certamente lhe causou pesar.


Lendo as primeiras páginas, já descobri que ele foi médico-chefe de um hospital psiquiátrico em Zurique, Suíça. Fez várias conferências na área da psicologia, participou de congressos internacionais de psicanálise; e além médico, conferencista, foi escritor, pensador, etc. Estou apenas iniciando a leitura e me interessa refletir no que realizou. Não encontrei até agora, nenhum relato da sua religião, pois acho isto totalmente irrelevante. O carácter de uma pessoa, não pode ser mensurada pelo dogma, pois o dogma só serve para escravizar o homem.

Lembrei-me inicialmente da parábola do bom samaritano, onde o convite da Palavra de Deus é para o amor na dimensão do próximo. Em Lucas 10: 25-37, nós lemos que Jesus ao ser interrogado por um certo doutor da lei, contou essa parábola onde dizia, que havia um homem caído à beira do caminho, pois tinha sido emboscado por ladrões que lhe despojaram. Passaram por ele três pessoas, um sacerdote, um levita (que cuidava do templo) e o bom samaritano. Somente o bom samaritano acudiu aquele homem ferido e necessitado de socorro. Depois do relato desta parábola e vendo a hipocrisia do seu interrogador, Jesus fez a pergunta que está no versos 36 e 37: "Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores? Respondeu-lhe o intérprete da Lei: O que usou de misericórdia para com ele. Então, lhe disse: Vai e procede tu de igual modo". A misericórdia demonstrada àquele homem caído se revelou na dimensão do amor, e amar, como diz a Palavra, é cumprir com o Mandamento de Deus. Aqui, vemos que Jesus demonstra que Deus se revela no amor.


Gosto de poetas e filósofos que são humanos, porque o bom samaritano se identifica com eles. Não quero dar glória ao homem, mas desejo que Deus seja louvado, sempre que eu ver a solidariedade e a bondade nas pessoas. Há um aprendizado para mim nisto. Não tenho medo de ser julgado, eu temo é pela máscara da religião hipócrita que Deus abomina. Existem muito religiosos que se escondem atrás de uma Bíblia para cometer erros, não só os erros de doutrina,  mas contra o próprio ser humano. "Eu não preciso vestir a farda da religião, para confessar a minha fé". Devo fazer minha confissão de fé nas minhas atitudes para com meu próximo, onde nós temos a oportunidade de demonstrar e viver o amor.


Esta parábola nos mostra, que Jesus simbolizando o Bom Samaritano, veio buscar os caídos, que somos nós. Ele veio curar as nossas feridas e nos resgatar. Jesus quando fez o relato desta parábola não ousou censurar o sacerdote ou o levita, que passaram de largo e não acudiram aquele homem. Jesus não teceu comentário algum sobre eles, simplesmente os ignorou. Não atirou pedra neles. Pois para Jesus a religião é desprezível, obsoleta e muitas vezes travestida de uma hipocrisia; que deve ser denunciada. Mateus 23:15 "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito;e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós". 


Há algum tempo atrás, lá em Minas onde eu residia, um pastor me disse: "A grande comissão de Jesus para a igreja se consiste apenas no Ide" e citou então, Mateus 28:19 onde Jesus diz: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo". E logo depois foi dizendo que esse negócio de caridade é coisa de Igreja Católica e argumentou todas suas afirmações! Mas, como podemos ver a Palavra de Deus diz em Tiago 2:17: "Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta".  Também temos ainda, que Jesus falou no evangelho de João 15:5, que a vara que esta ligada n’Ele produzirá fruto, "Eu sou a videira, vós os ramos. Quem permanece em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer". Por isto mesmo, nós devemos sempre  avaliar os conceitos bíblicos para não errar.  


Portanto, penso que a causa social deve ser alguma coisa que preocupe a nós evangélicos, sim! Todos nós, somos responsáveis pelo que está ocorrendo hoje no nosso meio. Não podemos transferir tão somente para a Igreja Católica atender aos necessitados. As igrejas evangélicas estão arrecadando muito. Está se construindo grandes templos em bairros muito pobres. No bairro aqui onde estou residindo, temos muito mais igrejas evangélicas do que botequim de cachaça, e a violência não está diminuindo. A causa social é uma obrigação de todos, por isso, nós não podemos ser omissos.


Li somente as três primeiras páginas deste livro e parei para fazer essa reflexão, pois tenho outras tarefas e ainda não pude concluir a leitura. Espero poder fazer agora e com um interesse maior. Se por acaso não achar no livreto nenhum registro da sua religião até a conclusão da leitura, não me importarei! Mas se encontrar ali as marcas de um bom samaritano na vida deste homem, então vou me dar por satisfeito.