sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Eternidade














Mora em mim alguma coisa
que não é uma quimera,
ou ilusão,
nem é também um desejo
de viver apenas.
Mas, mora em mim
como uma coisa forte,
mais forte que meros mortais
não podem compreender...
E este desejo de viver
que mora em mim
é assim tão contundente,
como a fome e a sede
que não se consomem.

Mora em mim alguma coisa
tão inquietante
que vai muito além,
muito além do infinito
que desejaria dominar.
Sei que mora em mim
alguma coisa inebriante
que revelará um dia,
quem semeou nos meus sonhos
mais velados,
esse desejo de um viver pulsante
que mora em mim.

Mora em mim eu sei
e haverei de encontrar um dia
quem semeou essa semente,
que fez brotar
esse encantamento em mim.
Esse encantamento
que vem despindo,
despindo minha alma nua,
de uma existência tocante
que não vivi ainda.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Passa por cima













Para compreender bem o significado do perdão dentro do conceito bíblico, devemos entender como o pecador é um devedor espiritual. Sabemos que Deus não tolera o pecado, porém ama o pecador. O pecado é uma transgressão que gera uma dívida e, o pecador estando em débito desta obrigação, necessita do cancelamento dela. Perdoar significa, literalmente, remissão ou cancelamento da culpa. Vamos tratar deste assunto neste post.

Nos dias de Miquéias, o povo de Deus estava entregue ao pecado e os falsos governantes haviam trazido ilusão e destruição sobre eles - a condenação por certo era o cativeiro. Na terra não havia verdade. Se o povo não tivesse rejeitado o conhecimento e a lei de Deus haveria cura e restauração, mas o povo era obstinado em errar. A advertência vinha através dos profetas por causa do amor de Deus e Sua misericórdia sobre eles. Vejamos então:

Miquéias 7:18 "Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniqüidade e te esqueces da transgressão do restante da tua herança? O Senhor não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia". Deus se revela ao homem e não há outro. O perdão foi a prerrogativa de Deus escolhida para resgatar o homem através do sangue de seu Filho no Calvário.

Buscamos a tradução do verso de Miquéias 7:18 no original hebraico e, conforme a Bíblia King James encontramos: "Quem [é] um Deus semelhante a ti, que perdoa a iniqüidade, e passa por cima da transgressão do resto da sua herança? Ele não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer [no] misericórdia." A diferença que observamos foi que ao invés de: ...e te esqueces da transgressão, a versão original diz: ...e passa por cima da transgressão.  Isto nos dá um outro entendimento do texto e, de acordo com a transliteração dos originais encontramos a definição sucinta de passa por cima, que é exatamente: Alienar. Conclui-se assim que Deus não esquece da nossa transgressão, mas Ele se afasta desta realidade ou se aliena dela.

A definição de alienar no nosso dicionário é: afastar-se da realidade ou desviar-se delaO conceito de alienação humana de acordo com a psicologia e a psiquiatria, é usada para designar que uma pessoa está enfraquecida em sua relação com o mundo. Em geral, uma pessoa alienada é aquela que perdeu a sua identidade e vive uma patologia associada a algo que não lhe é próprio.

Os deuses pagãos eram símbolos do funcionamento da natureza, mas não se fazia tais afirmações para nenhum deus falso. Quem é como o Senhor? Perdoador de pecados, o Redentor da sua culpa, o Dominador do seu poder? A mensagem do profeta era tomada à partir da Revelação de Deus de Si mesmo.

No Monte Sinai Moisés destacou como o Senhor tem prazer em perdoar e se compraz em ter misericórdia sobre o homem.  Deus não pode negar e nem se afastar do que Ele é, mas, pela Sua misericórdia se afasta (aliena) da realidade humana frágil e contraditória, foi isto que o profeta transmitiu, porque Deus não pode negar-Se a Si mesmo. A misericórdia é um dos atributos de Deus e os atributos são características pessoais que revelam o tipo de personalidade, aspecto e coisas semelhantes. Alguns dos atributos de Deus que conhecemos na Sua Palavra são: Amor, Justiça, Misericórdia, Bondade, Graça, Unidade, etc.

O profeta disse, quem é semelhante a ti? Que pode perdoar? Ele é o único que tem prazer na misericórdia. Ele está pronto para salvar mais do que destruir, mostra-nos que não retém sua ira para sempre.  E nada poderia agradar tanto a Ele que o arrependimento e o retorno do pecador, daquele que cometeu a ofensa, a ofensa pela qual ele pode morrer nela para sempre. Portanto, esta é a chance d'Ele se manifestar e mostrar a sua misericórdia. Deus exerce juízo sobre o pecado, passa por cima da transgressão e aguarda que aqueles que cometem a ofensa, se voltem para Ele para ter a oportunidade de receber a compaixão, é necessário apenas um arrependimento sincero.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Perder...


















Perca o medo,
pois, o segredo é perdoar
e render-se à graça
para ser abençoado.
Supere os obstáculos
e adquira experiência,
pois, o que marca a memória
muda o rumo da vida.
Deixa Deus crescer em você,
aprenda apenas
que perder é ganhar.

Perdoar é perder as algemas
e render-se à misericordia.
Perdoar é soltar-se das algemas
e sentir-se livre.
Porém, devemos deixar livre antes,
aquele que nos algemava,
porque, quando nós perdemos
o nosso prisioneiro,
encontramos a graça de Deus.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Perdoar é...


"Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete, mas, até setenta vezes sete." Após este acontecimento, Jesus contou a parábola do credor incompassivo, que se encontra em Mateus 18:21-35 e que narramos a seguir. 

Um rei queria fazer conta com os seus servos e, tendo achado um que lhe devia uma grande soma, mandou que fosse vendido a sua mulher, filhos e tudo quanto possuía para pagamento da dívida. Então aquele servo pedindo pela generosidade do seu senhor, clamou dizendo que pagaria aquela soma e obteve compaixão. Entretanto, saindo dali aquele servo, encontrou um conservo seu que lhe devia uma pequena soma e lançando mão dele, sufocou-o, exigindo o pagamento da dívida e sem demora mandou encerrá-lo numa prisão. Após este fato, os outros conservos vendo o ocorrido, foram ao rei e lhe contaram tudo. Então, o senhor daquele servo malvado mandou chamá-lo e disse-lhe: "...perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste, não devias tu igualmente ter compaixão do teu companheiro, como eu tive misericórdia de ti? E indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse o que devia. Assim vos fará também meu Pai celestial se de coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas." 

Temos no Novo Testamento dois termos gregos que são traduzidos por perdoar. Em primeiro lugar veremos aphiemi que significa: deixar de lado, abandonar, permitir, perdoar, tolerar. Em segundo, o termo apoluo que significa: liberar, perdoar, libertar. Notamos então, que perdoar não é esquecer e, como podemos ver em II Corintios 5:19, Deus fez a reconciliação do mundo não imputando o seu pecado, nos dando a palavra da reconciliação. Não imputar no original significa não levar em conta ou deixar de lado.

Imaginemos bem se todas aquelas pessoas a quem nós magoamos não nos perdoasse, o que seria de nós? Não acho que seja fácil confrontar pessoas que guardam o ressentimento, pois creio que somente ganha aquele que tem facilidade de perdoar, porque quem perde ganha. A compaixão se revela na medida do perdão, pois na medida que perdoamos seremos perdoados.  

Na Oração do Pai Nosso, Jesus ensinou como devemos orar: "e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores." A lição é a mesma, pois quem está praticando o perdão, está tendo a chance de cancelar a dívida, que lhe era devida. Deduzimos que, se aquele servo abrisse mão de uma dívida menor, teria obtido perdão da sua dívida que era maior.

Como vimos nesse texto acima, era necessário àquele servo perder para ganhar. Também creio que seja este o maior ensinamento sobre o perdão: Perdoar significa perder, pois quem aprende a perder para perdoar, está dando chance ao seu senhor de trazer a justiça sobre sua vida. 

Perdoar é perder também as algemas que amarram as memórias, pois quando não se sabe perdoar, então é que as recordações se insurgem como grilhões e aprisionam as pessoas trazendo sofrimento. É preciso aceitar voluntariamente a perda para ganhar a liberdade. Deus nos chama a perdoar assim como Ele perdoa, porque o perdão é condicional. Quando perdoamos alguém, deixamos de atribuir a ele da culpa de sua ofensa. Com isto estamos libertando esta pessoa da sua dívida e estaremos encontrando com a misericórdia de Deus. 

sábado, 18 de dezembro de 2010

COSMO-NAUTAS.





                                         Busque primeiro o Reino de Deus 
                           pois os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis.

                      Quando eu era criança, falava como criança. 
       Mas quando me tornei adulto, meus pensamentos se desenvolveram 
                               muito além dos pensamentos da minha infância 
                                         e agora deixei as coisas de criança.

         Assim como a fé, o amor sem obras é morto. Pois quem não ama ao seu irmão é mentiroso. E como você quer amar a Deus a quem você não vê se você não ama ao próximo a quem vê?

