sábado, 21 de agosto de 2010

Que posso fazer ? ( Parte III )


A história da mulher que quebra o vaso de alabastro e derrama um perfume de nardo puro, sobre a cabeça de Jesus, encerra este tema. Temos a nossa narrativa no Evangelho de Marcos 14:3-10. No entanto, Mateus e João também narram essa mesma passagem, mas com alguns detalhes diferentes, porém, em Marcos temos o detalhe que mais nos interessa neste tema.

Jesus estava em Betânia e sabia que chegava a hora do seu sacrifício, quando de repente surge Maria e quebra aquele vaso com um precioso perfume sobre sua cabeça.  As pessoas presentes ali admiram o gesto que ela faz e alguns com censura, pois era um caríssimo perfume.  Segundo diziam eles, poderia ser vendido por um bom dinheiro, ajudando assim aos pobres. O Senhor então disse: "...Deixai-a; porque a molestais? Ela praticou boa ação para comigo. Porque os pobres, sempre os tendes convosco e, quando quiserdes, podeis fazer-lhes bem, mas a mim nem sempre me tendes"  Marcos 14:6-7. O que ela fez seria contado por todo o mundo para memória sua, onde fosse pregado o evangelho, foi que disse o Senhor Jesus.

As três dimensões da análise que estamos fazendo, se conclui no final do post pois vimos na primeira parte a história vivida por Jeremias, quando ele foi a casa do oleiro e viu o barro sendo formado em vaso.

Na segunda parte, Davi achou uma rachadura em sua vida, e sabemos pela sua história que ele viu a necessidade de um concerto com Deus; um reparo no seu vaso.

Nesta terceira parte Maria quebra totalmente o seu vaso. Derramando ela um precioso perfume sobre a cabeça de Jesus, em razão de sua gratidão a Ele.

É para este gesto de Maria que todo mundo se volta agora, e alguns deles muito indignados; como pôde uma pessoa fazer tão grande desperdício?  Mas ela não teve dúvidas quando viu aquela oportunidade, que no seu entender seria a melhor forma de prestar sua homenagem, àquele que amava, sim!  Jesus era o objetivo único da sua vida e o merecedor de todo apreço que havia em seu gesto. Foi uma ação decisiva e ela não se rendeu diante de seus espectadores. Não pensou se haveria ou não espanto pela sua atitude rompante, de improviso. Aquele gesto não foi um ato impensado, não foi inconsequente. Ela sabia que estava diante de Jesus, o objeto de toda a sua adoração.

Procurando em algumas fontes, descobrimos dois detalhes muito interessantes nesta passagem.  Primeiro que o alabastro é composto de uma argila, ou pó. Esta argila é de uma rocha muito branca e deixa o vaso translúcido, transparente.  Isto é, deixa assim transparecer o que contém no seu interior. Simbolicamente, talvez nós poderíamos afirmar que Maria, queria se declarar ali naquele gesto, ela queria deixar transparente o seu amor maior por Jesus.

O segundo detalhe é o que diz a tradição judaica, que quando uma pessoa quebra um cálice, uma taça, enfim, um vaso, está querendo dizer então publicamente que aquele objeto não será mais usado para aquele propósito.  Isto simbolicamente poderia significar muito bem que ela estava declarando ali que a sua vida não tinha mais razão de ser... De existir.  Na visão que Maria tinha do seu cosmos, era de que a vida simplesmente se encerrava ali.

Para Maria o vaso quebrado não foi apenas com objetivo de derramar o perfume, ela estava afirmando que sua vida estava se iniciando sobre a vida de Jesus.  Viu que naquele gesto deixaria confessado, aquilo que guardava de mais precioso no seu coração, e bem no íntimo. Ela queria declarar publicamente que sua vida perderia a razão se não fosse sobre a vida de Jesus. Na sua cosmo-visão, seu sentimento era a sua expressão do seu amor ao Senhor da sua vida.  Por isto ela quebrou seu vaso, como se quebra um coração diante da irresistivel presença do seu merecedor.  Ela pensou, creio eu talvez, certamente isto:  Ele vai para o Calvário me dar a única chance que eu tenho para viver...

Hoje as igrejas estão cheias de gente preocupadas em prestar um louvor ao Senhor e muitas vezes, fazem um verdadeiro teatro, mas qual será a intenção e o objetivo?  Se for de uma verdadeira adoração, quero estar junto para glorificar ao nosso Deus, com um glória, e um amém!  Mas, nós estamos esquecendo do que é maior, e o mais importante. E o mais importante Jesus destacou nesta passagem que nós iremos ler e conferir. Vamos colocar agora isto em destaque para a nossa reflexão. Jesus pediu, vejamos nos versos que já lemos acima, que eles não molestassem aquela mulher por aquele gesto.  Além de ter sido uma boa ação para com Ele, aquela era a última chance que eles estavam tendo, de poder fazer o mesmo que ela fez; isto mesmo!  E Jesus disse...mas amim nem sempre me tendes. 

O que o Senhor queria dizer ficou tão claro e evidente.  Leiamos com atenção agora para entender quais foram as suas palavras no versículo sete: Porque os pobres, sempre tendes convosco e, quando quiserdes, podeis fazer-lhes bem, mas a mim nem sempre me tendes".  Olha só que ensinamento deixou-nos o Senhor para nós.  O amor ao proximo! Jesus estava querendo dizer: "Eu não vou mais estar aqui, mas os necessitados, sim!" Querem tambem quebrar o vaso? Querem fazer uma boa ação?  Então, está na hora! Pois os pobres sempre tendes convosco e são estes os que mais precisam. São estes os que mais precisam ser o objeto do vosso amor. E são os necessitados que precisam ser acolhidos por vós.

No dia do grande julgamento, Jesus disse que vai haver uma separação, uns irão para a direita e outros para a esquerda. Somente as suas ovelhas, ouvirão as suas palavras que estão em Mateus 25:34-40 "Vinde, benditos de meu pai!  Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e me deste de comer; tive sede, e me deste de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizeste a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes".

Que posso fazer ?  Parece ser esta a pergunta que titulei nos três post e que ficou ainda sem resposta.  Vou dar então uma resposta minha, olhando para dentro da minha vida, com essa oração:  "Ah, meu Senhor me perdoa e me restaura, pois eu sou assim mesmo tão cheio de defeitos, e tão inacabado. Sou um vaso imperfeito e só as tuas misericordias podem ser o meu socorro. Quantas oportunidades eu perdi de fazer o bem aos necessitados, deixando para os outros fazerem. Ah, não sei dizer quantas e quantas vezes eu fui tão omisso. Mas hoje essa causa me comove, e quero ir à luta, por isso te peço, Senhor! Toma o meu coração que ainda é teu, restaura minha vida, e cuida de mim"...

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