quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Reflexão

"Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o Senhor Deus. Portanto, convertei-vos" Ezequiel 18:32. Estou iniciando a leitura de um resumo de “O pensamento vivo de Jung”. É uma edição bem resumida da Ediouro, do Grupo Coquetel. Na capa, podemos ler: "A morte de qualquer homem diminui-me porque, estou englobado na humanidade". Achei muita semelhança deste pensamento com a Palavra de Deus, pois parece demonstrar um aprendizado. Um médico preocupado com a perda de uma vida. Jung  por certo, deve ter ajudado muitos enfermos e assistiu a morte de algum paciente. Isto doeu nele e certamente lhe causou pesar.


Lendo as primeiras páginas, já descobri que ele foi médico-chefe de um hospital psiquiátrico em Zurique, Suíça. Fez várias conferências na área da psicologia, participou de congressos internacionais de psicanálise; e além médico, conferencista, foi escritor, pensador, etc. Estou apenas iniciando a leitura e me interessa refletir no que realizou. Não encontrei até agora, nenhum relato da sua religião, pois acho isto totalmente irrelevante. O carácter de uma pessoa, não pode ser mensurada pelo dogma, pois o dogma só serve para escravizar o homem.

Lembrei-me inicialmente da parábola do bom samaritano, onde o convite da Palavra de Deus é para o amor na dimensão do próximo. Em Lucas 10: 25-37, nós lemos que Jesus ao ser interrogado por um certo doutor da lei, contou essa parábola onde dizia, que havia um homem caído à beira do caminho, pois tinha sido emboscado por ladrões que lhe despojaram. Passaram por ele três pessoas, um sacerdote, um levita (que cuidava do templo) e o bom samaritano. Somente o bom samaritano acudiu aquele homem ferido e necessitado de socorro. Depois do relato desta parábola e vendo a hipocrisia do seu interrogador, Jesus fez a pergunta que está no versos 36 e 37: "Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores? Respondeu-lhe o intérprete da Lei: O que usou de misericórdia para com ele. Então, lhe disse: Vai e procede tu de igual modo". A misericórdia demonstrada àquele homem caído se revelou na dimensão do amor, e amar, como diz a Palavra, é cumprir com o Mandamento de Deus. Aqui, vemos que Jesus demonstra que Deus se revela no amor.


Gosto de poetas e filósofos que são humanos, porque o bom samaritano se identifica com eles. Não quero dar glória ao homem, mas desejo que Deus seja louvado, sempre que eu ver a solidariedade e a bondade nas pessoas. Há um aprendizado para mim nisto. Não tenho medo de ser julgado, eu temo é pela máscara da religião hipócrita que Deus abomina. Existem muito religiosos que se escondem atrás de uma Bíblia para cometer erros, não só os erros de doutrina,  mas contra o próprio ser humano. "Eu não preciso vestir a farda da religião, para confessar a minha fé". Devo fazer minha confissão de fé nas minhas atitudes para com meu próximo, onde nós temos a oportunidade de demonstrar e viver o amor.


Esta parábola nos mostra, que Jesus simbolizando o Bom Samaritano, veio buscar os caídos, que somos nós. Ele veio curar as nossas feridas e nos resgatar. Jesus quando fez o relato desta parábola não ousou censurar o sacerdote ou o levita, que passaram de largo e não acudiram aquele homem. Jesus não teceu comentário algum sobre eles, simplesmente os ignorou. Não atirou pedra neles. Pois para Jesus a religião é desprezível, obsoleta e muitas vezes travestida de uma hipocrisia; que deve ser denunciada. Mateus 23:15 "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito;e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós". 


Há algum tempo atrás, lá em Minas onde eu residia, um pastor me disse: "A grande comissão de Jesus para a igreja se consiste apenas no Ide" e citou então, Mateus 28:19 onde Jesus diz: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo". E logo depois foi dizendo que esse negócio de caridade é coisa de Igreja Católica e argumentou todas suas afirmações! Mas, como podemos ver a Palavra de Deus diz em Tiago 2:17: "Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta".  Também temos ainda, que Jesus falou no evangelho de João 15:5, que a vara que esta ligada n’Ele produzirá fruto, "Eu sou a videira, vós os ramos. Quem permanece em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer". Por isto mesmo, nós devemos sempre  avaliar os conceitos bíblicos para não errar.  


Portanto, penso que a causa social deve ser alguma coisa que preocupe a nós evangélicos, sim! Todos nós, somos responsáveis pelo que está ocorrendo hoje no nosso meio. Não podemos transferir tão somente para a Igreja Católica atender aos necessitados. As igrejas evangélicas estão arrecadando muito. Está se construindo grandes templos em bairros muito pobres. No bairro aqui onde estou residindo, temos muito mais igrejas evangélicas do que botequim de cachaça, e a violência não está diminuindo. A causa social é uma obrigação de todos, por isso, nós não podemos ser omissos.


Li somente as três primeiras páginas deste livro e parei para fazer essa reflexão, pois tenho outras tarefas e ainda não pude concluir a leitura. Espero poder fazer agora e com um interesse maior. Se por acaso não achar no livreto nenhum registro da sua religião até a conclusão da leitura, não me importarei! Mas se encontrar ali as marcas de um bom samaritano na vida deste homem, então vou me dar por satisfeito.

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