         Nesse caso os filhos das trevas são mais sábios que os filhos da luz posto que granjeiam amigos com as riquezas ilícitas desta terra. Talvez seja desnecessário lembrar que toda riqueza temporal é ilícita perante Deus, que da irmandade exclama: 
          Oh! Que bom e que suave é que os irmãos vivam em união

          Enquanto Pedro é esclarecedor ao afirmar: importa obedecer a Deus do que os homens. Infelizmente as pessoas crêem em uma idéia de Deus, mas Pedro faz referência ao próprio Deus ao qual servia.

          Para amar não temos que lutar como todos pensam. O amor nos impõe uma entrega com insistência, com perseverança, sem esmorecer até que o amor vença.

          O amor que é difícil de ser praticado é quase impossivelmente entendido, talvez por ser tão simples e óbvio, pois melhor coisa é dar do que receber, e aquele que sabe fazer o bem e não faz, comete pecado.

           Se fossem dez, os mandamentos divinos, bastaria a transgressão de um só para gerar condenação e quem de nós está isento de atos e pensamentos que, a todo tempo, nos traem e nos faz a todos réus confessos e cúmplices de uma postura degradante e universal ao fechar os olhos para esse conhecimento. Quando não usamos de misericórdia uns com os outros descumprimos a Lei Áurea: Amar ao próximo como a você mesmo - pois nisso se resume toda lei e todos os profetas, sendo o propósito divino para a humanudade que adverte-nos: À medida que tiverdes misericórdia recebereis a misericórdia e com a medida que medirem, vocês serão medidos.

           Será que amar não é apenas a capacidade de se entregar?

            A maior virtude do grande general Naamã não foram suas bem sucedidas vitórias bélicas, nem seu status ao lado do rei da Síria, dentre outras riquezas e poderes, mas sim a simplicidade de ouvir o seu soldado que o orientou a fazer o que o profeta lhe dissera (pelo oráculo divino) o banhar-se nas barrentas e turvas águas do sinuoso e singelo Rio Jordão.  A sabedoria de Naamã foi vencer a maior batalha de sua vida: a capacidade de se entregar.

           Assim também Jesus só se tornou "O Cristo" quando entregou sua vida aos homens e na sua morte entregou-se absoluto à vontade de Deus.

           A ninguém devam alguma coisa a não ser o amor. Muitos consideram suas arrogantes e materialistas metas, como sinal de êxito, que após conquistarem se frustram por se saberem infelizes e não realizados nos quesitos da espiritualidade. Afinal a vida do homem não consiste na abundância do que ele possui mas sim do que ele é. Ainda: Louco, hoje pedirão conta da sua alma e o que tem para quem será?

          Todo homem que se privou de viver é paupérrimo de espírito.

           Para alguns seu caráter é uma fraude, uma persona. Pois para ser grande precisamos ser inteiros, nada exagerando em nosso caráter como também não excluindo. Só nos realizamos quando nos superamos, nos surpreendemos. Se você é do tamanho que nasceu, o que espera da sua vida, da sua morte e a sua eternidade?

          O Cristo que ressuscitou não teria valor se não fosse realizador em vida e excelentíssimamente nobre ao morrer.

           Comece hoje a sua eternidade, afinal ela já é.

           Mas aquele que não tem cuidado dos seus, especialmente a própria família, não tem direito de dizer que é cristão. Tal pessoa é pior que o incrédulo e que o fiel.

           Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face, tão claramente como Deus vê, agora mesmo, o interior do meu coração.

Autor Pedro: Editado em  09/09/2006. 

domingo, 12 de dezembro de 2010

Turíbulo















Tenho de ir.
Nem tenho rumo, como ir ?
Ah! enganamos a nós mesmos.
Desejo de ficar 
é por conta 
de alguma alegria,
ou espanto do bom, 
ou prosa sem fim.


As coisas que se carece,
são puras e simples
e que sempre tá com o irmão.
De nada adianta, 
o tudo, vira ilusão,
de você, amigo,
não me despeço, por emoção.


Deixei portas e janelas
a entrar o sol.
Vou ali, volto já,
gente da sua espécie
ninquém quer se desligar.
Guerreiro da melodia,
de poemas, arte e diversão.
Que divide por noite afora
encantos de viola,
que une diferentes,
em plena comunhão.


O tempo que vira-vira,
precisa paciência.
É ele quem nossa ausência, marca,
tempo de voltar.


Autor: Pedro.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Que caminho é este ?

                                      

Gostaria de dar como resposta a esta pergunta que titula o post esta breve reflexão sobre o caminho cristão. Provérbios 14:12-13 diz assim:  "Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos de morte. Até no riso terá dor o coração, e o fim da alegria é tristeza." Na busca pela felicidade o homem quase sempre tem escolhido um caminho a seguir que nunca leva a um bom termo. Repousa na cultura de consumo uma idéia de que se consiga tudo para ter prazer. Nessa busca desenfreada, o sofrimento torna-se, existencialmente algo inaceitável. O conceito que se faz de bem estar, de viver e de ter as coisas, em geral provocam deformações.  Isto gera no homem incertezas, sua estrutura se desmorona e um vazio se instala. Portanto, o rumo que decidimos tomar se torna fundamental para alcançar os nossos objetivos.

Só haverá uma alternativa quando a escolha, terá que ser feita por nós. Por isto mesmo, temos que fazer a escolha certa para tomar o rumo certo. E este que nós denominamos ser o caminho cristão, é a melhor opção. Jesus não ocultou que a decisão em segui-lo trazia a possibilidade do sacrifício, e o sofrimento portanto, seria inevitável. Leiamos em  Mateus 16:24 "Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me."  Nesta convocação temos quatro implicações em seu contexto e desejamos analisar cada uma delas. 

A primeira implicação era: Se alguém quiser vir após mim...  Estas palavras de Jesus foram precedidas do Se e, como sabemos, o "se" forma uma oração condicional. Esse chamado era voluntário, era somente para quem desejasse, dependeria apenas da disposição de quem ia fazer aquela escolha.

A segunda implicação era esta: Renuncie-se a si mesmo...  Essas palavras indicam que esta escolha teria como conseqüência uma completa renuncia, pois isto indicava abdicar-se de si mesmo. Quem faz esta escolha tem como única opção, viver na dimensão do discipulado. Talvez seja esta a maior marca que o cristão carregue na sua vida e em suas relações na comunidade.

A terceira implicação: Tome sobre si a sua cruz... Essas são as palavras que demonstram que o sofrimento seria uma presença constante na vida de quem tomou tal decisão. Esta escolha deve ser bem compreendida na vida de quem serve a Jesus e se dispõe a segui-lo.  Tomar sobre si a cruz significa, como diz uma música, é ser livre de tudo, ser servo de todos...

A quarta implicação:  Siga-me... Essa palavra é um chamado.  Para ter uma melhor compreensão do texto, recorremos aos originais e encontramos o termo grego akoloutheo, que foi empregado aqui e 89 vezes no Novo Testamento. Quase sempre se refere àqueles que seguiam Jesus. Pode ser entendido por acompanhar, e a função do discípulo é acompanhar o mestre. A origem desse termo tem o prefixo a de (alfa) e keleuthos (uma estrada, caminho). Porém, sua definição é mesmo, a seguir.  Este verbo está no imperativo indicando ordem ou convocação.  O caminho cristão é o desafio fascinante que nos remete a compreender que esta decisão é para a vida inteira e por toda vida...

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Recordar é sofrer













Sucumbo em vesir de saco e das cinzas
prá dizer as coisas que quero.
Erguer.
Levantar.
Mencionar.
E o levantar estático, estratificar
sem rumo galgar
cada camada
uma verdade acabada
busca, que não quero mais.
Recordações atrozes
memórias velozes
sofrer overdoses.
Bastam! Quero Luz
Não o brilho de caprichos de ser
um ser a minguar.
Quero trazer a memória o que pode me dar esperança.
Portanto creiam
pois a fé, já não é de todos.
E temos sorte se agora é aqui.
Lembrem e perdoem-me pois
quando tenho que explicar
minha comunhão com Deus... 
eu a perco.
Lembrem-se.  Alegrem-se.

Autor:  Pedro. 

domingo, 5 de dezembro de 2010

SIMONIA



















E que não era de ser assim!
de tão distante terra,
a criança-quimera Flor-Branca
primavera do meu jardim.
... Silêncio enebriante,
    do nada, a dor de des-montes.

Pequena reluzente,
verdejante olhar.
Pomar de cheiro e sabores,
fios e raios, cabelos ao sol.
Pele rosada
cachos em caracóis.
Sorriso d'maré, prateado ao luar.
... constelação tem mais estrela,
    mais um anjo no coral.

Dedilhar cordas suaves da viola,
som de saudade ao encontro
encanta o desejo
braços dados esperança.
Alma-menina alcança
no toque singelo, melodia e voz.
... bailam afortunados à sina,
    os arrodeados por ti. 


Autor: Pedro.  

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A igreja deve fazer...

Restaurar como Cabeça de todas as coisas da Igreja, o Senhor Jesus. Realinhar-se à Cristo na edificação de Sua Igreja. Esvaziar-se de toda ingerência humana, e de tudo que pesa como o pecado e embaraços, dificultando a Igreja de ser levada pelo vento do Espírito e correr a carreira que lhe está proposta. Eliminar tudo que alimenta a carne, fortalece a influência do mundo e satisfaz o diabo de dentro dela, desviando-a assim do propósito de Seu Eterno Noivo e até retardando a Sua vinda para buscá-la.
Hoje foi estabelecido um governo paralelo ao de Cristo: Humano, interesseiro, que alimenta o ego, fortalecendo a carne em sua sede de poder, vaidade e estrelato, que contribui para que verdadeiros impérios se estabeleçam sobre os cristãos, cheio de regras e mecanismos, e modismos, que contribuem para que a Igreja fique cheia de crianças espiritualmente fracas e facilmente dominadas pela carne, influenciadas pelo curso e valores mundanos e cheia de brechas que satanás tem aproveitado para satisfazer a seus intentos. 
A Igreja está carecendo de verdadeiros ministros da nova aliança, dispenseiros fiéis, homens que têm um ou mais dons ministeriais sob o domínio do Espírito que, por estarem cheios d'Ele e cada vez mais vazios de si mesmos, respaldados por uma vida santa, simples, humilde, que procuram não fazer nada e não falar nada que não tenham ouvido do Pai Celestial, por terem uma estreita e íntima relação pessoal com Ele, sejam homens que se diminuam cada vez mais, para que Cristo neles e através d'Ele aumente e abunde mais e mais na Igreja e através dela manifeste-se em maior intensidade ao mundo.
É preciso entender que a VERDADE que liberta não são as verdades bíblicas vividas mecânica, sistemática ou religiosamente e sim a VERDADE viva, Cristo ressurreto que é uma pessoa, que por ela devemos de ser tomados e por Seu Espírito totalmente dominados, produzindo assim o que Deus quer produzir em nós: a Vida d'Ele, santa, fiel, perdoadora, misericordiosa, cheia do amor ágape, do poder que liberta, da paz, da unidade,da humildade e simplicidade, da renúncia, do servir, etc, enfim de tudo que só Cristo conseguiu e conseguirá em nós e através de nós manifestar para glória de Deus Pai, unicamente d'Ele.
A “Igreja”, urgentemente, precisa esvaziar-se de tudo que é humano, mundano e demoníaco, pois infelizmente ela está cheia de coisas que têm aparência e superficialidade do Cristo da bíblia, da Igreja de Atos dos apóstolos, e por isto lhe falta profundidade, revelação, intimidade e realidade da única VERDADE que liberta: CRISTO o autor de nossa fé. A única forma de satisfazer ao Pai é encarnando a Sua Vida através de Seu Filho Jesus, o único cabeça da Igreja que é capaz de regê-la com perfeição alimentando-a, fortalecendo-a, santificando-a, enfim, tornando-a verdadeiramente o sal desta terra e a luz deste mundo exalando o Seu perfume agradável e profundamente inebriante.
Um abraço.
Geraldo Alexandre Pereira.


Extraído de: http://igrejaunica.blogspot.com
Agradecimentos ao novo colaborador deste blog.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Não encontro nada !!!



*  Vendei os vossos bens e dai esmolas; fazei para vós bolsas que não envelheçam; tesouro inesgotável nos céus.



*  Assim, pois, todo aquele dentre vós que não renuncia a todos os seus bens não pode ser meu discípulo.

*  ...depois de ter gastado tudo, padeceu necessidades.

*  ...o que é elevado entre os homens é abominável perante Deus.

*  Quem procurar preservar a sua alma, perdê-la-á; e quem a perder, conserva-la-á.

*  ...e se retroceder, nele a Minha alma não se agrada.  Porém, não nos retrocederemos para a ruína, mas, para ter a fé que ganha nossas almas.

*  Todo aquele que odeia a seu irmão, é assassino. 

*  ...Quem é fiel no pouco, o é no muito.

*  ...Foste fiel no pouco, servo bom, sobre muito te constituirei.



* * *  Leio, leio, leio e não encontro nada.

*  Nada, que possa explicar, esclarecer ou elucidar o sentido dessas frases, além do que, já se lê e compreende.

*  Não é questão de compreensão, e sim, de incredulidade, disponibilidade... 


Autor: Pedro.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Seguir ao que chama




Soa tão mal !!!  Quem se atreve a propor que sejamos perfeitos ?  Passa-se por ridículo. É assunto em desuso, ultrapassado, desmontado, caído. Trata-se de uma utopia, um sonho, um mito, uma expressão poética.
                - Que farei para ter a vida eterna ?
                - Uma coisa te falta: VAI, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu; depois VEM e segue-Me.
               -  Mestre, mas o Senhor falou apenas uma coisa: "uma coisa te falta". Por que tantas, tenho que realizar ?     
                 O Mestre o amou e disse-lhe: 
               - Sê perfeito.
               - Agora sim, uma só coisa. Como posso alcançar isto ?
               - Cumpra a constituição do reino apontado no texto intitulado o Sermão da Montanha.
               - Qual parte ? 
               - Não ajunteis para vós tesouro sobre a terra, mas ajuntai para vós tesouro no céu, pois onde está o teu tesouro aí estará também o vosso coração.
                 Ele porém, pesaroso com essa palavra retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades.


                  É natural e comum o adultério para quem tem o coração no adultério. Mas para o que se santifica é uma profanação.
                  Ser perfeito é poder dizer: "Não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus que aperfeiçoa a todo aquele que crê."
                - Segue-me. Anda em minha presença, e sê perfeito...

Autor: Pedro.  

domingo, 28 de novembro de 2010

Creio, logo Existo.

*Uma só coisa há de se aprender:  Libertar o espírito.


*O justo, alcança a fé, e nela existe.

*Vai chegar o dia que toda a terra ficará cheia do conhecimento do Senhor, tal como as águas enchem o mar.

*Um tempo, todos os seres vivos saberão que o essencial é invisível aos olhos.

*Quando findarem oportunidades, escolhas, decisões, os PUROS de CORAÇÃO verão a DEUS.


*Se quiser ver o seu SONHO se realizar, não tenha pressa, vá devagar.
Faça poucas coisas, mas faça-as bem. O que vem do coração cresce puro.
Se quiser viver LIVRE, não se apresse, vá devagar. Faça poucas coisas, mas faça-as bem. O que vem do coração cresce puro.
Dia após dia, pedra sobre pedra. Construa seu SEGREDO devagar. Dia após dia, você também crescerá e conhecerá a GLÓRIA CELESTE.


*Quero trazer a memória, O QUE POSSA ME DAR ESPERANÇA.

*Ainda que era FILHO, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu.

*... e sustém-me com um ESPÍRITO VOLUNTÁRIO.

Oh! Senhor, viver em TUA DEPENDÊNCIA será a minha PROTEÇÃO.


Autor: Pedro, citações...

sábado, 27 de novembro de 2010

TODOS SOMOS MÁRTIRES




Deus é amor
Deus em seu amor nos
CONVIDA `A GUERRA.



À linha de frente
postos em combate
prontos a morrer.





Ninguém que milita se embaraça com negócio desta vida, a fim de agradar àquele que o ALISTOU PARA A GUERRA. 

Milita, do original grego, strateuomenos, significa: ir para a guerra, implicando servir como soldado; atividade de guerrear.  `AS CUSTAS DO COMANDANTE.

Embaraça, do original grego , emplaketai, significa: tecer dentro, para que se entrelaçam; envolver em vínculo.  NO CHAMADO E SOB-ORDENS DO REI SUPREMO.

Negócio, do original grego , pragmateiais, significa: aplicação cuidadosa, trabalho duro; dedicação exaustiva.  NA CAUSA DO ETERNO NOME.

Você acha, pensa que escolheu???  No máximo, você aceitou o convite. Aliás e tudo que se possa fazer, VEM DELE !!!
O que me consta, e ELE nos pede:  DÁ-ME,  O TEU CORAÇÃO.  Nosso ser, nossa existência, nosso sentido. Operando o milagre harmonioso do querer e do efetuar em nós a SUA GLÓRIA.  O único motivo de nossa criação: O LOUVOR DE SUA GLÓRIA. 

AH!!! um "certo tempo" o que palavras balbuciam, mentes cogitam, espíritos deliram, corações anelam e no âmago desfalecemos em expectativa, ELE, O SENHOR DA GLÓRIA, MANIFESTARÁ.

Deixemos todo EMBARAÇO e corramos ao que NOS ESTÁ PROPOSTO.

Estamos em guerra.  ESTAMOS ???
A carne MILITA contra o espírito, e opõem-se um ao outro: para que não façais o que quereis. 

Estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas,  ...e o pecado que tão de perto nos rodeia.
Eu não vim trazer paz, mas a espada. Quem não é POR MIM, está contra mim.

Na parábola do semeador a terceira semente cresceu entre espinhos e se tornou uma árvore, mas, NÃO PRODUZIU FRUTOS. 
Os religiosos devem considerar o motivo: OS NEGÓCIOS DESTE MUNDO. 
Existem negócios do Pai Celeste e negócios do mundo. Escolhamos a quem vamos servir. Certamente agradaremos a um e aborreceremos ao outro.

Finalmente, recebereis VIRTUDE DO ESPÍRITO SANTO e ser-me-eis TESTEMUNHAS. Atos 1:8
Testemunha no original grego, nos dá a palavra em português MARTÍRIO, que significa: uma testemunha em registro.

O que nos é registrado, e portanto, nos ensina DEUS é:  O conhecimento do qual nos apropriamos pela fé. 
O mártir é entendido como aquele que é morto ou sacrificado por uma causa. Mas, em princípio, é apenas uma testemunha como já foi dito no texto, Atos 1:8.
TODOS SOMOS MÁRTIRES. 

TODOS NÓS SOMOS CHAMADOS OU CONVOCADOS PARA SER MÁRTIRES.
E ALGUNS, POR ESCOLHA DO PAI, PODERÃO SER EXECUTADOS POR SUA CONVICÇÃO.
NO CASO, POR SUA FÉ E SEU AMOR AO PAI.
OS MÁRTIRES ESTÃO TOTALMENTE DISPONÍVEIS.

Autor: Pedro. 

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Tripé















''O amor é o meu peso''
amamos quando trilhamos a mesma história
amamos se percebemos possibilidades
só amamos em sensibilidade
o novo que transmuta em espanto :
renovar e admirar
renovar e admirar 
até que todo sofrimento do outro
seja um e
em mim, o mesmo
"admirar é amar com o cérebro"
nada nos subjuga, domina e consome
tanto quanto o amor
é o sentido imaterial
inconsciente
sobejamos afins o êxtase
renovar e alegrar
renovar e amar
livres para sofrermos a paz
a insustentável  leveza
"sentir a esperança
como concepção de futuro"
corajosos mansos e puros
agraciados
pelo dom da fé.

Autor: Pedro, colaborador deste blog.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Sofrer é bom ?




Em Eclesiastes 7:2 lemos assim: "Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, pois naquela se vê o fim de todos os homens; e os vivos que o tomem em consideração."  Sofrer, seria mesmo bom? Eu penso que não!  Eu acredito, que ninguém, que esteja em sã consciência, responderia positivamente a esta pergunta.  A resposta certa, penso eu, que todos dariam, seria de que sofrer não é bom. Entretanto, sabemos que o sofrimento humano, geralmente tem uma causa. Se o sofrimento for físico, dizem os médicos que é sintoma de uma doença. Se for um sofrimento mental ou espiritual, como queiram, também é sintoma de que ocorre algo errado com o homem, porém a culpa certamente não pode ser atribuída a Deus.  E não achamos que Salomão desejasse criar uma teologia do sofrimento.

Analisando bem os escritos de Salomão, vamos descobrir que ele jamais convidou alguém para a prática do masoquismo, que é uma tendência, ou uma prática parafílica, pela qual uma pessoa busca prazer ou dor ou imaginar que a sente. O masoquismo é geralmente uma anomalia de comportamento, que afeta o carácter de uma pessoa e isto, não se encaixa no perfil de quem tem uma relação estreita com Deus em sua vida.  Ainda em Eclesiastes 7:8 ele disse assim:  "Melhor é o fim das coisas do que o seu princípio; melhor é o paciente do que o arrogante."  Salomão entendia que tendo a dimensão do final de tudo, teríamos assim, uma noção clara de como deveríamos dar um início proveitoso em todos os níveis da nossa vida usando de sabedoria.

Jesus quando convocou os seus discípulos para segui-lo não prometeu uma vida livre de sofrimento. Mateus 16:24: "Então, disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me."  Analisando esta convocação, encontramos no seu contexto, duas implicações que envolvem o sofrimento. A primeira está na renuncia de si mesmo, a segunda no tomar a cruz para seguir a Jesus. E na verdade, aquele que renuncia, desiste de tudo aquilo a que se tem direito e este era o desafio de quem aceitasse aquele convite. Também, aquele que toma a cruz, crucifica a sua própria vontade. Jesus disse depois em João 16:33  "...No mundo passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo."  

Jesus venceu a morte e suportou o sacrifício do Calvário pelos nossos pecados para nos dar a vida. Agora nos convida a segui-lo e viver na dimensão que Ele mesmo viveu. Em Isaías 53:5 lemos assim: "Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados." Na carta aos Hebreus12:2, temos essa definição do que seria a perspectiva da fé cristã:  "Olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus." 

O apóstolo Paulo, sofreu muita perseguição por causa do evangelho e reputou tudo por ganho, crendo pela fé que teria a recompensa no final.  Ele soube muito bem viver nessa dimensão, que o fim de todas as coisas seria melhor do que o começo, e disse assim em Filipenses 1:26 "Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro."  Veremos algumas palavras suas no final deste post, como testemunho de sua vida e seu aprendizado nesse aspecto.

No entanto, o sofrimento tem sido algumas vezes, mal interpretado por muitas pessoas, que dizem que a doença ou a pobreza vem sobre o homem como um castigo de Deus por causa do seu pecado. Seria desta forma que Deus ia atrair o homem para resgatá-lo?!  Não acreditamos!!  A Palavra nos diz, que foi de outra forma que Deus escolheu, para alcançar o homem do seu erro. Ele se dirigia assim, ao seu povo: Jeremias 31:3 "De longe se me deixou ver o SENHOR, dizendo: Com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí."  Não podemos crer que seja com a ira ou até o castigo, que Deus use o sofrimento, como meio de disciplina para o homem, afim de educá-lo, purificá-lo, ou transformá-lo para receber a salvação.  Isto que dizem por aí que: "Quem não vem pelo amor, vem pela dor", é uma grande heresia.

A origem do sofrimento se deu, pelo pecado cometido lá no Eden. Leiamos em Gênesis: 3: 9-10  "E chamou o SENHOR Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás? Ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi."  A opção do homem, pelo conhecimento do bem e do mal trouxe o sofrimento como consequência pela sua desobediência a Deus. Foi este o fruto que o homem colheu no seu livre arbítrio. É esta a conclusão que se chega, lendo ainda o versículo seguinte de Gênesis 3:11  "Perguntou-lhe Deus: Quem te fez saber que estava nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses?"  Foi desta forma que surgiu o sofrimento, manifestado na vergonha e no medo que sentiram.

A Palavra de Deus nos leva a refletir esta realidade, tendo esta dimensão como oportunidade para aprender com sabedoria. E por que aprender que o fim é melhor que o começo?  Porque quem vive como cristão, vive na dimensão de que no Calvário está a sua esperança, pois lá foi que Cristo venceu a morte pela morte, para nos dar a vida eterna. O discípulo Paulo definiu assim a sua vida: Gálatas 2:20  "Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim."  

Desejamos encerrar agora, dizendo que as tribulações que enfrentamos no dia a dia na nossa vida de cristão, se transformam em aprendizado. Se sofremos, temos consolo na esperança que seremos consolados, Paulo nos diz assim em Romanos 5:4  "E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Ora, a esperança não se confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi outorgado."

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Salvos... mediante a fé

Em Efésios 2:8-9 lemos, "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie." Diante desta afirmativa do Apóstolo Paulo, nós podemos concluir que seremos salvos, mediante a fé e que ainda, segundo nos revela esse texto, esta fé, tão necessária para nossa salvação, não vem de nós, é um dom de Deus. A diferença entre aquilo que o homem acredita e a fé dada por Deus ao homem para crer, é esta: "Que a fé é o fruto de um dom de Deus oferecido gratuitamente a todo aquele que nele crer."

Podemos afirmar que a fé não é o raciocínio humano e muito menos seria, a lógica humana. Entendemos que o conceito de fé estabelecido pelos homens, estava fundamentado numa possibilidade de: Acreditar em alguma coisa... Ou também: Crer em alguma coisa... Porém, encontramos na palavra de Deus, uma definição correta do que a fé significa: Hebreus 11:1 "Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção dos fatos que se não veem." Examinando esse texto no original grego, vamos encontrar o termo upostasis, que é traduzido por certeza, que tem no seu melhor sentido o significado de: esperar com convicção, ou  fundamentado numa certeza. Diante disto, podemos dizer que a esperança do cristão tem na sua base uma realidade não visível aos olhos humanos, firmado em alguma coisa concreta. O fundamento da fé Cristã é calçado na promessa de Deus, que enviou o seu Filho para resgatar o homem realizando a sua remissão (ou sua salvação).

Não é a fé que salva o homem, mas sim, a sua fé naquele que pode realizar a justiça de Deus pela sua vida. Quando aceitamos a mensagem do evangelho, estamos crendo no sacrifício de Cristo como a justiça de Deus realizada para a nossa justificação e isto é feito mediante a fé. Em Hebreus 9:22 temos, "Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e, sem derramamento de sangue, não há remissão." Neste texto temos que, sem o derramamento de sangue não há remissão!  A melhor tradução da palavra remissão no nosso vocabulário é: restituição, indulgência ou perdão.  Portanto, remissão significa também salvação no seu melhor sentido, pois o perdão tem como expressão, em sua melhor tradução como: "A remissão de culpa". Por isso, nós podemos dizer que a palavra remissão, significa: salvação.  Esse tema da justificação merece toda a nossa atenção, pois julgamos relevante entender realmente qual o verdadeiro significado de que, nós seremos salvos... mediante a fé.

O homem deveria ser restituído da sua culpa, por isso mesmo, em João 12:24 Jesus disse: "Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto." Jesus estava falando da sua morte no Calvário, onde o mistério de Deus seria revelado ao homem para a sua salvação. Todo aquele que viesse a aceitar este propósito, receberia a suficiente remissão de sua culpa. O preço da redenção foi pago com a morte daquele que veio para redimir àquele que crendo, fosse salvo de sua culpa. A vida do cristão brota da semente que rasga a terra, para que sua vida possa surgir, na morte de Jesus. A fé justificadora termina em Cristo, em seu sangue e em seu sacrifício; esta foi a promessa de Deus feita ao homem e por isto, esta é a maior mensagem do evangelho que está declarada para os homens. Em João 3:16, temos: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." 

João Calvino comparou a fé a um vaso vazio e escreveu assim:  "Comparamos a fé a uma espécie de vaso; pois a não ser que cheguemos vazios e com a boca de nossa alma aberta para buscar a graça de Cristo, não somos capazes de receber Cristo"  O apóstolo Paulo quando escreveu a carta aos Romanos, disse no capítulo 6:23:  "Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor." O verdadeiro significado da fé se consiste em que nós não seremos justificados apenas pela nossa fé, mas pela fé, depositada em Cristo que realizou um sacrifício perfeito pelas nossas culpas. Não é a fé um mérito, mas um objeto vazio, tal qual um vaso que recebe o dom divino, dado gratuitamente àquele que crê na justiça que Deus realizou em seu favor. É como uma mão vazia, que se estende pedindo um favor para saciar as suas necessidades e que pode receber tudo que está precisando, mas que não pode dizer que mereceu. A fé é assim... O dom gratuito de Deus oferecido àquele que crê.

Diante desse entendimento que as escrituras nos mostra, podemos afirmar que não há salvação pelas obras. Porém, temos visto a senda por onde tem se seguido, muitas denominações e também muitos pseudo-pastores, que tem se desviado de uma doutrina sadia da palavra de Deus, ensinando preceitos humanos. Estão tentando impor um legalismo, cobrando pela salvação um preço que já foi pago. A fé tem sido comercializada, com o levantamento de somas que deveriam servir para atender somente as necessidades da igreja, mas, que tem na verdade servido para muitos propósitos escusos. A vida realmente começa, quando o homem, mediante a fé, enxerga a morte de Jesus na Cruz, trazendo vida à sua vida, dando-lhe a redenção.  Quando o homem pensa, que fazendo parte de uma denominação, ou apenas se congregando, ele está garantido, aí está o perigo!  A palavra de Deus não diz assim!!!  Fora disto, ou  até melhor dizendo, sem um encontro com Jesus no Calvário o homem pode estar perdido para sempre, agarrado em sua religião.

Para que a salvação não fosse apenas uma possibilidade, o plano de redenção para o homem, foi traçado tão somente na misericórdia de Deus. E relatando a respeito da justiça, que é sobre todo aquele que recebe a compaixão de Deus, prometida em Jesus no Calvário, Paulo disse aos Romanos no capítulo 9:23  "A fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão."  Portanto, foi isto mesmo o que Paulo estava dizendo: "... da sua glória, para a sua glória."  

A graça de Deus não é o mérito, nem da fé humana, nem de religião alguma que o homem pudesse encontrar. Nós somos os vasos recebedores desta misericórdia, onde a graça se manifesta pela fé e é oferecida gratuitamente por Deus. Esta fé, é o dom precioso que precisamos para receber a remissão. Cabe ao homem se render pela graça de Deus oferecida, compreendendo que a graça, que como já se diz, é de graça; senão, ficaria frustrada a glória de Deus que se realizou na morte do seu Filho Unigênito. "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé..." Foi este o texto inicial do post com que desejamos agora, finalizar este tema tão fascinante da justificação que é feita:  Pela fé de que nós também seremos salvos... mediante a fé e que isto não vem de nós, é dom de Deus; não vem de obras, para que ninguém se glorie.  Diante esta verdade eterna declaramos...  Soli Deo Gloria.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Justificação pela graça

Efésios 2:8-9 "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie." Este post, parece um complemento do anterior, porém achamos melhor dizer que a diferença entre ambos é apenas uma questão de óptica A teologia, em sua etimologia deve ser definida como a ciência que estuda sobre Deus e todos os assuntos pertinentes à fé e à religião. Isto, muitas vezes, tem complicado a visão humana e porque não dizer do crente da mensagem central do Evangelho que é o amor de Deus manifestado ao homem, esta é a pura verdade.

Por que justificação pela graça? Porque acrescentamos o termo "pela graça", se já havíamos falado só em justificação? É isto o que nós desejamos esclarecer agora! Vamos assim às respostas, desejando simplificar o que não ficou tão esclarecido. Então vamos voltar à palavra de Deus que nos traz uma definição simples do que pode significar: salvação pela graça por meio da fé. Está em Hebreus no capítulo11:1 "Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção dos fatos que se não vêem." Queremos analisar também a nossa definição de fé com base neste texto e o que ela significa para nós, que é mais ou menos isto: A fé é uma mão estendida, com a certeza que seu pedido virá ser atendido. A justificação é oferecida pela graça e recebida na fé em Jesus Cristo, em seu sacrifício feito na cruz.

O plano original de Deus encerra-se no Calvário, onde se manifesta a Graça oferecida sem preço, àquele que tendo a sua mão estendida recebe o favor, isto que é simplicidade!  Devemos ser agradecidos a Deus por sermos cristãos e entender o seu propósito em nosso favor, porque Ele atribuiu (ou creditou) em seu Filho, o que era devido por nós. Se erramos em não conhecê-lo, poderemos receber agora o seu perdão e nos fazermos reconhecedor desta dádiva. O seu ensinamento, que é tão simples consiste em aceitar o que de graça nos é ofertado e que é suficiente, mas, temos de recusar que o legalismo religioso possa cruzar pelo nosso caminho, trazendo um jugo difícil de suportar. Portanto, se pela graça somos salvos, isto era o que Paulo estava querendo dizer aos irmãos da igreja de Éfeso, que era de graça mesmo, sem custo, sem preço pré-estabelecido. Do contrário, a morte daqu'Ele que fez por nós a expiação das nossas culpas, teria então, será que poderíamos perguntar, teria com isto alguma graça?  Claro que não!!!  Foi o que Paulo disse aos Romanos, cap. 11:6  "E, se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça." Este versículo, sempre me impressionou, mesmo!  Isto é na verdade, a simplicidade do evangelho de Jesus...

Lutero, o maior reformador conhecido, usou a palavra somente para dar uma maior ênfase ao entendimento, sobre a justificação pela graça. Ele fez uma reformulação do texto dizendo assim: Somente pela graça sois salvos... Mas, como sabemos, isto não foi muito bem aceito pelos radicais, acreditamos que Lutero não desejava acrescentar nada ao texto bíblico, ele apenas usou esse termo para dar uma maior ênfase ao texto. Ele queria apenas, dar uma maior luz ao entendimento que estava tão obscurecido por uma indigente religião, que precisava vender aquelas indulgências, anunciando uma salvação inexistente. Isto foi o motivo que o levou a romper com a Igreja de Roma e a sua rejeição era de uma doutrina que não baseasse a salvação, que não fosse estabelecida no padrão bíblico, pela graça somente. Este foi o ponto maior da sua discórdia e do seu protesto, de onde veio surgir mais tarde o termo " Protestante".

Não sou postulante de algum cargo de igreja, não sou teólogo, nesta matéria de teologia sou um iniciante, porém, o que entendemos por simplicidade, são os textos mesmos que revelam. Não existe nada obscuro na palavra de Deus, mas a doutrina que o homem insiste em criar e que a religião tenta impor, é que escravizam a mente e o coração de alguns incautos. Ai daqueles que assim procedem!  Eu creio que julgar é temerário, mas temos visto actualmente por aí, coisas de arrepiar acontecendo nas igrejas denominadas "evangélicas". Estes acontecimentos, têm demonstrado o afastamento que elas tem feito dos princípios que a Reforma estabeleceu. Um dos principais princípios dela foi o Sola Gratia, que é este: A salvação somente pela graça. A única mensagem do evangelho é o amor de Deus manifestado ao homem, não é verdade? Pois bem, Jesus quando veio para realizar sua obra de redenção, oferecendo-se como único e suficiente meio de justificação, encontrou entre o povo uma religiosidade tão hipócrita que disse: "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito, e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós!" Mateus 23:15. Isto define bem, o espírito da religiosidade farisaica daquela época.

Para reforçar nosso entendimento, queremos dizer que a  "consente com a verdade do evangelho" de todo o coração (Catecismo Maior de Westminster).  A nossa justificação pertence ao autor da nossa fé. Aquele que deu a sua vida por nós e pagou por nossas culpas, que foi Jesus o Cordeiro de Deus, que levou sobre si, o que era devido por nós, oferecendo de graça o seu perdão e a salvação. A nossa fé, deve se fundamentar, na certeza do que a palavra de Deus nos ensina sobre esta verdade que é: Salvação somente pela graça.  Ao encerrar esse post gostaria de deixar em destaque, algumas palavras que Lutero disse à respeito da justificação pela graça, que foram estas: "Eu creio que não posso por minha própria razão ou força, acreditar em Jesus Cristo meu Senhor, ou buscá-lo; mas o Espírito Santo me chamou através do Evangelho, me iluminou com os Seus dons, e me santificou e preservou na verdadeira fé; da mesma maneira Ele chama, reúne, ilumina e santifica toda a Igreja Cristã da terra, e preserva a sua união com Jesus Cristo na verdadeira fé..."

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Justificação

Salmo 143:1 "Atende, Senhor, a minha oração, dá ouvidos às minhas súplicas. Responde-me segundo a tua fidelidade, segundo a tua justiça. Verso 2: Não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista não há justo nenhum vivente. Verso 3: Pois o inimigo me tem perseguido a alma; tem arrojado por terra a minha vida; tem-me feito habitar na escuridão, como aqueles que morreram há muito. Verso 4: Por isso, dentro de mim esmorece o meu espírito, e o coração se vê turbado. Verso 5: Lembro-me dos dias de outrora, penso em todos os teus feitos e considero as obras das tuas mãos. Verso 6: A ti levanto as mãos; a minha alma anseia por ti como terra sedenta. Verso 7: Dá-te pressa, SENHOR, em responder-me; o espírito me desfalece; não me escondas a tua face, para que eu não me torne como os que baixam à cova."


Davi reinava em Israel e passava por algumas angústias no seu reinado quando ele escreveu este Salmo, nele relata a sua confiança no Senhor, em quem depositava toda a sua esperança. É isto o que podemos observar pelos elementos que estão inseridos em toda sua oração e registrados nas expressões usadas por ele. Há momentos em que ele parece desnudar sua alma por completo e sua oração começa se multiplicar em várias súplicas. Parece-nos que está encerrando a primeira parte da sua prece no versículo seis, recomeçando outra oração depois no verso sete. Vejamos novamente então o verso 7: Dá-te pressa, SENHOR, em responder-me; o espírito me desfalece... Repete uma súplica semelhante àquela feita no verso primeiro, fazendo assim esse pedido: ... não me escondas a tua face, para que eu não me torne como os que baixam à cova. Aqui ele deixa transparecer todas as fraquezas e contradições que demonstrava estar sentindo, foi o que disse antes no verso 4: Por isso, dentro de mim esmorece o meu espírito, e o meu coração se vê turbado.     

Separamos os versículos deste Salmo propositadamente para fazer algumas observações e tentar talvez entender os seus conflitos. Quando ele disse no verso 6: A ti levanto as mãos... talvez ele não as tenha mesmo levantado e isto tenha ocorrido apenas na sua imaginação. É esta a dedução que tiramos, pois fica tão evidente, quando ele disse também no verso 3: Pois o inimigo tem me perseguido a alma...  Aqui ele está dizendo que o seu inimigo, estava por certo perseguindo não era ele, mas a sua alma. Logo a seguir, compara a sua alma com a terra sedenta: ... a minha alma anseia por ti como terra sedenta. Ou seja, uma terra sedenta é aquela que está esperando por água, enquanto a alma espera é por refrigério. Na verdade, a sua oração é tão apaixonante quanto reveladora, onde ele nos parece que desejasse tocar no coração de Deus, com as cordas da sua alma e a sua oração vai assim se transformando no formato de uma poesia magistral.

Declara no versículo 5: Lembro-me dos dias de outrora, penso em todos os teus feitos e considero nas obras das tuas mãos. Aqui nós vemos que ele vai misturando a realidade que conhecia muito bem, dentro daquele turbilhão de sentimentos que estavam revelados no emaranhado das suas súplicas. As vitórias que Davi acumulou durante a sua vida até aquele momento foram grandiosas, pois o Senhor o livrara dos inimigos e ainda confirmara o seu reino sobre Israel com vitórias sobre vitórias. Primeiro livrando-lhe das mãos de Saul, depois disto deu-lhe o Senhor grandes vitórias sobre os povos que estavam determinados para ele conquistar. Porém, o que me chamou mesmo a atenção foi o que ele disse no versículo 2: Não entres em juízo com o teu servo... Neste pedido que fez ao Senhor, demonstrou em primeiro lugar, que o seu temor era de que Deus entrasse em juízo com ele. No Salmo 111:10, a palavra de Deus nos diz assim: O temor do Senhor é o princípio da sabedoria... Davi sabia das suas necessidades naquela hora de angústia e a sua dependência do Senhor era para obter seu incondicional perdão. Esperava pela misericórdia e não desejava encarar o juízo de Deus sobre sua vida. Em segundo lugar, confiava tão somente na misericórdia e na justiça de Deus e sabia da sua necessidade de realizar o propósito que tinha empreendido.

O que realmente me despertou ainda mais as minhas observações, foram as palavras que disse depois no restante do versículo 2: ... porque à tua vista não há justo nenhum vivente. Assim, partindo em busca de  uma explicação mais clara diante esta afirmativa tão relevante, fui procurar pelo texto original no hebraico para encontrar um outro esclarecimento que pudesse aumentar a nossa compreensão. Dentre as fontes que eu achei, destaco a versão do texto paralelo da New American Standard (1995), que diz assim: ... porque à tua vista nenhum vivente é justo. Porém, o achado que destaco como mais interessante, foi uma explicação dada pelo Professor Louis Berkof que foi Reitor Emérito do Calvin Theological Seminary, onde dizia num comentário, que o sentido evidente deste verso, seria: ... Nenhum homem vivo será justificado em tua presença. Seria muita presunção um ser vivo, se considerar justo diante de Deus? Foi isto o que eu fiquei indagando!!!

Acredito que Davi talvez até pudesse ter na sua mente seria isto: Que nem ele e, nem mesmo pessoa alguma pudesse estar vivo e se desse por justo diante do Senhor." Seria esta a melhor consideração que Davi estivesse tentando fazer??!  Acredito que sim, porque não?  Nós não temos a pretensão de tentar entender os pensamentos de Davi, mas, lemos na carta aos Romanos no capítulo 4:6-8, que o apóstolo Paulo disse: E é assim também que Davi declara ser bem-aventurado o homem a quem Deus atribui justiça, independente de obras: Bem-aventurados aqueles cujas iniquidades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos; bem-aventurado o homem a quem o Senhor jamais imputará pecado. O que está  relatado aqui e desde o capítulo anterior era a respeito da justificação pela fé. Paulo relatou como Abraão havia sido justificado e logo depois então foi que disse, que tanto Abraão como Davi creram pela fé naquele que era o justificador e que isto não dependeu das obras que fizeram, porque a justiça é algo que não se adquire por esforço. A justificação não é uma coisa que se compra por um preço que o homem pudesse pagar, ela não iria depender do esforço humano.

O grande mistério da justificação que nos traz a palavra, é que Deus declara inocente o homem a quem não deve ser imputado o pecado. Há ainda muitas pessoas que tem dificuldade de entender o que é imputação. A melhor definição deste termo é sem dúvida alguma: creditar, ou atribuir. Vamos dar um exemplo, usando o texto que já vimos antes: Romanos 4:8 Bem-aventurado o homem a quem o Senhor jamais imputará (creditará) pecado. Deixamos entre parêntesis a definição. Torna-se bastante simples, quando levamos em conta que o Senhor nos dá esse crédito em seu Filho, pela fé n'Ele e em sua expiação pelas nossa culpas. Aquilo que era devido por nós, então foi atribuído a Ele no Calvário e isto ocorreu para que todo aquele que colocar n'Ele a sua fé pudesse ser justificado. Sabendo que o seu sacrifício seria suficiente por Ele ter assumido a imputação da pena e do pecado por nós, Jesus fez isto ali na cruz e a mensagem do Evangelho é somente esta: Que sobre Ele foi colocado a nossa culpa e todos que n'Ele viesse a crer, tivesse a vida eterna.


Esta semana fui à igreja de carona com o dirigente e depois no retorno ele confessou que lhe tinham dado uma informação de que deveria reforçar a doutrina, eram ordens da direção da igreja, mas que não havia feito ainda. Explicou-me, que as suas preocupações eram com os crentes velhos de igreja, não temia pelos crentes novos que chegavam e seu temor era com a hipocrisia dos que se acomodam com a religião e dão trabalho. Lembrei-me da parábola do fariseu e do publicano, onde sabemos que o fariseu fez uma oração que não foi aceita por Deus, porque de fato estava impregnada de egoísmo onde o publicano justifica-se a si mesmo, numa oração cheia de hipocrisia. 


Lucas 18: 11-14 O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. Ainda no versículo 14, Jesus disse que o fariseu não desceu justificado para a sua casa, pois: ... Todo o que se exalta será humilhado, mas o que se humilha será exaltado. Esse é o verdadeiro ensinamento cristão e este é por certo o melhor exemplo de justificação: Crer naquele que pode justificar! Crer naquele que pode justificar não é fazer da religião um meio de justificação, porque como já vimos onde o apóstolo Paulo falando ainda sobre Davi e que está bem registrado, foi mesmo assim: ... bem- aventurado o homem a quem Deus atribui justiça, independente de obras. Romanos 4:6. 

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Autoridade e Suficiência da Palavra

Inicia-se com esta declaração o Evangelho Segundo João 1:1 "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus". O que vem logo a seguir é a descrição limpa e clara de que em Jesus se fazia, não só o princípio de toda a vontade de Deus, como também de toda a criação que foi feita a partir do "Haja Luz" que está descrito em Gênesis 1:3.

O que nos parece na verdade é que João resolveu explicar a origem de tudo trazendo luz sobre o texto de Gênesis, quando em sua narrativa esclarece que sem Jesus nada seria possível. Afirmou que toda a criação se fazia a partir do sopro produzido pela boca de Deus gerando todas as coisas, que passaram a existir em função d'Ele, por Ele e para Ele. Depois do verso primeiro João fez essas três declarações. Em primeiro lugar, verso 2, "Ele estava no princípio com Deus". Depois a seguir, no verso 3: "Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele, nada do que foi feito se fez". E finalmente no verso 4: "A vida estava nele e a vida era a luz dos homens".

Para João, sem dúvida Jesus era o Verbo de Deus feito agora ser humano e estava encarnado, habitando entre nós, conhecido na sua plenitude e em graça sobre graça. João é bem resumido, mas, foi bastante enfático na sua narrativa e não elaborou nenhum mistério sobre o desígnio que os profetas já haviam enunciado, nos relatos que estão registrados nas Escrituras.

Deus se manifesta ao homem através da sua palavra e esta manifestação se fez carne na vida do Seu Unigênito. Assim, a autoridade das Sagradas Escrituras foi a base em que Ele estabeleceu já todas as coisas desde o início. O propósito de Deus foi lançar este fundamento: Jesus a Rocha Eterna. Por isto Ele determinou a doutrina bíblica centrada em Cristo, este é o princípio de todo o conhecimento da Sua vontade em sua palavra. Temos assim em II Timóteo 3:16, "Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação em justiça". Notamos neste texto uma referência cristalina que a Escritura de que Paulo está falando é a de Deus, aquela que é inspirada por Deus. Portanto, nós entendemos claramente que a Autoridade da Escritura se reveste do próprio Autor e ela foi gerada, n'Ele, à partir d'Ele e por Ele mesmo. A base sólida era a sua palavra deixada para nós como regra, útil para nos ensinar, para nossa correção e para a nossa educação em justiça, foi isso que Paulo estava dizendo. Toda Escritura que estava contida na palavra!!! Não era, uma ou outra!

No início de sua jornada ao Calvário, Jesus levado pelo Espírito ao deserto foi tentado pelo diabo, temos o relato no Evangelho de Mateus 4:3 "Então o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães. Jesus, porém, respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que procede da boca de Deus". Temos aqui duas coisas relevantes a meditar. Em primeiro lugar que o tentador desejou lançar uma dúvida sobre a Paternidade de Jesus, como sendo o Filho de Deus. E o que aconteceu? Vou já respondendo! Jesus ignorou aquela pergunta, desprezando completamente aquela interrogativa arrogante. Em segundo lugar e logo a seguir Jesus falando ao seu interrogador disse: "Está escrito... " não precisamos repetir o versículo. Mas onde está escrito estas palavras? Vou já respondendo! Encontramos o registro que Deus disse a Moisés, exortando o povo à memória de seus benefícios, lá em Deuteronômio 8:3: "Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conhecias, nem teus pais o conheciam, para te dar a entender que não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do Senhor viverá o homem".

Podemos tirar uma conclusão que Jesus usou a própria palavra escrita para se defender daquele acusador atrevido. Temos na Palavra uma demonstração da importância da armadura de Deus, na carta aos Efésios 6:10-17, e o verso 17 diz: "Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus". Portanto, vemos porque Jesus usou muito bem esta palavra. Isto é SUFICIENTE, também para nós! Basta-nos então só mesmo a Palavra de Deus e isto é que deve significar suficiência! A teologia tem que se calçar nesta base, que é, A Palavra de Deus! Nunca poderemos fundamentar nossa crença na palavra do homem ou em uma teologia distorcida desse princípio, se for assim, cairemos numa grande apostasia.

Os discípulos também se defenderam com a palavra que o Senhor deixou. Muitos deles deram as suas vidas em defesa desta palavra. Os primeiros cristãos tiveram uma grande dificuldade em divulgar a mensagem do Evangelho, por causa do gnosticismo, que foi um dragão voraz. Depois a filosofia pagã também foi obstáculo ao crescimento dos ensinamentos de Cristo. Logo depois que a Igreja Primitiva se ligou com o Estado feito um casamento, com a benesse de Constantino, foi que se deu o surgimento ao Romanismo.

Queremos chegar à reforma protestante, mas vamos ressaltar que alguns pré-reformadores, já haviam dado testemunho da palavra de Deus e muitos deles também foram mortos por esta causa, que tiveram de defender com as suas próprias vidas. Citaremos apenas dois importantes Savonarola e João Huss. Eles foram mártires porque fizeram a defesa da palavra de Deus, que se encontrava tão diluída por um romanismo corrompido. Depois surgiu Lutero, o nosso reformador que na defesa também da sua fé nesta palavra, afixou no paço da Igreja de Wittemberg as suas 95 teses, questionando as indulgências. Uma doutrina espúria que o monge Tetzel, sobre a égide do papa Leão X, queria a todo custo implantar como sendo divina para resgatar os fiéis do cruel purgatório. Uma clara substituição do sacrifício perfeito de Cristo na cruz.

A apologética de Lutero foi contra a usurpação da palavra de Deus, que ele sem temor algum não poupava ninguém de suas críticas, nem o Papa. Do púlpito da igreja desferia objetivamente o seu alerta ao povo para recusar aquele abuso. Pediu que coibissem aquele vergonhoso comércio com os bens espirituais. Onde se poderia admitir tamanha ignorância? Esta era a prova de um total desconhecimento da mais pura vontade de Deus que em sua Palavra afirma ser suficiente apenas a Salvação em Cristo. O preço da redenção já havia sido pago, quando no Calvário, Cristo realizou de uma só vez a obra redentora. Duas frases relatam bem a apologética de Lutero, vejamos:

"Outros que viveram antes de mim, atacaram a vida má e escandalosa do papa, mas eu ataquei a sua doutrina...".

"Não estou preocupado com a vida, mas com as doutrinas. A vida má não causa grande dano a não ser a si mesma, mas o ensinamento errado é o maior mal neste mundo, porque leva multidões de almas ao inferno. Não estou preocupado se és bom ou mau, mas atacarei seu ensinamento venenoso e mentiroso que contradiz a palavra de Deus".

A tese da Sola Scriptura, que foi formulada pelos reformadores surgiu como uma resposta aos desvios doutrinários, sendo necessária para dar combate à influência negativa que havia naquela época na igreja. Só a autoridade da Escritura poderia satisfazer a necessidade daquele que cresse em Deus. A moral, a integridade e o discernimento não existiam no ambiente religioso da época em que a Reforma surgiu e a corrupção imperava incólume. Cargos eclesiásticos eram comprados a preço de ouro. Essa tese foi elaborada em defesa da autoridade da palavra de Deus, suficiente para todos que do modo certo, desejava pautar sua fé no preceito de uma disciplina correta. Por isto ter somente a Escritura por regra significa que a declaração Sola Scriptura quer dizer isto também: Autoridade da palavra de Deus, suficiente para salvação. Cristo é o Autor e nossa fé na Sua Palavra é suficiente para nossa salvação.

Dias atrás ouvi uma autoridade policial dizendo para dois subordinados enquanto caminhavam, uma palavra muito interessante. Era assim: "A regra da disciplina é esta! Ou se obedece, ou se obedece!". Então não há meio termo, pensei comigo! Na disciplina cristã, a regra tem que ser a mesma: Ou nós seremos cristãos, ou nós seremos cristãos! Não poderá haver meio termo! Só a autoridade da palavra é suficiente. Não há outro caminho a seguir, não poderá haver atalhos, senão nós iremos cair na heresia. Não poderá haver desvios, porque desviar é tomar um outro rumo, seria como pecar por escolha própria. Aquele que deseja a suficiência da palavra de Deus, não poderá fazer como fazem os avestruzes humanos, os únicos animais que tem a coragem de enfiar o seu pescoço no buraco da autossuficiência. Quem produzir uma teologia sem a direção e autoridade da palavra de Deus, que não esteja centrada em Cristo, irá cair na insuficiência.

Agora que chegamos aqui, vou dizer que nós, os herdeiros desta reforma estamos assistindo um ataque vergonhoso às doutrinas sadias que contém a palavra de Deus. Hoje vivemos assim, por mais incrível que possa parecer. Existem alguns pastores que se vestem até de cordeiros, só para iludirem as suas vítimas. Vou generalizar para não errar porque não é somente um que procede assim, são muitos! Para vergonha nossa, um bando de usurpadores de plantão, estão querendo iludir muitos crentes. Pessoas inescrupulosas, que tem a cara de pau, de oferecer as bênçãos por uma oferta sempre maior, em troca de algum dinheiro.Tem ocorrido um verdadeiro comércio de indulgência que se disfarça com o nome de bênção. Mas, esta sim, é uma pobreza espiritual em que vive todo aquele que coloca as necessidades materiais em primeiro lugar para colocar depois as necessidades espirituais em segundo plano. Isto é uma inversão de valores e, se formos observar bem, aqui nasce a heresia. Inverter os valores espirituais, é perverter a palavra de Deus.

Jesus disse nos Evangelhos, que a nossa preocupação fosse espiritual, pois nós valemos mais que as aves do céu, que não semeiam, não colhem e nem ajuntam, porque Deus que cuida delas irá também cuidar de nós. O alerta era para que ninguém se apegasse aos bens desta vida, pois a prosperidade material em si, poderá ser muito danosa. Autoridade e suficiência da palavra é de suma importância para nós agora, precisamos ter muito discernimento e conhecimento de Deus, hoje!

Lutero, depois de se insurgir contra a tirania da igreja que dominava naquela época, mesmo até sobre o poder político, teve que se isolar para continuar seus estudos e fazer a tradução da Bíblia para a língua alemã. Neste tempo, produziu muita literatura, não foi uma teologia do eu sozinho que ele produziu, foram alguns estudos indispensáveis a todo aquele que coloca sua vida debaixo da autoridade da palavra de Deus que está centrada em Cristo. Seremos breve no encerramento deste post, mas gostaríamos de deixar para nossa meditação as palavras que Lutero usou em defesa da sua fé na palavra de Deus. Quando lhe foi  pedido que se retratasse das suas teses em seu ataque à Igreja de Roma, ele teve que comparecer diante a Dieta de Worms,  foram estas as principais palavras que usou  também em sua defesa: "A não ser que eu seja convencido mediante testemunho da Escritura Sagrada ou fundamentos e razões comprovadas, claras e evidentes, - pois não creio tão só no papa, nem nos concílios, porquanto é sabido por todos que erraram muitas vezes e a si se contradisseram, - e por eu estar convicto pelos versículos por mim citados e se achar presa a minha consciência pela Palavra de Deus, não posso e não quero me retratar de coisa alguma, porque não é seguro e nem aconselhável proceder contra a consciência". 

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Alienação

"Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão". Gálatas 5:1. Este versículo sempre aguçou minhas meditações e o acho muito especial. É muito comum vermos alguém se referindo a um texto como preferido, ou mesmo a uma parábola, pois todos nós temos uma preferência natural.

Observamos que Paulo começa este verso com uma afirmação e depois que ela se encerra, inicia-se uma recomendação. "Para a liberdade foi que Cristo nos libertou". Aqui na primeira frase Paulo termina a afirmação dizendo que foi para a liberdade que fomos libertos e ponto final. E na outra frase vem a recomendação: "Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão". Parece haver uma divisão neste verso, pois Paulo foi muito afirmativo e isto me chamou muito a atenção. Gostaria de me deter somente na primeira parte, mas a recomendação é imprescindível para a compreensão de todo o texto.

Nesta carta temos a confirmação de que houve uma substituição da lei pela graça e aqui Paulo não estava falando em libertinagem. Ele falava da liberdade da graça com relação à antiga lei. Porque a nova aliança veio com o propósito de fazer um novo concerto muito superior que traz as boas novas do Evangelho de Jesus. Nos versos 13-14, Paulo ainda disse: "Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne: sede, antes, servos uns dos outros pelo amor. Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo". Ficou também muito claro neste verso que toda lei se cumpre no amor ao próximo. O assunto de quase todo este capítulo aos Gálatas era um chamado à liberdade, com isto, este chamado à liberdade me fez lembrar os pássaros.

O pássaro é usado como símbolo da liberdade. Poetas sempre usam os pássaros em versos para ilustrar a ideia de liberdade, já repararam? É muito interessante não é mesmo? Jesus usou desta ave como exemplo para o ensino, quando Ele no sermão do monte falava sobre a ansiedade desta vida. E a ansiedade o que é, senão uma prisão em que se prende todo aquele que se apega aos bens desta vida? Quero deixar destacado o que significa apegar: "Estar apegado ou agarrado, ou então preso". Esta é a definição mais correta que nós conseguimos encontrar. É comum quando ouvimos dizer que fulano está agarrado, ou preso no serviço e não pode sair.

"Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves?". Mateus 6:26, vejam só, Jesus falou que valemos mais do que elas (as aves). E tem muitas pessoas que não pensam assim e se prendem, ora no apego terreno, ora no espiritual.

Esta prisão pode estar ocorrendo até inconscientemente na vida de muitas pessoas, creio eu! Há ainda outras pessoas que acreditam que é suficiente estar na igreja, assim está cumprindo suas obrigações religiosas e que o restante Deus vai se encarregar de resolver. Encontrei uma pessoa assim dias atrás. Ela se declarava ser de uma mesma confissão Cristã como eu, mas a nossa discórdia foi tão grande quando a conversa foi sobre certo tema, que ela irada, recusou os meus argumentos. Nem admitiu que lhe mostrasse na Palavra de Deus qualquer texto que fosse contra sua maneira de pensar. Minha conclusão foi de que a clausura é mesmo uma opção que muitas pessoas fazem. Jesus alertava nos evangelhos como vimos, para aprendermos com os pássaros e que eles devem ser nossa referência para o plano terreno e espiritual. Se não dermos asas ao nosso entendimento e não fundamentarmos na Palavra de Deus a nossa vida espiritual, estaremos presos na gaiola da autossuficiência. Isto pode se tornar triste e deprimente. A palavra depri-mente, pode significar muita coisa. Nos dicionários que consultei, significa:"Que deprime, ou que abate as forças".

Quando Jesus estava falando no evangelho sobre as aves no céu, não fez nenhuma referência ao avestruz, que não é uma ave voadora, pois tem suas asas atrofiadas. Esta ave, além de não voar, carrega uma fama que na verdade é um "mito" muito popular e até triste por sinal. Este mito que essa ave carrega, é que ela tem por hábito enterrar seu pescoço no buraco da areia quando se vê em perigo. Mas isto não pode ser comprovado, existem estudos a respeito deste caso. O que não podemos afirmar também, é que não tenha pessoas que enfiam o seu pescoço no buraco da autossuficiência. Vamos fazer de conta que não está acontecendo nada! As coisas não estão tão ruins! Os alienados espirituais estão engaiolados em uma teologia que não tem um fundamento sadio e que não se reveste da suficiência da Palavra de Deus. Correm um grande perigo essas pessoas que estão satisfeitas com sua denominação e acham que as coisas irão se resolver com o tempo. Aquela do: "vamos deixar como está, para ver como é que fica", não é nada cristão! Há uma advertência para a igreja, vejamos: Apocalipse 3:15-16 "Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca".

Para esclarecer eu devo dizer que de modo geral, que toda ave, caso alguém consiga capturá-la, verá que ela vai se debater, deixando para trás até as suas penas para se soltar. Os pássaros não foram criados por Deus para serem engaiolados. Só os homens se deixam dominar pela sua livre e única vontade... Paulo disse em : "Romanos 7:1 Porventura, ignorais, irmãos (pois falo aos que conhecem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem toda a sua vida? "Agora, porém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra". Paulo o apóstolo estava falando aqui sobre a libertação dos dogmas, que a lei impunha e, na carta aos Gálatas, o tema era somente este:  A liberdade cristã!

O que me motivou escrever este post foi a pena que sinto ao ver certas pessoas na igreja ainda com esta mentalidade, e esta pena que eu sinto é dó, mesmo! Um pesar, que move minhas entranhas, porque sofro com o que tenho visto. "Crentes" entre aspas que estão sentados em cima do muro e que não se comovem com a situação que vive hoje a igreja evangélica, tão cheia de uma apostasia dissimulada. Uma verdadeira distorção dos valores humanos e espirituais. Que evangelho é este que não transforma a realidade que está à sua volta, que não se importa com os famintos, os drogados e os excluídos. O fim da lei de que Paulo fala, é o amor! Mas, não é amor somente por aqueles que estão dentro da igreja, é pelo próximo! Este próximo pode até ser uma ovelha perdida, pode ser uma que está com dificuldade de pagar o aluguel, que vive padecendo na fila do SUS, que não tem acesso a uma educação digna para os filhos. O que estamos fazendo e ouvindo na igreja? Vamos lá só para ouvir o pastor pregar sobre o amor, enquanto a gente não se comove com a miséria do próximo?

Há algum tempo eu li em um livro, uma matéria sobre o próximo, em que o escritor usou uma palavra em inglês para definir o que era o nosso próximo. Era mais ou menos assim:  A palavra brother é traduzida por irmão no nosso português, e, o nosso próximo deve ser pela lógica o nosso irmão! Porém se você tirar as duas primeiras letras de br-other, ficará other, que é traduzido por outro. Por isto mesmo não tem como você se dirigir a um irmão, sem com isto estar se referindo ao outro. De certa maneira, ficará assim se nós levarmos as palavras para o plural: The brothers significa certamente, os irmãos, e the others, significa os outros.  Portanto, os nossos irmãos também... são os outros.

A recomendação imprescindível que Paulo deixou foi: "...Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão". Submeter-se novamente à escravidão, após estar liberto da lei, é deixar a liberdade de Cristo para se alienar na clausura religiosa. Quem desejar ver uma figuração de alguém que se deixa alienar, é só clicar e ver isto!  Dá uma pena...